Nesta hora

23-06-2020
marcar artigo


Posição do Conselho das Escolassobre listas baseadas emresultados de exames - 26 de Out de 2007A direcção do Conselho das Escolas divulgou um comunicado sobre listas de estabelecimentos de ensino baseadas em resultados de exames, que se reproduz.A recente divulgação de listas ordenadas (“rankings”) de estabelecimentos de ensino, a partir dos dados dos resultados dos exames nacionais de 2007, veio, uma vez mais, traçar um quadro subjectivo e incompleto da qualidade de trabalho concretizado por muitas escolas públicas.Essas várias ordenações, baseadas em métodos e critérios diferentes, comparam entidades não equivalentes, colocando em paralelo dimensões díspares e incomparáveis.Não têm em conta a desigual proveniência sociocultural dos alunos, as diferentes condições de acesso a bens culturais, as estruturas familiares, a heterogeneidade dos ambientes sociais, nem a diversidade e a adequação das ofertas educativas, em resposta às necessidades locais e ao combate às saídas precoces ou ao abandono do sistema de educação, ignorando todas as boas práticas que as escolas públicas vêm desenvolvendo, local e regionalmente, muitas vezes em contextos adversos.Para além disso, tratam-se da mesma forma estabelecimentos de ensino com poucas provas ou com centenas de provas realizadas (alguns não chegam a atingir o número equivalente ao de uma turma de vinte e quatro alunos).O que não se vislumbra, a partir destas tabelas, é a selecção de alunos muitas vezes realizada à partida, com base em estratos sociais, nem o acesso a um mercado de educação que tende a acentuar a desigualdade por via dos recursos económicos das famílias.Há escolas públicas que, apesar de trabalharem em ambientes sociais e culturais heterogéneos ou mesmo adversos, e de não praticarem uma política agressiva de selecção de alunos, com a preocupação exclusiva da obtenção de bons resultados em exame, surgem bem situadas nestas ordenações.Assim, a direcção do Conselho das Escolas considera que os resultados dos exames nacionais constituem, apenas, um indicador entre outros que não permite, por si só, aferir a qualidade das escolas.Em conclusão, esta direcção sublinha o bom trabalho e o esforço que os estabelecimentos de ensino públicos, na sua grande maioria, realizam, não obstante as condicionantes com que se confrontam, na preocupação de gerar oportunidades de igualdade a todos, sem discriminação baseada em factores de ordem social, económica, cultural e/ou étnicos, contribuindo para a mobilidade social da população.Finalmente, a direcção do Conselho das Escolas subscreve as iniciativas que conduzam a uma avaliação rigorosa dos estabelecimentos de ensino que tenham em conta os contextos em que se inserem e as respostas que encontram para elevar o nível escolar das crianças, jovens e dos adultos das respectivas comunidades.A Direcção do Conselho das Escolas (Álvaro Almeida dos Santos, João Paulo Mineiro, Maria Teodolinda Silveira)


Posição do Conselho das Escolassobre listas baseadas emresultados de exames - 26 de Out de 2007A direcção do Conselho das Escolas divulgou um comunicado sobre listas de estabelecimentos de ensino baseadas em resultados de exames, que se reproduz.A recente divulgação de listas ordenadas (“rankings”) de estabelecimentos de ensino, a partir dos dados dos resultados dos exames nacionais de 2007, veio, uma vez mais, traçar um quadro subjectivo e incompleto da qualidade de trabalho concretizado por muitas escolas públicas.Essas várias ordenações, baseadas em métodos e critérios diferentes, comparam entidades não equivalentes, colocando em paralelo dimensões díspares e incomparáveis.Não têm em conta a desigual proveniência sociocultural dos alunos, as diferentes condições de acesso a bens culturais, as estruturas familiares, a heterogeneidade dos ambientes sociais, nem a diversidade e a adequação das ofertas educativas, em resposta às necessidades locais e ao combate às saídas precoces ou ao abandono do sistema de educação, ignorando todas as boas práticas que as escolas públicas vêm desenvolvendo, local e regionalmente, muitas vezes em contextos adversos.Para além disso, tratam-se da mesma forma estabelecimentos de ensino com poucas provas ou com centenas de provas realizadas (alguns não chegam a atingir o número equivalente ao de uma turma de vinte e quatro alunos).O que não se vislumbra, a partir destas tabelas, é a selecção de alunos muitas vezes realizada à partida, com base em estratos sociais, nem o acesso a um mercado de educação que tende a acentuar a desigualdade por via dos recursos económicos das famílias.Há escolas públicas que, apesar de trabalharem em ambientes sociais e culturais heterogéneos ou mesmo adversos, e de não praticarem uma política agressiva de selecção de alunos, com a preocupação exclusiva da obtenção de bons resultados em exame, surgem bem situadas nestas ordenações.Assim, a direcção do Conselho das Escolas considera que os resultados dos exames nacionais constituem, apenas, um indicador entre outros que não permite, por si só, aferir a qualidade das escolas.Em conclusão, esta direcção sublinha o bom trabalho e o esforço que os estabelecimentos de ensino públicos, na sua grande maioria, realizam, não obstante as condicionantes com que se confrontam, na preocupação de gerar oportunidades de igualdade a todos, sem discriminação baseada em factores de ordem social, económica, cultural e/ou étnicos, contribuindo para a mobilidade social da população.Finalmente, a direcção do Conselho das Escolas subscreve as iniciativas que conduzam a uma avaliação rigorosa dos estabelecimentos de ensino que tenham em conta os contextos em que se inserem e as respostas que encontram para elevar o nível escolar das crianças, jovens e dos adultos das respectivas comunidades.A Direcção do Conselho das Escolas (Álvaro Almeida dos Santos, João Paulo Mineiro, Maria Teodolinda Silveira)

marcar artigo