Bruxelas quer enfrentar crise “com dinheiro velho e ideias velhas”

11-05-2020
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No final da reunião do Eurogrupo, Mário Centeno comprometeu-se a “fazer tudo o que for preciso e mais” para proteger a economia europeia, mas não anunciou novas medidas de apoio. Para o eurodeputado José Gusmão, a Comissão Europeia optou pela “estratégia de fazer o mínimo a que for obrigada”.

Ao fim de seis horas de reunião por videoconferência, Mário Centeno saiu da reunião do Eurogrupo com palavras de compromisso, mas de mãos vazias quanto a medidas concretas para responder à crise económica desencadeada pela pandemia do Covid-19.

“Vamos fazer tudo o que for preciso e mais”, prometeu Centeno, assegurando que serão usados "todos os instrumentos necessários para limitar as consequências económicas do surto da Covid-19”. Mas para já, os estados-membros são autorizados a usar os chamados estabilizadores automáticos macroeconómicos, que permitem suavizar as flutuações associadas aos ciclos económicos nas contas dos países, adotar medidas para aumentar a despesa destinada à contenção e tratamento do Covid-19, apoiar a liquidez das empresas nos setores afetados e os trabalhadores em risco de desemprego ou perda de rendimentos, incluindo o alargamento da licença por doença, prazos de subsídios de desemprego ou adiamento do pagamento de obrigações fiscais.

No que diz respeito ao apoio direto, Centeno enunciou medidas já anunciadas por Bruxelas e pelo Banco Central Europeu. Embora reconheça que as primeiras previsões da Comissão Europeia apontam para “um apoio muito considerável” do ponto de vista orçamental por parte dos estados-membros, o líder do grupo de ministros das Finanças da zona euro afirma as medidas anunciadas até agora para apoiar a economia somam apenas em média 1% do PIB.

"Ao insistir em não ser parte da solução, a Comissão Europeia tornou-se parte da crise”

Em reação às conclusões do Eurogrupo, o eurodeputado bloquista José Gusmão afirmou ao esquerda.net que “a Comissão Europeia parece continuar a optar pela estratégia de fazer o mínimo a que for obrigada, uma atitude que poderá vir a ser muito mais cara e muito menos eficaz, quer do ponto de vista da saúde pública, quer do ponto de vista económico”.

Rios de conversa e nenhuma medida com dentes. O comunicado do Eurogrupo vai ficar para a história como mais um conjunto de medidas "demasiado pequeno, demasiado tarde". O futuro da zona euro fica em risco face à incapacidade de respostas sérias à crise. https://t.co/RTJfiZcY5h — José Gusmão (@joseggusmao) March 16, 2020

Para José Gusmão, Bruxelas quer “enfrentar uma crise radicalmente nova com dinheiro velho e ideias velhas”. O estímulo fiscal apresentado por Centeno “não é mais do que uma nova denominação para recursos já existentes e os instrumentos de liquidez não são mais do que uma tentativa desesperada de resolver o problema através de mercados deprimidos”.

“Num momento em que a gravidade da pandemia é evidente para todo o mundo, a Comissão ainda não mobilizou dinheiro novo para apoiar os Estados-membros, não suspendeu as regras do Programa de Estabilidade e Crescimento e não propôs um programa de financiamento a serviços públicos e políticas contra-cíclicas financiado por emissão monetária”, lamenta o eurodeputado do Bloco de Esquerda, concluindo que “ao insistir em não ser parte da solução, a Comissão Europeia tornou-se parte da crise.”

No final da reunião do Eurogrupo, Mário Centeno comprometeu-se a “fazer tudo o que for preciso e mais” para proteger a economia europeia, mas não anunciou novas medidas de apoio. Para o eurodeputado José Gusmão, a Comissão Europeia optou pela “estratégia de fazer o mínimo a que for obrigada”.

Ao fim de seis horas de reunião por videoconferência, Mário Centeno saiu da reunião do Eurogrupo com palavras de compromisso, mas de mãos vazias quanto a medidas concretas para responder à crise económica desencadeada pela pandemia do Covid-19.

“Vamos fazer tudo o que for preciso e mais”, prometeu Centeno, assegurando que serão usados "todos os instrumentos necessários para limitar as consequências económicas do surto da Covid-19”. Mas para já, os estados-membros são autorizados a usar os chamados estabilizadores automáticos macroeconómicos, que permitem suavizar as flutuações associadas aos ciclos económicos nas contas dos países, adotar medidas para aumentar a despesa destinada à contenção e tratamento do Covid-19, apoiar a liquidez das empresas nos setores afetados e os trabalhadores em risco de desemprego ou perda de rendimentos, incluindo o alargamento da licença por doença, prazos de subsídios de desemprego ou adiamento do pagamento de obrigações fiscais.

No que diz respeito ao apoio direto, Centeno enunciou medidas já anunciadas por Bruxelas e pelo Banco Central Europeu. Embora reconheça que as primeiras previsões da Comissão Europeia apontam para “um apoio muito considerável” do ponto de vista orçamental por parte dos estados-membros, o líder do grupo de ministros das Finanças da zona euro afirma as medidas anunciadas até agora para apoiar a economia somam apenas em média 1% do PIB.

"Ao insistir em não ser parte da solução, a Comissão Europeia tornou-se parte da crise”

Em reação às conclusões do Eurogrupo, o eurodeputado bloquista José Gusmão afirmou ao esquerda.net que “a Comissão Europeia parece continuar a optar pela estratégia de fazer o mínimo a que for obrigada, uma atitude que poderá vir a ser muito mais cara e muito menos eficaz, quer do ponto de vista da saúde pública, quer do ponto de vista económico”.

Rios de conversa e nenhuma medida com dentes. O comunicado do Eurogrupo vai ficar para a história como mais um conjunto de medidas "demasiado pequeno, demasiado tarde". O futuro da zona euro fica em risco face à incapacidade de respostas sérias à crise. https://t.co/RTJfiZcY5h — José Gusmão (@joseggusmao) March 16, 2020

Para José Gusmão, Bruxelas quer “enfrentar uma crise radicalmente nova com dinheiro velho e ideias velhas”. O estímulo fiscal apresentado por Centeno “não é mais do que uma nova denominação para recursos já existentes e os instrumentos de liquidez não são mais do que uma tentativa desesperada de resolver o problema através de mercados deprimidos”.

“Num momento em que a gravidade da pandemia é evidente para todo o mundo, a Comissão ainda não mobilizou dinheiro novo para apoiar os Estados-membros, não suspendeu as regras do Programa de Estabilidade e Crescimento e não propôs um programa de financiamento a serviços públicos e políticas contra-cíclicas financiado por emissão monetária”, lamenta o eurodeputado do Bloco de Esquerda, concluindo que “ao insistir em não ser parte da solução, a Comissão Europeia tornou-se parte da crise.”

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