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21-09-2020
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As crianças emigrantes ou descendentes de emigrantes no Reino Unido têm poucas ambições académicas devido às dificuldades de aprendizagem causadas pela barreira linguística. “Por não serem fluentes em inglês, são muitas vezes consideradas crianças com necessidades educativas especiais e portanto são colocadas em turmas mais difíceis”, refere a investigadora. Nestas turmas, os professores não se esforçam para que as crianças ultrapassem um nível mediano. Para Joana Moscoso, a comunidade científica no Reino Unido devia fazer alguma coisa. “Se há mais emigração de qualidade de portugueses, temos responsabilidade de fazer mais por essas crianças.”

Motivadas por um dos temas do Luso que tinham ajudado a organizar, relacionado com cooperação e desenvolvimento social, Joana Moscoso e Tatiana Correia, decidiram criar uma empresa. “O empreendedorismo social está muito na moda”, diz Joana Moscoso, simultaneamente cientista e fundadora de uma empresa Native Scientist. Percebendo o potencial de divulgar ciência em português, as duas jovens portuguesas decidiram replicar o Projeto Escolas. Contaram com o apoio da PARSUK e do Instituto Camões, que mantém uma rede de aulas extracurriculares de português, envolvendo 35 professores e quatro mil crianças.

Os concursos de empreendedorismo que ganharam deram-lhes “o que era preciso para o projeto levantar voo”. Com apenas um ano de vida, a Native Scientist já levou a ciência a mais de 300 alunos. As atividades são sobretudo em português, mas a comunidade de emigrantes espanhola e francesa também são alvos deste projeto de valorização escolar. O próximo passo é expandir as ações a outras áreas, porque, por enquanto, estão muito centradas em Londres. “Uma empresa social baseada no voluntariado não pode crescer muito rápido”, diz a empresária de 29 anos.

Atividades Native Scientist: Joana Moscoso trabalha com bactérias que causam doenças 4 fotos

De cada vez que vão às escolas, os cientistas têm 10 minutos para falar sobre a investigação que fazem a cada de grupo de quatro crianças. Oriundos de áreas diversificadas, incluindo as engenharias, os cientistas dão a conhecer as aplicações da ciência em português. “É muito gratificante porque estamos a dar a portugueses”, disse uma das cientistas voluntárias neste projeto. “A altura em que se vêm os cientistas mais contentes é quando fazem comunicação de ciência”, contou outra. Para as crianças a experiência também é positiva. “Alguns dizem que é a aula mais divertida que já tiveram”, conta Joana Moscoso, que além de cofundadora da empresa também fala de microbiologia às crianças.

Desde os 12 anos que tinha a certeza que queria ser microbióloga. A partir daí foi motivada pela vontade de viajar. “Não vim para fora por necessidade, mas porque fazia parte de um plano”, diz Joana Moscoso. “Pensava em educar-me cientificamente lá fora, para depois implementar os conhecimentos em Portugal.” Da licenciatura na Universidade do Porto ao projeto de final de curso na Suécia, do mestrado na Austrália ao doutoramento em Inglaterra. Agora, com o primeiro ano de pós-doutoramento concluído precisa de modificar alguma coisa na vida. “Gosto de mudar, a mudança dá-me energia”, conta Joana Moscoso, apesar de adorar a cidade onde vive. “Uma pessoa vicia-se em viajar. O ideal era ter uma base em Portugal e poder viajar por outros sítios.”

Cambridge é a Disney World dos investigadores

Sem descartar a possibilidade de viajar para outros locais, Tiago Brandão Rodrigues aproveita o melhor que pode o tempo que tem passado em Inglaterra. “Cambridge é ótima para se viver e muito apelativa para os investigadores.” Para o investigador, Cambridge está para os cientistas como a Walt Disney World (um parque temático da Disney) está para as crianças.

Cambridge é uma cidade muito diferente daquelas onde já tinha feito investigação – Dallas, nos Estados Unidos, ou Madrid, em Espanha. “Tinha tido toda a minha experiência em investigação científica em grandes cidades, onde a ciência não é o mais importante, mas em Cambridge tudo gira à volta da universidade”, refere ao Observador o investigador de 37 anos.

