Bem-vindos, bem-vindos ao combate pelo irreparável (e depois temos mesmo de falar sobre fascismo)

15-12-2020
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Newsletter Expresso CurtoBem-vindos, bem-vindos ao combate pelo irreparável (e depois temos mesmo de falar sobre fascismo)08:24Germano OliveiraBom dia, O ministro Eduardo Cabrita deu-nos as boas-vindas ao combate pela defesa das hierarquias quando veio no domingo explicar que não é um diretor da polícia que anuncia uma reestruturação do SEF: Magina da Silva, que dirige a PSP, reuniu-se com Marcelo Rebelo de Sousa, que aparentemente só é recandidato presidencial graças ao mérito do próprio Eduardo Cabrita (ver quinto e sexto parágrafos AQUI), e à saída do encontro o diretor da polícia revelou que “propôs ao Presidente uma solução para a reorganização das polícias que passa pela extinção da PSP e do SEF e pela ‘fusão’ das duas forças numa ‘polícia nacional’”. O ministro reagiu imediatamente para sublinhar que “obviamente, com todo o respeito, [estas matérias] não são anunciadas por diretores de polícia”. As afirmações de Magina da Silva foram portanto muito mal-vindas no Governo, a hierarquia é para se respeitar: “Eduardo Cabrita reagiu com estrondo e manifestou o seu mal-estar pelas declarações de Magina e, depreende-se, pela disponibilidade do Presidente da República para se sentar à mesa com o diretor da polícia quando o assunto escalda politicamente”, pode ler AQUI no Expresso, que falou ontem com o Presidente - “Marcelo ao Expresso sobre as declarações do diretor da PSP: ‘A reestruração do SEF compete ao Governo’”. Portanto: Magina da Silva também criou mal-estar em Belém, bem-vindos ao combate pelo controlo de danos. O Expresso explica ainda noutro texto que “o primeiro-ministro já chamou a si a coordenação de todo o processo” e que “fonte do Palácio de Belém sublinha que a tese defendida pelo diretor nacional da PSP não corresponde ao que o Governo já terá informado ao Presidente da República estar a ser trabalhado no seio do Executivo”. Entretanto o “sindicato dos inspetores garante que o SEF é uma das polícias que mais respeitam os direitos humanos” e que o “caso de homicídio do imigrante ucraniano Ihor Homeniuk é tido como uma ‘exceção ínfima’”: “Não há nenhuma outra força de segurança, não há nenhuma outra polícia cujos membros se tenham esforçado tanto para merecer o título de mais moderna, mais eficiente, mais competente e mais humanista das forças e serviços de segurança que existem em Portugal”. Hoje vamos saber mais sobre o SEF e a morte de Ihor Homeniuk, é a partir das 16h30: Eduardo Cabrita presta esclarecimentos no Parlamento à comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, ele que na semana passada nos disse “bem-vindos, bem-vindos ao combate pela defesa dos direitos humanos” depois de ter arrasado comentadores e jornalistas por supostamente não terem feito o que ele fez a propósito de Ihor Homeniuk (“fui o primeiro a lamentar, fui o primeiro a agir”). E tem sido uma luta pelos direitos humanos tão mas tão intensa e dedicada que não deu sequer tempo para ajudar à trasladação do corpo da vítima - a família de Ihor Homeniuk teve de pagar €2200 para o fazer. Bem-vindos, bem-vindos ao combate pelo irreparável.COVID: PONTO DA SITUAÇÃO O Expresso atualizou o mapa de risco da covid em Portugal para que os visitantes do nosso site possam ver o nível de restrições que o Governo está a aplicar por concelho, veja o seu AQUI, já eu constato um certo nível de risco em todos os sábados e domingos que faço compras antes das 13h, a partir daí há recolher obrigatório no meu concelho mas desde que a pandemia começou nunca estive rodeado de tantas pessoas como nestes fins de semana de novembro/dezembro com filas enormes nos supermercados cheios de gente no seu interior, é tanta gente concentrada em tão pouco sítio, às vezes é mesmo muita gente, demasiada gente para a gente menos junta que o Governo quer, o Governo que tem agora de decidir o que fazer - se mantém um Natal e um Ano Novo menos restritos, se recua em ambos ou se mantém um Natal aberto e determina um Ano Novo fechado, é já na sexta-feira que o Governo reavalia o que vai fazer, os números de ontem dizem que há mais 90 mortes e 2194 infetados e 2955 recuperados em Portugal, o Expresso tem ainda gráficos e mapas que mostram que os “novos casos estão em mínimos de quase dois meses, que o número de internados subiu, que os óbitos continuam altos”, e sobre a covid leia ainda ISTO porque em breve vamos ter notícias dessas mas a acontecerem por cá. OUTRAS NOTÍCIAS . Mais duas mexidas no Governo: Saem dois secretários de Estado. Costa recupera ex-chefe de gabinete para os Negócios Estrangeiros . “É suspeito de