Joaquim Sarmento: PS está preso a preconceitos contra investimento privado

03-05-2020
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O porta-voz do Conselho Estratégico Nacional do PSD para a área das Finanças Públicas considera que o PS está preso a preconceitos ideológicos contra o investimento privado e contra as empresas."Entendemos que o Partido Socialista, sobretudo depois desta solução governativa de quatro anos, está muito agarrado a alguns preconceitos ideológicos contra o investimento privado e contra as empresas", afirmou Joaquim Miranda Sarmento, em entrevista à Lusa.

O mandatário nacional da campanha do PSD para as legislativas salientou que a primeira grande diferença entre os programas eleitorais do PSD e do PS baseia-se no que consideram que deve ser um modelo de crescimento económico.

"Nós entendemos que as empresas são o motor do crescimento económico e, portanto, que o país tem que crescer por via do investimento e das exportações", frisou Joaquim Miranda Sarmento, acrescentando que, o "'driver' principal" do programa económico do PSD é a competitividade da economia.

Já a segunda grande diferença que, no entender do também professor de Finanças, separa os dois maiores partidos, "tem a ver com a parte orçamental".

"Quer o nosso programa quer o Programa de Estabilidade têm taxas de crescimento real relativamente próximas, sobretudo em 2020 e 2021, e depois em 2022 e 2023 nós temos um bocadinho mais de crescimento, porque entendemos que as medidas que vamos tomar nos dois primeiros anos vão ter impacto, sobretudo nas exportações e investimento", explicou.

Segundo Joaquim Miranda Sarmento, com o mesmo nível de crescimento económico existe uma margem orçamental que os dois partidos querem usar de forma distinta.

"O Partido Socialista quer, sobretudo, usar essa margem orçamental para a máquina do Estado, para os gastos públicos. Nós entendemos que uma parte, obviamente, tem de reforçar os serviços públicos, mas tem que haver uma redução da carga fiscal, um primeiro sinal para os portugueses de que os impostos têm que baixar e, por isso, alocamos sensivelmente um quarto dessa margem orçamental à redução de impostos", disse.

antónio cotrim/ lusa

Na entrevista à Lusa, Joaquim Miranda Sarmento frisou que o PSD quer controlar a despesa corrente primária a 2% ao ano, antecipando um crescimento económico de "sensivelmente 2,5% em termos reais, o que significa um crescimento em torno dos 4% do ponto de vista nominal".

Questionado sobre se se considera o "Centeno de Rui Rio", Joaquim Miranda Sarmento frisou que se tratou de uma comparação em termos de competências.

"Aquilo que o Dr. Rui Rio quis dizer, se eu interpreto as palavras dele, é que da mesma forma que o Partido Socialista tem um grupo de economistas em que o Dr. Mário Centeno, desde 2015, é a principal referência, o Partido Social Democrata também tem um grupo de economistas em que eu e o professor Álvaro Almeida temos sido, neste último ano e meio, as principais referências", explicou.

No entender do professor de Finanças, aquilo que Rui Rio quis dizer foi que da mesma forma que António Costa "tem um académico respeitado e competente" a seu lado [Mário Centeno], que o aconselha e a quem ele ouve", também Rui Rio tem a seu lado "pessoas com o mesmo perfil" ou um "perfil semelhante".

Saldo orçamental zero este ano “é perfeitamente alcançável”

"Olhando a execução orçamental até agosto, diria que o objetivo de zero é perfeitamente alcançável", afirmou Joaquim Miranda Sarmento em entrevista à agência Lusa. Questionado ainda sobre o motivo pelo qual o Governo não assume que o défice este ano pode ser nulo, o também mandatário nacional da campanha do PSD para as legislativas considera que se deve ao ambiente da campanha eleitoral e ao facto de o PS "não pode desperdiçar votos à esquerda".

"À esquerda ainda há quem ache que devíamos ter um ligeiro défice, embora seja interessante ver que nenhum dos partidos com assento parlamentar que concorre a estas eleições defende qualquer desequilíbrio das contas públicas ou qualquer expansão orçamental, ou já sequer a reestruturação da dívida", referiu Joaquim Miranda Sarmento.

