Deixem os toureiros em paz!

17-06-2020
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Deixem os toureiros em paz!

A perseguição às touradas, aos toureiros e aos aficionados é hoje maquiavélica. Maquiavélica porque é exercida pelo poder político. Pelos autoproclamados guardiões de toda a moral amoral. A dita esquerda democrática que entende a democracia apenas e só naquilo que se identifica consigo. A esquerda que defendendo de boca cheia a liberdade, acha que essa liberdade deve apenas ser aquilo que ordene aos outros que ela seja.

Desde que nos últimos aos passei a ter uma intervenção social mais activa e sobretudo desde que me apercebi que a hipocrisia começava a reinar sobre a festa brava e o que a mesma envolve, várias têm sido as vezes que me insurgi contra a verdadeira perseguição que hoje vários quadrantes exercem sobre a tauromaquia. Mas confesso que nos últimos dias fiquei verdadeiramente surpreendido não com essa hipocrisia em si mesma mas com a desfaçatez e dissimulação com que ela se tornou tão normal aos olhos de alguns.

Para quem como eu sempre foi desde que se conhece aficionado, os anti touradas nunca me assustaram. Pelo contrário, respeitei-os sempre. Nunca concordando com eles mas sempre entendendo que se eu sou livre de ser aficionado eles da mesma forma o são de não ser. Digo até mais. Compreendo perfeitamente quem não gosta de touradas. Não os condeno. A cultura não toca todos da mesma forma. Para alguns um quadro de Picasso vale milhões. Eu nem 5 euros daria por qualquer um. Talvez desse pela “ Guernica” mas só porque lá tem um toiro meio rabiscado.

No entanto a perseguição às touradas, aos toureiros e aos aficionados é hoje maquiavélica. Maquiavélica porque é exercida pelo poder político. Pelos autoproclamados guardiões de toda a moral amoral. A dita esquerda democrática que entende a democracia apenas e só naquilo que se identifica consigo. A esquerda que defendendo de boca cheia a liberdade, acha que essa liberdade deve apenas ser aquilo que ordene aos outros que ela seja. Portugal hoje é um país livre. Livre de escolher entre aquilo que a esquerda quer permitir que se escolha. Quem disso estiver fora é um alvo a abater. Demagogia e cobardia. Eis o ADN da esquerda moderna. Ditadores travestidos de democratas. Falsos calmos e humildes. Lobos em pele de cordeiros.

Com a chegada do Covid-19 a nossa rotina mudou e os nossos hábitos viram-se alterados. O contacto social teve de ser diminuído e tudo quanto envolvesse ajuntamentos foi suspenso. Tudo normal. Normal e por vezes até tardio ou desrespeitado. Aqui chegados, o encerramento das praças de toiros não foi excepção, circunstância que todos compreendemos.

No entanto no dia 30 do mês passado ao ser publicada a prorrogação daquela que é a declaração da situação de calamidade vigente no nosso país, preceituou-se clara e inequivocamente que as actividades culturais, as suas instalações e estabelecimentos encerrados seriam, (fora as Grutas), as Praças, locais e instalações tauromáquicas. (ver Anexo I, Art. 3º).

Já seria muito mau. Acrítico. Viciado. Persecutório. Discriminador. Mas ainda mais o foi quando tudo isto veio contrariar declarações poucos dias antecedentes, quando tanto quanto se percebeu, esta ressabiada ministra da Cultura na semana passada assegurou que o Conselho de Ministros não discriminaria a festa brava e este deliberou depois colocá-la à margem de todas as outras actividades culturais.

Sem razão de ser. Sem razão de ser para além de dogmas ideológicos e jogatana parlamentar, claro está. Aquela mesma jogatana que obrigou os deputados do PS a votar contra a descida do IVA das touradas quando assim o desejavam fazer. Disciplina de voto, dizem eles. Não meus amigos. Ditadura. Pulhice. Desrespeito. Vergonha. Cobardia.

É caricato que um primeiro-ministro que condecora um grupo de forcados seja aquele que quer agora matar a festa brava.

É curioso que o Presidente da República que enquanto líder do PSD afirmava (aos microfones da RTP numa corrida em Setúbal) que quem deixasse cair a tradição dos toiros não sabia o que eram as tradições portuguesas, seja cúmplice desta ignomínia.

Mas afinal o que é ter palavra hoje? Hoje que uma mentira várias vezes se torna uma aparente verdade? Hoje em que dizer uma coisa e o seu contrário é absolutamente banal? Hoje em que os que apregoam a natureza libertária do regime são dela os seus carrascos?

