Operação Marquês. Mário Lino nega ter sido usado por Sócrates: “Governantes não são mentecaptos”

10-02-2020
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Mário Lino repetiu esta segunda-feira o que já tinha dito quando a acusação da Operação Marquês foi conhecida: não foi instrumentalizado por José Sócrates para favorecer os interesses do Grupo Lena, mais concretamente na adjudicação da construção de um troço de comboio de alta velocidade para ligar Poceirão a Caia. Contactado pelo Expresso, o ex-ministro diz que os governantes "não são mentecaptos" e nega ter sido "instrumentalizado" por José Sócrates (é o que diz a acusação).

De acordo com o que o Expresso conseguiu saber, Mário Lino, que foi arrolado como testemunha por José Sócrates, foi confrontado pelo juiz Ivo Rosa com suspeitas relacionadas com negócios conseguidos pelo Grupo Lena na Venezuela e voltou a negar que José Sócrates tivesse alguma influência nesse processo. De acordo com o MP, Carlos Santos Silva, que trabalhava para o grupo Lena, terá aproveitado a proximidade entre José Sócrates e o governo venezuelano para conseguir que um projeto de construção de habitação social fosse atribuído ao conglomerado de empresas de Leiria. O acordo foi assinado entre os ministros das obras públicas dos dois países. O português era Mário Lino.

Segundo a acusação, José Sócrates "instrumentalizou" os seus ministros ligados ao sector das obras públicas para que a empreitada da construção de um troço que ia ligar Poceirão a Caia (na fronteira de Espanha) através de um comboio de alta velocidade, o TGV, beneficiasse o grupo Lena, empresa que, ainda de acordo com a acusação, corrompeu o ex-primeiro-ministro praticamente desde o primeiro dia em que tomou posse depois de ter vencido as eleições legislativas de 2005. Quer a obra avançasse ou não, o grupo teria sempre lucro porque o contrato garantia uma indemnização no caso de o projeto não ir para a frente, como veio a acontecer.

A construção do troço nunca foi concretizada por causa de um parecer negativo do Tribunal de contas já no Governo de Passos Coelho e o Estado português foi condenado em 2016 por um tribunal arbitral a pagar 149 milhões de indemnização ao consórcio. Como o dinheiro ainda não foi pago, a Elos pede agora cerca de 190 milhões por causa dos juros. Segundo uma fonte oficial, ainda não recebeu qualquer verba.Já depois de ter sido detido por suspeitas de corrupção, José Sócrates defendeu que a construção do TGV devia ter ido para a frente.

Mário Lino foi ministro das Obras Públicas do Governo de José Sócrates entre 2005 e 2009, tendo sido substituído no cargo por António Mendonça, que ficou com a pasta até 2011, quando o PSD venceu as eleições. Os dois estão a ser investigados pela Polícia Judiciária no âmbito do processo das parcerias público-privadas (PPP). Apesar de já ter havido buscas e de os suspeitos do caso já terem estado sob escuta, a investigação não está ainda concluída e o processo não tem arguidos. Paulo Campos, que foi secretário de Estado dos dois ex-ministros, também é suspeito no processo. Em causa estarão crimes relacionados com gestão danosa.

Mário Lino repetiu esta segunda-feira o que já tinha dito quando a acusação da Operação Marquês foi conhecida: não foi instrumentalizado por José Sócrates para favorecer os interesses do Grupo Lena, mais concretamente na adjudicação da construção de um troço de comboio de alta velocidade para ligar Poceirão a Caia. Contactado pelo Expresso, o ex-ministro diz que os governantes "não são mentecaptos" e nega ter sido "instrumentalizado" por José Sócrates (é o que diz a acusação).

De acordo com o que o Expresso conseguiu saber, Mário Lino, que foi arrolado como testemunha por José Sócrates, foi confrontado pelo juiz Ivo Rosa com suspeitas relacionadas com negócios conseguidos pelo Grupo Lena na Venezuela e voltou a negar que José Sócrates tivesse alguma influência nesse processo. De acordo com o MP, Carlos Santos Silva, que trabalhava para o grupo Lena, terá aproveitado a proximidade entre José Sócrates e o governo venezuelano para conseguir que um projeto de construção de habitação social fosse atribuído ao conglomerado de empresas de Leiria. O acordo foi assinado entre os ministros das obras públicas dos dois países. O português era Mário Lino.

Segundo a acusação, José Sócrates "instrumentalizou" os seus ministros ligados ao sector das obras públicas para que a empreitada da construção de um troço que ia ligar Poceirão a Caia (na fronteira de Espanha) através de um comboio de alta velocidade, o TGV, beneficiasse o grupo Lena, empresa que, ainda de acordo com a acusação, corrompeu o ex-primeiro-ministro praticamente desde o primeiro dia em que tomou posse depois de ter vencido as eleições legislativas de 2005. Quer a obra avançasse ou não, o grupo teria sempre lucro porque o contrato garantia uma indemnização no caso de o projeto não ir para a frente, como veio a acontecer.

A construção do troço nunca foi concretizada por causa de um parecer negativo do Tribunal de contas já no Governo de Passos Coelho e o Estado português foi condenado em 2016 por um tribunal arbitral a pagar 149 milhões de indemnização ao consórcio. Como o dinheiro ainda não foi pago, a Elos pede agora cerca de 190 milhões por causa dos juros. Segundo uma fonte oficial, ainda não recebeu qualquer verba.Já depois de ter sido detido por suspeitas de corrupção, José Sócrates defendeu que a construção do TGV devia ter ido para a frente.

Mário Lino foi ministro das Obras Públicas do Governo de José Sócrates entre 2005 e 2009, tendo sido substituído no cargo por António Mendonça, que ficou com a pasta até 2011, quando o PSD venceu as eleições. Os dois estão a ser investigados pela Polícia Judiciária no âmbito do processo das parcerias público-privadas (PPP). Apesar de já ter havido buscas e de os suspeitos do caso já terem estado sob escuta, a investigação não está ainda concluída e o processo não tem arguidos. Paulo Campos, que foi secretário de Estado dos dois ex-ministros, também é suspeito no processo. Em causa estarão crimes relacionados com gestão danosa.

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