Centeno vs Sarmento. A “guerra” de números entre PS e PSD

25-11-2019
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A guerra entre Mário Centeno e Joaquim Miranda Sarmento tem tido todos os dias um novo capítulo. Depois de o ministro das Finanças ter acusado o PSD de ter 4.750 milhões de euros por explicar nas contas do programa, o porta-voz dos sociais-democratas para as finanças públicas veio rebater as acusações.

No palco mediático já houve desafios para debates entre as partes, mas para já as críticas são feitas através da comunicação social. Mas afinal do que falam PS e PSD? Que números existem de cada um dos lados? O que falta saber e que ataques fazem as partes?

O lado de Mário Centeno

Que números apresentou o PS – Os socialistas apresentaram contas a várias medidas que prometem implementar no próximo ano, a maior parte delas já previstas no Programa de Estabilidade, como a redução do IRS via taxas de imposto e aumento das deduções fiscais para quem mais de um filho e aumentos maiores nos salários dos funcionários públicos. No caso do IRS, o bolo passa dos 200 milhões anunciados há mais de um ano (mas cuja forma ainda se desconhece) para 400 milhões de euros, o mesmo acontece com a dotação para os aumentos salariais na Função Pública, que passa de 200 para 400 milhões de euros. Mas há mais: 150 milhões por ano para criar habitação a preço acessível; 15 milhões por ano para alagar a cobertura do cheque dentista; 30 milhões para a digitalização das escolas. No total, que inclui estas verbas, o PS prevê aumentar o investimento público em 200 milhões de euros por ano na próxima legislatura. Tudo isto foi feito com base no cenário macroeconómico desenhado pelo PS — nomeadamente pela equipa de Mário Centeno — para os próximos quatro anos. No entanto, ao contrário do que aconteceu em 2015, desta vez o PS não apresentou esse cenário antes das eleições, apesar de Mário Centeno ter feito duas conferências num curto espaço de tempo para falar sobre o tema, uma delas para apontar as falhas cenário macroeconómico do PSD, que é conhecido, e outra para apresentar o custo das suas promessas, mas não de que forma afetam ou estão influenciadas pela evolução económica esperada. O que fará se a economia crescer menos – Ao contrário do PSD, Mário Centeno diz que o programa eleitoral do PS tem margem para cumprir todas as promessas que está a fazer, mesmo que a economia entre numa fase de abrandamento mais pronunciado. O equilíbrio conseguido nas contas públicas permite deixar funcionar os estabilizadores automáticos — o aumento dos gastos com subsídio de desemprego e a perda de receita fiscal decorrente da desaceleração da atividade económica. Este abrandamento levaria a um aumento do défice, que Mário Centeno diz que permitiria, mas só o permitiria com as medidas do PS. A margem acaba se tiver que se fazer mais, ou o que chama de “leilão de promessas” de partidos como o Bloco de Esquerda, PSD e CDS-PP. Depois disso, só retificativos, disse. Que ataques faz ao adversário – Se o adversário a ter em conta for o PSD e Joaquim Miranda Sarmento (deixando de fora, como lhe chamou, os “devaneios” do Bloco de Esquerda, as acusações vão da falta de credibilidade, a cortes escondidos e contas mal feitas. Na segunda de duas conferências de imprensa realizadas na sede do PS para discutir as medidas do PS e os programas eleitorais dos outros partidos, Mário Centeno centrou toda a sua atenção no PSD. Para isso preparou duas apresentações com o título “Os Cenários Económicos Em Que Não Vamos Votar”, onde disse que a previsão do PIB do PSD está acima de todas as projeções que existem para Portugal (uma acusação de que o próprio foi alvo em 2015), que a receita cresce desproporcionalmente relativamente à evolução da economia, que a despesa está subfinanciada, que o programa social-democrata “não é credível” e “levaria Portugal para a senda de retificativos e défices excessivos” e que voltariam cortes cegos na saúde e nas pensões, e nos serviços públicos. No final, disse, há 4.750 milhões de euros por explicar nas contas do PSD.

