Covid-19 já destruiu milhões de empregos pelo mundo. E colocou milhões com salários subsidiados

04-04-2020
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O número de profissionais que estão a ficar sem emprego ou que estão a recorrer aos programas criados pelos governos para que tenham proteção até a crise passar está a aumentar um pouco por todo o mundo. Dos Estados Unidos da América a Espanha, há valores inéditos a serem alcançados, mostrando um efeito económico devastador da paralisação causada pela covid-19 – uma pandemia que já infetou mais de 1 milhão de pessoas.

O Financial Times faz esta sexta-feira um percurso por vários países ocidentais em que compila os dados relativos a emprego já conhecidos na sequência das medidas restritivas que os governos estão a impor.

Nos EUA, como ontem revelado, os números são impressionantes. Foram mais de 6,6 milhões de americanos a preencher os pedidos de subsídio de desemprego na semana passada, um número nunca antes visto. Tal como, na semana anterior, já se tinha registado um valor inédito: 3,3 milhões de americanos. Ao todo, em duas semanas, o Departamento do Trabalho americano registou uma forte procura por nova proteção contra o desemprego, num total em torno de 10 milhões de pessoas.

Segundo os dados do FT, a média semanal de novos pedidos de desemprego é de 350 mil, sendo que o pico semanal nunca superou os 700 mil desde 1967.

Um sinal para o mundo quando a informação vem daquela que é a maior economia do mundo. Mas o resto do mundo também já está a sentir os efeitos da covid-19, não só a nível de resposta sanitária como também económica.

Em Espanha, no mês de março, perderam-se 839 mil empregos. É o maior número de queda nos inscritos na Segurança Social como empregados, segundo os dados do Governo espanhol.

No país vizinho, há ainda, segundo o El País, um conjunto de 620 mil profissionais abrangidos pelo regime criado para a suspensão de postos de trabalho devido à pandemia (ERTE).

Em França, quatro milhões de funcionários estão sob o sistema criado pelo Governo para o trabalho temporário, segundo anunciou a ministra do Trabalho, Muriel Pénicaud. A própria governante pôs o número em perspetiva: “é o mesmo que dizer que um trabalhador em cada cinco existentes em França, em empresas ou em associações [do sector privado], está em trabalho parcial”, como cita o Le Figaro.

No Reino Unido, praticamente um milhão de pessoas conseguiu inscrever-se para receber o chamado “crédito universal”, um conjunto de esquemas de compensação do país, nas duas últimas semanas de março – que pode ser pedido por quem tem emprego, mas que perdeu rendimento. A BBC adianta que o Governo esperava um aumento de 100 mil inscrições neste período. É quase dez vezes mais. Este sistema, em outubro de 2019, contava com 2,6 milhões de beneficiários.

Ali bem perto, na Irlanda, foram cerca de 34 mil empresas as que pediram a adesão ao programa de subsídios ao pagamento de salários em menos de uma semana, segundo o FT.

A Organização Internacional do Trabalho já fez um estudo sobre o impacto causado pela pandemia e antecipa que a crise possa causar o desemprego de mais de 25 milhões de desempregados no cenário mais adverso (ou 5,3 milhões no cenário mais benigno).

E Portugal?

Em Portugal, ainda não há números de desempregados resultantes da recente crise. As estimativas mensais de emprego e desemprego relativas a março deste só serão publicados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) a 29 de abril.

Contudo, há um regime de lay-off simplificado criado e já há empresas que a ele vão aderir. Só a TAP será responsável por cerca de 9 mil trabalhadores (90% do quadro de pessoal) neste sistema.

Segundo o que disse António Costa na quarta-feira, havia já 3.600 empresas a pedir acesso ao lay-off simplificado, colocando um total de 76 mil trabalhadores sob este regime em que não recebem a totalidade do salário (em que uma parte é assegurada pelo Estado).

O Banco de Portugal fez já previsões e, com base no cenário base, a taxa de desemprego subirá dos 6,5% de 2019 para 10,1% este ano, devido aos efeitos da covid-19 no emprego. E a normalização não será imediata: em 2022, a projeção do banco central é de que 8% da população ativa estará desempregada.