As crianças emigrantes ou descendentes de emigrantes no Reino Unido têm poucas ambições académicas devido às dificuldades de aprendizagem causadas pela barreira linguística. “Por não serem fluentes em inglês, são muitas vezes consideradas crianças com necessidades educativas especiais e portanto são colocadas em turmas mais difíceis”, refere a investigadora. Nestas turmas, os professores não se esforçam para que as crianças ultrapassem um nível mediano. Para Joana Moscoso, a comunidade científica no Reino Unido devia fazer alguma coisa. “Se há mais emigração de qualidade de portugueses, temos responsabilidade de fazer mais por essas crianças.”

Motivadas por um dos temas do Luso que tinham ajudado a organizar, relacionado com cooperação e desenvolvimento social, Joana Moscoso e Tatiana Correia, decidiram criar uma empresa. “O empreendedorismo social está muito na moda”, diz Joana Moscoso, simultaneamente cientista e fundadora de uma empresa Native Scientist. Percebendo o potencial de divulgar ciência em português, as duas jovens portuguesas decidiram replicar o Projeto Escolas. Contaram com o apoio da PARSUK e do Instituto Camões, que mantém uma rede de aulas extracurriculares de português, envolvendo 35 professores e quatro mil crianças.

Os concursos de empreendedorismo que ganharam deram-lhes “o que era preciso para o projeto levantar voo”. Com apenas um ano de vida, a Native Scientist já levou a ciência a mais de 300 alunos. As atividades são sobretudo em português, mas a comunidade de emigrantes espanhola e francesa também são alvos deste projeto de valorização escolar. O próximo passo é expandir as ações a outras áreas, porque, por enquanto, estão muito centradas em Londres. “Uma empresa social baseada no voluntariado não pode crescer muito rápido”, diz a empresária de 29 anos.

Atividades Native Scientist: Joana Moscoso trabalha com bactérias que causam doenças 4 fotos

De cada vez que vão às escolas, os cientistas têm 10 minutos para falar sobre a investigação que fazem a cada de grupo de quatro crianças. Oriundos de áreas diversificadas, incluindo as engenharias, os cientistas dão a conhecer as aplicações da ciência em português. “É muito gratificante porque estamos a dar a portugueses”, disse uma das cientistas voluntárias neste projeto. “A altura em que se vêm os cientistas mais contentes é quando fazem comunicação de ciência”, contou outra. Para as crianças a experiência também é positiva. “Alguns dizem que é a aula mais divertida que já tiveram”, conta Joana Moscoso, que além de cofundadora da empresa também fala de microbiologia às crianças.

Desde os 12 anos que tinha a certeza que queria ser microbióloga. A partir daí foi motivada pela vontade de viajar. “Não vim para fora por necessidade, mas porque fazia parte de um plano”, diz Joana Moscoso. “Pensava em educar-me cientificamente lá fora, para depois implementar os conhecimentos em Portugal.” Da licenciatura na Universidade do Porto ao projeto de final de curso na Suécia, do mestrado na Austrália ao doutoramento em Inglaterra. Agora, com o primeiro ano de pós-doutoramento concluído precisa de modificar alguma coisa na vida. “Gosto de mudar, a mudança dá-me energia”, conta Joana Moscoso, apesar de adorar a cidade onde vive. “Uma pessoa vicia-se em viajar. O ideal era ter uma base em Portugal e poder viajar por outros sítios.”

Cambridge é a Disney World dos investigadores

Sem descartar a possibilidade de viajar para outros locais, Tiago Brandão Rodrigues aproveita o melhor que pode o tempo que tem passado em Inglaterra. “Cambridge é ótima para se viver e muito apelativa para os investigadores.” Para o investigador, Cambridge está para os cientistas como a Walt Disney World (um parque temático da Disney) está para as crianças.

Cambridge é uma cidade muito diferente daquelas onde já tinha feito investigação – Dallas, nos Estados Unidos, ou Madrid, em Espanha. “Tinha tido toda a minha experiência em investigação científica em grandes cidades, onde a ciência não é o mais importante, mas em Cambridge tudo gira à volta da universidade”, refere ao Observador o investigador de 37 anos.

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