Pelo menos que tivessem a coragem de se assumir ditadores. Mas nem disso são capazes. O mundo é de quem não tem vergonha. Portugal é hoje de quem não tem vergonha.

Como se pode admitir que ontem mesmo a praça de toiros do Campo Pequeno tenha aberto para um espectáculo musical (e muito bem) com assistência reduzida e cumprindo todas as normas de segurança mas não possa abrir nos mesmos preceitos para dar uma corrida de toiros? É de bradar aos céus. Como atrás disse: pura pulhice.

Como se pode admitir que neste país alguém que apenas quer poder trabalhar em igualdade com todos os demais do seu sector se tenha de algemar às portas de um edifício para que seja ouvido e lho permitam fazer? Tristeza profunda.

Não está em causa gostar ou não gostar de touradas. Está em causa igualdade. A igualdade respaldada pela Constituição da República Portuguesa que a esquerda diz que não pode ser alterada para muita coisa mas que é rapidamente esquecida quando lhe convém. Na política houve sempre, como em todos os sectores profissionais gente boa e gente reles. A diferença é que hoje os reles já nem de o serem disfarçam. Fazem disso gala.

Ontem mesmo estive na manifestação de toureiros em Lisboa e é de notar a classe com que cidadãos verdadeiramente negligenciados se manifestam ordeiramente pelo respeito dos seus direitos. Talvez seja esse o problema. É que hoje o poder político serve-se da educação de alguns para fragilizá-los. E de outros da sua pouca elasticidade intelectual como a sua maior força.

Ontem estive com dois amigos que respectivamente me disseram: “ Epá, não escrevas sobre isto outra vez que ficas mal visto”, “Escreve mas tem calma, às vezes apetece mas a classe está também em não descer ao nível de quem a desconhece”. Não admito o primeiro conselho mas respeito o segundo.

No entanto face a tudo isto, permitam-se citar Bocage que imortalizou uns versos que se aplicam que nem uma luva a toda esta celeuma.

Cito:

“A vida é filha da puta,

A puta, é filha da vida

Nunca vi tanto filho da puta,

Na puta da minha vida”

Deixem os toureiros em paz !!

Deixem os toureiros em paz!

A perseguição às touradas, aos toureiros e aos aficionados é hoje maquiavélica. Maquiavélica porque é exercida pelo poder político. Pelos autoproclamados guardiões de toda a moral amoral. A dita esquerda democrática que entende a democracia apenas e só naquilo que se identifica consigo. A esquerda que defendendo de boca cheia a liberdade, acha que essa liberdade deve apenas ser aquilo que ordene aos outros que ela seja.

Desde que nos últimos aos passei a ter uma intervenção social mais activa e sobretudo desde que me apercebi que a hipocrisia começava a reinar sobre a festa brava e o que a mesma envolve, várias têm sido as vezes que me insurgi contra a verdadeira perseguição que hoje vários quadrantes exercem sobre a tauromaquia. Mas confesso que nos últimos dias fiquei verdadeiramente surpreendido não com essa hipocrisia em si mesma mas com a desfaçatez e dissimulação com que ela se tornou tão normal aos olhos de alguns.

Para quem como eu sempre foi desde que se conhece aficionado, os anti touradas nunca me assustaram. Pelo contrário, respeitei-os sempre. Nunca concordando com eles mas sempre entendendo que se eu sou livre de ser aficionado eles da mesma forma o são de não ser. Digo até mais. Compreendo perfeitamente quem não gosta de touradas. Não os condeno. A cultura não toca todos da mesma forma. Para alguns um quadro de Picasso vale milhões. Eu nem 5 euros daria por qualquer um. Talvez desse pela “ Guernica” mas só porque lá tem um toiro meio rabiscado.

No entanto a perseguição às touradas, aos toureiros e aos aficionados é hoje maquiavélica. Maquiavélica porque é exercida pelo poder político. Pelos autoproclamados guardiões de toda a moral amoral. A dita esquerda democrática que entende a democracia apenas e só naquilo que se identifica consigo. A esquerda que defendendo de boca cheia a liberdade, acha que essa liberdade deve apenas ser aquilo que ordene aos outros que ela seja. Portugal hoje é um país livre. Livre de escolher entre aquilo que a esquerda quer permitir que se escolha. Quem disso estiver fora é um alvo a abater. Demagogia e cobardia. Eis o ADN da esquerda moderna. Ditadores travestidos de democratas. Falsos calmos e humildes. Lobos em pele de cordeiros.

