Na Grande Maçã, no Penico, na Área 51, na terra do Marco e pelos ares

08-12-2019
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Caetano subiu ao palco com apenas 15 minutos de atraso. Cabelo curtíssimo.
Camisa branca. Na estreia da tournée europeia, Coliseu cheio para o
ouvir. Público ecléctico: muita gente muito nova, adolescentes, gente da minha
idade, gente mais velha, gente de todas as idades. Cantou quase todas as canções do Abraçaço.
Do alinhamento constaram as mais antigas Coração
vagabundo e Eclipse oculto. Parco
em palavras mas com gestos de muito carinho e interacção com o público.
Perguntou se alguém festejava o aniversário e dedicou  Parabéns
(“Tudo mega bom/ giga bom/ tera bom”), “a todos os que não falaram verdade
mas principalmente aqueles que falaram verdade”. Desceu duas vezes do palco e o
público correu para mais perto. As palavras são desnecessárias quando os
gestos, as acções e teatralidade são tudo. Deitou-se no chão e ainda em Homem ousou dizer, o que todos pensam
mas têm medo de falar: “Não tenho inveja da adiposidade/nem da menstruação/ só
tenho inveja da longevidade/ e dos orgasmos múltiplos”. Caetano mostrou, também,
que tem swing e que dança bem. De noite
na cama foi quando Caetano desapertou a camisa e ameaçou tirá-la. Um dos
momentos mais bonitos da noite, que deixou muita gente com o queixo na mão foi Estou triste: “Eu me sinto vazio e ainda
assim farto/Estou triste, tão triste/ E o lugar mais frio do Rio é o meu quarto
(...) Por que será que existe o que quer que seja/ O meu lábio não diz/ O meu
gesto não faz”. Esta música tão difícil em termos vocais, mostra que a idade
para Caetano é apenas um bálsamo. E para os que falam mal da Coca-Cola e dos
seus malefícios aqui têm um bom exemplo: Caetano é viciado nesta bebida! De
salientar que a idade só o beneficia, está cada vez mais grisalho e charmoso.  Terminou com Reconvexo, a minha preferida. Escrita
propositadamente para Maria Bethânia e que cita Andy Warhol e Dona Canô, muito
aplaudida nesta parte. No primeiro encore as músicas foram: Nine out of ten, o tão esperado
Leãozinho, e Luz de Tieta. As luzes
acenderam e muitos sairam mas os mais insistentes e resistentes ficaram e Caetano
voltou. De braços abertos repetiu a dose. Já com quase todo o público, o mais
próximo possível do palco, Caetano terminou com Força estranha em uníssono. Caetano,
aos 71, mostra que antiguidade é posto e que teve Lisboa aos pés.

Caetano subiu ao palco com apenas 15 minutos de atraso. Cabelo curtíssimo.
Camisa branca. Na estreia da tournée europeia, Coliseu cheio para o
ouvir. Público ecléctico: muita gente muito nova, adolescentes, gente da minha
idade, gente mais velha, gente de todas as idades. Cantou quase todas as canções do Abraçaço.
Do alinhamento constaram as mais antigas Coração
vagabundo e Eclipse oculto. Parco
em palavras mas com gestos de muito carinho e interacção com o público.
Perguntou se alguém festejava o aniversário e dedicou  Parabéns
(“Tudo mega bom/ giga bom/ tera bom”), “a todos os que não falaram verdade
mas principalmente aqueles que falaram verdade”. Desceu duas vezes do palco e o
público correu para mais perto. As palavras são desnecessárias quando os
gestos, as acções e teatralidade são tudo. Deitou-se no chão e ainda em Homem ousou dizer, o que todos pensam
mas têm medo de falar: “Não tenho inveja da adiposidade/nem da menstruação/ só
tenho inveja da longevidade/ e dos orgasmos múltiplos”. Caetano mostrou, também,
que tem swing e que dança bem. De noite
na cama foi quando Caetano desapertou a camisa e ameaçou tirá-la. Um dos
momentos mais bonitos da noite, que deixou muita gente com o queixo na mão foi Estou triste: “Eu me sinto vazio e ainda
assim farto/Estou triste, tão triste/ E o lugar mais frio do Rio é o meu quarto
(...) Por que será que existe o que quer que seja/ O meu lábio não diz/ O meu
gesto não faz”. Esta música tão difícil em termos vocais, mostra que a idade
para Caetano é apenas um bálsamo. E para os que falam mal da Coca-Cola e dos
seus malefícios aqui têm um bom exemplo: Caetano é viciado nesta bebida! De
salientar que a idade só o beneficia, está cada vez mais grisalho e charmoso.  Terminou com Reconvexo, a minha preferida. Escrita
propositadamente para Maria Bethânia e que cita Andy Warhol e Dona Canô, muito
aplaudida nesta parte. No primeiro encore as músicas foram: Nine out of ten, o tão esperado
Leãozinho, e Luz de Tieta. As luzes
acenderam e muitos sairam mas os mais insistentes e resistentes ficaram e Caetano
voltou. De braços abertos repetiu a dose. Já com quase todo o público, o mais
próximo possível do palco, Caetano terminou com Força estranha em uníssono. Caetano,
aos 71, mostra que antiguidade é posto e que teve Lisboa aos pés.

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