Covid-19. Picada no dedo, colheitas de sangue e zaragatoas: como vão ser feitos os testes serológicos da Universidade do Porto

21-06-2020
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A primeira pesquisa é a menos intrusiva de todas. Consiste num “teste rápido”, uma picada no dedo habitualmente associada à medição da glicose no sangue. Esse teste permitirá perceber se a pessoa já produziu anticorpos específicos para o vírus, e, no caso de resposta afirmativa, se a infeção é recente ou antiga. Àqueles cujo resultado tenha confirmado uma infeção recente, vai ser feito um teste de despiste com zaragatoa, por forma a perceber se ainda se mantém.

Mas, para alguma pessoas, a este teste poderão seguir-se outros, porque “nem mesmo o melhor método disponível neste momento é infalível”, assegura Henrique Barros, presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, durante a apresentação do projeto de testes serológicos da universidade, na presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

A par de um inquérito sobre uma possível “história de contactos de risco”, será pedida uma recolha de sangue a uma amostra voluntária de pessoas que já tenham realizado o “teste rápido”, por forma a controlar a viabilidade dos primeiros através de técnicas mais sofisticadas.

Ideia dos passaportes imunitários "é uma idiotice"

Numa primeira medição, a começar em maio, “espera-se um valor relativamente baixo de casos, uma vez que muita gente esteve confinada e em teletrabalho”, confirma Henrique Barros. Contudo, uma segunda avaliação em outubro e novembro irá mostrar o comportamento da doença na comunidade académica e, mais do que protegê-la, “dar à sociedade portuguesa uma dimensão muito exata da dinâmica da infeção”, principalmente depois da retoma, ainda que lenta, da normalidade.

rui duarte silva

Não poderemos, no entanto, para o médico epidemiologista especialista em saúde pública, associar os testes existentes à ideia de “passaporte imunitário”. “É uma idiotice e não tem seriedade nenhuma porque dá uma ideia de segurança que ninguém pode garantir”, assume, perante alguma preocupação dos ministros com um possível relaxamento das medidas de prevenção pela falsa sensação de imunidade.

Ana Abrunhosa realçou a importância de encarar o despiste serológico “como complementares aos restantes testes”, apesar de, na sua visão de economista, os considerar uma peça fundamental “na retoma da atividade económica". “Uma experiência inédita” no âmbito puramente académico, destaca o ministro Manuel Heitor, importante para a Universidade e que espera no futuro poder ser replicada por outras instituições.

O despiste serológico será feito a todos os trabalhadores e estudantes que regressem presencialmente à universidade, em regime voluntário, mas para o qual se espera uma “adesão larguíssima”. Como o reitor António de Sousa Pereira já havia assegurado ao Expresso, a universidade retomará já no princípio de maio algumas das suas atividades.

A primeira pesquisa é a menos intrusiva de todas. Consiste num “teste rápido”, uma picada no dedo habitualmente associada à medição da glicose no sangue. Esse teste permitirá perceber se a pessoa já produziu anticorpos específicos para o vírus, e, no caso de resposta afirmativa, se a infeção é recente ou antiga. Àqueles cujo resultado tenha confirmado uma infeção recente, vai ser feito um teste de despiste com zaragatoa, por forma a perceber se ainda se mantém.

Mas, para alguma pessoas, a este teste poderão seguir-se outros, porque “nem mesmo o melhor método disponível neste momento é infalível”, assegura Henrique Barros, presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, durante a apresentação do projeto de testes serológicos da universidade, na presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

A par de um inquérito sobre uma possível “história de contactos de risco”, será pedida uma recolha de sangue a uma amostra voluntária de pessoas que já tenham realizado o “teste rápido”, por forma a controlar a viabilidade dos primeiros através de técnicas mais sofisticadas.

Ideia dos passaportes imunitários "é uma idiotice"

Numa primeira medição, a começar em maio, “espera-se um valor relativamente baixo de casos, uma vez que muita gente esteve confinada e em teletrabalho”, confirma Henrique Barros. Contudo, uma segunda avaliação em outubro e novembro irá mostrar o comportamento da doença na comunidade académica e, mais do que protegê-la, “dar à sociedade portuguesa uma dimensão muito exata da dinâmica da infeção”, principalmente depois da retoma, ainda que lenta, da normalidade.

rui duarte silva

Não poderemos, no entanto, para o médico epidemiologista especialista em saúde pública, associar os testes existentes à ideia de “passaporte imunitário”. “É uma idiotice e não tem seriedade nenhuma porque dá uma ideia de segurança que ninguém pode garantir”, assume, perante alguma preocupação dos ministros com um possível relaxamento das medidas de prevenção pela falsa sensação de imunidade.

Ana Abrunhosa realçou a importância de encarar o despiste serológico “como complementares aos restantes testes”, apesar de, na sua visão de economista, os considerar uma peça fundamental “na retoma da atividade económica". “Uma experiência inédita” no âmbito puramente académico, destaca o ministro Manuel Heitor, importante para a Universidade e que espera no futuro poder ser replicada por outras instituições.

O despiste serológico será feito a todos os trabalhadores e estudantes que regressem presencialmente à universidade, em regime voluntário, mas para o qual se espera uma “adesão larguíssima”. Como o reitor António de Sousa Pereira já havia assegurado ao Expresso, a universidade retomará já no princípio de maio algumas das suas atividades.

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