António Costa quer fim da derrama

22-11-2019
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António Costa solicitou ao Governo o fim da derrama, o imposto arrecadado pelas câmaras que é cobrado sobre os lucros das empresas com sede no concelho. Em vez disso, o candidato socialista defende que "uma parte da receita do IVA deve ser entregue ao município onde esse IVA é gerado".

A solução, hoje à tarde defendida num debate com Fernando Seara, seria uma forma de promover o investimento na cidade e atrair empresas. Em Lisboa, a derrama assume valores elevados. Antes do início da crise, a autarquia recebia anualmente 100 milhões de euros.

A proposta de Costa foi reafirmada numa iniciativa da Associação Comercial de Lisboa, que meteu frente a frente os dois principais candidatos à autarquia.

No debate, Fernando Seara deu uma novidade que estava fora do alinhamento. Garantiu que não se candidatará ao Parlamento Europeu, por alguns apontado como o seu destino político, caso perca as eleições do próximo domingo.

"Nos próximos quatro anos estarei em Lisboa, qualquer que seja a decisão dos eleitores. Não serei candidato ao Parlamento Europeu", afirmou.

Um debate morno...

Como acontecera uma semana antes, numa iniciativa organizada pela Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico, a sintonia e a boa disposição marcaram o confronto. Quem esperava sangue deve ter saído desiludido.

O aproveitamento do porto de Lisboa, que deverá combinar a atividade portuária com o turismo e o lazer - e cuja orientação a Câmara deverá participar - é um dos pontos que mereceu a concordância dos dois candidatos.

A intervenção do município na gestão das empresas públicas de transportes coletivos e na definição da política de mobilidade, assim como a captação de investimento, tanto de empresas nacionais como estrangeiras, foram outros dos aspetos sobre os quais há entendimento.

A necessidade de uma gestão criteriosa das verbas disponíveis para a realização de obras coercivas (e assim induzir a importância da reabilitação urbana) suscitou de igual modo a convergência entre ambos.

Como já acontecera há oito dias, e tem repetido em ações de campanha, Seara indicou a "falta de limpeza" como um dos "grandes problemas da cidade" e salientou também a necessidade de melhorar a iluminação.

... outro quase clandestino

À mesma hora que na Rua das Portas de Santo Antão o Salão Nobre da Associação Comercial de Lisboa se enchia para ouvir Costa e Seara, junto a Entrecampos tinha lugar mais uma originalidade desta corrida.

Como se não bastasse a guerra da CNE com as televisões, o que tem alimentado um apagão da campanha eleitoral nos telejornais, passou-se hoje em Lisboa para um extremo oposto: outro debate, em simultâneo, este com convites aos candidatos dos quatro maiores partidos.

Tratou-se de uma iniciativa da Associação de Estudantes do ISCTE. Num primeiro momento, António Costa e Fernando Seara responderam afirmativamente ao desafio, mas ainda na semana passada cancelaram a presença, tendo enviado outros membros da lista (Fernando Medina, do PS, e António Prôa, do PSD).

O socialista e o social-democrata discutiram problemas da cidade com os cabeças de lista da CDU, João Ferreira, e BE, João Semedo - em ambas as candidaturas desconhecia-se a razão das ausências de Costa e Seara.

Na intervenção final dos candidatos, única fase do debate a que o Expresso assistiu, tanto o comunista como o bloquista deram à eleição do próximo domingo um cunho que ultrapassa a mera questão autárquica.

João Ferreira convoca o património autárquico da CDU, "a primeira força na Área Metropolitana de Lisboa", para se assumir como "alternativa". A quem? Não a um partido, mas a dois. "PS e PSD estão há 12 anos no governo da cidade e há 37 no governo do país. Não podemos esperar que quem criou os problemas venha agora encontrar as soluções".

Já João Semedo assumiu que dentro de dias os portugueses irão "votar de acordo com várias motivações. E dificilmente algum de nós irá ignorar o estado do país". Acrescentou também que a maioria socialista, na câmara há seis anos, "não tem condições para fazer as mudanças políticas que se impõem".

O único debate entre os nove candidatos à presidência da Câmara de Lisboa - à qual concorrem ainda Joana Miranda (PCTP/MRPP), Amândio Madaleno (PTP), Paulo Borges (PAN), Nuno Correia da Silva (Plataforma de Cidadania) e João Patrocínio (PNR) - terá lugar na Antena 1. Será gravado na quarta-feira e transmitido na sexta-feira, último dia de campanha.