facilitar a atribuição de doutoramentos a alunos de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa a troco de diamantes”: Universidade Nova confirma buscas. Bacelar Gouveia constituído arguido em processo de corrupção . “A semanas de assumir a presidência do Conselho da União Europeia, Costa não quer conversações paralelas”: Costa avisa Boris: acordo comercial é para ser fechado com Bruxelas e não com algumas capitais . O que tem de saber sobre o Guia Michelin: Ljubomir Stanisic e Eneko Atxa recebem a primeira estrela (e ainda: Chef Ljubomir Stanisic diz que estrela Michelin tem “triplo significado” em ano marcado pela covid-19) . “A chama da democracia foi acesa há muito tempo neste país. E agora sabemos que nada, nem mesmo uma pandemia ou um abuso de poder, pode apagar essa chama”: Colégio Eleitoral confirma vitória: Joe Biden ultrapassa os 270 votos e é oficialmente Presidente dos Estados Unidos (e ainda: Procurador-geral dos Estados Unidos abandona o cargo) . Também haverá inquirição de novas testemunhas: Tribunal aceita novas provas do BPP contra João Rendeiro . Direção-Geral da Saúde volta a fazer as pazes com a Nazaré: Já não há interdição para surfar as ondas gigantes na Nazaré: mas só de segunda a sexta-feira e até às 13h . Relatório secreto que avalia Carlos Costa vai ser novamente solicitado ao Banco de Portugal, avisa João Cotrim de Figueiredo em conversa com o Expresso: Iniciativa Liberal estreia-se nas comissões de inquérito com o Novo Banco: “Trazemos desassombro” . Obviamente: Cristiano Ronaldo escolhido pela “France Football” para o melhor 11 da História . Podcasts Expresso: Expresso da Manhã: Um diretor com os dias contados e um ministro a contar os dias e também O Mundo a Seus Pés #29: Vem aí a quarta presidência portuguesa da UE e ainda O Futuro do Futuro. Matos Fernandes: “Em 2035 vamos olhar para um veículo a combustão como a minha filha de 24 anos olha para a TV a preto e branco” . Uma bela prenda de Natal: está AQUI e dura pelo menos 12 semanas mas pode ir até dois anos FRASES “António Costa julgou, em mais um sinal na crença infinita que tem na sua autossuficiência, que bastava manter confiança no seu amigo para que tudo voltasse ao normal. Não volta. Depois da conferência de imprensa que deu, o ministro da Administração Interna é um cadáver político” Daniel Oliveira no Expresso “Vamos a um exemplo limite, os exemplos limite põem tudo muito mais claro: um homem homofóbico, racista e que agride recorrentemente a sua família tem ou não direito a ser defendido caso seja despedido sem justa causa? Tem. Esta é a base de tudo” Carmo Afonso no Expresso O QUE EU ANDO A LER Sou filho de feirantes, à segunda tínhamos a feira de Espinho onde os meus pais conheceram o Germano Augusto de quem herdei esses dois nomes ao escolheram-no para meu padrinho quando nasci, foi uma circunstância que veio a ter uma coincidência - o restaurante que se tornou o meu preferido das minhas segundas-feiras de criança em Espinho chamava-se O Padrinho, a vida tem redundâncias tão bonitas; sou filho de feirantes, à terça não havia feiras para nós porque era dia de planear as seguintes e de fazer a contabilidade do que se ganhou nas anteriores mas à quarta era a feira dos Carvalhos, foi lá que o meu pai me deixou ir a uma loja subscrever a TV Cabo porque ele não tinha dinheiro para me levar ao mundo mas deixou que eu tivesse dezenas de canais para que o mundo se mostrasse a mim, a vida tem criatividades financeiras tão bonitas; sou filho de feirantes e à quinta era a feira de Pedras Rubras que tinha o nome do aeroporto que agora é Francisco Sá Carneiro e onde eu sonhava viagens naqueles aviões em que nunca pensei ter a possibilidade de entrar mas tive, a primeira vez que voei foi porque me tinha tornado atleta e era preciso um avião para me levar à competição e pagaram-me tudo, então o meu pai veio comigo para nos comovermos a voar sobre Pedras Rubras, a vida tem retribuições tão bonitas; sou filho de feirantes e às vezes não se ia a Pedras Rubras às quintas-feiras porque era necessário ir a Vigo comprar centenas de gomas e dezenas de brinquedos baratos para se venderem mais caros nas feiras de Portugal, eram excursões na camioneta do Sousa que seduzia sempre alguma mulher naquelas viagens, eu queria ser como o Sousa toda a gente queria, o Sousa era alto simpático elegante e conduzia depressa, a vida está cheia de Sousas que nos fazem querer ser mais bonitos; sou filho de feirantes e às sextas era a feira de Santana, enquanto o meu pai vendia bolos de teixeira eu metia-me dentro do velhinho minicamião Mitsubishi dele e fazia daquela cabine a minha feira do livro, Álvaro Magalhães Enid Blyton Ana Maria Magalhães Isabel Alçada, o mundo era