PS atira responsabilidades para Passos e Banco de Portugal: “A doença do BES passou para o Novo Banco"

04-09-2020
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"A doença do BES passou para o Novo Banco". Lida a muito esperada auditoria à gestão do BES/Novo Banco, o PS já retirou as suas conclusões e aponta dois principais culpados: o Governo anterior, de PSD e CDS, e o Banco de Portugal. Tanto o Executivo de Passos Coelho como o regulador, sentencia, terão "falhado na sua promessa aos portugueses".

Embora a auditoria encomendada à consultora Deloitte abranja um período de dezoito anos, de 2000 a 2018, o PS concentra a sua análise nos problemas de gestão que aconteceram até à resolução do banco, decidida pelo Governo anterior, e durante esse processo de separação entre o "banco bom" e o "banco mau", sem levantar problemas sobre a gestão posterior do Novo Banco.

"A resolução foi deficiente e permitiu que muitos ativos tóxicos passassem para o Novo Banco", sentencia, em declarações ao Expresso, o vice-presidente da bancada parlamentar do PS João Paulo Correia. E aponta falhas: muitos dos créditos do banco teriam um valor contabilístico "muito acima" do que realmente valiam, o que constituía uma "forma de maquilhar as contas". Por isso, garante, o valor inicial de capitalização deveria ter rondando os "dez mil milhões de euros".

Se tal não aconteceu, o PS atribui as culpas ao anterior Governo e ao regulador. Mas não só: "Semanas antes, o então presidente da República, Cavaco Silva, e notáveis como Marques Mendes garantiram que o BES era um banco sólido", recorda o deputado.

Para os socialistas, o pecado é original, portanto, e terá mais a ver com o que aconteceu ainda no BES do que com a gestão do Novo Banco, já com o PS no Governo. A Rui Rio, que veio desvalorizar a auditoria - "estranhando" que se fale mais do antigo banco de Ricardo Salgado do que do novo -, João Paulo Correia atira: "Rui Rio amuou quando soube que as conclusões da auditoria não beneficiavam o discurso do PSD".

A auditoria ainda não é pública: neste momento, Governo e Parlamento estão a trabalhar para selecionar os trechos que devem ficar sob sigilo bancário, para que o resto do documento possa ser consultado. No entanto, logo na primeira reação ao relatório, nesta madrugada, o Ministério das Finanças sublinhou sobretudo as perdas de quatro mil milhões de euros da época BES.

"A doença do BES passou para o Novo Banco". Lida a muito esperada auditoria à gestão do BES/Novo Banco, o PS já retirou as suas conclusões e aponta dois principais culpados: o Governo anterior, de PSD e CDS, e o Banco de Portugal. Tanto o Executivo de Passos Coelho como o regulador, sentencia, terão "falhado na sua promessa aos portugueses".

Embora a auditoria encomendada à consultora Deloitte abranja um período de dezoito anos, de 2000 a 2018, o PS concentra a sua análise nos problemas de gestão que aconteceram até à resolução do banco, decidida pelo Governo anterior, e durante esse processo de separação entre o "banco bom" e o "banco mau", sem levantar problemas sobre a gestão posterior do Novo Banco.

"A resolução foi deficiente e permitiu que muitos ativos tóxicos passassem para o Novo Banco", sentencia, em declarações ao Expresso, o vice-presidente da bancada parlamentar do PS João Paulo Correia. E aponta falhas: muitos dos créditos do banco teriam um valor contabilístico "muito acima" do que realmente valiam, o que constituía uma "forma de maquilhar as contas". Por isso, garante, o valor inicial de capitalização deveria ter rondando os "dez mil milhões de euros".

Se tal não aconteceu, o PS atribui as culpas ao anterior Governo e ao regulador. Mas não só: "Semanas antes, o então presidente da República, Cavaco Silva, e notáveis como Marques Mendes garantiram que o BES era um banco sólido", recorda o deputado.

Para os socialistas, o pecado é original, portanto, e terá mais a ver com o que aconteceu ainda no BES do que com a gestão do Novo Banco, já com o PS no Governo. A Rui Rio, que veio desvalorizar a auditoria - "estranhando" que se fale mais do antigo banco de Ricardo Salgado do que do novo -, João Paulo Correia atira: "Rui Rio amuou quando soube que as conclusões da auditoria não beneficiavam o discurso do PSD".

A auditoria ainda não é pública: neste momento, Governo e Parlamento estão a trabalhar para selecionar os trechos que devem ficar sob sigilo bancário, para que o resto do documento possa ser consultado. No entanto, logo na primeira reação ao relatório, nesta madrugada, o Ministério das Finanças sublinhou sobretudo as perdas de quatro mil milhões de euros da época BES.

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