Moçambique/Ataques: Augusto Santos Silva e Josep Borrell examinaram “opções” de apoio

09-09-2020
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Durante uma deslocação de dois dias a Bruxelas, concluída hoje, Augusto Santos Silva reuniu-se com Josep Borrell para preparar a futura presidência portuguesa do Conselho da UE, no primeiro semestre do próximo ano, mas também foram abordados alguns temas da atualidade, um dos quais “a situação vivida no norte de Moçambique, em particular na província de Cabo Delgado”.

Apontando que a solidariedade europeia “com as autoridades e com o povo moçambicano, tão fustigado pela insurgência terrorista e ‘jihadista’, não oferece dúvidas”, Santos Silva, que falava à imprensa portuguesa em Bruxelas, escusou-se a revelar detalhes da conversa mantida com o Alto Representante, mas adiantou que estiveram a “examinar opções” para que essa solidariedade seja materializada em mais apoios.

“Ambos, naturalmente, transmitimos a nossa preocupação, e ambos estivemos a examinar que opções poderíamos ter para que a preocupação pudesse ser materializada em mais apoio. A UE é um parceiro muito importante de Moçambique, quer do ponto de vista da cooperação, quer do ponto de vista do processo de paz e da desmobilização de anteriores formações militares que ainda vinham dos tempos da guerra civil”, disse, sublinhando que, por isso, o que está em causa não é “iniciar o apoio, mas reforçar o apoio”.

“Nas condições atuais não devo dizer mais nada. Vamos ver. O que eu queria dizer é que a situação no norte de Moçambique evidentemente constitui preocupação para Portugal e merece a atenção de Portugal, mas merece também a atenção da UE. E, dado que Portugal vai assumir a presidência do Conselho da UE, não se espera outra coisa que não ainda maior atenção a esse problema, entre os muitos com que a UE tem que lidar”, concluiu.

Na segunda-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, considerou os grupos armados que protagonizam ataques no norte do país uma ameaça à independência nacional, defendendo a unidade do país contra a violência na região.

“O terrorismo que afeta alguns distritos do norte de Cabo Delgado é uma ameaça aos ganhos do 01 de setembro”, afirmou Filipe Nyusi, numa declaração à nação.

Filipe Nyusi proferiu a declaração, por ocasião do 46.º aniversário dos Acordos de Lusaca, assinados em 07 de setembro de 1974 pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), atual partido no poder, e pelo Governo português para o estabelecimento das condições de declaração da independência de Moçambique, em 25 de junho de 1975.

Nyusi avançou que a ação dos grupos armados que atuam na província de Cabo Delgado mina as liberdades conquistadas com a assinatura dos Acordos de Lusaca.

“Os terroristas cometem crimes hediondos, sem dar o rosto, assassinam crianças, mulheres e homens e destroem bens”, frisou o Presidente moçambicano.

A província de Cabo Delgado é alvo de ataques por grupos armados desde outubro de 2017, que já causaram a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de várias infraestruturas.

De acordo com as Nações Unidas, a violência armada levou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.

Várias entidades internacionais já classificaram os ataques como uma ameaça terrorista e algumas das ações foram reivindicadas pelo grupo extremista Estado Islâmico.

ACC/ANE (PMA/CYH) // PJA

Durante uma deslocação de dois dias a Bruxelas, concluída hoje, Augusto Santos Silva reuniu-se com Josep Borrell para preparar a futura presidência portuguesa do Conselho da UE, no primeiro semestre do próximo ano, mas também foram abordados alguns temas da atualidade, um dos quais “a situação vivida no norte de Moçambique, em particular na província de Cabo Delgado”.

Apontando que a solidariedade europeia “com as autoridades e com o povo moçambicano, tão fustigado pela insurgência terrorista e ‘jihadista’, não oferece dúvidas”, Santos Silva, que falava à imprensa portuguesa em Bruxelas, escusou-se a revelar detalhes da conversa mantida com o Alto Representante, mas adiantou que estiveram a “examinar opções” para que essa solidariedade seja materializada em mais apoios.

“Ambos, naturalmente, transmitimos a nossa preocupação, e ambos estivemos a examinar que opções poderíamos ter para que a preocupação pudesse ser materializada em mais apoio. A UE é um parceiro muito importante de Moçambique, quer do ponto de vista da cooperação, quer do ponto de vista do processo de paz e da desmobilização de anteriores formações militares que ainda vinham dos tempos da guerra civil”, disse, sublinhando que, por isso, o que está em causa não é “iniciar o apoio, mas reforçar o apoio”.

“Nas condições atuais não devo dizer mais nada. Vamos ver. O que eu queria dizer é que a situação no norte de Moçambique evidentemente constitui preocupação para Portugal e merece a atenção de Portugal, mas merece também a atenção da UE. E, dado que Portugal vai assumir a presidência do Conselho da UE, não se espera outra coisa que não ainda maior atenção a esse problema, entre os muitos com que a UE tem que lidar”, concluiu.

Na segunda-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, considerou os grupos armados que protagonizam ataques no norte do país uma ameaça à independência nacional, defendendo a unidade do país contra a violência na região.

“O terrorismo que afeta alguns distritos do norte de Cabo Delgado é uma ameaça aos ganhos do 01 de setembro”, afirmou Filipe Nyusi, numa declaração à nação.

Filipe Nyusi proferiu a declaração, por ocasião do 46.º aniversário dos Acordos de Lusaca, assinados em 07 de setembro de 1974 pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), atual partido no poder, e pelo Governo português para o estabelecimento das condições de declaração da independência de Moçambique, em 25 de junho de 1975.

Nyusi avançou que a ação dos grupos armados que atuam na província de Cabo Delgado mina as liberdades conquistadas com a assinatura dos Acordos de Lusaca.

“Os terroristas cometem crimes hediondos, sem dar o rosto, assassinam crianças, mulheres e homens e destroem bens”, frisou o Presidente moçambicano.

A província de Cabo Delgado é alvo de ataques por grupos armados desde outubro de 2017, que já causaram a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de várias infraestruturas.

De acordo com as Nações Unidas, a violência armada levou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.

Várias entidades internacionais já classificaram os ataques como uma ameaça terrorista e algumas das ações foram reivindicadas pelo grupo extremista Estado Islâmico.

ACC/ANE (PMA/CYH) // PJA

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