uma aventura no Mitsubishi, a vida dá-nos memórias tão bonitas; sou filho de feirantes e ao sábados e domingos não se vendia nas feiras mas na Ribeira do Porto, a Rosa Manca e a Dolores eram as rainhas das vendas daqueles fins de semana e o meu pai o rei do pão, às vezes o Reinaldo Teles e o Pinto da Costa apareciam lá e chamavam Bento Padeiro ao meu pai e eu passei a fazer igual, em vez de pai chamava-lhe Bento, na verdade senhor Bento, sou um institucionalista desde cedo e a minha primeira grande instituição foi aquele padeiro-pai, a vida às vezes dá-nos laços de sangue tão fortes e bonitos. Mas porque escrevo isto?, não há dramas nem convulsões no que expliquei até aqui, que interessa então?, “o homem moderno necessita de ruído, de excitação constante, quer satisfazer as suas necessidades. Como nos tornámos cada vez mais insensíveis, necessitamos de métodos mais grosseiros de satisfazer a nossa ânsia de estimulação. (...) Fomos intoxicados pela ideia de que tem de acontecer alguma coisa, estamos obcecados com a velocidade e a quantidade”, pois eu podia ter proporcionado isso se quisesse escrever sobre pistolas heroína roubos agressões detenções ou afins, as feiras onde cresci tinham disso tudo mas também o seu oposto, bondade solidariedade abnegação dignidade lealdade e qualidades afins, mas quando se cresce num contexto anormal procuramos ansiosamente agarrar-nos ao que há de mais normal, é uma questão de sanidade e sobrevivência, é escolher entre a serenidade ou a violência, e é por isso que qualquer detalhe banal se transforma num acontecimento fenomenal, a banalidade é tão subestimada então que se sobrestime, e é por isso que quando nos tornamos adultos depois disto ficamos tão necessitados do normal e ainda mais preocupados com o anormal, qualquer detalhe aparentemente inofensivo transforma-se num acontecimento repulsivo, veja isto que andei a ler: a nossa constituição começa assim, “A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista”, é preciso chamar os regimes pelos nomes, fascista, isso, era fascismo sim, fascismo que na versão simplista dos dicionários online é “uma ideologia política ultranacionalista e autoritária caracterizada por poder ditatorial, repressão da oposição por via da força e forte arregimentação da sociedade e da economia”, mas há um partido que pretende mudar a nossa Constituição para que ela comece assim, “A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime vigente”, reparem, o regime não era fascista mas vigente, o povo não mandou abaixo o fascismo mas o vigentismo, é uma suavização hostil feita de maneira subtil, “uma variante do fenómeno da negação é a ideia de que mudar as palavras também muda os factos”, não muda mas afinal trata-se de negacionismo estratégico, “em 2004, o eminente historiador americano e especialista em história do fascismo Robert O. Paxton publicou a sua notável obra The Anatomy of Fascism, onde sublinha que, no século XXI, nenhum fascista se designará a si próprio como tal”, portanto não o assumem agora tal como escondem os de outrora, não é atitude de gente livre, “a liberdade é a capacidade de um indivíduo se libertar da estupidez, do medo e do desejo, de utilizar a razão e de viver na verdade”, todas estas citações que tenho feito são de um livro que andei a ler, “O Eterno Retorno do Fascismo”, foi escrito pelo Rob Riemen e é uma edição de fevereiro de 2012 que parece sobre dezembro de 2020, “Paxton afirma que o fascismo, devido à sua angustiante falta de ideias e ausência de valores universais, assumirá sempre a forma e as cores do seu tempo e da sua cultura. Assim, o fascismo na América será religioso e contra os negros, ao passo que na Europa Ocidental será laico e contra o islão, na Europa do Leste católico ou ortodoxo e antissemita. A técnica usada é idêntica em toda a parte: um líder carismático, populista, para mobilizar as massas; o seu próprio grupo é sempre vítima (das crises, da elite ou dos estrangeiros); e o ressentimento orienta-se todo para um ‘inimigo’. O fascismo não necessita de um partido democrático cujos membros sejam individualmente responsáveis; necessita de um líder inspirador e autoritário ao qual se atribuem instintos superiores (as suas decisões não têm de ser justificadas), de um líder capaz de ser seguido e obedecido pelas massas. O contexto em que esta forma de política pode dominar é de uma sociedade de massas afectada pela crise que ainda não aprendeu as lições do século XX”, parece que não, há quem acredite que é possível moderar os vigentes ao trazê-los para responsabilidades governativas, eis outra história do século XX: “O facto de o fascismo ter chegado ao poder em Itália e na Alemanha deveu-se, em grande medida, à arrogância, bem