Covid-19. Governo anuncia compra antecipada de publicidade institucional como medida de apoio aos media: €15 milhões

05-05-2020
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O Governo vai comprar antecipadamente espaço para campanhas publicitárias nos meios de comunicação social, ao abrigo da lei da publicidade institucional. A medida de apoio ao sector dos media foi anunciada esta sexta-feira, em conferência de imprensa, pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, e o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva.

O Estado vai, assim, pagar antecipadamente campanhas de publicidade institucional antes de elas se realizarem, explica a ministra Graça Fonseca. “A ideia é que esta verba chegue às empresas e grupos de comunicação social o mais imediatamente possível, antes das campanhas se realizarem.”

De acordo com a ministra da Cultura, o custo para o Estado será de 15 milhões de euros, um valor “três vezes superior ao que estava previsto quando fizemos o Orçamento para este ano no final de 2019, porque ninguém esperava este cenário”. “É um espaço publicitário que poderá ser utilizado este ano e em 2021”, explicou Graça Fonseca.

A compra antecipada de publicidade institucional vai ser realizada através de televisão e rádio, em programas generalistas e temáticos informativos e através de publicações periódicas de informação geral. A Lusa e a RTP ficam de fora desta medida, “por razões relacionadas com a participação do Estado nas duas”.

A publicidade do Estado vai estar orientada para “campanhas da Direção-Geral da Saúde e de outras instituições de saúde pública, para causas sociais e humanitárias, como a violência doméstica, mas também para a literacia mediática”.

Na próxima semana o Governo vai iniciar o trabalho com empresas e organizações do sector para fechar a distribuição e o espaço desta publicidade institucional. “Na semana seguinte, esperamos já estar a fazer campanhas e a concretizar o crédito que será antecipado”, adianta a ministra da Cultura.

A distribuição da publicidade do Estado pelos diferentes meios de comunicação social vai assentar nos critérios previstos na lei da publicidade institucional. “Não introduzimos agora um critério adicional de seleção face aos que a lei já previa: circulação, âmbito geográfico, etc.”, garante Mariana Vieira da Silva.

De acordo com a lei, a publicidade institucional são campanhas realizadas por entidades do Estado, que têm como destinatários os cidadãos “com o objetivo de difundir mensagens com a aquisição onerosa de espaços publicitários”. Foi nesta definição que o Governo se baseou para apresentar esta medida. “Nos últimos meses foi possível fazer muitas campanhas institucionais mas todos os anos o Estado investe em campanhas institucionais. Portanto, 2020 e 2021 são anos em que será necessário investir ainda mais em publicidade institucional”, sublinha Graça Fonseca.

Mais medidas à vista

Esta é a única medida de apoio aos media que o Governo quer, para já, anunciar. “Neste momento temos uma medida particular, de seguida iremos avaliar as medidas a adotar no futuro", explicou a ministra da Cultura.

No mesmo sentido foi a intervenção de Nuno Artur Silva. O secretário de Estado que tem a pasta dos media disse que tem “mantido um diálogo com as associações representativas do sector da comunicação social” e que, além das medidas transversais que o governo tem adotado para todas as empresas de diferentes sectores, “temos esta situação de compra antecipada de publicidade mas esta secretaria de Estado está sobretudo a pensar no futuro”. Porque, acrescentou, “o que nos parece cada vez mais decisivo é pensar no futuro da comunicação social”.

“Este tempo tem funcionado como uma espécie de acelerador do questionar do estado da comunicação social em Portugal”, disse ainda Nuno Artur Silva, esclarecendo que após esta medida hoje anunciada, o diálogo com o sector continuará para ver que medidas poderão ser tomadas “para a comunicação social como um todo”.

Nuno Artur Silva deixou também claro que a preocupação do governo é “a defesa de um jornalismo livre, isento, independente e plural”, mais do que com os próprios grupos de comunicação social.

Lay-off avança na Global Media

A medida anunciada esta sexta-feira é classificada como de "emergência" atendendo aos impactos da pandemia de Covid-19 num sector já considerado bastante fragilizado, conforme o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi alertando ao longo do ano passado.

Alguns grupos de comunicação social já avançaram com medidas de lay-off (suspensão temporária de atividade ou redução de horário, com correspondente corte de salário). O mais recente é a Global Media, que esta sexta-feira anunciou a alguns trabalhadores medidas nesse sentido, conforme confirmou o Expresso junto de diversas fontes. A abrangência deste corte no grupo que detém o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias, a TSF e O Jogo ainda não é conhecida - devendo ficar clara já na próxima semana.

Na quarta-feira os jornalistas Ferreira Fernandes e Catarina Carvalho demitiram-se dos cargos de diretor e diretora executiva do Diário de Notícias (DN), justificando essa decisão com as medidas que se avizinhavam no grupo. "Fomos informados pela administração que a crise do covid-19 vai levar o grupo Global Media a medidas em que a redação do DN está entre as mais atingidas – decidiu a administração. Lamentamos. Por isso, a partir de hoje, Ferreira Fernandes e Catarina Carvalho não podem continuar na direção do DN – porque o nosso critério, como sempre, é o DN", disse Ferreira Fernandes numa carta enviada à redação.