Com a chegada do Covid-19 a nossa rotina mudou e os nossos hábitos viram-se alterados. O contacto social teve de ser diminuído e tudo quanto envolvesse ajuntamentos foi suspenso. Tudo normal. Normal e por vezes até tardio ou desrespeitado. Aqui chegados, o encerramento das praças de toiros não foi excepção, circunstância que todos compreendemos.

No entanto no dia 30 do mês passado ao ser publicada a prorrogação daquela que é a declaração da situação de calamidade vigente no nosso país, preceituou-se clara e inequivocamente que as actividades culturais, as suas instalações e estabelecimentos encerrados seriam, (fora as Grutas), as Praças, locais e instalações tauromáquicas. (ver Anexo I, Art. 3º).

Já seria muito mau. Acrítico. Viciado. Persecutório. Discriminador. Mas ainda mais o foi quando tudo isto veio contrariar declarações poucos dias antecedentes, quando tanto quanto se percebeu, esta ressabiada ministra da Cultura na semana passada assegurou que o Conselho de Ministros não discriminaria a festa brava e este deliberou depois colocá-la à margem de todas as outras actividades culturais.

Sem razão de ser. Sem razão de ser para além de dogmas ideológicos e jogatana parlamentar, claro está. Aquela mesma jogatana que obrigou os deputados do PS a votar contra a descida do IVA das touradas quando assim o desejavam fazer. Disciplina de voto, dizem eles. Não meus amigos. Ditadura. Pulhice. Desrespeito. Vergonha. Cobardia.

É caricato que um primeiro-ministro que condecora um grupo de forcados seja aquele que quer agora matar a festa brava.

É curioso que o Presidente da República que enquanto líder do PSD afirmava (aos microfones da RTP numa corrida em Setúbal) que quem deixasse cair a tradição dos toiros não sabia o que eram as tradições portuguesas, seja cúmplice desta ignomínia.

Mas afinal o que é ter palavra hoje? Hoje que uma mentira várias vezes se torna uma aparente verdade? Hoje em que dizer uma coisa e o seu contrário é absolutamente banal? Hoje em que os que apregoam a natureza libertária do regime são dela os seus carrascos?

Pelo menos que tivessem a coragem de se assumir ditadores. Mas nem disso são capazes. O mundo é de quem não tem vergonha. Portugal é hoje de quem não tem vergonha.

Como se pode admitir que ontem mesmo a praça de toiros do Campo Pequeno tenha aberto para um espectáculo musical (e muito bem) com assistência reduzida e cumprindo todas as normas de segurança mas não possa abrir nos mesmos preceitos para dar uma corrida de toiros? É de bradar aos céus. Como atrás disse: pura pulhice.

Como se pode admitir que neste país alguém que apenas quer poder trabalhar em igualdade com todos os demais do seu sector se tenha de algemar às portas de um edifício para que seja ouvido e lho permitam fazer? Tristeza profunda.

Não está em causa gostar ou não gostar de touradas. Está em causa igualdade. A igualdade respaldada pela Constituição da República Portuguesa que a esquerda diz que não pode ser alterada para muita coisa mas que é rapidamente esquecida quando lhe convém. Na política houve sempre, como em todos os sectores profissionais gente boa e gente reles. A diferença é que hoje os reles já nem de o serem disfarçam. Fazem disso gala.

Ontem mesmo estive na manifestação de toureiros em Lisboa e é de notar a classe com que cidadãos verdadeiramente negligenciados se manifestam ordeiramente pelo respeito dos seus direitos. Talvez seja esse o problema. É que hoje o poder político serve-se da educação de alguns para fragilizá-los. E de outros da sua pouca elasticidade intelectual como a sua maior força.

Ontem estive com dois amigos que respectivamente me disseram: “ Epá, não escrevas sobre isto outra vez que ficas mal visto”, “Escreve mas tem calma, às vezes apetece mas a classe está também em não descer ao nível de quem a desconhece”. Não admito o primeiro conselho mas respeito o segundo.

No entanto face a tudo isto, permitam-se citar Bocage que imortalizou uns versos que se aplicam que nem uma luva a toda esta celeuma.

Cito:

“A vida é filha da puta,

A puta, é filha da vida

Nunca vi tanto filho da puta,

Na puta da minha vida”

Deixem os toureiros em paz !!

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