como à cobardia e perfídia, das elites sociais. A arrogância, a sobrestimação do próprio poder, manifestou-se em 1932 quando, na Alemanha, o Bürgerliche Katholische Partei (partido católico) e o Deutschnationalen (partido nacionalista) se mostraram satisfeitos com a entrada no governo de Hitler e dos seus acólitos. Partiram do princípio de que, desse modo, o poderiam controlar e tirar partido dos erros que cometeria para o eliminarem politicamente. A cobardia e a perfídia manifestaram-se nos sociais-democratas alemães que, embora na oposição, lhe deram um voto de confiança por medo de perderem ainda mais votos. Na verdade, para todos os eleitores que não votaram em Hitler, e que foram a maioria, nenhum partido foi capaz de liderar a resistência contra o monopólio nacional-socialista. E isto teve tudo que ver com a deterioração das elites, que não tiveram coragem para defender os seus princípios e responsabilidades sociais”. Na saída da autoestrada que me leva ao bairro onde vivo há dois cartazes políticos, são as minhas contrastantes mensagens de boas-vindas a casa, no primeiro o candidato presidencial do partido que acha que as Forças Armadas e o povo derrubaram o vigentismo em vez do fascismo diz que não tem medo do sistema, seja lá o que o sistema for, o segundo cartaz tem Francisco Sá Carneiro sorridente acompanhado de uma frase simples, “O meu sentimento? Define-se numa palavra: responsabilidade”, Sá Carneiro que considerava “essencial que os partidos, as pessoas, os movimentos, as associações assumam as suas responsabilidades e ponham de parte o clima de ataques demagógicos e irresponsáveis”, ele que acreditava que “a Constituição deverá consagrar os direitos fundamentais que aos portugueses foram negados durante o fascismo: liberdade de pensamento, de expressão, de reunião, de associação política e sindical, garantia da segurança pessoal, direito à educação, à saúde, à habitação”, repare como ele diz fascismo, o meu pai-padeiro viveu 34 anos disso e não de vigentismo, 34 anos é praticamente a idade que eu tenho sempre em liberdade de pensamento de expressão de reunião de associação política e sindical e com garantia da segurança pessoal e direito à educação à saúde à habitação, por isso: se o sistema é ter o que o senhor Bento não teve então eu admiro adoro amo extasio-me com o sistema, o sistema pode ter todos os defeitos mas há um que não tem, o sistema reconhece a diferença entre regime vigente e regime fascista, portanto: sou filho de feirantes mas também filho do sistema e às segundas terças quartas quintas sextas sábados e domingos quero usufruir da herança que o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, me deixou ao derrubar o regime fascista - a liberdade, mas a liberdade verdadeira: “A 3 de outubro de 1940, Thomas Mann dá uma conferência no Claremont College, em Los Angeles, sobre ‘Guerra e democracia’. Já estava exilado há sete anos porque não conseguia viver na Alemanha hitleriana. Antes vivera mais de trinta anos em Munique, onde testemunhara o modo como o movimento fascista conseguira chegar ao poder graças, em parte, a um domínio total da falsidade: as palavras eram isoladas dos seus significados e reduzidas a meros slogans. Vira com os próprios olhos, primeiro nos cafés e nos salões, e depois nas ruas e nas concentrações, como o povo se deixara convencer da existência de um movimento político e de um líder que lhe convinha. Um homem pronto a dedicar a vida às necessidades, interesses e liberdade do homem comum, que exprimiria e defenderia os valores do povo alemão. E uma das razões que o levaram a acreditar nesse líder foi o facto de ele não pertencer à classe política, ao establishment, mas ser um autêntico homem do povo, que falava a sua linguagem. Com base nessa experiência, Thomas Mann adverte o público americano: ‘Permiti-me que vos diga a verdade: se um dia o fascismo chegar à América, chegará em nome da liberdade’”. ASSINE O EXPRESSO EXPRESSO.PT EXPRESSO EXCLUSIVOS VIDA SUSTENTÁVEL EXPRESSO ECONOMIA TRIBUNA PODCASTS EXPRESSO MULTIMÉDIA EXPRESSO NEWSLETTERS EXPRESSO BLITZ BOA CAMA BOA MESAÚltimasComissão Política #152. Quantas vidas tem Eduardo Cabrita? (E Pedro Nuno?)Há 7 minutosLay-off da TAP custou ao Estado 125 milhões de eurosHá 29 minutosAnabela CamposSobrinho de Putin funda novo partido para combater corrupção na RússiaHá 39 minutosLusaOrçamento da Madeira para 2021 aprovado com a abstenção de PS e JPP e o voto contra do PCPHá 49 minutosLusaUma, duas, três, quatro... dez recomendações: é assim que a DGS pede aos portugueses para passarem o NatalHá uma horaO mais importante republicano do Congresso finalmente reconhece vitória de Joe Biden. Minutos depois, Trump voltou a alegar fraudeHá uma horaExpressoCovid-19. 