Portugal a caminho da “transição” - mas devagar - e com mais 12% de desempregados: covid-19, ponto de situação nacional

17-04-2020
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Lentamente o país prepara-se para o regresso a uma vida mais parecida com o normal, com as notícias a apontarem o caminho possível, mesmo que não para já. Marcelo Rebelo de Sousa deixou-o claro esta quarta-feira, ao assumir que "tudo se encaminha para uma renovação imediata do estado de emergência", mas antecipou ajustes: "Em maio, os portugueses vão começar a habituar-se a conviver com um virus que passa a ser um dado novo no seu dia a dia".

Há que começar a preparar "a transição", disse o Presidente da República, sem deixar de sublinhar que esta "terá que ser feita com precaução".

Há um número, soube-se esta quarta-feira, que é crucial para desenhar o alívio das restrições. Trata-se do indicador conhecido como RO – o número médio de contágios causados por cada pessoa infectada.

Em Portugal, esse indicador está finalmente abaixo do 1, mas só quando alcançar 0,7, ou um valor próximo, oferecerá mais garantias de que o aumento do número de novos casos (inevitável depois do levantamento de algumas restrições) será suportável e que o número de pessoas a dar entrada nos hospitais será controlável.

Até lá, não há margem para levantar o estado de emergência, alertaram os especialistas que estiveram reunidos com as mais altas figuras do Estado e líderes partidários no auditório do Infarmed, em Lisboa.

Os números do dia trouxeram boas notícias. Desceu o total de doentes internados, de acordo com o boletim da Direção-Geral da Saúde, fixando-se em 1.200 - menos 27 pessoas do que o registo anterior. Também caiu o total de doentes infetados em cuidados intensivos, para 208 (menos 10 do que na terça-feira) e aumentou o grupo das pessoas já recuperadas: 383.

Depois dos profissionais de saúde, o elogio foi esta quarta-feira dirigido ao sector da educação. Um mês depois da suspensão das aulas presenciais, e no âmbito da apresentação do projeto #EstudoemCasa, António Costa reforçou os elogios deixados pelo ministro da Educação aos professores e destacou “o esforço extraordinário das escolas, dos professores, das famílias e dos alunos” e a “capacidade de reinvenção” a que este período exigiu. “A vida não pode parar, tem é de seguir de outra forma”, concluiu o primeiro-ministro.

No plano económico, os dados do dia são menos animadores. Há atualmente 353 mil desempregados registados (inscritos nos centros de emprego nacionais), adiantou pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social O número corresponde a um aumento superior a 12% face a fevereiro de 2020.

Ana Mendes Godinho informou serem já 931 mil os trabalhadores abrangidos pelo regime de lay-off simplificado, ascendendo a 145 mil os trabalhadores independentes abrangido por medidas de compensação à perda de rendimentos criadas no âmbito do plano de resposta aos impactos económicos da pandemia covid-19.

As consequências da pandemia atingiram também o sector dos media e, em particular, a imprensa regional. Cerca de trinta publicações regionais deixaram de imprimir e mais de metade corre o risco de fechar, alertou o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro. Em causa estão, no mínimo, 150 postos de trabalho.

Esperança podem ser os apoios aos media anunciados pelo Governo e que, segundo garantiu o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, terão em conta a imprensa regional e local. As medidas estão a ser ultimadas, disse a ministra da Cultura, que conta apresentá-las ainda esta semana.

Quanto aos estudos sobre a vacina da BCG, que mostram que esta poderá ter um efeito protetor face à covid-19, ficou o reparo feito pelo subdiretor-geral da Saúde: estes estudos carecem de "robustez", considera a DGS, que está a “acompanhar a situação”.

Em Portugal, soube-se que os maiores laboratórios privados nacionais já estão a fazer análises que permitem detetar anticorpos contra o novo coronavírus em quem possa ter sido infetado, mesmo sem ter tido sintomas, ou que não tenha feito teste de diagnóstico.

Na lista dos desobedientes estão agora 153 pessoas, o total de detenções feitas pela GNR e pela PSP ( até às 17h00 desta quarta-feira). As autoridades encerraram 377 estabelecimentos por incumprimento das normas durante o segundo período do estado de emergência.

A última nota vai para uma celebração que se aproxima, mas que este ano será necessariamente mais contida. Um terço dos deputados presentes e lugares mais distantes para os convidados, são as adaptações a fazer no Parlamento para permitir alguma comemoração do 25 de Abril. A decisão não foi consensual, mas foi tomada na reunião da conferência de líderes desta quarta-feira.

