Ministra apresenta estratégia de Combate à Corrupção e propõe acordos com base na confissão

05-09-2020
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PolíticaMinistra apresenta estratégia de Combate à Corrupção e propõe acordos com base na confissão03-09-2020MIGUEL A. LOPES/LUSAA separação de processos na fase de investigação, evitando megaprocessos, e a celebração de acordos sobre a pena aplicável em julgamento, com base na confissão - embora a ministra diga que não é uma delação premiada -, são duas das principais medidas previstas na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção.LusaA separação de processos na fase de investigação, evitando megaprocessos, e a celebração de acordos sobre a pena aplicável em julgamento, com base na confissão - embora a ministra Van Dunem negue que seja uma delação premiada -, são duas das principais medidas previstas na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção. As medidas da estratégia nacional foram esta quinta-feira apresentadas em Lisboa pela ministra da Justiça, Francisca van Dunem, que, realçou contudo que a "chave do problema" para enfrentar a corrupção está na prevenção, por se entender que o sistema repressivo, por mais sofisticado que seja, é " insuficiente para diminuir seriamente o fenómeno". Porém, ao nível da repressão, a estratégia propõe alguns ajustes nos mecanismos que já existem em Portugal, como a dispensa de pena, a atenuação da pena ou a suspensão provisória do processo, com a ministra a salientar que se pretende que estas soluções sejam aplicadas na prática e auxiliem à investigação. Ainda na esfera repressiva, a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção (ENCC), hoje aprovada em Conselho de Ministros para discussão pública, pretende reforçar a pena acessória de proibição do exercício de funções públicas aplicada a titulares de cargos públicos que cometam crimes de média ou alta gravidade, prevendo prazos mais longos de impedimento e tornando-a aplicável a titulares de cargos políticos, conforme consta de uma nota informativa distribuída aos jornalistas. No plano da prevenção - que a ministra insiste ser a "chave do problema - pretende-se reforçar o papel das escolas, transmitindo-se às crianças e jovens valores que gerem repúdio perante as práticas corruptivas. Outro das medidas preventivas prevê a implementação, dentro da administração pública e das médias e grandes empresas, de programas vocacionados para a prevenção e deteção de práticas ilícitas e para a proteção de dirigentes ou trabalhadores que denunciem tais práticas, dando assim cumprimento a recomendações da União Europeia. Pretende-se ainda criar um mecanismo anticorrupção com poderes de iniciativa, controlo e sancionamento no âmbito do regime geral de prevenção da corrupção e com atribuições ao nível da recolha e tratamento de informação e da organização de atividades entre entidades públicas e entidades privadas relacionados com a corrupção. Francisca van Dunem referiu que o essencial no combate à corrupção é a "prevenção primária", razão pela qual se incluiu as escolas, as universidades e formação a dar a todos os dirigentes e funcionários públicos sobre os perigos e as consequências negativas da corrupção e para a necessidade de haver probidade e transparência. A ministra notou também que "uma importante dimensão da corrupção" está no setor privado, e que disso "pouco se fala" embora também tenha uma "enorme relevância". Ao nível da repressão da corrupção, apontou como "problemas complexos" o conhecimento tardio dos factos ilícitos, a dificuldade de quebrar os "pactos de silêncio" e a tendência relacionada com a elaboração de "processos de grande dimensão", uma expressão que diz preferir em desfavor do termo "megaprocessos". A ministra anunciou a intenção de realizar intervenções "cirúrgicas" para resolver tais problemas, por forma a "remover os obstáculos à aplicação" de mecanismos já existentes na lei que permitem a atenuação ou redução da pena. Quanto à "magnitude dos processos" - outra expressão utilizada em alternativa ao termo "megaprocessos" - Francisca van Dunem adiantou que a intenção é interferir ao nível das regras de conexão