António Costa solicitou ao Governo o fim da derrama, o imposto arrecadado pelas câmaras que é cobrado sobre os lucros das empresas com sede no concelho. Em vez disso, o candidato socialista defende que "uma parte da receita do IVA deve ser entregue ao município onde esse IVA é gerado".

A solução, hoje à tarde defendida num debate com Fernando Seara, seria uma forma de promover o investimento na cidade e atrair empresas. Em Lisboa, a derrama assume valores elevados. Antes do início da crise, a autarquia recebia anualmente 100 milhões de euros.

A proposta de Costa foi reafirmada numa iniciativa da Associação Comercial de Lisboa, que meteu frente a frente os dois principais candidatos à autarquia.

No debate, Fernando Seara deu uma novidade que estava fora do alinhamento. Garantiu que não se candidatará ao Parlamento Europeu, por alguns apontado como o seu destino político, caso perca as eleições do próximo domingo.

"Nos próximos quatro anos estarei em Lisboa, qualquer que seja a decisão dos eleitores. Não serei candidato ao Parlamento Europeu", afirmou.

Um debate morno...

Como acontecera uma semana antes, numa iniciativa organizada pela Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico, a sintonia e a boa disposição marcaram o confronto. Quem esperava sangue deve ter saído desiludido.

O aproveitamento do porto de Lisboa, que deverá combinar a atividade portuária com o turismo e o lazer - e cuja orientação a Câmara deverá participar - é um dos pontos que mereceu a concordância dos dois candidatos.

A intervenção do município na gestão das empresas públicas de transportes coletivos e na definição da política de mobilidade, assim como a captação de investimento, tanto de empresas nacionais como estrangeiras, foram outros dos aspetos sobre os quais há entendimento.

A necessidade de uma gestão criteriosa das verbas disponíveis para a realização de obras coercivas (e assim induzir a importância da reabilitação urbana) suscitou de igual modo a convergência entre ambos.

Como já acontecera há oito dias, e tem repetido em ações de campanha, Seara indicou a "falta de limpeza" como um dos "grandes problemas da cidade" e salientou também a necessidade de melhorar a iluminação.

... outro quase clandestino

À mesma hora que na Rua das Portas de Santo Antão o Salão Nobre da Associação Comercial de Lisboa se enchia para ouvir Costa e Seara, junto a Entrecampos tinha lugar mais uma originalidade desta corrida.

Como se não bastasse a guerra da CNE com as televisões, o que tem alimentado um apagão da campanha eleitoral nos telejornais, passou-se hoje em Lisboa para um extremo oposto: outro debate, em simultâneo, este com convites aos candidatos dos quatro maiores partidos.

Tratou-se de uma iniciativa da Associação de Estudantes do ISCTE. Num primeiro momento, António Costa e Fernando Seara responderam afirmativamente ao desafio, mas ainda na semana passada cancelaram a presença, tendo enviado outros membros da lista (Fernando Medina, do PS, e António Prôa, do PSD).

O socialista e o social-democrata discutiram problemas da cidade com os cabeças de lista da CDU, João Ferreira, e BE, João Semedo - em ambas as candidaturas desconhecia-se a razão das ausências de Costa e Seara.

Na intervenção final dos candidatos, única fase do debate a que o Expresso assistiu, tanto o comunista como o bloquista deram à eleição do próximo domingo um cunho que ultrapassa a mera questão autárquica.

João Ferreira convoca o património autárquico da CDU, "a primeira força na Área Metropolitana de Lisboa", para se assumir como "alternativa". A quem? Não a um partido, mas a dois. "PS e PSD estão há 12 anos no governo da cidade e há 37 no governo do país. Não podemos esperar que quem criou os problemas venha agora encontrar as soluções".

Já João Semedo assumiu que dentro de dias os portugueses irão "votar de acordo com várias motivações. E dificilmente algum de nós irá ignorar o estado do país". Acrescentou também que a maioria socialista, na câmara há seis anos, "não tem condições para fazer as mudanças políticas que se impõem".

O único debate entre os nove candidatos à presidência da Câmara de Lisboa - à qual concorrem ainda Joana Miranda (PCTP/MRPP), Amândio Madaleno (PTP), Paulo Borges (PAN), Nuno Correia da Silva (Plataforma de Cidadania) e João Patrocínio (PNR) - terá lugar na Antena 1. Será gravado na quarta-feira e transmitido na sexta-feira, último dia de campanha.

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