Associação do Gás Natural alerta para risco de "preços proibitivos" resultantes da transição energética

26-02-2020
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A diretora executiva da Associação de Gás Natural, Suzana Toscano, criticou esta quarta-feira um "certo silêncio" em torno do papel que o gás natural terá como fonte de energia do país no contexto das ambições de descarbonização.

Falando na conferência da Associação Portuguesa de Energia sobre os desafios da transição energética, a responsável da AGN foi mais longe e alertou para o risco de que dentro de alguns anos a indústria portuguesa perca competitividade ao ser confrontada com "preços proibitivos" no consumo de gás.

Suzana Toscano enfatizou o problema de a transição energética ser feita com uma redução brusca do consumo de gás para a produção de eletricidade, porque isso aumentaria a ociosidade das infraestruturas de gás natural hoje existentes no país.

Ora, como essas infraestruturas não têm ainda o seu investimento totalmente amortizado, um menor consumo de gás em Portugal traduzir-se-á num encarecimento do custo unitário do gás natural. Ou seja, a maior eletrificação do país, por um lado, e o maior peso das renováveis na geração dessa eletricidade, por outro lado, poderão baixar o uso da rede de gasodutos de tal modo que o custo dessas infraestruturas será mais concentrado nos consumidores que continuarão a precisar de consumir gás. É o caso de indústrias como a cerâmica, por exemplo.

Ainda assim, Suzana Toscano acredita que o gás natural se manterá como alternativa energética competitiva durante décadas. "O gás natural será uma fonte de energia central nos objetivos traçados para o futuro. É ecológico, competitivo, eficiente e seguro. É uma preciosa fonte de flexibilidade", argumentou a diretora da AGN.

O Plano Nacional de Energia e Clima para 2030 prevê que dentro de uma década Portugal produza 80% da sua eletricidade a partir das renováveis, vindo os restantes 20% de centrais termoeléctricas a gás natural (já sem centrais a carvão).

Recentemente o secretário de Estado da Energia, João Galamba, destacou a possibilidade de Portugal apostar no hidrogénio verde como outra via de descarbonização, podendo o país vir a ter em Sines uma central de produção de hidrogénio alimentada com energia solar. É um projeto que está a ser equacionado em cooperação com a Holanda.

A possibilidade de parte do consumo de gás natural em Portugal vir a ser substituída por hidrogénio verde, baixando assim as importações daquela matéria prima, enfrenta ainda um conjunto de obstáculos, sendo o principal o elevado custo associado à produção de hidrogénio verde.

João Campos Rodrigues, da Associação Portuguesa para a Promoção do Hidrogénio, reconheceu também na conferência da Associação Portuguesa de Energia a necessidade de estudar e melhorar a competitividade do hidrogénio, apontando os veículos de mercadorias como um dos primeiros segmentos de mercado em que esta fonte energética poderá ter presença relevante.

A diretora executiva da Associação de Gás Natural, Suzana Toscano, criticou esta quarta-feira um "certo silêncio" em torno do papel que o gás natural terá como fonte de energia do país no contexto das ambições de descarbonização.

Falando na conferência da Associação Portuguesa de Energia sobre os desafios da transição energética, a responsável da AGN foi mais longe e alertou para o risco de que dentro de alguns anos a indústria portuguesa perca competitividade ao ser confrontada com "preços proibitivos" no consumo de gás.

Suzana Toscano enfatizou o problema de a transição energética ser feita com uma redução brusca do consumo de gás para a produção de eletricidade, porque isso aumentaria a ociosidade das infraestruturas de gás natural hoje existentes no país.

Ora, como essas infraestruturas não têm ainda o seu investimento totalmente amortizado, um menor consumo de gás em Portugal traduzir-se-á num encarecimento do custo unitário do gás natural. Ou seja, a maior eletrificação do país, por um lado, e o maior peso das renováveis na geração dessa eletricidade, por outro lado, poderão baixar o uso da rede de gasodutos de tal modo que o custo dessas infraestruturas será mais concentrado nos consumidores que continuarão a precisar de consumir gás. É o caso de indústrias como a cerâmica, por exemplo.

Ainda assim, Suzana Toscano acredita que o gás natural se manterá como alternativa energética competitiva durante décadas. "O gás natural será uma fonte de energia central nos objetivos traçados para o futuro. É ecológico, competitivo, eficiente e seguro. É uma preciosa fonte de flexibilidade", argumentou a diretora da AGN.

O Plano Nacional de Energia e Clima para 2030 prevê que dentro de uma década Portugal produza 80% da sua eletricidade a partir das renováveis, vindo os restantes 20% de centrais termoeléctricas a gás natural (já sem centrais a carvão).

Recentemente o secretário de Estado da Energia, João Galamba, destacou a possibilidade de Portugal apostar no hidrogénio verde como outra via de descarbonização, podendo o país vir a ter em Sines uma central de produção de hidrogénio alimentada com energia solar. É um projeto que está a ser equacionado em cooperação com a Holanda.

A possibilidade de parte do consumo de gás natural em Portugal vir a ser substituída por hidrogénio verde, baixando assim as importações daquela matéria prima, enfrenta ainda um conjunto de obstáculos, sendo o principal o elevado custo associado à produção de hidrogénio verde.

João Campos Rodrigues, da Associação Portuguesa para a Promoção do Hidrogénio, reconheceu também na conferência da Associação Portuguesa de Energia a necessidade de estudar e melhorar a competitividade do hidrogénio, apontando os veículos de mercadorias como um dos primeiros segmentos de mercado em que esta fonte energética poderá ter presença relevante.

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