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Newsletter Expresso CurtoBem-vindos, bem-vindos ao combate pelo irreparável (e depois temos mesmo de falar sobre fascismo)08:24Germano OliveiraBom dia, O ministro Eduardo Cabrita deu-nos as boas-vindas ao combate pela defesa das hierarquias quando veio no domingo explicar que não é um diretor da polícia que anuncia uma reestruturação do SEF: Magina da Silva, que dirige a PSP, reuniu-se com Marcelo Rebelo de Sousa, que aparentemente só é recandidato presidencial graças ao mérito do próprio Eduardo Cabrita (ver quinto e sexto parágrafos AQUI), e à saída do encontro o diretor da polícia revelou que “propôs ao Presidente uma solução para a reorganização das polícias que passa pela extinção da PSP e do SEF e pela ‘fusão’ das duas forças numa ‘polícia nacional’”. O ministro reagiu imediatamente para sublinhar que “obviamente, com todo o respeito, [estas matérias] não são anunciadas por diretores de polícia”. As afirmações de Magina da Silva foram portanto muito mal-vindas no Governo, a hierarquia é para se respeitar: “Eduardo Cabrita reagiu com estrondo e manifestou o seu mal-estar pelas declarações de Magina e, depreende-se, pela disponibilidade do Presidente da República para se sentar à mesa com o diretor da polícia quando o assunto escalda politicamente”, pode ler AQUI no Expresso, que falou ontem com o Presidente - “Marcelo ao Expresso sobre as declarações do diretor da PSP: ‘A reestruração do SEF compete ao Governo’”. Portanto: Magina da Silva também criou mal-estar em Belém, bem-vindos ao combate pelo controlo de danos. O Expresso explica ainda noutro texto que “o primeiro-ministro já chamou a si a coordenação de todo o processo” e que “fonte do Palácio de Belém sublinha que a tese defendida pelo diretor nacional da PSP não corresponde ao que o Governo já terá informado ao Presidente da República estar a ser trabalhado no seio do Executivo”. Entretanto o “sindicato dos inspetores garante que o SEF é uma das polícias que mais respeitam os direitos humanos” e que o “caso de homicídio do imigrante ucraniano Ihor Homeniuk é tido como uma ‘exceção ínfima’”: “Não há nenhuma outra força de segurança, não há nenhuma outra polícia cujos membros se tenham esforçado tanto para merecer o título de mais moderna, mais eficiente, mais competente e mais humanista das forças e serviços de segurança que existem em Portugal”. Hoje vamos saber mais sobre o SEF e a morte de Ihor Homeniuk, é a partir das 16h30: Eduardo Cabrita presta esclarecimentos no Parlamento à comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, ele que na semana passada nos disse “bem-vindos, bem-vindos ao combate pela defesa dos direitos humanos” depois de ter arrasado comentadores e jornalistas por supostamente não terem feito o que ele fez a propósito de Ihor Homeniuk (“fui o primeiro a lamentar, fui o primeiro a agir”). E tem sido uma luta pelos direitos humanos tão mas tão intensa e dedicada que não deu sequer tempo para ajudar à trasladação do corpo da vítima - a família de Ihor Homeniuk teve de pagar €2200 para o fazer. Bem-vindos, bem-vindos ao combate pelo irreparável.COVID: PONTO DA SITUAÇÃO O Expresso atualizou o mapa de risco da covid em Portugal para que os visitantes do nosso site possam ver o nível de restrições que o Governo está a aplicar por concelho, veja o seu AQUI, já eu constato um certo nível de risco em todos os sábados e domingos que faço compras antes das 13h, a partir daí há recolher obrigatório no meu concelho mas desde que a pandemia começou nunca estive rodeado de tantas pessoas como nestes fins de semana de novembro/dezembro com filas enormes nos supermercados cheios de gente no seu interior, é tanta gente concentrada em tão pouco sítio, às vezes é mesmo muita gente, demasiada gente para a gente menos junta que o Governo quer, o Governo que tem agora de decidir o que fazer - se mantém um Natal e um Ano Novo menos restritos, se recua em ambos ou se mantém um Natal aberto e determina um Ano Novo fechado, é já na sexta-feira que o Governo reavalia o que vai fazer, os números de ontem dizem que há mais 90 mortes e 2194 infetados e 2955 recuperados em Portugal, o Expresso tem ainda gráficos e mapas que mostram que os “novos casos estão em mínimos de quase dois meses, que o número de internados subiu, que os óbitos continuam altos”, e sobre a covid leia ainda ISTO porque em breve vamos ter notícias dessas mas a acontecerem por cá. OUTRAS NOTÍCIAS . Mais duas mexidas no Governo: Saem dois secretários de Estado. Costa recupera ex-chefe de gabinete para os Negócios Estrangeiros . “É suspeito de facilitar a atribuição de doutoramentos a alunos de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa