Governo espera "crescimento muito significativo do desemprego", mas que não chegue a 10%

06-06-2020
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O cenário em que se vai basear o Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) que está a ser aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros ainda é negro, mas as perspectivas do Governo é que a economia portuguesa tenha já parado de aprofundar a crise. Os últimos indicadores, diz Mariana Vieira da Silva, dão algum alento de que o pior já passou e por isso o Governo trabalha com um cenário em que o aumento do desemprego possa vir a ser "muito significativo" mas que espera "que possa ficar ainda no único dígito, e não nos dois dígitos", disse a ministra da Presidência ao podcast do PS, Política com Palavra.

“No mês de maio há menos desempregados novos do que existiram em abril. As indicações que temos é de capacidade da nossa economia responder. Com uma subida de desemprego, que esperamos, mas que dá sinais de não aprofundamento. Se a crise se estivesse a aprofundar a cada mês teríamos mais novos desempregados e não é isso que até agora estamos a ver", admitiu Mariana Vieira da Silva.

O Governo ainda não apresentou o cenário macro-económico em que vai basear as políticas e o Orçamento Suplementar, que será aprovado em Conselho de Ministros e entregue na Assembleia da República para a semana. Esta semana o Conselho de Finanças Públicas apresentou um intervalo de quebra económica entre os 7,5% e os 11,8% e Mariana Vieira da Silva refere que o Governo está "a trabalhar com cenários mais próximos desse valor na base [da previsão do Conselho de Finanças Públicas, contração do PIB de 7,5%], mas sabemos que são cenários em constante mutação". O que parece indicar que o Governo, tal como a Comissão Europeia, aposta numa recuperação rápida da economia portuguesa.

A base para algum optimismo não assumido prende-se com o facto de algumas medidas, como o layoff, terem "resultado" e estancado um crescimento mais acentuado do desemprego. “As indicações que temos, não diria que nos deixam otimistas, mas dão-nos sinais de que a medida [do lay-off simplificado] resultou e que podemos agora preparar novas medidas de apoio", respondeu em entrevista ao jornalista Filipe Santos Costa. Agora, esta medida será alterada em Conselho de Ministros, no PEES, e será direccionada para a retoma de atividade por parte das empresas. Ao que se sabe, será mais direccionada para uma redução do horário de trabalho e não para a suspensão do contrato. "A evolução da resposta que o lay-off simplificado deu para aquela medida que o substituirá é a de, gradual e progressivamente, ser capaz de ter mais gente a trabalhar mais horas, se aproximar progressivamente do salário normal e de aumentar progressivamente as contribuições para a Segurança Social que cabem às empresas", respondeu a ministra.

Esta medida fará parte do PEES que terá ainda medidas de apoio social: “Um quadro que permita responder ao momento que vivemos, é isso que se espera de um programa de estabilização. Não é que altere os fundamentos das nossas políticas - nem das nossas políticas fiscais, nem das nossas políticas de proteção social", respondeu.

Para já, o Governo ainda não olhou para as propostas do PSD, mas admite tê-las em conta. "“Há elementos nas propostas do PSD que fazem parte das preocupações, não só das medidas que já temos tomado, como das medidas que tomaremos", admite Mariana Vieira da Silva.

Um dos pontos em que há distância de pontos de vista tem a ver com a intervenção do Estado na economia. O PSD não gostou de ouvir Costa Silva, o conselheiro do Governo, defender mais Estado na economia e o Governo insiste que a crise demonstrou que é necessário, sobretudo numa altura em que a economia parou. "A recuperação trará outra vez para o debate público o elemento central da importância das políticas públicas e da presença do Estado nos caminhos de industrialização e aposta em setores estratégicos da nossa economia", disse.

O cenário em que se vai basear o Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) que está a ser aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros ainda é negro, mas as perspectivas do Governo é que a economia portuguesa tenha já parado de aprofundar a crise. Os últimos indicadores, diz Mariana Vieira da Silva, dão algum alento de que o pior já passou e por isso o Governo trabalha com um cenário em que o aumento do desemprego possa vir a ser "muito significativo" mas que espera "que possa ficar ainda no único dígito, e não nos dois dígitos", disse a ministra da Presidência ao podcast do PS, Política com Palavra.

“No mês de maio há menos desempregados novos do que existiram em abril. As indicações que temos é de capacidade da nossa economia responder. Com uma subida de desemprego, que esperamos, mas que dá sinais de não aprofundamento. Se a crise se estivesse a aprofundar a cada mês teríamos mais novos desempregados e não é isso que até agora estamos a ver", admitiu Mariana Vieira da Silva.

O Governo ainda não apresentou o cenário macro-económico em que vai basear as políticas e o Orçamento Suplementar, que será aprovado em Conselho de Ministros e entregue na Assembleia da República para a semana. Esta semana o Conselho de Finanças Públicas apresentou um intervalo de quebra económica entre os 7,5% e os 11,8% e Mariana Vieira da Silva refere que o Governo está "a trabalhar com cenários mais próximos desse valor na base [da previsão do Conselho de Finanças Públicas, contração do PIB de 7,5%], mas sabemos que são cenários em constante mutação". O que parece indicar que o Governo, tal como a Comissão Europeia, aposta numa recuperação rápida da economia portuguesa.

A base para algum optimismo não assumido prende-se com o facto de algumas medidas, como o layoff, terem "resultado" e estancado um crescimento mais acentuado do desemprego. “As indicações que temos, não diria que nos deixam otimistas, mas dão-nos sinais de que a medida [do lay-off simplificado] resultou e que podemos agora preparar novas medidas de apoio", respondeu em entrevista ao jornalista Filipe Santos Costa. Agora, esta medida será alterada em Conselho de Ministros, no PEES, e será direccionada para a retoma de atividade por parte das empresas. Ao que se sabe, será mais direccionada para uma redução do horário de trabalho e não para a suspensão do contrato. "A evolução da resposta que o lay-off simplificado deu para aquela medida que o substituirá é a de, gradual e progressivamente, ser capaz de ter mais gente a trabalhar mais horas, se aproximar progressivamente do salário normal e de aumentar progressivamente as contribuições para a Segurança Social que cabem às empresas", respondeu a ministra.

Esta medida fará parte do PEES que terá ainda medidas de apoio social: “Um quadro que permita responder ao momento que vivemos, é isso que se espera de um programa de estabilização. Não é que altere os fundamentos das nossas políticas - nem das nossas políticas fiscais, nem das nossas políticas de proteção social", respondeu.

Para já, o Governo ainda não olhou para as propostas do PSD, mas admite tê-las em conta. "“Há elementos nas propostas do PSD que fazem parte das preocupações, não só das medidas que já temos tomado, como das medidas que tomaremos", admite Mariana Vieira da Silva.

Um dos pontos em que há distância de pontos de vista tem a ver com a intervenção do Estado na economia. O PSD não gostou de ouvir Costa Silva, o conselheiro do Governo, defender mais Estado na economia e o Governo insiste que a crise demonstrou que é necessário, sobretudo numa altura em que a economia parou. "A recuperação trará outra vez para o debate público o elemento central da importância das políticas públicas e da presença do Estado nos caminhos de industrialização e aposta em setores estratégicos da nossa economia", disse.

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