O número de profissionais que estão a ficar sem emprego ou que estão a recorrer aos programas criados pelos governos para que tenham proteção até a crise passar está a aumentar um pouco por todo o mundo. Dos Estados Unidos da América a Espanha, há valores inéditos a serem alcançados, mostrando um efeito económico devastador da paralisação causada pela covid-19 – uma pandemia que já infetou mais de 1 milhão de pessoas.

O Financial Times faz esta sexta-feira um percurso por vários países ocidentais em que compila os dados relativos a emprego já conhecidos na sequência das medidas restritivas que os governos estão a impor.

Nos EUA, como ontem revelado, os números são impressionantes. Foram mais de 6,6 milhões de americanos a preencher os pedidos de subsídio de desemprego na semana passada, um número nunca antes visto. Tal como, na semana anterior, já se tinha registado um valor inédito: 3,3 milhões de americanos. Ao todo, em duas semanas, o Departamento do Trabalho americano registou uma forte procura por nova proteção contra o desemprego, num total em torno de 10 milhões de pessoas.

Segundo os dados do FT, a média semanal de novos pedidos de desemprego é de 350 mil, sendo que o pico semanal nunca superou os 700 mil desde 1967.

Um sinal para o mundo quando a informação vem daquela que é a maior economia do mundo. Mas o resto do mundo também já está a sentir os efeitos da covid-19, não só a nível de resposta sanitária como também económica.

Em Espanha, no mês de março, perderam-se 839 mil empregos. É o maior número de queda nos inscritos na Segurança Social como empregados, segundo os dados do Governo espanhol.

No país vizinho, há ainda, segundo o El País, um conjunto de 620 mil profissionais abrangidos pelo regime criado para a suspensão de postos de trabalho devido à pandemia (ERTE).

Em França, quatro milhões de funcionários estão sob o sistema criado pelo Governo para o trabalho temporário, segundo anunciou a ministra do Trabalho, Muriel Pénicaud. A própria governante pôs o número em perspetiva: “é o mesmo que dizer que um trabalhador em cada cinco existentes em França, em empresas ou em associações [do sector privado], está em trabalho parcial”, como cita o Le Figaro.

No Reino Unido, praticamente um milhão de pessoas conseguiu inscrever-se para receber o chamado “crédito universal”, um conjunto de esquemas de compensação do país, nas duas últimas semanas de março – que pode ser pedido por quem tem emprego, mas que perdeu rendimento. A BBC adianta que o Governo esperava um aumento de 100 mil inscrições neste período. É quase dez vezes mais. Este sistema, em outubro de 2019, contava com 2,6 milhões de beneficiários.

Ali bem perto, na Irlanda, foram cerca de 34 mil empresas as que pediram a adesão ao programa de subsídios ao pagamento de salários em menos de uma semana, segundo o FT.

A Organização Internacional do Trabalho já fez um estudo sobre o impacto causado pela pandemia e antecipa que a crise possa causar o desemprego de mais de 25 milhões de desempregados no cenário mais adverso (ou 5,3 milhões no cenário mais benigno).

E Portugal?

Em Portugal, ainda não há números de desempregados resultantes da recente crise. As estimativas mensais de emprego e desemprego relativas a março deste só serão publicados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) a 29 de abril.

Contudo, há um regime de lay-off simplificado criado e já há empresas que a ele vão aderir. Só a TAP será responsável por cerca de 9 mil trabalhadores (90% do quadro de pessoal) neste sistema.

Segundo o que disse António Costa na quarta-feira, havia já 3.600 empresas a pedir acesso ao lay-off simplificado, colocando um total de 76 mil trabalhadores sob este regime em que não recebem a totalidade do salário (em que uma parte é assegurada pelo Estado).

O Banco de Portugal fez já previsões e, com base no cenário base, a taxa de desemprego subirá dos 6,5% de 2019 para 10,1% este ano, devido aos efeitos da covid-19 no emprego. E a normalização não será imediata: em 2022, a projeção do banco central é de que 8% da população ativa estará desempregada.

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