a troco de diamantes”: Universidade Nova confirma buscas. Bacelar Gouveia constituído arguido em processo de corrupção . “A semanas de assumir a presidência do Conselho da União Europeia, Costa não quer conversações paralelas”: Costa avisa Boris: acordo comercial é para ser fechado com Bruxelas e não com algumas capitais . O que tem de saber sobre o Guia Michelin: Ljubomir Stanisic e Eneko Atxa recebem a primeira estrela (e ainda: Chef Ljubomir Stanisic diz que estrela Michelin tem “triplo significado” em ano marcado pela covid-19) . “A chama da democracia foi acesa há muito tempo neste país. E agora sabemos que nada, nem mesmo uma pandemia ou um abuso de poder, pode apagar essa chama”: Colégio Eleitoral confirma vitória: Joe Biden ultrapassa os 270 votos e é oficialmente Presidente dos Estados Unidos (e ainda: Procurador-geral dos Estados Unidos abandona o cargo) . Também haverá inquirição de novas testemunhas: Tribunal aceita novas provas do BPP contra João Rendeiro . Direção-Geral da Saúde volta a fazer as pazes com a Nazaré: Já não há interdição para surfar as ondas gigantes na Nazaré: mas só de segunda a sexta-feira e até às 13h . Relatório secreto que avalia Carlos Costa vai ser novamente solicitado ao Banco de Portugal, avisa João Cotrim de Figueiredo em conversa com o Expresso: Iniciativa Liberal estreia-se nas comissões de inquérito com o Novo Banco: “Trazemos desassombro” . Obviamente: Cristiano Ronaldo escolhido pela “France Football” para o melhor 11 da História . Podcasts Expresso: Expresso da Manhã: Um diretor com os dias contados e um ministro a contar os dias e também O Mundo a Seus Pés #29: Vem aí a quarta presidência portuguesa da UE e ainda O Futuro do Futuro. Matos Fernandes: “Em 2035 vamos olhar para um veículo a combustão como a minha filha de 24 anos olha para a TV a preto e branco” . Uma bela prenda de Natal: está AQUI e dura pelo menos 12 semanas mas pode ir até dois anos FRASES “António Costa julgou, em mais um sinal na crença infinita que tem na sua autossuficiência, que bastava manter confiança no seu amigo para que tudo voltasse ao normal. Não volta. Depois da conferência de imprensa que deu, o ministro da Administração Interna é um cadáver político” Daniel Oliveira no Expresso “Vamos a um exemplo limite, os exemplos limite põem tudo muito mais claro: um homem homofóbico, racista e que agride recorrentemente a sua família tem ou não direito a ser defendido caso seja despedido sem justa causa? Tem. Esta é a base de tudo” Carmo Afonso no Expresso O QUE EU ANDO A LER Sou filho de feirantes, à segunda tínhamos a feira de Espinho onde os meus pais conheceram o Germano Augusto de quem herdei esses dois nomes ao escolheram-no para meu padrinho quando nasci, foi uma circunstância que veio a ter uma coincidência - o restaurante que se tornou o meu preferido das minhas segundas-feiras de criança em Espinho chamava-se O Padrinho, a vida tem redundâncias tão bonitas; sou filho de feirantes, à terça não havia feiras para nós porque era dia de planear as seguintes e de fazer a contabilidade do que se ganhou nas anteriores mas à quarta era a feira dos Carvalhos, foi lá que o meu pai me deixou ir a uma loja subscrever a TV Cabo porque ele não tinha dinheiro para me levar ao mundo mas deixou que eu tivesse dezenas de canais para que o mundo se mostrasse a mim, a vida tem criatividades financeiras tão bonitas; sou filho de feirantes e à quinta era a feira de Pedras Rubras que tinha o nome do aeroporto que agora é Francisco Sá Carneiro e onde eu sonhava viagens naqueles aviões em que nunca pensei ter a possibilidade de entrar mas tive, a primeira vez que voei foi porque me tinha tornado atleta e era preciso um avião para me levar à competição e pagaram-me tudo, então o meu pai veio comigo para nos comovermos a voar sobre Pedras Rubras, a vida tem retribuições tão bonitas; sou filho de feirantes e às vezes não se ia a Pedras Rubras às quintas-feiras porque era necessário ir a Vigo comprar centenas de gomas e dezenas de brinquedos baratos para se venderem mais caros nas feiras de Portugal, eram excursões na camioneta do Sousa que seduzia sempre alguma mulher naquelas viagens, eu queria ser como o Sousa toda a gente queria, o Sousa era alto simpático elegante e conduzia depressa, a vida está cheia de Sousas que nos fazem querer ser mais bonitos; sou filho de feirantes e às sextas era a feira de Santana, enquanto o meu pai vendia bolos de teixeira eu metia-me dentro do velhinho minicamião Mitsubishi dele e fazia daquela cabine a minha feira do livro, Álvaro Magalhães Enid Blyton Ana Maria Magalhães Isabel Alçada, o mundo era uma aventura no Mitsubishi, a vida dá-nos memórias tão bonitas; sou filho de feirantes