Reações. As críticas e avisos ao novo Governo

05-12-2019
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Minutos depois de serem conhecidos os nomes dos 19 ministros que vão fazer parte do próximo Governo, foram vários os sindicatos, confederações e associações que começaram a lançar as primeiras críticas. Os ministros da Saúde, Educação, Justiça e Administração Interna são os alvos do maior número de farpas dos sindicatos.

E tendo em conta que do elenco de 19 governantes 14 estavam no anterior executivo e foram reconduzidos nas suas pastas, os sindicatos e associações não perderam tempo e aproveitaram para lembrar as medidas que têm vindo a reclamar e que ainda não foram aplicadas.

Médicos e enfermeiros contra Marta Temido

No geral, os médicos, os enfermeiros e os técnicos de diagnóstico lamentam a recondução de Marta Temido como ministra da Saúde. O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considera que a decisão em manter a ministra revela que António Costa “não está a saber aproveitar a nova oportunidade que os portugueses lhe deram” frisando que Marta Temido “nada fez de significativo” pela saúde.

Também a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) diz esperar que a ministra – que tomou posse há um ano no anterior Governo para substituir Adalberto Campos Fernandes – tenha “mais poderes” para “negociar” várias medidas para os médicos.

Uma “grelha salarial condigna, uma dedicação exclusiva opcional” e uma “gestão democrática nos hospitais e centros de saúde” são algumas das exigências, diz o presidente João Proença.

Já o Sindicato Independente dos Médicos saúda Marta Temido pela recondução não deixando de avisar que é necessário “fortalecer e salvar” o SNS, lembrando que o “desinvestimento na última década está a conduzi-lo para um perigosíssimo beco sem saída”.

Do lado dos enfermeiros, Guadalupe Simões, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, diz que a expectativa está, agora, no Orçamento do Estado para 2020 e sublinha que “não há SNS sem a melhoria das carreiras profissionais”.

Preocupações que são também levantadas pelo Sindicato dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica que salientam que “são públicos e notórios os problemas que estão a existir de falta de recursos humanos, de falta de meios e de falta de investimento”.

Brandão Rodrigues alvo de fortes críticas

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, é o alvo das críticas mais duras. Apesar de ser o primeiro governante da pasta da Educação a cumprir o mandato de quatro anos e a ser reconduzido, não foi com ânimo que os professores ficaram a saber que Brandão Rodrigues se vai manter no cargo. O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, não perdeu tempo para dizer que a continuação do ministro é “uma afronta e uma provocação” aos professores recusando reconhecer “méritos” para a sua recondução. Para a Federação Nacional da Educação (FNE) a continuidade do ministro “era bastante expectável” e João Dias da Silva vê a “vantagem de conhecer os dossiers que estão por resolver”. Já as escolas salientam que o importante, agora, é conhecer quem são os secretários de Estado lembrando que eram eles “a alma” do Ministério da Educação.

Manuel Heitor divide setor

A recondução de Manuel Heitor aos comandos do Ensino Superior e da Ciência gerou alguma surpresa. O i sabe que o ministro tinha manifestado vontade de não continuar no próximo Governo. E para os professores do Ensino Superior a recondução de Manuel Heitor provoca uma “desilusão para milhares de pessoas”. Para o presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), Gonçalo Velho, o ministro representa a “continuidade de um conjunto de problemas que vêm do passado” e, por isso, “não são esperadas grandes mudanças”.

A mesma opinião não tem o Conselho de Reitores que ficou agradado com a recondução de Manuel Heitor por ter uma “postura de diálogo” e conhecer “os problemas e as soluções” para o setor. Também o Conselho Coordenador dos Politécnicos diz estar “satisfeito” com a continuação de Manuel Heitor no cargo, não deixando de avisar que no Ensino Superior há o “desafio claro” do “aumento efetivo” das verbas do Orçamento do Estado para o setor.

Van dunem gera surpresa

Também a recondução de Francisca van Dunem na pasta da Justiça gera surpresa. No entanto, os vários sindicatos do setor dizem ter disponibilidade e abertura para continuar a dialogar com a ministra. Apenas o Sindicato dos Registos e Notariado se diz descontente e vê com “muita preocupação” a recondução da governante. Para o presidente da estrutura sindical, Arménio Maximino, van Dunem não teve a “sensibilidade adequada” para resolver os problemas dos registos e notários.

Mas tanto os juízes, como os funcionários judiciais e os magistrados do Ministério Público dizem que a recondução da ministra foi a “melhor opção” e dizem que “não têm qualquer problema em trabalhar” com a governante nas reformas do setor.

PSP cobra promessas de Cabrita

Assim que foi anunciada a recondução de Eduardo Cabrita como ministro da Administração Interna, a PSP disse que o governante pode “começar imediatamente a resolver aquilo que foi prometido”. O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, frisou ainda que a continuidade do ministro vem “beneficiar aquilo que é a ação do Governo” porque Cabrita “já conhece os problemas da polícia” ficando “sem argumentos” para adiar as promessas.

Os bombeiros “aprovam” a recondução do ministro com o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, a considerar que Eduardo Cabrita tem “o perfil adequado” para o setor tendo uma postura de “diálogo aberto e franco”.

Patrões satisfeitos com Siza Vieira

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, não só foi reconduzido na pasta como ganhou mais poder. Além de ter sido promovido a ministro de Estado, Siza Vieira passou a ser o número dois do executivo, substituindo Santos Silva. Uma promoção que foi elogiada tanto pelo presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes, como pelo presidente da Confederação Empresarial (CIP), António Saraiva. Para os patrões, a subida de Siza Vieira revela um “sinal positivo” e uma “maior aposta na Economia e menos no Orçamento”.

