Augusto Santos Silva sobre o Luanda Leaks: “Talvez agora se perceba a insistência em manter o melhor relacionamento possível com Angola”

24-01-2020
marcar artigo

Para Augusto Santos Silva, o escândalo do Luanda Leaks vem ajudar a perceber porque tem insistido no bom relacionamento entre Portugal e Angola. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros rejeita, assim, qualquer constrangimento entre os dois países, no seguimento das notícias sobre a investigação às atividades financeiras e empresariais de Isabel dos Santos.

"Talvez agora se perceba melhor a insistência do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal - desde pelo menos dezembro de 2015 - de manter o melhor relacionamento possível com as autoridades angolanas; de manter o nível de relacionamento entre os dois Estados no mais alto dos patamares", disse aos jornalistas em Bruxelas, no final de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros.

E a explicação, diz, está na cooperação. "Porque é justamente esse relacionamento que permite que ambos os países defendam os seus interesses e ambos os países cooperem para que o relacionamento entre as respetivas economias seja bom, claro e transparente".

Santos Silva diz que ainda não falou com o homólogo angolano desde que começaram a ser divulgadas as notícias sobre o Luanda Leaks, mas diz, também, que "não precisa", uma vez que fala com "suficiente regularidade, profundidade" e "franqueza" com Manuel Domingos Augusto. A última vez que estiveram juntos foi na passada quarta-feira em Moçambique.

Já sobre a atuação das autoridades portuguesas debilitadas durante os últimos anos e face aos dados agora divulgados, nomeadamente ligados a evasão e elisão fiscal, Santos Silva diz que nem ele nem o Governo têm comentários a fazer.

"À luz da lei portuguesa, as atividades bancárias são reguladas por uma autoridade chamada Banco de Portugal, as atividades relacionadas com mercados de capitais são reguladas por uma entidade chamada Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Trata-se de dois reguladores independentes do Governo. O Governo não tem comentários a fazer", afirma.

Acredita, no entanto, que os indícios que vierem a público serão investigados. "Estou certo de que quaisquer informações que venham e que contenham indícios de natureza criminal serão investigadas pelas autoridades judiciais e quaisquer informações que venham e que tenham indícios de natureza contraordenacional serão investigadas pelas entidades respetivas".

As revelações do Luanda Leaks fazem parte de uma investigação divulgada em Portugal pelo Expresso e pela SIC, feita ao longo dos últimos oito meses e envolvendo mais de uma centena de jornalistas e mais de 30 órgãos de comunicação social de todo o mundo. A coordenação foi feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.

Para Augusto Santos Silva, o escândalo do Luanda Leaks vem ajudar a perceber porque tem insistido no bom relacionamento entre Portugal e Angola. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros rejeita, assim, qualquer constrangimento entre os dois países, no seguimento das notícias sobre a investigação às atividades financeiras e empresariais de Isabel dos Santos.

"Talvez agora se perceba melhor a insistência do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal - desde pelo menos dezembro de 2015 - de manter o melhor relacionamento possível com as autoridades angolanas; de manter o nível de relacionamento entre os dois Estados no mais alto dos patamares", disse aos jornalistas em Bruxelas, no final de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros.

E a explicação, diz, está na cooperação. "Porque é justamente esse relacionamento que permite que ambos os países defendam os seus interesses e ambos os países cooperem para que o relacionamento entre as respetivas economias seja bom, claro e transparente".

Santos Silva diz que ainda não falou com o homólogo angolano desde que começaram a ser divulgadas as notícias sobre o Luanda Leaks, mas diz, também, que "não precisa", uma vez que fala com "suficiente regularidade, profundidade" e "franqueza" com Manuel Domingos Augusto. A última vez que estiveram juntos foi na passada quarta-feira em Moçambique.

Já sobre a atuação das autoridades portuguesas debilitadas durante os últimos anos e face aos dados agora divulgados, nomeadamente ligados a evasão e elisão fiscal, Santos Silva diz que nem ele nem o Governo têm comentários a fazer.

"À luz da lei portuguesa, as atividades bancárias são reguladas por uma autoridade chamada Banco de Portugal, as atividades relacionadas com mercados de capitais são reguladas por uma entidade chamada Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Trata-se de dois reguladores independentes do Governo. O Governo não tem comentários a fazer", afirma.

Acredita, no entanto, que os indícios que vierem a público serão investigados. "Estou certo de que quaisquer informações que venham e que contenham indícios de natureza criminal serão investigadas pelas autoridades judiciais e quaisquer informações que venham e que tenham indícios de natureza contraordenacional serão investigadas pelas entidades respetivas".

As revelações do Luanda Leaks fazem parte de uma investigação divulgada em Portugal pelo Expresso e pela SIC, feita ao longo dos últimos oito meses e envolvendo mais de uma centena de jornalistas e mais de 30 órgãos de comunicação social de todo o mundo. A coordenação foi feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.

marcar artigo