O Pafúncio

24-06-2020
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Estava a ver que hoje não tinha vagar para vir aqui dizer umas larachas! Parece impossível! Isto ainda são traumas de ter ido de fugida ao... Alentejo! Como é que alguém pode ir assim impunemente ao Alentejo num pé e voltar no outro. Ah cabresto de fim de semana que não rendes nada! Por causa deste meu trauma recente lembrei-me da música do Rui Veloso e, mais ainda da maravilhosa letra do Carlos Tê, para mim não um mero letrista mas sim um poeta a venerar, um dos que hoje em dia melhor consegue traçar o retrato da nossa portugalidade. Aqui vos deixo o poema + outro curto e belo do Echevarría + um link de um maravilhoso dicionário de Português online em permanente construção (como eu gosto e acho que deve ser!) e ainda o desafio para que participemos no seu enriquecimento - por exemplo, a palavra "vagar" ainda se encontra sem definição. Vão lá dar uma espreitadela, isto, claro, se tiverem vagar! Do Meu Vagar Carlos Tê / Rui Veloso Já não há mais o vagar De quando se comia sentado E devagar se caminhava Até chegar a qualquer lado Agora vai toda a gente Sempre de mão na buzina Sempre na linha da frente A tremer de adrenalina Do meu vagar não trago rotas Não tenho trilho que me prenda Não tiro dados nem notas Não encho uma linha de agenda Do meu vagar não chego a Meca Não faço nada num só dia Não corto a fita da meta Não vejo Roma nem Pavia Do meu vagar Sei que nunca hei-de ir longe Vou aonde for preciso Vou indo do meu vagar Em busca do tempo perdido E se um dia o encontrar O longe não faz sentido Do meu vagar há um nicho Um pico de ilha insubmersa Onde há lugar para o capricho Que dá pelo nome de conversa Do meu vagar a paisagem Ainda tem beleza em brutoE vale mais uma palavra Que mil imagens por minuto Do meu vagar Sei que nunca hei-de ir longe Vou aonde for preciso Vou indo do meu vagar+ «E há o vagar. Não o de irmos.O de fruir o vagar...»Echevarría +Dicionário InFormal


Estava a ver que hoje não tinha vagar para vir aqui dizer umas larachas! Parece impossível! Isto ainda são traumas de ter ido de fugida ao... Alentejo! Como é que alguém pode ir assim impunemente ao Alentejo num pé e voltar no outro. Ah cabresto de fim de semana que não rendes nada! Por causa deste meu trauma recente lembrei-me da música do Rui Veloso e, mais ainda da maravilhosa letra do Carlos Tê, para mim não um mero letrista mas sim um poeta a venerar, um dos que hoje em dia melhor consegue traçar o retrato da nossa portugalidade. Aqui vos deixo o poema + outro curto e belo do Echevarría + um link de um maravilhoso dicionário de Português online em permanente construção (como eu gosto e acho que deve ser!) e ainda o desafio para que participemos no seu enriquecimento - por exemplo, a palavra "vagar" ainda se encontra sem definição. Vão lá dar uma espreitadela, isto, claro, se tiverem vagar! Do Meu Vagar Carlos Tê / Rui Veloso Já não há mais o vagar De quando se comia sentado E devagar se caminhava Até chegar a qualquer lado Agora vai toda a gente Sempre de mão na buzina Sempre na linha da frente A tremer de adrenalina Do meu vagar não trago rotas Não tenho trilho que me prenda Não tiro dados nem notas Não encho uma linha de agenda Do meu vagar não chego a Meca Não faço nada num só dia Não corto a fita da meta Não vejo Roma nem Pavia Do meu vagar Sei que nunca hei-de ir longe Vou aonde for preciso Vou indo do meu vagar Em busca do tempo perdido E se um dia o encontrar O longe não faz sentido Do meu vagar há um nicho Um pico de ilha insubmersa Onde há lugar para o capricho Que dá pelo nome de conversa Do meu vagar a paisagem Ainda tem beleza em brutoE vale mais uma palavra Que mil imagens por minuto Do meu vagar Sei que nunca hei-de ir longe Vou aonde for preciso Vou indo do meu vagar+ «E há o vagar. Não o de irmos.O de fruir o vagar...»Echevarría +Dicionário InFormal

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