Pede-se tolerância, compostura, dignidade, respeito, estudo e profundidade naquilo que se apresenta a debate na Assembleia Legislativa da Madeira. Até sã convivência entre deputados no pós-plenário é pedido. Proclama-se que, antigamente, isso era possível e que agora não! Pois é, deveria ser assim, concordo, porque uma coisa é o debate político das ideias, frontal e empenhado, outra, a atitude educada e de cordialidade na relação entre pessoas.Indiscutivelmente, seria o desejável mas de todo impossível. A Assembleia está radicalizada entre uns e outros. Uns, os da maioria, que obedecendo a ordens externas, ditas em alto e bom som, que o verbo chumbar é o único possível face às propostas da oposição; outros, os da oposição, que estudam e preparam documentos, muitos deles de grande oportunidade em vários campos, acabam por ver tudo, mas tudo, atirado para o cesto dos papéis. Na voragem de uma lógica de poder absoluto, a cegueira é tal que nem conta alguns dão que é possível muitas propostas baixarem às comissões especializadas, aí serem trabalhadas e apresentadas como legislação produzida pela Assembleia. Este ambiente, compaginado com o sistemático uso da palavra, não para discutir assuntos da Região e que a Autonomia os deve solucionar, mas para massacrar o Governo da República com textos que, muitos deles, rigorosamente nada nos dizem, este ambiente, repito, compaginado ainda com atitudes e palavras marginais ao debate, palavras e expressões que ofendem, magoam e que estão muito para além do humor corrosivo que qualquer parlamento é fértil, é evidente que só pode conduzir à sua degradação e à hostilidade entre as pessoas. É evidente que maioria tem um mandato colectivo para governar e esse mandato tem de ser respeitado. Mas mandam os princípios da Democracia que os outros, mandatados que também estão para levar a debate assuntos constantes dos seus programas eleitorais, sejam escutados e as suas propostas aproveitadas, sempre que possível e sempre que acrescentem valor. Simplesmente porque é o Povo que está em causa, o seu bem-estar a todos os níveis da intervenção política, quer seja no domínio económico, organização social ou cultural.Ora, isto não acontece. Esta manhã foi mais uma de chumbos a propostas que deveriam ser pensadas, amadurecidas, reflectidas e, finalmente, decididas. Chumba-se e pronto, assunto resolvido. Até um projecto, porventura pacífico, que instituía uma sessão solene comemorativa do 25 de Abril (BE) foi chumbada. O 25 de Abril, aquele que permitiu a existência da Democracia, da Liberdade, da construção da Autonomia, da Região possuir órgãos de governo próprio, orçamento próprio, políticas próprias, aquele 25 de Abril que veio libertar o Povo de centenas de anos de chapéu na mão e curvado ao Terreiro do Paço, que veio libertar um Povo vítima do isolamento, um 25 de Abril que permitiu muita gente aproveitar "oportunidades" e enriquecer, pois este 25 de Abril libertador também recebeu um chumbo. Choca-me!Volto ao princípio: tolerância, compostura, dignidade, respeito, estudo e profundidade naquilo que se apresenta, pergunto, como(?) se a maioria não dá um passo! Enquanto a maioria não entender que a oposição, no plano discursivo, pela função que desempenha, de fiscalizadora dos actos do governo, tem de ser aquilo que a maioria não quer que seja, óbvia e lamentavelmente prevejo que o ambiente na Assembleia estará em progressiva degradação. E isso não bom nem para a imagem do Parlamento nem para a Região e o seu Povo.
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Pede-se tolerância, compostura, dignidade, respeito, estudo e profundidade naquilo que se apresenta a debate na Assembleia Legislativa da Madeira. Até sã convivência entre deputados no pós-plenário é pedido. Proclama-se que, antigamente, isso era possível e que agora não! Pois é, deveria ser assim, concordo, porque uma coisa é o debate político das ideias, frontal e empenhado, outra, a atitude educada e de cordialidade na relação entre pessoas.Indiscutivelmente, seria o desejável mas de todo impossível. A Assembleia está radicalizada entre uns e outros. Uns, os da maioria, que obedecendo a ordens externas, ditas em alto e bom som, que o verbo chumbar é o único possível face às propostas da oposição; outros, os da oposição, que estudam e preparam documentos, muitos deles de grande oportunidade em vários campos, acabam por ver tudo, mas tudo, atirado para o cesto dos papéis. Na voragem de uma lógica de poder absoluto, a cegueira é tal que nem conta alguns dão que é possível muitas propostas baixarem às comissões especializadas, aí serem trabalhadas e apresentadas como legislação produzida pela Assembleia. Este ambiente, compaginado com o sistemático uso da palavra, não para discutir assuntos da Região e que a Autonomia os deve solucionar, mas para massacrar o Governo da República com textos que, muitos deles, rigorosamente nada nos dizem, este ambiente, repito, compaginado ainda com atitudes e palavras marginais ao debate, palavras e expressões que ofendem, magoam e que estão muito para além do humor corrosivo que qualquer parlamento é fértil, é evidente que só pode conduzir à sua degradação e à hostilidade entre as pessoas. É evidente que maioria tem um mandato colectivo para governar e esse mandato tem de ser respeitado. Mas mandam os princípios da Democracia que os outros, mandatados que também estão para levar a debate assuntos constantes dos seus programas eleitorais, sejam escutados e as suas propostas aproveitadas, sempre que possível e sempre que acrescentem valor. Simplesmente porque é o Povo que está em causa, o seu bem-estar a todos os níveis da intervenção política, quer seja no domínio económico, organização social ou cultural.Ora, isto não acontece. Esta manhã foi mais uma de chumbos a propostas que deveriam ser pensadas, amadurecidas, reflectidas e, finalmente, decididas. Chumba-se e pronto, assunto resolvido. Até um projecto, porventura pacífico, que instituía uma sessão solene comemorativa do 25 de Abril (BE) foi chumbada. O 25 de Abril, aquele que permitiu a existência da Democracia, da Liberdade, da construção da Autonomia, da Região possuir órgãos de governo próprio, orçamento próprio, políticas próprias, aquele 25 de Abril que veio libertar o Povo de centenas de anos de chapéu na mão e curvado ao Terreiro do Paço, que veio libertar um Povo vítima do isolamento, um 25 de Abril que permitiu muita gente aproveitar "oportunidades" e enriquecer, pois este 25 de Abril libertador também recebeu um chumbo. Choca-me!Volto ao princípio: tolerância, compostura, dignidade, respeito, estudo e profundidade naquilo que se apresenta, pergunto, como(?) se a maioria não dá um passo! Enquanto a maioria não entender que a oposição, no plano discursivo, pela função que desempenha, de fiscalizadora dos actos do governo, tem de ser aquilo que a maioria não quer que seja, óbvia e lamentavelmente prevejo que o ambiente na Assembleia estará em progressiva degradação. E isso não bom nem para a imagem do Parlamento nem para a Região e o seu Povo.