"O PSD de Rui Rio tem medo de ir a votos contra Rui Moreira"

09-03-2020
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Continua o (longo) ajuste de contas entre Rui Rio e Rui Moreira, desta vez à boleia de dois novos casos: uma proposta de alteração à lei que regula a eleição para os órgãos das autarquias locais e o chumbo do novo regime das Parcerias Público-Privadas (PPP) que, tal como o Expresso explicava este sábado, pode colocar em causa as grandes obras de Fernando Medina e Rui Moreira. Aos olhos do autarca portuense a decisão do PSD só tem uma razão de ser: criar obstáculos à gestão do seu sucessor.

Num texto publicado no site do movimento de Moreira ("Porto, o Nosso Movimento"), a equipa do presidente da Câmara do Porto atira-se à jugular de Rui Rio: "O PSD de Rui Rio tem medo de ir a votos contra Rui Moreira, de novo, no Porto. E mesmo não sabendo se Rui Moreira quer ir a votos, tenta já assegurar na secretaria tudo aquilo que perdeu nos tribunais e nas urnas contra a candidatura independente de Rui Moreira", pode ler-se.

Por partes. Em 2017, ainda antes das autárquicas, Álvaro Almeida, hoje deputado e então cabeça de lista do PSD ao Porto, tentou impugnar a candidatura de Rui Moreira, contestando, entre outros aspetos, o facto de a candidatura fazer referências ao termo “partido” nas suas listas e utilizar a imagem do próprio Rui Moreira nas listas para os diferentes órgãos autárquicos. Argumentava Álvaro Almeida que, tal como se apresentava, Rui Moreira induzia "os eleitores em erro, fazendo passar a ideia de que há um ‘partido local’ no Porto ligado à candidatura independente”. O tribunal acabaria por não dar razão aos sociais-democratas.

Agora, o PSD entregou no Parlamento um projeto de lei precisamente para "clarificar na lei que os grupos de cidadãos eleitores não se devem confundir com partidos políticos, pelo que importa, a bem da verdade eleitoral, a proibição da existência de partidos regionais ou locais".

Para Rui Moreira, esta iniciativa foi mais uma provocação a somar a outras. Na sexta-feira, o PSD votou ao lado de BE, PCP, PEV, PAN, Iniciativa Liberal e Joacine Katar Moreira contra o decreto-lei do Governo que criava uma exceção para as autarquias, permitindo que contornassem os sucessivos vetos do Tribunal de Contas. Com este chumbo, o processo legislativo voltará agora à estaca zero, ficando em vigor a legislação anterior, que dá às Finanças a última palavra sobre as PPP (uma competência que, assim, não passa para o Conselho de Ministros como o PS pretendia) e deixa em aberto para os tribunais, sobretudo o Tribunal de Contas, a interpretação sobre se estes projetos devem ou não ser aprovados pelo Governo. Até que haja uma alteração aprovada, há um hiato em que nem Fernando Medina nem Rui Moreira têm condições para avançar com os seus planos de habitação, na rua de São Lázaro e Gomes Freire, em Lisboa, e de reconversão do antigo Matadouro Industrial, em Campanhã — obras chumbadas pelo Tribunal de Contas.

Rui Moreira não perdoa a decisão dos sociais-democratas. "O complexado PSD de Rui Rio, aliado à esquerda radical, para estar contra tudo o que possa representar desenvolvimento para o país ou para o Porto, quer começar já a ganhar as próximas eleições autárquicas, mas na secretaria", escrevem os responsáveis pelo movimento independente.

A referência à "secretaria" não é inocente. Em 2017, durante as autárquicas, a "candidatura do PSD à Câmara do Porto, que tinha como cabeça de lista o putativo ministro da economia de um hipotético governo liderado por Rui Rio [Álvaro Almeida], bem tentou impugnar a candidatura das listas independentes de Rui Moreira", recupera o movimento de Rui Moreira, sem resistir em dar uma bicada ao rival: "O candidato de Rui Rio, o seu candidato a candidato a ministro da economia, hoje deputado da Nação e simultaneamente vereador solitário do PSD na Câmara do Porto, mal chegou aos 10% dos votos. O pior dos piores resultados de sempre do PSD. Porque o Porto não esquece."

Este chumbo do PSD, pode ler-se ainda, tem como único objetivo influenciar as eleições autárquicas de 2021, impedindo Rui Moreira de concluir uma das suas obras mais emblemáticas, a reconversão do antigo Matadouro Industrial, em Campanhã. "O mesmo Rui Rio que tenta prejudicar o país, impedindo a construção de um aeroporto com o qual o PSD concorda e até 'inventou', só para ser – aliado à esquerda mais radical – do contra e por não querer, casuisticamente alterar uma Lei, constrói, deliberadamente contra Rui Moreira, uma outra Lei à medida, tentando eliminar, desde já na secretaria, um adversário a que a cidade deu maioria absoluta e ainda nem sabe se irá ser candidato", escrevem os responsáveis pelo movimento independente.

A terminar, o gabinete de Moreira, que acusa Rio de ter uma "política de terra queimada", sentencia: "Rui Rio não sabe fazer. Refém dos seus complexos, resta-lhe a sua política de sempre: impedir, fechar, parar. Mas o Porto não esquece".