e ao sábados e domingos não se vendia nas feiras mas na Ribeira do Porto, a Rosa Manca e a Dolores eram as rainhas das vendas daqueles fins de semana e o meu pai o rei do pão, às vezes o Reinaldo Teles e o Pinto da Costa apareciam lá e chamavam Bento Padeiro ao meu pai e eu passei a fazer igual, em vez de pai chamava-lhe Bento, na verdade senhor Bento, sou um institucionalista desde cedo e a minha primeira grande instituição foi aquele padeiro-pai, a vida às vezes dá-nos laços de sangue tão fortes e bonitos. Mas porque escrevo isto?, não há dramas nem convulsões no que expliquei até aqui, que interessa então?, “o homem moderno necessita de ruído, de excitação constante, quer satisfazer as suas necessidades. Como nos tornámos cada vez mais insensíveis, necessitamos de métodos mais grosseiros de satisfazer a nossa ânsia de estimulação. (...) Fomos intoxicados pela ideia de que tem de acontecer alguma coisa, estamos obcecados com a velocidade e a quantidade”, pois eu podia ter proporcionado isso se quisesse escrever sobre pistolas heroína roubos agressões detenções ou afins, as feiras onde cresci tinham disso tudo mas também o seu oposto, bondade solidariedade abnegação dignidade lealdade e qualidades afins, mas quando se cresce num contexto anormal procuramos ansiosamente agarrar-nos ao que há de mais normal, é uma questão de sanidade e sobrevivência, é escolher entre a serenidade ou a violência, e é por isso que qualquer detalhe banal se transforma num acontecimento fenomenal, a banalidade é tão subestimada então que se sobrestime, e é por isso que quando nos tornamos adultos depois disto ficamos tão necessitados do normal e ainda mais preocupados com o anormal, qualquer detalhe aparentemente inofensivo transforma-se num acontecimento repulsivo, veja isto que andei a ler: a nossa constituição começa assim, “A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista”, é preciso chamar os regimes pelos nomes, fascista, isso, era fascismo sim, fascismo que na versão simplista dos dicionários online é “uma ideologia política ultranacionalista e autoritária caracterizada por poder ditatorial, repressão da oposição por via da força e forte arregimentação da sociedade e da economia”, mas há um partido que pretende mudar a nossa Constituição para que ela comece assim, “A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime vigente”, reparem, o regime não era fascista mas vigente, o povo não mandou abaixo o fascismo mas o vigentismo, é uma suavização hostil feita de maneira subtil, “uma variante do fenómeno da negação é a ideia de que mudar as palavras também muda os factos”, não muda mas afinal trata-se de negacionismo estratégico, “em 2004, o eminente historiador americano e especialista em história do fascismo Robert O. Paxton publicou a sua notável obra The Anatomy of Fascism, onde sublinha que, no século XXI, nenhum fascista se designará a si próprio como tal”, portanto não o assumem agora tal como escondem os de outrora, não é atitude de gente livre, “a liberdade é a capacidade de um indivíduo se libertar da estupidez, do medo e do desejo, de utilizar a razão e de viver na verdade”, todas estas citações que tenho feito são de um livro que andei a ler, “O Eterno Retorno do Fascismo”, foi escrito pelo Rob Riemen e é uma edição de fevereiro de 2012 que parece sobre dezembro de 2020, “Paxton afirma que o fascismo, devido à sua angustiante falta de ideias e ausência de valores universais, assumirá sempre a forma e as cores do seu tempo e da sua cultura. Assim, o fascismo na América será religioso e contra os negros, ao passo que na Europa Ocidental será laico e contra o islão, na Europa do Leste católico ou ortodoxo e antissemita. A técnica usada é idêntica em toda a parte: um líder carismático, populista, para mobilizar as massas; o seu próprio grupo é sempre vítima (das crises, da elite ou dos estrangeiros); e o ressentimento orienta-se todo para um ‘inimigo’. O fascismo não necessita de um partido democrático cujos membros sejam individualmente responsáveis; necessita de um líder inspirador e autoritário ao qual se atribuem instintos superiores (as suas decisões não têm de ser justificadas), de um líder capaz de ser seguido e obedecido pelas massas. O contexto em que esta forma de política pode dominar é de uma sociedade de massas afectada pela crise que ainda não aprendeu as lições do século XX”, parece que não, há quem acredite que é possível moderar os vigentes ao trazê-los para responsabilidades governativas, eis outra história do século XX: “O facto de o fascismo ter chegado ao poder em Itália e na Alemanha deveu-se, em grande medida, à arrogância, bem como à cobardia e perfídia, das elites sociais. A arrogância, a sobrestimação