processual, por forma a permitir que, em certos contextos, seja possível "fazer cessar a conexão de processos", sendo assim "possível trabalhar com matérias mais reduzidas". Relativamente à possibilidade de se celebrar acordos sobre a pena aplicável, durante o julgamento, isso implicará - explicou - que se verifique a confissão integral e sem reserva dos factos. Tal permitirá ao arguido e ao Ministério Público "negociar a pena aplicável com dispensa de produção de prova relativamente aos factos". Assim, acrescentou, o "tribunal só terá que fazer prova relativamente à culpabilidade do agente". A ministra vincou que relativamente à delação premiada a "questão não se coloca", porque "não é da delação premiada que se está aqui a falar", mas apenas de um instituto que já existe no ordenamento penal português e que se está apenas a "aprimorar". Questionada sobre o regime de proteção dos denunciantes, em véspera de se iniciar o julgamento do pirata informático Rui Pinto (criador da plataforma Football Leaks e que denunciou o caso Luanda Leks), Francisca vab Dunem indicou que o regime está previsto no quadro da União Europeia e consta de uma diretiva que Portugal terá que transpor para o direito interno. "Esse regime tem como pressuposto que o denunciante esteja integrado numa organização e tenha conhecimento dos factos (ilícitos) em virtude da sua atividade nessa organização e, em resultado disso, através dos canais de denúncia adequados, faça a denúncia", precisou a ministra, referindo que por isso "não será propriamente essa a situação" com a qual foi confrontada na pergunta sobre a aplicabilidade daquele regime ao arguido e denunciante do Football Leaks Rui Pinto.ÚltimasAnúncio de emprego. Procura-se país que deixe os jovens trabalharHá 5 minutosTiago SoaresCarlos EstevesCursos com mais procura são os que terão mais vagas no próximo ano letivoHá 39 minutosJoana AscensãoAntifascistas portugueses compraram as primeiras armas da ETAHá uma horaHugo FrancoJerónimo condena “campanha violenta” e desafia Marcelo a visitar Festa do Avante!Há uma horaLiliana CoelhoColisão entre comboio e motorizada provoca um morto em LeiriaHá uma horaBoris Johnson está “fascinado” por Trump, diz ex-embaixador britânico15:30LusaForça Aérea suspende operações com 'drones' após aterragem forçada em Alcácer do Sal15:26LusaQuase 500 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas em Portugal14:17Margarida MotaRelatório secreto de Carlos Costa vai ser divulgado por Mário Centeno14:05Liliana ValenteNovo Banco: António Ramalho à espera de novo relatório14:04Ângela Silva

PolíticaMinistra apresenta estratégia de Combate à Corrupção e propõe acordos com base na confissão03-09-2020MIGUEL A. LOPES/LUSAA separação de processos na fase de investigação, evitando megaprocessos, e a celebração de acordos sobre a pena aplicável em julgamento, com base na confissão - embora a ministra diga que não é uma delação premiada -, são duas das principais medidas previstas na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção.LusaA separação de processos na fase de investigação, evitando megaprocessos, e a celebração de acordos sobre a pena aplicável em julgamento, com base na confissão - embora a ministra Van Dunem negue que seja uma delação premiada -, são duas das principais medidas previstas na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção. As medidas da estratégia nacional foram esta quinta-feira apresentadas em Lisboa pela ministra da Justiça, Francisca van Dunem, que, realçou contudo que a "chave do problema" para enfrentar a corrupção está na prevenção, por se entender que o sistema repressivo, por mais sofisticado que seja, é " insuficiente para diminuir seriamente o fenómeno". Porém, ao nível da repressão, a estratégia propõe alguns ajustes nos mecanismos que já existem em Portugal, como a dispensa de pena, a atenuação da pena ou a suspensão provisória do processo, com a ministra a salientar que se pretende que estas soluções sejam aplicadas na prática e auxiliem à investigação. Ainda na esfera repressiva, a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção (ENCC), hoje aprovada em Conselho de Ministros para discussão pública, pretende