Continua o (longo) ajuste de contas entre Rui Rio e Rui Moreira, desta vez à boleia de dois novos casos: uma proposta de alteração à lei que regula a eleição para os órgãos das autarquias locais e o chumbo do novo regime das Parcerias Público-Privadas (PPP) que, tal como o Expresso explicava este sábado, pode colocar em causa as grandes obras de Fernando Medina e Rui Moreira. Aos olhos do autarca portuense a decisão do PSD só tem uma razão de ser: criar obstáculos à gestão do seu sucessor.

Num texto publicado no site do movimento de Moreira ("Porto, o Nosso Movimento"), a equipa do presidente da Câmara do Porto atira-se à jugular de Rui Rio: "O PSD de Rui Rio tem medo de ir a votos contra Rui Moreira, de novo, no Porto. E mesmo não sabendo se Rui Moreira quer ir a votos, tenta já assegurar na secretaria tudo aquilo que perdeu nos tribunais e nas urnas contra a candidatura independente de Rui Moreira", pode ler-se.

Por partes. Em 2017, ainda antes das autárquicas, Álvaro Almeida, hoje deputado e então cabeça de lista do PSD ao Porto, tentou impugnar a candidatura de Rui Moreira, contestando, entre outros aspetos, o facto de a candidatura fazer referências ao termo “partido” nas suas listas e utilizar a imagem do próprio Rui Moreira nas listas para os diferentes órgãos autárquicos. Argumentava Álvaro Almeida que, tal como se apresentava, Rui Moreira induzia "os eleitores em erro, fazendo passar a ideia de que há um ‘partido local’ no Porto ligado à candidatura independente”. O tribunal acabaria por não dar razão aos sociais-democratas.

Agora, o PSD entregou no Parlamento um projeto de lei precisamente para "clarificar na lei que os grupos de cidadãos eleitores não se devem confundir com partidos políticos, pelo que importa, a bem da verdade eleitoral, a proibição da existência de partidos regionais ou locais".

Para Rui Moreira, esta iniciativa foi mais uma provocação a somar a outras. Na sexta-feira, o PSD votou ao lado de BE, PCP, PEV, PAN, Iniciativa Liberal e Joacine Katar Moreira contra o decreto-lei do Governo que criava uma exceção para as autarquias, permitindo que contornassem os sucessivos vetos do Tribunal de Contas. Com este chumbo, o processo legislativo voltará agora à estaca zero, ficando em vigor a legislação anterior, que dá às Finanças a última palavra sobre as PPP (uma competência que, assim, não passa para o Conselho de Ministros como o PS pretendia) e deixa em aberto para os tribunais, sobretudo o Tribunal de Contas, a interpretação sobre se estes projetos devem ou não ser aprovados pelo Governo. Até que haja uma alteração aprovada, há um hiato em que nem Fernando Medina nem Rui Moreira têm condições para avançar com os seus planos de habitação, na rua de São Lázaro e Gomes Freire, em Lisboa, e de reconversão do antigo Matadouro Industrial, em Campanhã — obras chumbadas pelo Tribunal de Contas.

Rui Moreira não perdoa a decisão dos sociais-democratas. "O complexado PSD de Rui Rio, aliado à esquerda radical, para estar contra tudo o que possa representar desenvolvimento para o país ou para o Porto, quer começar já a ganhar as próximas eleições autárquicas, mas na secretaria", escrevem os responsáveis pelo movimento independente.

A referência à "secretaria" não é inocente. Em 2017, durante as autárquicas, a "candidatura do PSD à Câmara do Porto, que tinha como cabeça de lista o putativo ministro da economia de um hipotético governo liderado por Rui Rio [Álvaro Almeida], bem tentou impugnar a candidatura das listas independentes de Rui Moreira", recupera o movimento de Rui Moreira, sem resistir em dar uma bicada ao rival: "O candidato de Rui Rio, o seu candidato a candidato a ministro da economia, hoje deputado da Nação e simultaneamente vereador solitário do PSD na Câmara do Porto, mal chegou aos 10% dos votos. O pior dos piores resultados de sempre do PSD. Porque o Porto não esquece."

Este chumbo do PSD, pode ler-se ainda, tem como único objetivo influenciar as eleições autárquicas de 2021, impedindo Rui Moreira de concluir uma das suas obras mais emblemáticas, a reconversão do antigo Matadouro Industrial, em Campanhã. "O mesmo Rui Rio que tenta prejudicar o país, impedindo a construção de um aeroporto com o qual o PSD concorda e até 'inventou', só para ser – aliado à esquerda mais radical – do contra e por não querer, casuisticamente alterar uma Lei, constrói, deliberadamente contra Rui Moreira, uma outra Lei à medida, tentando eliminar, desde já na secretaria, um adversário a que a cidade deu maioria absoluta e ainda nem sabe se irá ser candidato", escrevem os responsáveis pelo movimento independente.

A terminar, o gabinete de Moreira, que acusa Rio de ter uma "política de terra queimada", sentencia: "Rui Rio não sabe fazer. Refém dos seus complexos, resta-lhe a sua política de sempre: impedir, fechar, parar. Mas o Porto não esquece".

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