Orçamento. Negociação à porta fechada, guerra na praça pública

07-10-2020
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A uma semana da entrega do Orçamento do Estado, os players envolvidos têm, além da negociação de medidas concretas, uma missão adicional: controlar a narrativa à volta das conversações, para não se verem a braços com o ónus da responsabilidade caso tudo corra mal. Depois de ameaças de crise política, uma hipótese que Marcelo Rebelo de Sousa e o Governo têm agitado, o Executivo decidiu anunciar todas as medidas que estão acordadas ou a fazer bom caminho. Das que estão fechadas, a esquerda diz que poucas resolvem para já os pontos mais sensíveis das suas exigências, mas servem ao Governo para mostrar que está a fazer um esforço significativo para se aproximar dos ex-parceiros ou, na visão do Bloco de Esquerda, para tentar forçar os parceiros a mostrarem mais flexibilidade nas reuniões... ou a ficarem com as culpas, junto da opinião pública, por uma eventual crise política.

A luta pelo controlo da narrativa tornou-se clara quando o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, convocou os jornalistas para uma declaração no Parlamento, esta sexta-feira pela manhã. Mais: o Governo estava avisado de que o Bloco, que na véspera tinha estado reunido com o ministro das Finanças, João Leão, preparava uma conferência de imprensa para anunciar a sua solução para o Novo Banco (ver pág. 14). Sabendo-o, o Governo decidiu, desta vez, antecipar-se.

A uma semana da entrega do Orçamento do Estado, os players envolvidos têm, além da negociação de medidas concretas, uma missão adicional: controlar a narrativa à volta das conversações, para não se verem a braços com o ónus da responsabilidade caso tudo corra mal. Depois de ameaças de crise política, uma hipótese que Marcelo Rebelo de Sousa e o Governo têm agitado, o Executivo decidiu anunciar todas as medidas que estão acordadas ou a fazer bom caminho. Das que estão fechadas, a esquerda diz que poucas resolvem para já os pontos mais sensíveis das suas exigências, mas servem ao Governo para mostrar que está a fazer um esforço significativo para se aproximar dos ex-parceiros ou, na visão do Bloco de Esquerda, para tentar forçar os parceiros a mostrarem mais flexibilidade nas reuniões... ou a ficarem com as culpas, junto da opinião pública, por uma eventual crise política.

A luta pelo controlo da narrativa tornou-se clara quando o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, convocou os jornalistas para uma declaração no Parlamento, esta sexta-feira pela manhã. Mais: o Governo estava avisado de que o Bloco, que na véspera tinha estado reunido com o ministro das Finanças, João Leão, preparava uma conferência de imprensa para anunciar a sua solução para o Novo Banco (ver pág. 14). Sabendo-o, o Governo decidiu, desta vez, antecipar-se.

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