do próprio poder, manifestou-se em 1932 quando, na Alemanha, o Bürgerliche Katholische Partei (partido católico) e o Deutschnationalen (partido nacionalista) se mostraram satisfeitos com a entrada no governo de Hitler e dos seus acólitos. Partiram do princípio de que, desse modo, o poderiam controlar e tirar partido dos erros que cometeria para o eliminarem politicamente. A cobardia e a perfídia manifestaram-se nos sociais-democratas alemães que, embora na oposição, lhe deram um voto de confiança por medo de perderem ainda mais votos. Na verdade, para todos os eleitores que não votaram em Hitler, e que foram a maioria, nenhum partido foi capaz de liderar a resistência contra o monopólio nacional-socialista. E isto teve tudo que ver com a deterioração das elites, que não tiveram coragem para defender os seus princípios e responsabilidades sociais”. Na saída da autoestrada que me leva ao bairro onde vivo há dois cartazes políticos, são as minhas contrastantes mensagens de boas-vindas a casa, no primeiro o candidato presidencial do partido que acha que as Forças Armadas e o povo derrubaram o vigentismo em vez do fascismo diz que não tem medo do sistema, seja lá o que o sistema for, o segundo cartaz tem Francisco Sá Carneiro sorridente acompanhado de uma frase simples, “O meu sentimento? Define-se numa palavra: responsabilidade”, Sá Carneiro que considerava “essencial que os partidos, as pessoas, os movimentos, as associações assumam as suas responsabilidades e ponham de parte o clima de ataques demagógicos e irresponsáveis”, ele que acreditava que “a Constituição deverá consagrar os direitos fundamentais que aos portugueses foram negados durante o fascismo: liberdade de pensamento, de expressão, de reunião, de associação política e sindical, garantia da segurança pessoal, direito à educação, à saúde, à habitação”, repare como ele diz fascismo, o meu pai-padeiro viveu 34 anos disso e não de vigentismo, 34 anos é praticamente a idade que eu tenho sempre em liberdade de pensamento de expressão de reunião de associação política e sindical e com garantia da segurança pessoal e direito à educação à saúde à habitação, por isso: se o sistema é ter o que o senhor Bento não teve então eu admiro adoro amo extasio-me com o sistema, o sistema pode ter todos os defeitos mas há um que não tem, o sistema reconhece a diferença entre regime vigente e regime fascista, portanto: sou filho de feirantes mas também filho do sistema e às segundas terças quartas quintas sextas sábados e domingos quero usufruir da herança que o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, me deixou ao derrubar o regime fascista - a liberdade, mas a liberdade verdadeira: “A 3 de outubro de 1940, Thomas Mann dá uma conferência no Claremont College, em Los Angeles, sobre ‘Guerra e democracia’. Já estava exilado há sete anos porque não conseguia viver na Alemanha hitleriana. Antes vivera mais de trinta anos em Munique, onde testemunhara o modo como o movimento fascista conseguira chegar ao poder graças, em parte, a um domínio total da falsidade: as palavras eram isoladas dos seus significados e reduzidas a meros slogans. Vira com os próprios olhos, primeiro nos cafés e nos salões, e depois nas ruas e nas concentrações, como o povo se deixara convencer da existência de um movimento político e de um líder que lhe convinha. Um homem pronto a dedicar a vida às necessidades, interesses e liberdade do homem comum, que exprimiria e defenderia os valores do povo alemão. E uma das razões que o levaram a acreditar nesse líder foi o facto de ele não pertencer à classe política, ao establishment, mas ser um autêntico homem do povo, que falava a sua linguagem. Com base nessa experiência, Thomas Mann adverte o público americano: ‘Permiti-me que vos diga a verdade: se um dia o fascismo chegar à América, chegará em nome da liberdade’”. ASSINE O EXPRESSO EXPRESSO.PT EXPRESSO EXCLUSIVOS VIDA SUSTENTÁVEL EXPRESSO ECONOMIA TRIBUNA PODCASTS EXPRESSO MULTIMÉDIA EXPRESSO NEWSLETTERS EXPRESSO BLITZ BOA CAMA BOA MESAÚltimasComissão Política #152. Quantas vidas tem Eduardo Cabrita? (E Pedro Nuno?)Há 7 minutosLay-off da TAP custou ao Estado 125 milhões de eurosHá 29 minutosAnabela CamposSobrinho de Putin funda novo partido para combater corrupção na RússiaHá 39 minutosLusaOrçamento da Madeira para 2021 aprovado com a abstenção de PS e JPP e o voto contra do PCPHá 49 minutosLusaUma, duas, três, quatro... dez recomendações: é assim que a DGS pede aos portugueses para passarem o NatalHá uma horaO mais importante republicano do Congresso finalmente reconhece vitória de Joe Biden. Minutos depois, Trump voltou a alegar fraudeHá uma horaExpressoCovid-19. 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