Ministro Siza Vieira aplaude venda de participações de Isabel dos Santos

08-02-2020
marcar artigo

A decisão tomada por Isabel dos Santos de vender alguns dos seus investimentos em empresas portuguesas é um bom passo, disse à agência Reuters o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, adiantando que tal evitaria danos reputacionais quando a empresária angolana combate acusações de fraude.

"Acho que esse é um bom passo, porque queremos evitar qualquer dano reputacional na actividade dessas empresas", disse o ministro da Economia em entrevista à Reuters, acrescentando que as investigações judiciais têm de seguir o seu curso e que não está a antecipar as suas conclusões.

A multi-milionária, cujo pai, José Eduardo dos Santos, foi presidente de Angola durante 38 anos, até 2017, foi no mês passado o centro de uma investigação do ICIJ - Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação do sobre o seu império empresarial, que expôs, no Luanda Leaks, a forma como Isabel dos Santos construiu a sua fortuna.

A empresária foi entretanto constituída arguida por suspeitas de má gestão e de apropriação de fundos enquanto era presidente da petrolífera estatal angolana Sonangol.

Fora de Angola, Isabel dos Santos, que negou qualquer má conduta, detém participações significativas no banco Eurobic e na empresa de engenharia Efacec, mas também na petrolífera Galp e na empresa de telecomunicações NOS, entre outros investimentos.

O Eurobic, onde é a maior accionista com 42,5%, e a Efacec, onde tem 65% do capital, já anunciaram que Isabel dos Santos iniciou um processo de venda das suas participações.

"Se olhar para o impacto, que é adverso, sobre as origens do dinheiro de Isabel dos Santos - que ainda têm de ser provadas - os danos à reputação das empresas portuguesas podem ser significativos. Portanto, a vontade dela de alienar rapidamente é útil neste contexto ... (Isso) significa que o dano à reputação pode ser diminuído e, espero, totalmente evitado", comentou Pedro Siza Vieira.

"A sociedade tornou-se mais intolerante com a corrupção, com a falta de transparência, a evasão fiscal", afirmou Siza Vieira. "Não desejo supor ou concluir que algo disso tenha acontecido nestes casos particulares", ressalvou.

Os porta-vozes da Galp e da NOS disseram à Reuters que as empresas não comentam.

Recorde-se que em dezembro de 2018 um tribunal de Luanda arrestou contas bancárias e participações em empresas em Angola de Isabel dos Santos, do seu marido, o congolês Sindika Dokolo, e do gestor português Mário Leite da Silva, alegando que terão lesado o Estado angolano em mais de 1.000 milhões de dólares.

A decisão tomada por Isabel dos Santos de vender alguns dos seus investimentos em empresas portuguesas é um bom passo, disse à agência Reuters o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, adiantando que tal evitaria danos reputacionais quando a empresária angolana combate acusações de fraude.

"Acho que esse é um bom passo, porque queremos evitar qualquer dano reputacional na actividade dessas empresas", disse o ministro da Economia em entrevista à Reuters, acrescentando que as investigações judiciais têm de seguir o seu curso e que não está a antecipar as suas conclusões.

A multi-milionária, cujo pai, José Eduardo dos Santos, foi presidente de Angola durante 38 anos, até 2017, foi no mês passado o centro de uma investigação do ICIJ - Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação do sobre o seu império empresarial, que expôs, no Luanda Leaks, a forma como Isabel dos Santos construiu a sua fortuna.

A empresária foi entretanto constituída arguida por suspeitas de má gestão e de apropriação de fundos enquanto era presidente da petrolífera estatal angolana Sonangol.

Fora de Angola, Isabel dos Santos, que negou qualquer má conduta, detém participações significativas no banco Eurobic e na empresa de engenharia Efacec, mas também na petrolífera Galp e na empresa de telecomunicações NOS, entre outros investimentos.

O Eurobic, onde é a maior accionista com 42,5%, e a Efacec, onde tem 65% do capital, já anunciaram que Isabel dos Santos iniciou um processo de venda das suas participações.

"Se olhar para o impacto, que é adverso, sobre as origens do dinheiro de Isabel dos Santos - que ainda têm de ser provadas - os danos à reputação das empresas portuguesas podem ser significativos. Portanto, a vontade dela de alienar rapidamente é útil neste contexto ... (Isso) significa que o dano à reputação pode ser diminuído e, espero, totalmente evitado", comentou Pedro Siza Vieira.

"A sociedade tornou-se mais intolerante com a corrupção, com a falta de transparência, a evasão fiscal", afirmou Siza Vieira. "Não desejo supor ou concluir que algo disso tenha acontecido nestes casos particulares", ressalvou.

Os porta-vozes da Galp e da NOS disseram à Reuters que as empresas não comentam.

Recorde-se que em dezembro de 2018 um tribunal de Luanda arrestou contas bancárias e participações em empresas em Angola de Isabel dos Santos, do seu marido, o congolês Sindika Dokolo, e do gestor português Mário Leite da Silva, alegando que terão lesado o Estado angolano em mais de 1.000 milhões de dólares.

marcar artigo