Covid-19. Governo vira-se para a Europa: “Não podemos ser esquizofrénicos”

12-03-2020
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As marcas do que aconteceu na crise de 2008 ainda estão na memória dos socialistas, que sempre contestaram a austeridade como resposta à crise das dívidas soberanas. E por isso insistem na ideia que desta vez o compromisso com a necessidade de levar a cabo medidas expansionistas para responder a uma crise económica provocada pelo Covid-19 não pode ser revertido pouco tempo depois, como aconteceu no período 2009-2011, quando a Europa fomentou medidas expansionistas e depois impôs austeridade.

António Costa já o tinha dito na terça-feira, depois do Conselho Europeu por videoconferência em que os líderes dos 27 decidiram um pacote de medidas de resposta que passam por apoios ao investimento, à investigação e às pequenas e médias empresas, num fundo de 25 mil milhões de euros. "É essencial não agirmos tarde como em 2008 e agirmos com firmeza de forma a não termos hesitações", disse.

Esta quarta-feira foi a vez de Augusto Santos Silva. No Parlamento, em resposta ao deputado do CDS João Almeida, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros defendeu a ideia de que "não podemos voltar a ser esquizofrénicos". Ou seja, "num momento aprovar que precisamos de contrariar a recessão económica e que esse é o nosso objetivo essencial - e temos de pôr entre parêntesis a disciplina orçamental - e no momento seguinte estarmos a castigar a própria execução do nosso compromisso". "Isso desta vez não sucederá", reforçou.

A chave nesta frase é "desta vez". Santos Silva referia-se à mudança de política europeia ainda durante o último Governo de José Sócrates, com a União Europeia a fomentar medidas expansionistas de aumento do investimento e permitindo uma flexibilidade dos défices públicos. Pouco tempo depois houve uma mudança na visão europeia, que passou a impor medidas de austeridade que castigaram sobretudo os países do sul.

A repetição desta ideia serve de aviso para o futuro: desta vez não pode haver marcha atrás, nem castigar-se depois os países que aumentem os seus défices para responder à pandemia do coronavírus. Ou, nas palavras de António Costa: "Fui muito claro que a adoção destas medidas tem de contar com a garantia de que não há reversão de medidas a seguir. Para que daqui a dois anos não venham dizer que se fez mais do que se devia".

Para já, o assunto fará parte da conversa que o primeiro-ministro terá com a chanceler alemã, Angela Merkel. No início do encontro, António Costa apenas mostrou a sua satisfação pelo encontro de trabalho e sublinhou que "seja por razões da pandemia, seja pela situação da crise migratória, dos desafios globais que se colocam às economias, mais que nunca é importante reafirmar a força da União Europeia", disse aos jornalistas numa curta declaração sem direito a perguntas.

As marcas do que aconteceu na crise de 2008 ainda estão na memória dos socialistas, que sempre contestaram a austeridade como resposta à crise das dívidas soberanas. E por isso insistem na ideia que desta vez o compromisso com a necessidade de levar a cabo medidas expansionistas para responder a uma crise económica provocada pelo Covid-19 não pode ser revertido pouco tempo depois, como aconteceu no período 2009-2011, quando a Europa fomentou medidas expansionistas e depois impôs austeridade.

António Costa já o tinha dito na terça-feira, depois do Conselho Europeu por videoconferência em que os líderes dos 27 decidiram um pacote de medidas de resposta que passam por apoios ao investimento, à investigação e às pequenas e médias empresas, num fundo de 25 mil milhões de euros. "É essencial não agirmos tarde como em 2008 e agirmos com firmeza de forma a não termos hesitações", disse.

Esta quarta-feira foi a vez de Augusto Santos Silva. No Parlamento, em resposta ao deputado do CDS João Almeida, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros defendeu a ideia de que "não podemos voltar a ser esquizofrénicos". Ou seja, "num momento aprovar que precisamos de contrariar a recessão económica e que esse é o nosso objetivo essencial - e temos de pôr entre parêntesis a disciplina orçamental - e no momento seguinte estarmos a castigar a própria execução do nosso compromisso". "Isso desta vez não sucederá", reforçou.

A chave nesta frase é "desta vez". Santos Silva referia-se à mudança de política europeia ainda durante o último Governo de José Sócrates, com a União Europeia a fomentar medidas expansionistas de aumento do investimento e permitindo uma flexibilidade dos défices públicos. Pouco tempo depois houve uma mudança na visão europeia, que passou a impor medidas de austeridade que castigaram sobretudo os países do sul.

A repetição desta ideia serve de aviso para o futuro: desta vez não pode haver marcha atrás, nem castigar-se depois os países que aumentem os seus défices para responder à pandemia do coronavírus. Ou, nas palavras de António Costa: "Fui muito claro que a adoção destas medidas tem de contar com a garantia de que não há reversão de medidas a seguir. Para que daqui a dois anos não venham dizer que se fez mais do que se devia".

Para já, o assunto fará parte da conversa que o primeiro-ministro terá com a chanceler alemã, Angela Merkel. No início do encontro, António Costa apenas mostrou a sua satisfação pelo encontro de trabalho e sublinhou que "seja por razões da pandemia, seja pela situação da crise migratória, dos desafios globais que se colocam às economias, mais que nunca é importante reafirmar a força da União Europeia", disse aos jornalistas numa curta declaração sem direito a perguntas.

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