Em 26 de setembro foi divulgado que o excedente das administrações públicas fixou-se em 402 milhões de euros até agosto, em contas públicas, uma melhoria de 982 milhões de euros face a 2018.

antónio cotrim/ lusa

Os números divulgados pela Direção-Geral do Orçamento para o conjunto das administrações públicas são apresentados na ótica da contabilidade pública, tendo em conta o registo da entrada e saída de fluxos de caixa, enquanto o valor do défice é apurado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em contas nacionais, a ótica dos compromissos, que é a que conta para Bruxelas.

O ministro das Finanças afirmou à Lusa, em 27 de setembro, que o défice deste ano pode ficar "ligeiramente" abaixo dos 0,2%, nomeadamente na sequência das receitas de IVA.

O INE melhorou, na semana passada, em sete décimas a taxa de crescimento do PIB em 2017, de 2,8% para 3,5%, tendo também revisto em alta, em três décimas, a taxa de crescimento de 2018, para 2,4%, e melhorando ainda, em uma décima, o défice de 2018, de 0,5% para 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB).

"A revisão que o INE fez é positiva, mas é preciso olhar depois em detalhe os números. E aquilo que o INE veio dizer é que em 2017 houve de facto um pico do crescimento, mas aquilo que estamos a assistir é já uma desaceleração em 2018 e sobretudo agora em 2019", referiu Joaquim Miranda Sarmento à Lusa.

O também professor de Finanças Públicas adiantou que, quando se olha "mais em detalhe os números", verifica-se que o crescimento da economia resultou "de um maior investimento no setor da construção".

"Ou seja, resultou de uma alteração metodológica que passou a considerar algum do investimento em construção nesta revisão do PIB", frisou.

Em entrevista à Lusa, Joaquim Miranda Sarmento sublinhou também que "desde há muitos anos que as finanças públicas são meramente instrumentais", algo que o PSD quer mudar, nomeadamente através da reforma do Ministério da Economia.

"Nós não podemos continuar a ter as finanças públicas no centro do debate político, isso não faz sentido. Nós temos de ter finanças públicas equilibradas e elas depois são um instrumento para perceber que políticas públicas é que devemos ter e com que objetivo", sustentou.

"Se o nosso objetivo é, obviamente, um crescimento económico e a melhoria das condições de vida das pessoas [ao nível dos] empregos, salários, etc., o ponto essencial das políticas públicas tem que ser a competitividade da economia", defendeu.

O porta-voz do Conselho Estratégico Nacional do PSD para a área das Finanças Públicas considera que o PS está preso a preconceitos ideológicos contra o investimento privado e contra as empresas."Entendemos que o Partido Socialista, sobretudo depois desta solução governativa de quatro anos, está muito agarrado a alguns preconceitos ideológicos contra o investimento privado e contra as empresas", afirmou Joaquim Miranda Sarmento, em entrevista à Lusa.

O mandatário nacional da campanha do PSD para as legislativas salientou que a primeira grande diferença entre os programas eleitorais do PSD e do PS baseia-se no que consideram que deve ser um modelo de crescimento económico.

"Nós entendemos que as empresas são o motor do crescimento económico e, portanto, que o país tem que crescer por via do investimento e das exportações", frisou Joaquim Miranda Sarmento, acrescentando que, o "'driver' principal" do programa económico do PSD é a competitividade da economia.

Já a segunda grande diferença que, no entender do também professor de Finanças, separa os dois maiores partidos, "tem a ver com a parte orçamental".

"Quer o nosso programa quer o Programa de Estabilidade têm taxas de crescimento real relativamente próximas, sobretudo em 2020 e 2021, e depois em 2022 e 2023 nós temos um bocadinho mais de crescimento, porque entendemos que as medidas que vamos tomar nos dois primeiros anos vão ter impacto, sobretudo nas exportações e investimento", explicou.

Segundo Joaquim Miranda Sarmento, com o mesmo nível de crescimento económico existe uma margem orçamental que os dois partidos querem usar de forma distinta.

"O Partido Socialista quer, sobretudo, usar essa margem orçamental para a máquina do Estado, para os gastos públicos. Nós entendemos que uma parte, obviamente, tem de reforçar os serviços públicos, mas tem que haver uma redução da carga fiscal, um primeiro sinal para os portugueses de que os impostos têm que baixar e, por isso, alocamos sensivelmente um quarto dessa margem orçamental à redução de impostos", disse.

antónio cotrim/ lusa

Na entrevista à Lusa, Joaquim Miranda Sarmento frisou que o PSD quer controlar a despesa corrente primária a 2% ao ano, antecipando um crescimento económico de "sensivelmente 2,5% em termos reais, o que significa um crescimento em torno dos 4% do ponto de vista nominal".