Minutos depois de serem conhecidos os nomes dos 19 ministros que vão fazer parte do próximo Governo, foram vários os sindicatos, confederações e associações que começaram a lançar as primeiras críticas. Os ministros da Saúde, Educação, Justiça e Administração Interna são os alvos do maior número de farpas dos sindicatos.

E tendo em conta que do elenco de 19 governantes 14 estavam no anterior executivo e foram reconduzidos nas suas pastas, os sindicatos e associações não perderam tempo e aproveitaram para lembrar as medidas que têm vindo a reclamar e que ainda não foram aplicadas.

Médicos e enfermeiros contra Marta Temido

No geral, os médicos, os enfermeiros e os técnicos de diagnóstico lamentam a recondução de Marta Temido como ministra da Saúde. O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considera que a decisão em manter a ministra revela que António Costa “não está a saber aproveitar a nova oportunidade que os portugueses lhe deram” frisando que Marta Temido “nada fez de significativo” pela saúde.

Também a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) diz esperar que a ministra – que tomou posse há um ano no anterior Governo para substituir Adalberto Campos Fernandes – tenha “mais poderes” para “negociar” várias medidas para os médicos.

Uma “grelha salarial condigna, uma dedicação exclusiva opcional” e uma “gestão democrática nos hospitais e centros de saúde” são algumas das exigências, diz o presidente João Proença.

Já o Sindicato Independente dos Médicos saúda Marta Temido pela recondução não deixando de avisar que é necessário “fortalecer e salvar” o SNS, lembrando que o “desinvestimento na última década está a conduzi-lo para um perigosíssimo beco sem saída”.

Do lado dos enfermeiros, Guadalupe Simões, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, diz que a expectativa está, agora, no Orçamento do Estado para 2020 e sublinha que “não há SNS sem a melhoria das carreiras profissionais”.

Preocupações que são também levantadas pelo Sindicato dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica que salientam que “são públicos e notórios os problemas que estão a existir de falta de recursos humanos, de falta de meios e de falta de investimento”.

Brandão Rodrigues alvo de fortes críticas

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, é o alvo das críticas mais duras. Apesar de ser o primeiro governante da pasta da Educação a cumprir o mandato de quatro anos e a ser reconduzido, não foi com ânimo que os professores ficaram a saber que Brandão Rodrigues se vai manter no cargo. O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, não perdeu tempo para dizer que a continuação do ministro é “uma afronta e uma provocação” aos professores recusando reconhecer “méritos” para a sua recondução. Para a Federação Nacional da Educação (FNE) a continuidade do ministro “era bastante expectável” e João Dias da Silva vê a “vantagem de conhecer os dossiers que estão por resolver”. Já as escolas salientam que o importante, agora, é conhecer quem são os secretários de Estado lembrando que eram eles “a alma” do Ministério da Educação.

Manuel Heitor divide setor

A recondução de Manuel Heitor aos comandos do Ensino Superior e da Ciência gerou alguma surpresa. O i sabe que o ministro tinha manifestado vontade de não continuar no próximo Governo. E para os professores do Ensino Superior a recondução de Manuel Heitor provoca uma “desilusão para milhares de pessoas”. Para o presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), Gonçalo Velho, o ministro representa a “continuidade de um conjunto de problemas que vêm do passado” e, por isso, “não são esperadas grandes mudanças”.

A mesma opinião não tem o Conselho de Reitores que ficou agradado com a recondução de Manuel Heitor por ter uma “postura de diálogo” e conhecer “os problemas e as soluções” para o setor. Também o Conselho Coordenador dos Politécnicos diz estar “satisfeito” com a continuação de Manuel Heitor no cargo, não deixando de avisar que no Ensino Superior há o “desafio claro” do “aumento efetivo” das verbas do Orçamento do Estado para o setor.

Van dunem gera surpresa

Também a recondução de Francisca van Dunem na pasta da Justiça gera surpresa. No entanto, os vários sindicatos do setor dizem ter disponibilidade e abertura para continuar a dialogar com a ministra. Apenas o Sindicato dos Registos e Notariado se diz descontente e vê com “muita preocupação” a recondução da governante. Para o presidente da estrutura sindical, Arménio Maximino, van Dunem não teve a “sensibilidade adequada” para resolver os problemas dos registos e notários.

Mas tanto os juízes, como os funcionários judiciais e os magistrados do Ministério Público dizem que a recondução da ministra foi a “melhor opção” e dizem que “não têm qualquer problema em trabalhar” com a governante nas reformas do setor.

PSP cobra promessas de Cabrita

Assim que foi anunciada a recondução de Eduardo Cabrita como ministro da Administração Interna, a PSP disse que o governante pode “começar imediatamente a resolver aquilo que foi prometido”. O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, frisou ainda que a continuidade do ministro vem “beneficiar aquilo que é a ação do Governo” porque Cabrita “já conhece os problemas da polícia” ficando “sem argumentos” para adiar as promessas.

Os bombeiros “aprovam” a recondução do ministro com o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, a considerar que Eduardo Cabrita tem “o perfil adequado” para o setor tendo uma postura de “diálogo aberto e franco”.

Patrões satisfeitos com Siza Vieira

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, não só foi reconduzido na pasta como ganhou mais poder. Além de ter sido promovido a ministro de Estado, Siza Vieira passou a ser o número dois do executivo, substituindo Santos Silva. Uma promoção que foi elogiada tanto pelo presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes, como pelo presidente da Confederação Empresarial (CIP), António Saraiva. Para os patrões, a subida de Siza Vieira revela um “sinal positivo” e uma “maior aposta na Economia e menos no Orçamento”.

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