reforçar a pena acessória de proibição do exercício de funções públicas aplicada a titulares de cargos públicos que cometam crimes de média ou alta gravidade, prevendo prazos mais longos de impedimento e tornando-a aplicável a titulares de cargos políticos, conforme consta de uma nota informativa distribuída aos jornalistas. No plano da prevenção - que a ministra insiste ser a "chave do problema - pretende-se reforçar o papel das escolas, transmitindo-se às crianças e jovens valores que gerem repúdio perante as práticas corruptivas. Outro das medidas preventivas prevê a implementação, dentro da administração pública e das médias e grandes empresas, de programas vocacionados para a prevenção e deteção de práticas ilícitas e para a proteção de dirigentes ou trabalhadores que denunciem tais práticas, dando assim cumprimento a recomendações da União Europeia. Pretende-se ainda criar um mecanismo anticorrupção com poderes de iniciativa, controlo e sancionamento no âmbito do regime geral de prevenção da corrupção e com atribuições ao nível da recolha e tratamento de informação e da organização de atividades entre entidades públicas e entidades privadas relacionados com a corrupção. Francisca van Dunem referiu que o essencial no combate à corrupção é a "prevenção primária", razão pela qual se incluiu as escolas, as universidades e formação a dar a todos os dirigentes e funcionários públicos sobre os perigos e as consequências negativas da corrupção e para a necessidade de haver probidade e transparência. A ministra notou também que "uma importante dimensão da corrupção" está no setor privado, e que disso "pouco se fala" embora também tenha uma "enorme relevância". Ao nível da repressão da corrupção, apontou como "problemas complexos" o conhecimento tardio dos factos ilícitos, a dificuldade de quebrar os "pactos de silêncio" e a tendência relacionada com a elaboração de "processos de grande dimensão", uma expressão que diz preferir em desfavor do termo "megaprocessos". A ministra anunciou a intenção de realizar intervenções "cirúrgicas" para resolver tais problemas, por forma a "remover os obstáculos à aplicação" de mecanismos já existentes na lei que permitem a atenuação ou redução da pena. Quanto à "magnitude dos processos" - outra expressão utilizada em alternativa ao termo "megaprocessos" - Francisca van Dunem adiantou que a intenção é interferir ao nível das regras de conexão processual, por forma a permitir que, em certos contextos, seja possível "fazer cessar a conexão de processos", sendo assim "possível trabalhar com matérias mais reduzidas". Relativamente à possibilidade de se celebrar acordos sobre a pena aplicável, durante o julgamento, isso implicará - explicou - que se verifique a confissão integral e sem reserva dos factos. Tal permitirá ao arguido e ao Ministério Público "negociar a pena aplicável com dispensa de produção de prova relativamente aos factos". Assim, acrescentou, o "tribunal só terá que fazer prova relativamente à culpabilidade do agente". A ministra vincou que relativamente à delação premiada a "questão não se coloca", porque "não é da delação premiada que se está aqui a falar", mas apenas de um instituto que já existe no ordenamento penal português e que se está apenas a "aprimorar". Questionada sobre o regime de proteção dos denunciantes, em véspera de se iniciar o julgamento do pirata informático Rui Pinto (criador da plataforma Football Leaks e que denunciou o caso Luanda Leks), Francisca vab Dunem indicou que o regime está previsto no quadro da União Europeia e consta de uma diretiva que Portugal terá que transpor para o direito interno. "Esse regime tem como pressuposto que o denunciante esteja integrado numa organização e tenha conhecimento dos factos (ilícitos) em virtude da sua atividade nessa organização e, em resultado disso, através dos canais de denúncia adequados, faça a denúncia", precisou a ministra, referindo que por isso "não será propriamente essa a situação" com a qual foi confrontada na pergunta sobre a aplicabilidade daquele regime ao arguido e denunciante do Football Leaks Rui Pinto.ÚltimasAnúncio de emprego. 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