Questionado sobre se se considera o "Centeno de Rui Rio", Joaquim Miranda Sarmento frisou que se tratou de uma comparação em termos de competências.

"Aquilo que o Dr. Rui Rio quis dizer, se eu interpreto as palavras dele, é que da mesma forma que o Partido Socialista tem um grupo de economistas em que o Dr. Mário Centeno, desde 2015, é a principal referência, o Partido Social Democrata também tem um grupo de economistas em que eu e o professor Álvaro Almeida temos sido, neste último ano e meio, as principais referências", explicou.

No entender do professor de Finanças, aquilo que Rui Rio quis dizer foi que da mesma forma que António Costa "tem um académico respeitado e competente" a seu lado [Mário Centeno], que o aconselha e a quem ele ouve", também Rui Rio tem a seu lado "pessoas com o mesmo perfil" ou um "perfil semelhante".

Saldo orçamental zero este ano “é perfeitamente alcançável”

"Olhando a execução orçamental até agosto, diria que o objetivo de zero é perfeitamente alcançável", afirmou Joaquim Miranda Sarmento em entrevista à agência Lusa. Questionado ainda sobre o motivo pelo qual o Governo não assume que o défice este ano pode ser nulo, o também mandatário nacional da campanha do PSD para as legislativas considera que se deve ao ambiente da campanha eleitoral e ao facto de o PS "não pode desperdiçar votos à esquerda".

"À esquerda ainda há quem ache que devíamos ter um ligeiro défice, embora seja interessante ver que nenhum dos partidos com assento parlamentar que concorre a estas eleições defende qualquer desequilíbrio das contas públicas ou qualquer expansão orçamental, ou já sequer a reestruturação da dívida", referiu Joaquim Miranda Sarmento.

Em 26 de setembro foi divulgado que o excedente das administrações públicas fixou-se em 402 milhões de euros até agosto, em contas públicas, uma melhoria de 982 milhões de euros face a 2018.

antónio cotrim/ lusa

Os números divulgados pela Direção-Geral do Orçamento para o conjunto das administrações públicas são apresentados na ótica da contabilidade pública, tendo em conta o registo da entrada e saída de fluxos de caixa, enquanto o valor do défice é apurado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em contas nacionais, a ótica dos compromissos, que é a que conta para Bruxelas.

O ministro das Finanças afirmou à Lusa, em 27 de setembro, que o défice deste ano pode ficar "ligeiramente" abaixo dos 0,2%, nomeadamente na sequência das receitas de IVA.

O INE melhorou, na semana passada, em sete décimas a taxa de crescimento do PIB em 2017, de 2,8% para 3,5%, tendo também revisto em alta, em três décimas, a taxa de crescimento de 2018, para 2,4%, e melhorando ainda, em uma décima, o défice de 2018, de 0,5% para 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB).

"A revisão que o INE fez é positiva, mas é preciso olhar depois em detalhe os números. E aquilo que o INE veio dizer é que em 2017 houve de facto um pico do crescimento, mas aquilo que estamos a assistir é já uma desaceleração em 2018 e sobretudo agora em 2019", referiu Joaquim Miranda Sarmento à Lusa.

O também professor de Finanças Públicas adiantou que, quando se olha "mais em detalhe os números", verifica-se que o crescimento da economia resultou "de um maior investimento no setor da construção".

"Ou seja, resultou de uma alteração metodológica que passou a considerar algum do investimento em construção nesta revisão do PIB", frisou.

Em entrevista à Lusa, Joaquim Miranda Sarmento sublinhou também que "desde há muitos anos que as finanças públicas são meramente instrumentais", algo que o PSD quer mudar, nomeadamente através da reforma do Ministério da Economia.

"Nós não podemos continuar a ter as finanças públicas no centro do debate político, isso não faz sentido. Nós temos de ter finanças públicas equilibradas e elas depois são um instrumento para perceber que políticas públicas é que devemos ter e com que objetivo", sustentou.

"Se o nosso objetivo é, obviamente, um crescimento económico e a melhoria das condições de vida das pessoas [ao nível dos] empregos, salários, etc., o ponto essencial das políticas públicas tem que ser a competitividade da economia", defendeu.

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