estado de Barrancos: António Tereno critíca ministra da cultura e diz que “perdeu a oportunidade de ser respeitada por todos, (..) tomou partido pela intolerância”

04-12-2019
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Na sequência das
declarações polémicas da ministra da Cultura, Graça Fonseca, que referiu
que a “Tauromaquia não é uma questão de gosto, mas de civilização”, continuam a aparecer reações de vários quadrantes.

Chega-nos
agora a reação do ex-Presidente da Câmara Municipal de Barrancos, António
Tereno, que através de uma carta aberta comenta as palavras proferidas pela
Ministra da Cultura.

Uma
mensagem - Carta Aberta - que passamos a transcrever na íntegra:

“Sou um homem da cultura, até pela
minha formação académica (História), tive uma “breve” incursão na política
local autárquica (24 anos), período em que senti momentos da maior
intolerância. Foi durante a chamada “polémica de Barrancos”, em que umas organizações
e uns senhores ditos anti-taurinos, melhor como bem o disse na altura o
jornalista Miguel Sousa Tavares num dos seus brilhantes escritos, apenas uns
“urbano-depressivos”, tentaram impôr a toda uma população os seus padrões ditos
civilizacionais visando proibir a secular tradição dos toiros de morte na minha
terra, população essa que só estava a defender os seus valores e a sua
identidade cultural, na qual se incluía a sua tradição taurina que a vivia
desde tempos imemoriais.

Foram
tempos difíceis, em que depois de muitas lutas, a vontade dos Barranquenhos e
dos muitos amigos aficionados e não aficionados que eram contra todo o tipo de
discriminações, venceu e imperou a sensatez, e foi consagrado na Lei um direito
que já era nosso.

Hoje
não posso acreditar que a mesma intolerância venha de novo assombrar-nos, e
pasme-se desta vez pela boca de uma ministra dita da Cultura. Não posso
acreditar que um Governo que deve ser da Nação, de todos os portugueses, tenha
no seu seio um elemento que se permite de forma leviana, ou não, se calhar de
forma intencional ofender e atacar um direito que os outros que também são
portugueses, neste caso nós, possamos gostar de toiros e da tauromaquia no seu
todo.

Permito-me
citar Victorino Martin, um senhor, Presidente da Fundación Toro de Lidia que
disse “Todos tenemos un pasado, pero cuando uno representa un cargo público, la
cultura está por encima de los gustos personales”.

Alguma
vez nós fomos intolerantes, ou atacámos quem não tem as nossas ideias ou os
nossos gostos?

Nunca,
sempre respeitámos as diferenças de cada um, porque é na diversidade que reside
a riqueza cultural deste nosso País.

A
dita senhora ministra perdeu a oportunidade de ser respeitada por todos,
taurinos ou não, tomou partido pela intolerância, assim sendo não tem condições
para estar nesse cargo que obviamente nunca deveria ter ocupado, pelo que se
tiver decência demita-se já!

António
Pica Tereno

(ex:
Presidente da Câmara Municipal de Barrancos)”

António e Glicinia Tereno(Foto: Toureio.pt)

Na sequência das
declarações polémicas da ministra da Cultura, Graça Fonseca, que referiu
que a “Tauromaquia não é uma questão de gosto, mas de civilização”, continuam a aparecer reações de vários quadrantes.

Chega-nos
agora a reação do ex-Presidente da Câmara Municipal de Barrancos, António
Tereno, que através de uma carta aberta comenta as palavras proferidas pela
Ministra da Cultura.

Uma
mensagem - Carta Aberta - que passamos a transcrever na íntegra:

“Sou um homem da cultura, até pela
minha formação académica (História), tive uma “breve” incursão na política
local autárquica (24 anos), período em que senti momentos da maior
intolerância. Foi durante a chamada “polémica de Barrancos”, em que umas organizações
e uns senhores ditos anti-taurinos, melhor como bem o disse na altura o
jornalista Miguel Sousa Tavares num dos seus brilhantes escritos, apenas uns
“urbano-depressivos”, tentaram impôr a toda uma população os seus padrões ditos
civilizacionais visando proibir a secular tradição dos toiros de morte na minha
terra, população essa que só estava a defender os seus valores e a sua
identidade cultural, na qual se incluía a sua tradição taurina que a vivia
desde tempos imemoriais.

Foram
tempos difíceis, em que depois de muitas lutas, a vontade dos Barranquenhos e
dos muitos amigos aficionados e não aficionados que eram contra todo o tipo de
discriminações, venceu e imperou a sensatez, e foi consagrado na Lei um direito
que já era nosso.

Hoje
não posso acreditar que a mesma intolerância venha de novo assombrar-nos, e
pasme-se desta vez pela boca de uma ministra dita da Cultura. Não posso
acreditar que um Governo que deve ser da Nação, de todos os portugueses, tenha
no seu seio um elemento que se permite de forma leviana, ou não, se calhar de
forma intencional ofender e atacar um direito que os outros que também são
portugueses, neste caso nós, possamos gostar de toiros e da tauromaquia no seu
todo.

Permito-me
citar Victorino Martin, um senhor, Presidente da Fundación Toro de Lidia que
disse “Todos tenemos un pasado, pero cuando uno representa un cargo público, la
cultura está por encima de los gustos personales”.

Alguma
vez nós fomos intolerantes, ou atacámos quem não tem as nossas ideias ou os
nossos gostos?

Nunca,
sempre respeitámos as diferenças de cada um, porque é na diversidade que reside
a riqueza cultural deste nosso País.

A
dita senhora ministra perdeu a oportunidade de ser respeitada por todos,
taurinos ou não, tomou partido pela intolerância, assim sendo não tem condições
para estar nesse cargo que obviamente nunca deveria ter ocupado, pelo que se
tiver decência demita-se já!

António
Pica Tereno

(ex:
Presidente da Câmara Municipal de Barrancos)”

António e Glicinia Tereno(Foto: Toureio.pt)

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