Câmara do Porto retira proposta de hasta pública para concessão parcial do Silo-Auto. Rui Moreira nega fato à medida da TVI

26-12-2020
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O presidente da Câmara do Porto refutou em reunião de executivo, esta segunda-feira, que a proposta de levar a hasta pública os sétimo e oitavo pisos do Silo-Auto, na Baixa do Porto, fosse “um fato à medida” da TVI, canal no qual o autarca independente passara a ter no início do mês um espaço de comentário à sexta-feira e que, por iniciativa própria abandonou por ter sido feito arguido no caso Selminho por alegado crime de prevaricação.

De acordo com a proposta, ao vencedor do processo de hasta pública caberá, na condição de arrendatário, “a obrigação de substituição da cobertura, a reabilitação e adaptação dos referidos pisos, a intervenção nos restantes pisos que se mostre necessária por força da atividade a desenvolver, bem como a construção de um acesso vertical na zona norte do imóvel”, avançou autarquia. A base de licitação do concurso era de € 12.500/mês, “ao qual foi deduzido o montante necessário para a reabilitação”, num valor estimado de € 800 mil.

Na previsão da avaliação do trespasse, estava estimado um período inicial de contrato de 10 anos para permitir a amortização do investimento, uma “equação positiva”, segundo o autarca. Apesar de recusar que o modelo de concessão tenha sido gizado a pensar na TVI, Rui Moreira adiantou que recentemente a Media Capital “revelou interesse nos dois andares há muito devolutos”, tendo ainda referido que também o Jornal de Notícias procura novas instalações, após a venda do edifício onde se encontra.

“Não há negócio a favor de alguém e a ser feito será com maior transparência”, diz Moreira, embora não esconda que gostaria que os dois grupos de comunicação social se mantivessem no Porto, em vez de “fugirem para municípios vizinhos como a SIC Notícias e o Porto Canal”.

A proposta da vereação independente acabou, contudo, por ser retirada por sugestão de Manuel Pizarro, que afirmou ter ficado surpreendido por apenas ir a hasta pública uma parte do edifício. O vereador e eurodeputado socialista defende que faz mais sentido “um concurso global do imóvel, mesmo que posteriormente seja negociado para diferentes usos”. Pizarro referiu ainda que lhe suscita dúvidas como será requalificado o edifício, se o concurso não for integral.

Álvaro Almeida, deputado e vereador do PSD, também concordou que não se avance já para hasta pública, “sem pensar na concessão do edifício como um todo”, alegando que no futuro caderno de encargos não fará sentido condicionar o preço do atual parque de estacionamento, até agora de gestão municipal.

Após Rui Moreira também ter concordado com a adiamento, a única voz discordante foi a de Ilda Figueiredo, vereadora que defendeu que a exploração do edifício permaneça na esfera municipal, como parque de estacionamento explorado pela empresa municipal Ágora, enquanto os dois últimos pisos deveriam ser alocados a valências culturais e desportivas da própria autarquia.

O presidente da Câmara do Porto descarta desde já que o edifício modernista seja destinado a restauração, bares ou habitação.

O presidente da Câmara do Porto refutou em reunião de executivo, esta segunda-feira, que a proposta de levar a hasta pública os sétimo e oitavo pisos do Silo-Auto, na Baixa do Porto, fosse “um fato à medida” da TVI, canal no qual o autarca independente passara a ter no início do mês um espaço de comentário à sexta-feira e que, por iniciativa própria abandonou por ter sido feito arguido no caso Selminho por alegado crime de prevaricação.

De acordo com a proposta, ao vencedor do processo de hasta pública caberá, na condição de arrendatário, “a obrigação de substituição da cobertura, a reabilitação e adaptação dos referidos pisos, a intervenção nos restantes pisos que se mostre necessária por força da atividade a desenvolver, bem como a construção de um acesso vertical na zona norte do imóvel”, avançou autarquia. A base de licitação do concurso era de € 12.500/mês, “ao qual foi deduzido o montante necessário para a reabilitação”, num valor estimado de € 800 mil.

Na previsão da avaliação do trespasse, estava estimado um período inicial de contrato de 10 anos para permitir a amortização do investimento, uma “equação positiva”, segundo o autarca. Apesar de recusar que o modelo de concessão tenha sido gizado a pensar na TVI, Rui Moreira adiantou que recentemente a Media Capital “revelou interesse nos dois andares há muito devolutos”, tendo ainda referido que também o Jornal de Notícias procura novas instalações, após a venda do edifício onde se encontra.

“Não há negócio a favor de alguém e a ser feito será com maior transparência”, diz Moreira, embora não esconda que gostaria que os dois grupos de comunicação social se mantivessem no Porto, em vez de “fugirem para municípios vizinhos como a SIC Notícias e o Porto Canal”.

A proposta da vereação independente acabou, contudo, por ser retirada por sugestão de Manuel Pizarro, que afirmou ter ficado surpreendido por apenas ir a hasta pública uma parte do edifício. O vereador e eurodeputado socialista defende que faz mais sentido “um concurso global do imóvel, mesmo que posteriormente seja negociado para diferentes usos”. Pizarro referiu ainda que lhe suscita dúvidas como será requalificado o edifício, se o concurso não for integral.

Álvaro Almeida, deputado e vereador do PSD, também concordou que não se avance já para hasta pública, “sem pensar na concessão do edifício como um todo”, alegando que no futuro caderno de encargos não fará sentido condicionar o preço do atual parque de estacionamento, até agora de gestão municipal.

Após Rui Moreira também ter concordado com a adiamento, a única voz discordante foi a de Ilda Figueiredo, vereadora que defendeu que a exploração do edifício permaneça na esfera municipal, como parque de estacionamento explorado pela empresa municipal Ágora, enquanto os dois últimos pisos deveriam ser alocados a valências culturais e desportivas da própria autarquia.

O presidente da Câmara do Porto descarta desde já que o edifício modernista seja destinado a restauração, bares ou habitação.

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