O Pafúncio: Na Tailândia não estão nada satisfeitos com o primeiro-ministro, mas ele insiste em mandar

27-12-2019
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Manifestantes apedrejam a viatura do ministro do Interior tailandês STR, EPABanguecoque - Milhares de manifestantes desafiaram hoje (domingo) o estado de emergência decretado em Banguecoque, onde militares armados patrulhavam as ruas depois de manifestações contra o governo durante as quais tiros foram disparados e o primeiro-ministro foi perseguido por opositores. Em Banguecoque, os manifestantes ergueram barricadas com autocarros e tomaram pelo menos um tanque do Exército, segundo a polícia. Segundo a polícia, pelo menos 15.000 pessoas permaneciam na noite deste domingo diante da sede do governo, onde estão acampadas desde o dia 26 de Março, desafiando a proibição decretada pelas autoridades de manter reuniões com mais de cinco pessoas. "Não ligo para o estado de emergência. É apenas papel sujo de tinta", esbravejou Nattawut Saikuar, um dos líderes dosmanifestantes.para ler mais AQUIEste tipo de violência dos Estados contra a resistência dos povos vai dar que falar. Suponho que esta revolta não é organizada, é uma revolta kaótica que tem apenas como horizonte tirar de lá o primeiro-ministro, correr com essa gente. Desconheço a história da Tailândia, mas as razões dos populares contra os governos é sempre a mesmo: é porque estão a destruir coisas construídas, estão a despojar os trabalhadores do bem público e já nem se limitam a reduzir o poder de compra, despedem trabalhadores em massa dizendo que é da crise. Ouvi que a Tailândia foi muito prejudicada com a crise: o turismo ressentiu-se e o povo estava sem outros recursos para sobreviver. Receio que esta revolta não seja organizada e apenas vá dar pretextos para os Estados reagirem com violência. Não no sentido de já haver vários partidos organizados, com planos traçados para agarrar o sistema nas suas mãos, mas no sentido de serem as pessoas, os trabalhadores a quererem se organizar, unindo-se numa mesma luta, para a tomar a seu cargo.No entanto continuo a achar que isto está a atingir umas proporções por todo o lado que ainda não ouvi comentar. Perante a revolta, por aqui, está tudo calado, a ver o que é que vai dar do outro lado do mundo. Abrir pressupostos de violência é arrasar com a democracia ao mais alto nível. Afinal quando os povos não reconhecem legitimidade às leis dos Estados - quem sabe absurdas e prejudiciais - as suas razões deviam ser ouvidas pelos governantes, pelo menos pelos que foram eleitos e estão nos cargos no cumprimento de um mandato.Ou já não há mandatos? Ou são todos "mandados" como dizem os jornalistas nos telejornais. Mandados de quem, ao serviço de que poderes e interesses? Isso é o que importa saber.


Manifestantes apedrejam a viatura do ministro do Interior tailandês STR, EPABanguecoque - Milhares de manifestantes desafiaram hoje (domingo) o estado de emergência decretado em Banguecoque, onde militares armados patrulhavam as ruas depois de manifestações contra o governo durante as quais tiros foram disparados e o primeiro-ministro foi perseguido por opositores. Em Banguecoque, os manifestantes ergueram barricadas com autocarros e tomaram pelo menos um tanque do Exército, segundo a polícia. Segundo a polícia, pelo menos 15.000 pessoas permaneciam na noite deste domingo diante da sede do governo, onde estão acampadas desde o dia 26 de Março, desafiando a proibição decretada pelas autoridades de manter reuniões com mais de cinco pessoas. "Não ligo para o estado de emergência. É apenas papel sujo de tinta", esbravejou Nattawut Saikuar, um dos líderes dosmanifestantes.para ler mais AQUIEste tipo de violência dos Estados contra a resistência dos povos vai dar que falar. Suponho que esta revolta não é organizada, é uma revolta kaótica que tem apenas como horizonte tirar de lá o primeiro-ministro, correr com essa gente. Desconheço a história da Tailândia, mas as razões dos populares contra os governos é sempre a mesmo: é porque estão a destruir coisas construídas, estão a despojar os trabalhadores do bem público e já nem se limitam a reduzir o poder de compra, despedem trabalhadores em massa dizendo que é da crise. Ouvi que a Tailândia foi muito prejudicada com a crise: o turismo ressentiu-se e o povo estava sem outros recursos para sobreviver. Receio que esta revolta não seja organizada e apenas vá dar pretextos para os Estados reagirem com violência. Não no sentido de já haver vários partidos organizados, com planos traçados para agarrar o sistema nas suas mãos, mas no sentido de serem as pessoas, os trabalhadores a quererem se organizar, unindo-se numa mesma luta, para a tomar a seu cargo.No entanto continuo a achar que isto está a atingir umas proporções por todo o lado que ainda não ouvi comentar. Perante a revolta, por aqui, está tudo calado, a ver o que é que vai dar do outro lado do mundo. Abrir pressupostos de violência é arrasar com a democracia ao mais alto nível. Afinal quando os povos não reconhecem legitimidade às leis dos Estados - quem sabe absurdas e prejudiciais - as suas razões deviam ser ouvidas pelos governantes, pelo menos pelos que foram eleitos e estão nos cargos no cumprimento de um mandato.Ou já não há mandatos? Ou são todos "mandados" como dizem os jornalistas nos telejornais. Mandados de quem, ao serviço de que poderes e interesses? Isso é o que importa saber.

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