Lentamente o país prepara-se para o regresso a uma vida mais parecida com o normal, com as notícias a apontarem o caminho possível, mesmo que não para já. Marcelo Rebelo de Sousa deixou-o claro esta quarta-feira, ao assumir que "tudo se encaminha para uma renovação imediata do estado de emergência", mas antecipou ajustes: "Em maio, os portugueses vão começar a habituar-se a conviver com um virus que passa a ser um dado novo no seu dia a dia".

Há que começar a preparar "a transição", disse o Presidente da República, sem deixar de sublinhar que esta "terá que ser feita com precaução".

Há um número, soube-se esta quarta-feira, que é crucial para desenhar o alívio das restrições. Trata-se do indicador conhecido como RO – o número médio de contágios causados por cada pessoa infectada.

Em Portugal, esse indicador está finalmente abaixo do 1, mas só quando alcançar 0,7, ou um valor próximo, oferecerá mais garantias de que o aumento do número de novos casos (inevitável depois do levantamento de algumas restrições) será suportável e que o número de pessoas a dar entrada nos hospitais será controlável.

Até lá, não há margem para levantar o estado de emergência, alertaram os especialistas que estiveram reunidos com as mais altas figuras do Estado e líderes partidários no auditório do Infarmed, em Lisboa.

Os números do dia trouxeram boas notícias. Desceu o total de doentes internados, de acordo com o boletim da Direção-Geral da Saúde, fixando-se em 1.200 - menos 27 pessoas do que o registo anterior. Também caiu o total de doentes infetados em cuidados intensivos, para 208 (menos 10 do que na terça-feira) e aumentou o grupo das pessoas já recuperadas: 383.

Depois dos profissionais de saúde, o elogio foi esta quarta-feira dirigido ao sector da educação. Um mês depois da suspensão das aulas presenciais, e no âmbito da apresentação do projeto #EstudoemCasa, António Costa reforçou os elogios deixados pelo ministro da Educação aos professores e destacou “o esforço extraordinário das escolas, dos professores, das famílias e dos alunos” e a “capacidade de reinvenção” a que este período exigiu. “A vida não pode parar, tem é de seguir de outra forma”, concluiu o primeiro-ministro.

No plano económico, os dados do dia são menos animadores. Há atualmente 353 mil desempregados registados (inscritos nos centros de emprego nacionais), adiantou pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social O número corresponde a um aumento superior a 12% face a fevereiro de 2020.

Ana Mendes Godinho informou serem já 931 mil os trabalhadores abrangidos pelo regime de lay-off simplificado, ascendendo a 145 mil os trabalhadores independentes abrangido por medidas de compensação à perda de rendimentos criadas no âmbito do plano de resposta aos impactos económicos da pandemia covid-19.

As consequências da pandemia atingiram também o sector dos media e, em particular, a imprensa regional. Cerca de trinta publicações regionais deixaram de imprimir e mais de metade corre o risco de fechar, alertou o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro. Em causa estão, no mínimo, 150 postos de trabalho.

Esperança podem ser os apoios aos media anunciados pelo Governo e que, segundo garantiu o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, terão em conta a imprensa regional e local. As medidas estão a ser ultimadas, disse a ministra da Cultura, que conta apresentá-las ainda esta semana.

Quanto aos estudos sobre a vacina da BCG, que mostram que esta poderá ter um efeito protetor face à covid-19, ficou o reparo feito pelo subdiretor-geral da Saúde: estes estudos carecem de "robustez", considera a DGS, que está a “acompanhar a situação”.

Em Portugal, soube-se que os maiores laboratórios privados nacionais já estão a fazer análises que permitem detetar anticorpos contra o novo coronavírus em quem possa ter sido infetado, mesmo sem ter tido sintomas, ou que não tenha feito teste de diagnóstico.

Na lista dos desobedientes estão agora 153 pessoas, o total de detenções feitas pela GNR e pela PSP ( até às 17h00 desta quarta-feira). As autoridades encerraram 377 estabelecimentos por incumprimento das normas durante o segundo período do estado de emergência.

A última nota vai para uma celebração que se aproxima, mas que este ano será necessariamente mais contida. Um terço dos deputados presentes e lugares mais distantes para os convidados, são as adaptações a fazer no Parlamento para permitir alguma comemoração do 25 de Abril. A decisão não foi consensual, mas foi tomada na reunião da conferência de líderes desta quarta-feira.

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