Porto: o Partido Socialista e a Opção Rui(m)

10-09-2020
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A corrida à Câmara do Porto começou por levantar reticências e ameaça ser um pesadelo para o Partido Socialista.

Na fase inicial porque o PS resolveu não apresentar candidato próprio. Uma decisão que vozes e murmúrios socialistas repudiaram, uma vez que colocava em causa a implantação nacional do partido. Afinal, o Porto é a segunda maior cidade portuguesa e a capital da região empresarial. Coligações pré-eleitorais só com o partido em situação de superioridade. Não era o caso.

Vozes que foram ouvidas não por António Costa ter mudado de opinião, mas porque Rui Moreira fez questão de esclarecer que o PS não teria direito ao segundo lugar na lista e não poderia reivindicar como sua uma eventual vitória do movimento.

Face à desautorização pública de Ana Catarina Mendes, o PS optou por uma lista própria encabeçada por Manuel Pizarro, vereador que tinha funcionado como uma espécie de braço direito de Rui Moreira e que se julgava com direito à vice-presidência. Militante que aceitou o sacrifício, pois sabe que o PS não irá recuperar a Câmara onde já sentou Pires Veloso, Fernando Gomes – o político de Vila do Conde e não o bi-bota de ouro – e Nuno Cardoso.

O Porto não vai geringoncear. Faltam peças. A CDU e o BE não têm força para empurrar.

Pizarro talvez encontre algum consolo na aposta do PSD em Álvaro Almeida, um economista com farto currículo académico, mas com pouca visibilidade pública. A reduzida cobertura mediática das suas ações não tem ajudado. Tal como a forma como alguns barões reagiram à escolha.

Visibilidade que é importante, como se viu em 2013, quando Moreira capitalizou o mediatismo proveniente do ar ponderado com que domou a sua paixão pelo FCP. Ao contrário de outros comentadores. Clube que, em oposição a Rui Rio, não ostracizou. O Porto não é só futebol, mas vive intensamente o fenómeno. Daí só ter faltado um vereador para a maioria absoluta.

Verdade que a vitória de Moreira foi facilitada pelo “desapoio” de Rio a Menezes, o candidato do PSD. Um constrangimento que não se coloca a Álvaro Almeida apesar de Rio estar a aparecer pouco na pré-campanha.

O PSD sabe que Almeida não vencerá. Resta-lhe a luta para recuperar os 1.871 votos que o separam do segundo posto e ser encarado por Moreira como aliado, no caso – altamente provável – de nova maioria relativa.

A anterior coligação é difícil de reparar. O choque e a reação foram duros. Quebrada a solidariedade, o PS, pela boca do vereador Correia Fernandes, acusou Moreira de falta de cultura democrática e de uma liderança titubeante e sem capacidade de diálogo. Uma imagem que Moreira terá de reverter. O consenso não será escolha mas inevitabilidade. A forma como resolver esse problema ditará o seu futuro político.

Até ver o outro Rui cumpriu o apelido e desaguou na Foz. Quanto a Moreira a procissão ainda vai nos Aliados.

A corrida à Câmara do Porto começou por levantar reticências e ameaça ser um pesadelo para o Partido Socialista.

Na fase inicial porque o PS resolveu não apresentar candidato próprio. Uma decisão que vozes e murmúrios socialistas repudiaram, uma vez que colocava em causa a implantação nacional do partido. Afinal, o Porto é a segunda maior cidade portuguesa e a capital da região empresarial. Coligações pré-eleitorais só com o partido em situação de superioridade. Não era o caso.

Vozes que foram ouvidas não por António Costa ter mudado de opinião, mas porque Rui Moreira fez questão de esclarecer que o PS não teria direito ao segundo lugar na lista e não poderia reivindicar como sua uma eventual vitória do movimento.

Face à desautorização pública de Ana Catarina Mendes, o PS optou por uma lista própria encabeçada por Manuel Pizarro, vereador que tinha funcionado como uma espécie de braço direito de Rui Moreira e que se julgava com direito à vice-presidência. Militante que aceitou o sacrifício, pois sabe que o PS não irá recuperar a Câmara onde já sentou Pires Veloso, Fernando Gomes – o político de Vila do Conde e não o bi-bota de ouro – e Nuno Cardoso.

O Porto não vai geringoncear. Faltam peças. A CDU e o BE não têm força para empurrar.

Pizarro talvez encontre algum consolo na aposta do PSD em Álvaro Almeida, um economista com farto currículo académico, mas com pouca visibilidade pública. A reduzida cobertura mediática das suas ações não tem ajudado. Tal como a forma como alguns barões reagiram à escolha.

Visibilidade que é importante, como se viu em 2013, quando Moreira capitalizou o mediatismo proveniente do ar ponderado com que domou a sua paixão pelo FCP. Ao contrário de outros comentadores. Clube que, em oposição a Rui Rio, não ostracizou. O Porto não é só futebol, mas vive intensamente o fenómeno. Daí só ter faltado um vereador para a maioria absoluta.

Verdade que a vitória de Moreira foi facilitada pelo “desapoio” de Rio a Menezes, o candidato do PSD. Um constrangimento que não se coloca a Álvaro Almeida apesar de Rio estar a aparecer pouco na pré-campanha.

O PSD sabe que Almeida não vencerá. Resta-lhe a luta para recuperar os 1.871 votos que o separam do segundo posto e ser encarado por Moreira como aliado, no caso – altamente provável – de nova maioria relativa.

A anterior coligação é difícil de reparar. O choque e a reação foram duros. Quebrada a solidariedade, o PS, pela boca do vereador Correia Fernandes, acusou Moreira de falta de cultura democrática e de uma liderança titubeante e sem capacidade de diálogo. Uma imagem que Moreira terá de reverter. O consenso não será escolha mas inevitabilidade. A forma como resolver esse problema ditará o seu futuro político.

Até ver o outro Rui cumpriu o apelido e desaguou na Foz. Quanto a Moreira a procissão ainda vai nos Aliados.

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