O Eça: João Gomes Cravinho: "Timor progride"

16-12-2019
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Timor-Leste. É um "país insustentável", como se disse?Timor progride e os principais dirigentes políticos estão conscientes quanto à natureza das suas responsabilidades, incluindo na geração dos problemas passados. Esse reconhecimento é positivo para saberem lidar com o futuro. Quanto a resultados da cooperação, começam a ver-se. Nos últimos dados das Nações Unidas, mostra-se que em 2001 havia 5% da população que dizia que falava português, hoje são 15%. Para as outras línguas, houve uma duplicação para os que dizem que falam inglês (2% para 4%), uma diminuição natural do Bahasa indonésio (42% para 38%) e um aumento dos que falavam tétum de 72% para 80%. Verifica-se que está em linha com a política oficial estabelecida de duas línguas, português e tétum.Mas a cooperação portuguesa limita-se à língua?Não, mas não é pouco que em sete anos ter mais 10% da população a falar português e isso deve-se em grande medida à cooperação portuguesa. O sector da Justiça também é completamente diferente e tem marca portuguesa muito clara. São as áreas fundamentais. Mas dou outro exemplo: a cultura do café estava praticamente no grau zero em 2000, em 2007 plantou e produziu na zona de Ermera 750 mil pés de café. Há ainda problemas sérios por resolver no âmbito da reforma do sector de segurança e da negociações com a Austrália - são questões que requerem que as normais divergências partidárias sejam postas de lado e os principais actores da politica vêem essa necessidade de se concertarem. Semanário EXPRESSO (sábado, 13-12-2008)Comentário: A geração que em 1974/1975 andava na escola primária fala português, embora com menos fluência por falta de uso da língua até pelo menos 2000. E esta geração tem neste momento à volta dos quarenta e três anos de idade. Assim, desta geração de quarentões à geração dos seus pais e avós falam e alguns apenas percebem e conseguem fazer-se entender por um falante nativo ou quase nativo de português. Por isso, discordo da estatística apresentada pelas Nações Unidas a de que, em 2001, apenas 5% de timorenses falava português. Tendo em conta que em 2001 - há sete anos - os timorenses com mais de trinta e seis constituíam, pelo menos, quase metade da população, assim, os falantes mais os 'ouvintes' de português, naquele ano de 2001, eram pelo menos uns 30 porcento - já descontando os timorenses que viviam, no período da colonização portuguesa, em aldeias muito recônditas das montanhas que tinham muito pouco contacto com a língua.Relativamente a tão propolada tese da 'inviabilidade política e económica' de Timor defendida por Pedro Rosa Mendes, no jornal PÚBLICO, João Gomes Cravinho afirma que "Timor progride", contudo é necessário o concurso de todos os actores políticos do país.


Timor-Leste. É um "país insustentável", como se disse?Timor progride e os principais dirigentes políticos estão conscientes quanto à natureza das suas responsabilidades, incluindo na geração dos problemas passados. Esse reconhecimento é positivo para saberem lidar com o futuro. Quanto a resultados da cooperação, começam a ver-se. Nos últimos dados das Nações Unidas, mostra-se que em 2001 havia 5% da população que dizia que falava português, hoje são 15%. Para as outras línguas, houve uma duplicação para os que dizem que falam inglês (2% para 4%), uma diminuição natural do Bahasa indonésio (42% para 38%) e um aumento dos que falavam tétum de 72% para 80%. Verifica-se que está em linha com a política oficial estabelecida de duas línguas, português e tétum.Mas a cooperação portuguesa limita-se à língua?Não, mas não é pouco que em sete anos ter mais 10% da população a falar português e isso deve-se em grande medida à cooperação portuguesa. O sector da Justiça também é completamente diferente e tem marca portuguesa muito clara. São as áreas fundamentais. Mas dou outro exemplo: a cultura do café estava praticamente no grau zero em 2000, em 2007 plantou e produziu na zona de Ermera 750 mil pés de café. Há ainda problemas sérios por resolver no âmbito da reforma do sector de segurança e da negociações com a Austrália - são questões que requerem que as normais divergências partidárias sejam postas de lado e os principais actores da politica vêem essa necessidade de se concertarem. Semanário EXPRESSO (sábado, 13-12-2008)Comentário: A geração que em 1974/1975 andava na escola primária fala português, embora com menos fluência por falta de uso da língua até pelo menos 2000. E esta geração tem neste momento à volta dos quarenta e três anos de idade. Assim, desta geração de quarentões à geração dos seus pais e avós falam e alguns apenas percebem e conseguem fazer-se entender por um falante nativo ou quase nativo de português. Por isso, discordo da estatística apresentada pelas Nações Unidas a de que, em 2001, apenas 5% de timorenses falava português. Tendo em conta que em 2001 - há sete anos - os timorenses com mais de trinta e seis constituíam, pelo menos, quase metade da população, assim, os falantes mais os 'ouvintes' de português, naquele ano de 2001, eram pelo menos uns 30 porcento - já descontando os timorenses que viviam, no período da colonização portuguesa, em aldeias muito recônditas das montanhas que tinham muito pouco contacto com a língua.Relativamente a tão propolada tese da 'inviabilidade política e económica' de Timor defendida por Pedro Rosa Mendes, no jornal PÚBLICO, João Gomes Cravinho afirma que "Timor progride", contudo é necessário o concurso de todos os actores políticos do país.

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