Costa sabia da encenação de Tancos? "Não fiquei com a impressão de que qualquer pessoa soubesse", diz Marcelo. PM nega

05-05-2020
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António Costa garante que não teve conhecimento do memorando sobre a encenação do reaparecimento do material de Tancos, “nem através de Azeredo Lopes, nem através de ninguém”.

Questionado pelos jornalistas à saída do Centro de Congressos Olga Cadaval, em Sintra, onde participou no Congresso “Sintra Economia 20/30”, o primeiro-ministro recusou a ideia de ter sido enganado pelo ex-ministro da Defesa e voltou a afirmar que não se pronuncia “sobre matéria de investigação criminal”, desejando que tudo seja apurado “tão depressa quanto possível” pelas autoridades competentes.

“A única coisa que eu desejo é que as autoridades judiciárias competentes concluam, tão depressa quanto possível, esta investigação esclarecendo tudo, desde logo quem roubou, detendo e responsabilizando os ladrões e, naturalmente, eventuais cúmplices ou encobridores que tenha havido”, frisou Costa. Perante uma nova pergunta sobre se não sabia nada sobre o memorando, o primeiro-ministro assegurou: “Eu não”.

O jornal Público noticiou, nesta quinta-feira, que o antigo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, terá sido informado sobre o memorando de Tancos pelo seu chefe de gabinete, que o recebeu, há menos de um ano, das mãos do então diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM), o coronel Luís Pereira. A revelação foi feita pelo tenente-general Martins Pereira, que foi ouvido pelo Ministério Público na qualidade de testemunha.

Marcelo: “Não fiquei com a impressão de que qualquer pessoa soubesse”

Marcelo Rebelo de Sousa garante que, na altura, não ficou com a impressão de que as pessoas com quem falou sobre o caso de Tancos tivessem conhecimento da existência do memorando. Questionado pelos jornalistas na Casa Acreditar sobre se Costa sabia ou não que o documento existia, o Presidente da República disse que, daquilo que acompanhou do processo, “nenhum de nós sabia o que se passou quando foi do roubo das armas, e continuou sem saber e ainda hoje não sabe”.

“Vamos tendo agora umas pistas pela comunicação social e por uma nota do Ministério Público dando conta do que se passou”, afirmou. “Tenho noção que, até essa altura, ele não sabia e não fiquei com a impressão de qualquer pessoa soubesse” dos “quantos falaram comigo sobre esta maneira”, acrescentou.

O Presidente reiterou ainda confiança no Ministério Público e “na investigação em curso”, considerando que “o país precisa de virar a página”, mas “não sem antes responsabilizar quem esteve envolvido”. Marcelo disse compreender que houvesse alguma frustração em relação ao caso, cujo processo de apuramento é “muito longo”. “Nestes casos, que tocam muito a opinião pública porque tocam valores muito importantes, todos desejaríamos que fossem resolvidos o mais rapidamente melhor.”

O furto do armamento dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017, e, quatro meses depois, foi recuperada parte das armas. Em setembro, a investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da PJM e da GNR.

Na mesma altura, foi noticiada uma operação de encenação e encobrimento na operação, alegadamente organizada por elementos da PJM, que dela terão dado conhecimento ao chefe de gabinete do ministro da Defesa. A 12 de outubro, Azeredo Lopes demitiu-se e foi substituído por João Gomes Cravinho.

Na semana passada, o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, também se demitiu e o seu lugar foi ocupado pelo general José Nunes da Fonseca.

Artigo atualizado às 13h11 com as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa

António Costa garante que não teve conhecimento do memorando sobre a encenação do reaparecimento do material de Tancos, “nem através de Azeredo Lopes, nem através de ninguém”.

Questionado pelos jornalistas à saída do Centro de Congressos Olga Cadaval, em Sintra, onde participou no Congresso “Sintra Economia 20/30”, o primeiro-ministro recusou a ideia de ter sido enganado pelo ex-ministro da Defesa e voltou a afirmar que não se pronuncia “sobre matéria de investigação criminal”, desejando que tudo seja apurado “tão depressa quanto possível” pelas autoridades competentes.

“A única coisa que eu desejo é que as autoridades judiciárias competentes concluam, tão depressa quanto possível, esta investigação esclarecendo tudo, desde logo quem roubou, detendo e responsabilizando os ladrões e, naturalmente, eventuais cúmplices ou encobridores que tenha havido”, frisou Costa. Perante uma nova pergunta sobre se não sabia nada sobre o memorando, o primeiro-ministro assegurou: “Eu não”.

O jornal Público noticiou, nesta quinta-feira, que o antigo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, terá sido informado sobre o memorando de Tancos pelo seu chefe de gabinete, que o recebeu, há menos de um ano, das mãos do então diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM), o coronel Luís Pereira. A revelação foi feita pelo tenente-general Martins Pereira, que foi ouvido pelo Ministério Público na qualidade de testemunha.

Marcelo: “Não fiquei com a impressão de que qualquer pessoa soubesse”

Marcelo Rebelo de Sousa garante que, na altura, não ficou com a impressão de que as pessoas com quem falou sobre o caso de Tancos tivessem conhecimento da existência do memorando. Questionado pelos jornalistas na Casa Acreditar sobre se Costa sabia ou não que o documento existia, o Presidente da República disse que, daquilo que acompanhou do processo, “nenhum de nós sabia o que se passou quando foi do roubo das armas, e continuou sem saber e ainda hoje não sabe”.

“Vamos tendo agora umas pistas pela comunicação social e por uma nota do Ministério Público dando conta do que se passou”, afirmou. “Tenho noção que, até essa altura, ele não sabia e não fiquei com a impressão de qualquer pessoa soubesse” dos “quantos falaram comigo sobre esta maneira”, acrescentou.

O Presidente reiterou ainda confiança no Ministério Público e “na investigação em curso”, considerando que “o país precisa de virar a página”, mas “não sem antes responsabilizar quem esteve envolvido”. Marcelo disse compreender que houvesse alguma frustração em relação ao caso, cujo processo de apuramento é “muito longo”. “Nestes casos, que tocam muito a opinião pública porque tocam valores muito importantes, todos desejaríamos que fossem resolvidos o mais rapidamente melhor.”

O furto do armamento dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017, e, quatro meses depois, foi recuperada parte das armas. Em setembro, a investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da PJM e da GNR.

Na mesma altura, foi noticiada uma operação de encenação e encobrimento na operação, alegadamente organizada por elementos da PJM, que dela terão dado conhecimento ao chefe de gabinete do ministro da Defesa. A 12 de outubro, Azeredo Lopes demitiu-se e foi substituído por João Gomes Cravinho.

Na semana passada, o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, também se demitiu e o seu lugar foi ocupado pelo general José Nunes da Fonseca.

Artigo atualizado às 13h11 com as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa

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