Novo Banco confirma que deu crédito a comprador de 5 mil imóveis mas diz que operação foi auditada

04-09-2020
marcar artigo

O Novo Banco deu crédito às sociedades que, em 2018, compraram os mais de 5 mil imóveis vendidos no âmbito do projeto Viriato. Os compradores são “entidades indiretamente detidas por fundos geridos pela Anchorage Capital Group”, sediada em Nova Iorque, mas o Público noticia hoje que um dos fundos comprador tem sede nas Ilhas Caimão.

Depois da investigação do Público, que indica que o fundo das Caimão comprou as casas do Novo Banco com um empréstimo do próprio, a instituição liderada por António Ramalho enviou um comunicado às redações com algumas explicações sobre a transação, confirmando esse crédito, ainda que não revele o montante.

“Esta operação foi enquadrada por um empréstimo denominado ‘vendor loan’ realizado de acordo com as melhores práticas de mercado, que implicam elevados valores de capitais próprios, sujeito a especiais poderes de crédito de acordo com o modelo de governação do banco e com níveis de segurança e rentabilidade elevados entre os quais a hipoteca dos bens até à amortização da dívida”, aponta a nota às redações.

Na operação Viriato, foram vendidos 5.355 imóveis, compostos por 8.486 frações. Segundo o relatório e contas do Novo Banco, e como sintetizado ontem pelo Expresso, a carteira tinha um valor bruto contabilístico de 716,7 milhões de euros, tendo recebido 388,9 milhões dos compradores – contudo, não se sabe qual era o valor a que os imóveis estavam registados no balanço, já que o banco não identifica o valor líquido.

O que se sabe, também de acordo com o relatório e contas do banco, é que a operação gerou perdas diretas de 159 milhões de euros, sendo que o banco diz que não houve venda a preços de saldo, apenas “preços de mercado”, e que até houve uma corrida pelos imóveis: “teve 48 interessados, 16 pré selecionados, 7 propostas recebidas e duas propostas em licitação final”. De qualquer forma, houve pressão sobre o preço.

Fundo não teve custos diretos, mas deu aval

O Novo Banco diz, no comunicado, que esta transação “não teve qualquer custo direto para o Fundo de Resolução porque a generalidade dos imóveis não estão cobertos pelo mecanismo de proteção de capital”. Quando há ativos cobertos por este mecanismo, o Fundo pode ser chamado a cobrir as perdas, o que já aconteceu, sobretudo devido ao crédito malparado vendido noutras operações (esse mecanismo podia levar o Novo Banco a pedir até 3,89 mil milhões de euros ao Fundo, e, até ao momento, já solicitou 3 mil milhões).

Em relação à venda da carteira de imóveis Viriato, a entidade bancária diz que “foi auditada no ano da sua realização, obteve para parte dos imóveis o acordo expresso do Fundo de Resolução e consta das operações que serão revistas no âmbito da auditoria especial em conclusão”. Essa auditoria, a cargo da Deloitte, deverá chegar até ao final desta semana.

Na nota, o Novo Banco confirma a notícia avançada pelo Expresso de que enviou um “conjunto detalhado de informação à Procuradoria-Geral da República” referente à venda de imóveis nos projetos Viriato e Sertorius (este último o que envolve o fundo Cerberus, para o qual trabalhou o presidente do conselho geral e de supervisão do banco, uma revelação também de uma outra investigação do Público). António Costa pediu à PGR para travar mais vendas de operações deste género até que sejam esclarecidos os contornos polémicos das realizadas até aqui.

O Novo Banco deu crédito às sociedades que, em 2018, compraram os mais de 5 mil imóveis vendidos no âmbito do projeto Viriato. Os compradores são “entidades indiretamente detidas por fundos geridos pela Anchorage Capital Group”, sediada em Nova Iorque, mas o Público noticia hoje que um dos fundos comprador tem sede nas Ilhas Caimão.

Depois da investigação do Público, que indica que o fundo das Caimão comprou as casas do Novo Banco com um empréstimo do próprio, a instituição liderada por António Ramalho enviou um comunicado às redações com algumas explicações sobre a transação, confirmando esse crédito, ainda que não revele o montante.

“Esta operação foi enquadrada por um empréstimo denominado ‘vendor loan’ realizado de acordo com as melhores práticas de mercado, que implicam elevados valores de capitais próprios, sujeito a especiais poderes de crédito de acordo com o modelo de governação do banco e com níveis de segurança e rentabilidade elevados entre os quais a hipoteca dos bens até à amortização da dívida”, aponta a nota às redações.

Na operação Viriato, foram vendidos 5.355 imóveis, compostos por 8.486 frações. Segundo o relatório e contas do Novo Banco, e como sintetizado ontem pelo Expresso, a carteira tinha um valor bruto contabilístico de 716,7 milhões de euros, tendo recebido 388,9 milhões dos compradores – contudo, não se sabe qual era o valor a que os imóveis estavam registados no balanço, já que o banco não identifica o valor líquido.

O que se sabe, também de acordo com o relatório e contas do banco, é que a operação gerou perdas diretas de 159 milhões de euros, sendo que o banco diz que não houve venda a preços de saldo, apenas “preços de mercado”, e que até houve uma corrida pelos imóveis: “teve 48 interessados, 16 pré selecionados, 7 propostas recebidas e duas propostas em licitação final”. De qualquer forma, houve pressão sobre o preço.

Fundo não teve custos diretos, mas deu aval

O Novo Banco diz, no comunicado, que esta transação “não teve qualquer custo direto para o Fundo de Resolução porque a generalidade dos imóveis não estão cobertos pelo mecanismo de proteção de capital”. Quando há ativos cobertos por este mecanismo, o Fundo pode ser chamado a cobrir as perdas, o que já aconteceu, sobretudo devido ao crédito malparado vendido noutras operações (esse mecanismo podia levar o Novo Banco a pedir até 3,89 mil milhões de euros ao Fundo, e, até ao momento, já solicitou 3 mil milhões).

Em relação à venda da carteira de imóveis Viriato, a entidade bancária diz que “foi auditada no ano da sua realização, obteve para parte dos imóveis o acordo expresso do Fundo de Resolução e consta das operações que serão revistas no âmbito da auditoria especial em conclusão”. Essa auditoria, a cargo da Deloitte, deverá chegar até ao final desta semana.

Na nota, o Novo Banco confirma a notícia avançada pelo Expresso de que enviou um “conjunto detalhado de informação à Procuradoria-Geral da República” referente à venda de imóveis nos projetos Viriato e Sertorius (este último o que envolve o fundo Cerberus, para o qual trabalhou o presidente do conselho geral e de supervisão do banco, uma revelação também de uma outra investigação do Público). António Costa pediu à PGR para travar mais vendas de operações deste género até que sejam esclarecidos os contornos polémicos das realizadas até aqui.

marcar artigo