O Pafúncio

24-06-2020
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Imagem KaóticaÉ extraordinário como mesmo as medidas do governo que supostamente servem para beneficiar a populaça, se revelam falaciosas. É o caso do passe escolar 4_18@escola.tp, o tal que concede um desconto de 50% a alunos da escola pública e das escolas privadas que o requererem.Quando estive na secretaria da escola a pagar os 15 euros ilegais para “emolumentos e cartão magnético” a que a escola me obrigou, reparei que outros pais solicitavam o papel para requerer este benefício. Trouxe comigo o papel devidamente carimbado e hoje dirigi-me ao balcão com os impressos preenchidos para requisitar o cartão (vai ter o passe pela primeira vez). O tal do passe, que na Vimeca ao que parece corresponde ao selo 12…, custa cerca de 26 euros. Com o desconto de 50% fica em cerca de 13 euros. Mas a meio da conversa fui sabendo que existe outro passe, normal, o 1…, que serve perfeitamente para o percurso que a minha filha terá que fazer para a escola. Este passe custa cerca de 11 euros na totalidade! Mas o mais incrível é que neste caso não se pode requerer passe de estudante, com 50% de desconto. Não sei se na Carris também é assim, mas na Vimeca pode não compensar usufruir do tal desconto para estudantes, a não ser se quiser dar ao seu filho a nova oportunidade de viajar por todo o concelho!Ou seja, sai mais caro o tipo de passe que oferece este desconto, do que um passe, embora menos abrangente, que cumpriria perfeitamente a sua função de transportar o aluno à escola em questão.Resultado, vim para casa meditar e conversar com outras pessoas sobre o assunto, não fosse eu estar a ver mal a coisa. Os passes que o governo destina aos estudantes são para ir para a escola ou são para os alunos se passearem por toda a Lisboa e arredores? Assim como assim se os alunos faltarem às aulas para gozarem o passe lá estarão os professores para lhes fazer as benditas provas de recuperação, quando atingirem o limite de faltas, para as corrigirem e para voltarem a fazer mais se aquelas correrem mal… até passarem e atestarem que essa parte da matéria, a que não assistiram por se terem baldado ou por terem estado realmente doentes, está sabida! (consultar novo Estatuto do Aluno - Lei nº. 3/2008).Assim legislam os sabidos que hoje destroem os alicerces da escola pública enquanto aliciam e iludem o povo com falsos benefícios e compensações: descontos que parecem descontos mas que afinal saem mais caros do que sairia normalmente o passe se não existisse o desconto; possibilidades de sucesso a alunos que faltaram a partes da matéria que ninguém lhes chega alguma vez a ensinar, mas que os professores terão que atestar e avaliar até passarem. Como pode eticamente um professor atestar matérias a que o aluno não assistiu? Não devem os professores se recusar a cumprir esta insensata ordem? Então um professor sabe em consciência que o aluno faltou àquelas aulas, que não esteve presente quando deu aquela matéria, e acede em fazer um teste sobre essa matéria, para atestar os conhecimentos do aluno? Estarão a contar com os explicadores que, apud Valter Lemos todas (!) as crianças portuguesas hoje têm?E como pode um ministro vir para os media alardoar descontos e benefícios e não haver quem tenha voz para lhe provar por a+b que o desconto que apregoa aos quatro ventos não passa de pura demagogia própria de vendedores da banha da cobra? Por que não reagem os pais e os professores em conjunto a estas trapaças? E os jornalistas e os cidadãos em geral? Porque não escrevem para todo o lado a desmentir a conversa e as leis destes dirigentes fajutos? Que rolha tapará agora a nossa garganta?


Imagem KaóticaÉ extraordinário como mesmo as medidas do governo que supostamente servem para beneficiar a populaça, se revelam falaciosas. É o caso do passe escolar 4_18@escola.tp, o tal que concede um desconto de 50% a alunos da escola pública e das escolas privadas que o requererem.Quando estive na secretaria da escola a pagar os 15 euros ilegais para “emolumentos e cartão magnético” a que a escola me obrigou, reparei que outros pais solicitavam o papel para requerer este benefício. Trouxe comigo o papel devidamente carimbado e hoje dirigi-me ao balcão com os impressos preenchidos para requisitar o cartão (vai ter o passe pela primeira vez). O tal do passe, que na Vimeca ao que parece corresponde ao selo 12…, custa cerca de 26 euros. Com o desconto de 50% fica em cerca de 13 euros. Mas a meio da conversa fui sabendo que existe outro passe, normal, o 1…, que serve perfeitamente para o percurso que a minha filha terá que fazer para a escola. Este passe custa cerca de 11 euros na totalidade! Mas o mais incrível é que neste caso não se pode requerer passe de estudante, com 50% de desconto. Não sei se na Carris também é assim, mas na Vimeca pode não compensar usufruir do tal desconto para estudantes, a não ser se quiser dar ao seu filho a nova oportunidade de viajar por todo o concelho!Ou seja, sai mais caro o tipo de passe que oferece este desconto, do que um passe, embora menos abrangente, que cumpriria perfeitamente a sua função de transportar o aluno à escola em questão.Resultado, vim para casa meditar e conversar com outras pessoas sobre o assunto, não fosse eu estar a ver mal a coisa. Os passes que o governo destina aos estudantes são para ir para a escola ou são para os alunos se passearem por toda a Lisboa e arredores? Assim como assim se os alunos faltarem às aulas para gozarem o passe lá estarão os professores para lhes fazer as benditas provas de recuperação, quando atingirem o limite de faltas, para as corrigirem e para voltarem a fazer mais se aquelas correrem mal… até passarem e atestarem que essa parte da matéria, a que não assistiram por se terem baldado ou por terem estado realmente doentes, está sabida! (consultar novo Estatuto do Aluno - Lei nº. 3/2008).Assim legislam os sabidos que hoje destroem os alicerces da escola pública enquanto aliciam e iludem o povo com falsos benefícios e compensações: descontos que parecem descontos mas que afinal saem mais caros do que sairia normalmente o passe se não existisse o desconto; possibilidades de sucesso a alunos que faltaram a partes da matéria que ninguém lhes chega alguma vez a ensinar, mas que os professores terão que atestar e avaliar até passarem. Como pode eticamente um professor atestar matérias a que o aluno não assistiu? Não devem os professores se recusar a cumprir esta insensata ordem? Então um professor sabe em consciência que o aluno faltou àquelas aulas, que não esteve presente quando deu aquela matéria, e acede em fazer um teste sobre essa matéria, para atestar os conhecimentos do aluno? Estarão a contar com os explicadores que, apud Valter Lemos todas (!) as crianças portuguesas hoje têm?E como pode um ministro vir para os media alardoar descontos e benefícios e não haver quem tenha voz para lhe provar por a+b que o desconto que apregoa aos quatro ventos não passa de pura demagogia própria de vendedores da banha da cobra? Por que não reagem os pais e os professores em conjunto a estas trapaças? E os jornalistas e os cidadãos em geral? Porque não escrevem para todo o lado a desmentir a conversa e as leis destes dirigentes fajutos? Que rolha tapará agora a nossa garganta?

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