Arrufos. PS e Bloco de costas voltadas no arranque da caravana

06-11-2019
marcar artigo

As campanhas eleitorais servem para fazer balanços, promessas e explorar as fragilidades do adversário. Mas o arranque da campanha das legislativas de 2019 fica marcado por um episódio que se passou há quatro anos na preparação da geringonça e que permitiu ao PS governar sem ter ganho eleições.

António Costa tem feito várias declarações a lembrar os acordos – em separado – com o PCP , Bloco de Esquerda e PEV. A mais recente foi há cinco dias quando afirmou que a solução à esquerda foi construída “apesar do Bloco”, no podcast Perguntar Não Ofende, de Daniel Oliveira. De facto, a relação de picardia entre socialistas e bloquistas tem aumentado nas últimas semanas e até levou Manuel Alegre a escrever um artigo de opinião no Público a Catarina Martins, coordenadora do BE.

Os socialistas não perdoam à dirigente do BE a ideia de que a disputa eleitoral é entre a esquerda e o PS. Do lado da CDU, ainda que o quadro de relações seja mais estabilizado, Jerónimo também não gostou da expressão “empecilhos” usada pelo deputado socialista, Carlos Pereira. O parlamentar defendeu que o PS precisa governar “sem empecilhos”, no passado dia 11 e os parceiros de esquerda acusaram o toque.

Mas o momento de maior tensão à esquerda surgiu no debate com todos os líderes das forças políticas com assento parlamentar, transmitido na RTP.

Catarina Martins não se esqueceu de apontar o dedo ao discurso de Costa de “utilizar o elemento crise [externa] para se libertar os empecilhos” da esquerda. E lembrou que Costa estará, agora, a querer reescrever a história da formação da geringonça. Jerónimo não se quis meter no assunto. “Não me queria meter nisso. (...) Ao contrário do que muitos pensam, que o grande resultado é deixar o adversário em KO, não é isso”, declarou no Entroncamento, no rescaldo do arrufo da noite de debate televisivo.

Catarina Martins voltou à carga com um artigo no Expresso para responder a Alegre e relatou as conversações entre BE e PS no dia das eleições.... há quatro anos. Foi no domingo, 4 de outubro de 2015, que Fernando Medina , do PS, e Jorge Costa, do BE, se reuniram para preparar um eventual acordo e avaliar temas como o aumento de pensões e salário mínimo nacional. Ou seja, o Bloco quis lembrar ao PSque não chegou depois do PCP para uma solução de esquerda. No final de uma visita a um quartel de bombeiros na Marinha Grande, Catarina Martins disse que era necessário contar a história para corresponder à verdade. Pois só assim se podem continuar a manter as pontes de consenso para o futuro, conforme explicou, citada pela RTP. Mais tarde, de visita à EMEF, Catarina Martins não quis responder mais sobre o tema. Ou seja, o caso parece, para já, encerrado.

Por seu turno, António Costa tentou arrumar o assunto, dizendo que só fala de reuniões que são públicas. “Tenho por hábito nunca falar em público das reuniões que não acontecem, nem das reuniões que acontecem e que não são públicas”, declarou Costa, citado pela Lusa, enquanto seguia no comboio da Fertagus, entre as estações de Coina e Pragal. Questionado pelas televisões se a coordenadora do BE tinha razão nas revelações que fez, Costa olhou para a janela e fugiu à questão: “Olhe, chegámos ao Fogueteiro”.

As campanhas eleitorais servem para fazer balanços, promessas e explorar as fragilidades do adversário. Mas o arranque da campanha das legislativas de 2019 fica marcado por um episódio que se passou há quatro anos na preparação da geringonça e que permitiu ao PS governar sem ter ganho eleições.

António Costa tem feito várias declarações a lembrar os acordos – em separado – com o PCP , Bloco de Esquerda e PEV. A mais recente foi há cinco dias quando afirmou que a solução à esquerda foi construída “apesar do Bloco”, no podcast Perguntar Não Ofende, de Daniel Oliveira. De facto, a relação de picardia entre socialistas e bloquistas tem aumentado nas últimas semanas e até levou Manuel Alegre a escrever um artigo de opinião no Público a Catarina Martins, coordenadora do BE.

Os socialistas não perdoam à dirigente do BE a ideia de que a disputa eleitoral é entre a esquerda e o PS. Do lado da CDU, ainda que o quadro de relações seja mais estabilizado, Jerónimo também não gostou da expressão “empecilhos” usada pelo deputado socialista, Carlos Pereira. O parlamentar defendeu que o PS precisa governar “sem empecilhos”, no passado dia 11 e os parceiros de esquerda acusaram o toque.

Mas o momento de maior tensão à esquerda surgiu no debate com todos os líderes das forças políticas com assento parlamentar, transmitido na RTP.

Catarina Martins não se esqueceu de apontar o dedo ao discurso de Costa de “utilizar o elemento crise [externa] para se libertar os empecilhos” da esquerda. E lembrou que Costa estará, agora, a querer reescrever a história da formação da geringonça. Jerónimo não se quis meter no assunto. “Não me queria meter nisso. (...) Ao contrário do que muitos pensam, que o grande resultado é deixar o adversário em KO, não é isso”, declarou no Entroncamento, no rescaldo do arrufo da noite de debate televisivo.

Catarina Martins voltou à carga com um artigo no Expresso para responder a Alegre e relatou as conversações entre BE e PS no dia das eleições.... há quatro anos. Foi no domingo, 4 de outubro de 2015, que Fernando Medina , do PS, e Jorge Costa, do BE, se reuniram para preparar um eventual acordo e avaliar temas como o aumento de pensões e salário mínimo nacional. Ou seja, o Bloco quis lembrar ao PSque não chegou depois do PCP para uma solução de esquerda. No final de uma visita a um quartel de bombeiros na Marinha Grande, Catarina Martins disse que era necessário contar a história para corresponder à verdade. Pois só assim se podem continuar a manter as pontes de consenso para o futuro, conforme explicou, citada pela RTP. Mais tarde, de visita à EMEF, Catarina Martins não quis responder mais sobre o tema. Ou seja, o caso parece, para já, encerrado.

Por seu turno, António Costa tentou arrumar o assunto, dizendo que só fala de reuniões que são públicas. “Tenho por hábito nunca falar em público das reuniões que não acontecem, nem das reuniões que acontecem e que não são públicas”, declarou Costa, citado pela Lusa, enquanto seguia no comboio da Fertagus, entre as estações de Coina e Pragal. Questionado pelas televisões se a coordenadora do BE tinha razão nas revelações que fez, Costa olhou para a janela e fugiu à questão: “Olhe, chegámos ao Fogueteiro”.

marcar artigo