Centeno quer “credibilizar” o Banco de Portugal. É “a pessoa certa”, garante João Leão

26-07-2020
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Mário Centeno tomou posse esta segunda-feira como governador do Banco de Portugal. No salão nobre do Ministério das Finanças, prometeu independência e "uma gestão de portas abertas", como aprendeu na universidade de Harvard. "A independência não se questiona nem se impõe. Não cabe ao Banco de Portugal, e muito menos ao governador, ter estados de alma sobre a natureza da sua independência", disse o ex-ministro das Finanças.

Do seu sucessor no ministério, João Leão, ouviu uma saudação à "coragem e elevado sentido de missão ao assumir funções nas atuais condições" e a garantia de que ele era "a pessoa certa para governar o Banco de Portugal neste momento exigente".

Certo de que a independência se exerce "pela ação e não é uma mera atribuição", Centeno fez questão de sublinhar que a sua experiência como ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo são uma mais valia para as novas funções. "Confio que esse capital que transporto comigo permitirá assegurar cabalmente o cumprimento das responsabilidades", disse.

Quanto à sua estratégia no quarto, definiu quatro desafios à partida: assegurar uma a supervisão "eficiente, exigente e proativa" do sistema financeiro, participar e influenciar a política monetária europeia, definir uma política macroprudencial que "assegure a estabilidade do sistema financeiro" e "credibilizar as estratégias do Banco de Portugal, os mecanismos de supervisão e o processo de resolução bancária, assegurando a estabilidade financeira e protegendo o erário público".

"Assumo com honra e entusiasmo um compromisso de serviço público", disse ainda o novo Governador do Banco de Portugal, rejeitando "estratégias de dividir para reinar".

Na cerimónia de apresentação do novo Governador, o ministro das Finanças, João Leão, recordou o "extenso currículo" de Centeno, sublinhando que a sua experiência e prestígio são "reconhecidos a nível nacional e internacional", mas também o quadro "extremamente exigente" em que assume funções e o facto de "a política monetária poder ter um papel fundamente na atual crise", "a segunda grande crise que o mundo vive nos últimos 12 anos".

Agradecimento a Carlos Costa

Para Carlos Costa, que agora cessa funções, o ministro deixou "um agradecimento pelo serviço prestado nos últimos dez anos, num mandato exercido em condições económicas muito difíceis". "Queria destacar a independência e sentido de missão que norteou a ação do BdP neste período", disse João Leão antes de referir "a defesa intransigente da estabilidade financeira e do reforço dos mecanismos de supervisão, para além da progressiva modernização de uma instituição tão importante como o BdP".

Mário Centeno, que passou a pasta de ministro das Finanças a João Leão em junho, viu a sua nomeação para o cargo de Governador do Banco de Portugal ser aprovada em Conselho de Ministros na semana passada depois do relatório da sua audição ter recebido o aval da Comissão de Economia e Finanças com os votos contra do CDS-PP, Bloco de Esquerda, Iniciativa Liberal e PAN, assim como do deputado social-democrata Álvaro Almeida. PSD e CDS abstiveram-se, enquanto o PS votou a favor.

A sua escolha para o cargo foi polémica por Centeno ter protagonizado uma passagem quase direta do Ministério das Finanças para o Banco de Portugal. Aliás, a 9 de junho, o Parlamento aprovou na generalidade um projeto do PAN que estabelecia um período de nojo de cinco anos entre o exercício de funções governativas na área das Finanças e o cargo de governador. No dia 25 do mesmo mês, no entanto, o Parlamento suspendeu por quatro semanas a apreciação na especialidade deste projeto até chegar o parecer do Banco Central Europeu.

Mário Centeno tomou posse esta segunda-feira como governador do Banco de Portugal. No salão nobre do Ministério das Finanças, prometeu independência e "uma gestão de portas abertas", como aprendeu na universidade de Harvard. "A independência não se questiona nem se impõe. Não cabe ao Banco de Portugal, e muito menos ao governador, ter estados de alma sobre a natureza da sua independência", disse o ex-ministro das Finanças.

Do seu sucessor no ministério, João Leão, ouviu uma saudação à "coragem e elevado sentido de missão ao assumir funções nas atuais condições" e a garantia de que ele era "a pessoa certa para governar o Banco de Portugal neste momento exigente".

Certo de que a independência se exerce "pela ação e não é uma mera atribuição", Centeno fez questão de sublinhar que a sua experiência como ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo são uma mais valia para as novas funções. "Confio que esse capital que transporto comigo permitirá assegurar cabalmente o cumprimento das responsabilidades", disse.

Quanto à sua estratégia no quarto, definiu quatro desafios à partida: assegurar uma a supervisão "eficiente, exigente e proativa" do sistema financeiro, participar e influenciar a política monetária europeia, definir uma política macroprudencial que "assegure a estabilidade do sistema financeiro" e "credibilizar as estratégias do Banco de Portugal, os mecanismos de supervisão e o processo de resolução bancária, assegurando a estabilidade financeira e protegendo o erário público".

"Assumo com honra e entusiasmo um compromisso de serviço público", disse ainda o novo Governador do Banco de Portugal, rejeitando "estratégias de dividir para reinar".

Na cerimónia de apresentação do novo Governador, o ministro das Finanças, João Leão, recordou o "extenso currículo" de Centeno, sublinhando que a sua experiência e prestígio são "reconhecidos a nível nacional e internacional", mas também o quadro "extremamente exigente" em que assume funções e o facto de "a política monetária poder ter um papel fundamente na atual crise", "a segunda grande crise que o mundo vive nos últimos 12 anos".

Agradecimento a Carlos Costa

Para Carlos Costa, que agora cessa funções, o ministro deixou "um agradecimento pelo serviço prestado nos últimos dez anos, num mandato exercido em condições económicas muito difíceis". "Queria destacar a independência e sentido de missão que norteou a ação do BdP neste período", disse João Leão antes de referir "a defesa intransigente da estabilidade financeira e do reforço dos mecanismos de supervisão, para além da progressiva modernização de uma instituição tão importante como o BdP".

Mário Centeno, que passou a pasta de ministro das Finanças a João Leão em junho, viu a sua nomeação para o cargo de Governador do Banco de Portugal ser aprovada em Conselho de Ministros na semana passada depois do relatório da sua audição ter recebido o aval da Comissão de Economia e Finanças com os votos contra do CDS-PP, Bloco de Esquerda, Iniciativa Liberal e PAN, assim como do deputado social-democrata Álvaro Almeida. PSD e CDS abstiveram-se, enquanto o PS votou a favor.

A sua escolha para o cargo foi polémica por Centeno ter protagonizado uma passagem quase direta do Ministério das Finanças para o Banco de Portugal. Aliás, a 9 de junho, o Parlamento aprovou na generalidade um projeto do PAN que estabelecia um período de nojo de cinco anos entre o exercício de funções governativas na área das Finanças e o cargo de governador. No dia 25 do mesmo mês, no entanto, o Parlamento suspendeu por quatro semanas a apreciação na especialidade deste projeto até chegar o parecer do Banco Central Europeu.

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