O lado de Joaquim Miranda Sarmento

A guerra entre Mário Centeno e Joaquim Miranda Sarmento tem tido todos os dias um novo capítulo. Depois de o ministro das Finanças ter acusado o PSD de ter 4.750 milhões de euros por explicar nas contas do programa, o porta-voz dos sociais-democratas para as finanças públicas veio rebater as acusações.

No palco mediático já houve desafios para debates entre as partes, mas para já as críticas são feitas através da comunicação social. Mas afinal do que falam PS e PSD? Que números existem de cada um dos lados? O que falta saber e que ataques fazem as partes?

O lado de Mário Centeno

Que números apresentou o PS – Os socialistas apresentaram contas a várias medidas que prometem implementar no próximo ano, a maior parte delas já previstas no Programa de Estabilidade, como a redução do IRS via taxas de imposto e aumento das deduções fiscais para quem mais de um filho e aumentos maiores nos salários dos funcionários públicos. No caso do IRS, o bolo passa dos 200 milhões anunciados há mais de um ano (mas cuja forma ainda se desconhece) para 400 milhões de euros, o mesmo acontece com a dotação para os aumentos salariais na Função Pública, que passa de 200 para 400 milhões de euros. Mas há mais: 150 milhões por ano para criar habitação a preço acessível; 15 milhões por ano para alagar a cobertura do cheque dentista; 30 milhões para a digitalização das escolas. No total, que inclui estas verbas, o PS prevê aumentar o investimento público em 200 milhões de euros por ano na próxima legislatura. Tudo isto foi feito com base no cenário macroeconómico desenhado pelo PS — nomeadamente pela equipa de Mário Centeno — para os próximos quatro anos. No entanto, ao contrário do que aconteceu em 2015, desta vez o PS não apresentou esse cenário antes das eleições, apesar de Mário Centeno ter feito duas conferências num curto espaço de tempo para falar sobre o tema, uma delas para apontar as falhas cenário macroeconómico do PSD, que é conhecido, e outra para apresentar o custo das suas promessas, mas não de que forma afetam ou estão influenciadas pela evolução económica esperada. O que fará se a economia crescer menos – Ao contrário do PSD, Mário Centeno diz que o programa eleitoral do PS tem margem para cumprir todas as promessas que está a fazer, mesmo que a economia entre numa fase de abrandamento mais pronunciado. O equilíbrio conseguido nas contas públicas permite deixar funcionar os estabilizadores automáticos — o aumento dos gastos com subsídio de desemprego e a perda de receita fiscal decorrente da desaceleração da atividade económica. Este abrandamento levaria a um aumento do défice, que Mário Centeno diz que permitiria, mas só o permitiria com as medidas do PS. A margem acaba se tiver que se fazer mais, ou o que chama de “leilão de promessas” de partidos como o Bloco de Esquerda, PSD e CDS-PP. Depois disso, só retificativos, disse. Que ataques faz ao adversário – Se o adversário a ter em conta for o PSD e Joaquim Miranda Sarmento (deixando de fora, como lhe chamou, os “devaneios” do Bloco de Esquerda, as acusações vão da falta de credibilidade, a cortes escondidos e contas mal feitas. Na segunda de duas conferências de imprensa realizadas na sede do PS para discutir as medidas do PS e os programas eleitorais dos outros partidos, Mário Centeno centrou toda a sua atenção no PSD. Para isso preparou duas apresentações com o título “Os Cenários Económicos Em Que Não Vamos Votar”, onde disse que a previsão do PIB do PSD está acima de todas as projeções que existem para Portugal (uma acusação de que o próprio foi alvo em 2015), que a receita cresce desproporcionalmente relativamente à evolução da economia, que a despesa está subfinanciada, que o programa social-democrata “não é credível” e “levaria Portugal para a senda de retificativos e défices excessivos” e que voltariam cortes cegos na saúde e nas pensões, e nos serviços públicos. No final, disse, há 4.750 milhões de euros por explicar nas contas do PSD.

O lado de Joaquim Miranda Sarmento

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