Já antes o Jornal Económico e A Bola tinham avançado com medidas idênticas.

O Governo vai comprar antecipadamente espaço para campanhas publicitárias nos meios de comunicação social, ao abrigo da lei da publicidade institucional. A medida de apoio ao sector dos media foi anunciada esta sexta-feira, em conferência de imprensa, pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, e o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva.

O Estado vai, assim, pagar antecipadamente campanhas de publicidade institucional antes de elas se realizarem, explica a ministra Graça Fonseca. “A ideia é que esta verba chegue às empresas e grupos de comunicação social o mais imediatamente possível, antes das campanhas se realizarem.”

De acordo com a ministra da Cultura, o custo para o Estado será de 15 milhões de euros, um valor “três vezes superior ao que estava previsto quando fizemos o Orçamento para este ano no final de 2019, porque ninguém esperava este cenário”. “É um espaço publicitário que poderá ser utilizado este ano e em 2021”, explicou Graça Fonseca.

A compra antecipada de publicidade institucional vai ser realizada através de televisão e rádio, em programas generalistas e temáticos informativos e através de publicações periódicas de informação geral. A Lusa e a RTP ficam de fora desta medida, “por razões relacionadas com a participação do Estado nas duas”.

A publicidade do Estado vai estar orientada para “campanhas da Direção-Geral da Saúde e de outras instituições de saúde pública, para causas sociais e humanitárias, como a violência doméstica, mas também para a literacia mediática”.

Na próxima semana o Governo vai iniciar o trabalho com empresas e organizações do sector para fechar a distribuição e o espaço desta publicidade institucional. “Na semana seguinte, esperamos já estar a fazer campanhas e a concretizar o crédito que será antecipado”, adianta a ministra da Cultura.

A distribuição da publicidade do Estado pelos diferentes meios de comunicação social vai assentar nos critérios previstos na lei da publicidade institucional. “Não introduzimos agora um critério adicional de seleção face aos que a lei já previa: circulação, âmbito geográfico, etc.”, garante Mariana Vieira da Silva.

De acordo com a lei, a publicidade institucional são campanhas realizadas por entidades do Estado, que têm como destinatários os cidadãos “com o objetivo de difundir mensagens com a aquisição onerosa de espaços publicitários”. Foi nesta definição que o Governo se baseou para apresentar esta medida. “Nos últimos meses foi possível fazer muitas campanhas institucionais mas todos os anos o Estado investe em campanhas institucionais. Portanto, 2020 e 2021 são anos em que será necessário investir ainda mais em publicidade institucional”, sublinha Graça Fonseca.

Mais medidas à vista

Esta é a única medida de apoio aos media que o Governo quer, para já, anunciar. “Neste momento temos uma medida particular, de seguida iremos avaliar as medidas a adotar no futuro", explicou a ministra da Cultura.

No mesmo sentido foi a intervenção de Nuno Artur Silva. O secretário de Estado que tem a pasta dos media disse que tem “mantido um diálogo com as associações representativas do sector da comunicação social” e que, além das medidas transversais que o governo tem adotado para todas as empresas de diferentes sectores, “temos esta situação de compra antecipada de publicidade mas esta secretaria de Estado está sobretudo a pensar no futuro”. Porque, acrescentou, “o que nos parece cada vez mais decisivo é pensar no futuro da comunicação social”.

“Este tempo tem funcionado como uma espécie de acelerador do questionar do estado da comunicação social em Portugal”, disse ainda Nuno Artur Silva, esclarecendo que após esta medida hoje anunciada, o diálogo com o sector continuará para ver que medidas poderão ser tomadas “para a comunicação social como um todo”.

Nuno Artur Silva deixou também claro que a preocupação do governo é “a defesa de um jornalismo livre, isento, independente e plural”, mais do que com os próprios grupos de comunicação social.

Lay-off avança na Global Media

A medida anunciada esta sexta-feira é classificada como de "emergência" atendendo aos impactos da pandemia de Covid-19 num sector já considerado bastante fragilizado, conforme o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi alertando ao longo do ano passado.

Alguns grupos de comunicação social já avançaram com medidas de lay-off (suspensão temporária de atividade ou redução de horário, com correspondente corte de salário). O mais recente é a Global Media, que esta sexta-feira anunciou a alguns trabalhadores medidas nesse sentido, conforme confirmou o Expresso junto de diversas fontes. A abrangência deste corte no grupo que detém o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias, a TSF e O Jogo ainda não é conhecida - devendo ficar clara já na próxima semana.

Na quarta-feira os jornalistas Ferreira Fernandes e Catarina Carvalho demitiram-se dos cargos de diretor e diretora executiva do Diário de Notícias (DN), justificando essa decisão com as medidas que se avizinhavam no grupo. "Fomos informados pela administração que a crise do covid-19 vai levar o grupo Global Media a medidas em que a redação do DN está entre as mais atingidas – decidiu a administração. Lamentamos. Por isso, a partir de hoje, Ferreira Fernandes e Catarina Carvalho não podem continuar na direção do DN – porque o nosso critério, como sempre, é o DN", disse Ferreira Fernandes numa carta enviada à redação.

Já antes o Jornal Económico e A Bola tinham avançado com medidas idênticas.

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