“O desenvolvimento dos meninos de ouro e aqueles que andam emprestados por aí”, por Ricardo Rosa

02-09-2020
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Mais um artigo do benfiquista Ricardo Rosa:

Quando olho para o plantel da equipa B e para as camadas jovens não posso deixar de ficar contente com a qualidade. Jogadores como o Ferro, o Alex Pinto, o Florentino, João Félix, Heriberto, Gedson têm grande potencial para crescer e vir a ser úteis no plantel principal. 

No que diz respeito aos jogadores emprestados André Ferreira (Leixões), Yuri Ribeiro (Rio Ave), Pedro Nuno (Tondela), Luka Jovic (Frankfurt) e o Aurélio Buta (Antwerp) deixam a antever algumas alternativas que merecem ir aos trabalhos da pré-época. O problema será como combinar isso com a ideia de um plantel competitivo, tendo provavelmente que vender alguns jogadores, emprestando outros para jogarem com regularidade, mas sem perder direitos sobre os mesmos?

Queiramos ou não, os resultados europeus não permitiram uma entrada de dinheiro tão vasta como seria de prever/gostar. E com Grimaldo e Zivkovic a serem seguidos por clubes mais abastados, com André Horta a caminho dos EUA, havendo esperança de Talisca, Cristante e Dawidowicz poderem render mais alguns milhões em percentagens ou cláusulas (tal como Gonçalo Guedes), existe sempre a noção de que precisamos de um plantel competitivo onde a quantidade e a qualidade devem ser equivalentes. Vamos ter que nos fazer valer da “prata da casa” e de jogadores que tenhamos emprestados ou possam ser recuperados a baixo custo (Pelé do Rio Ave) para juntar a elementos mais experientes como André Almeida, Jardel, Fejsa, Pizzi, Salvio, Jonas ou Jiménez.

A questão que começo por colocar é: o que fazer a quem não entrar nas contas para o plantel? Os media falam em 7 jogadores da formação no plantel da próxima época, sendo os nomes que arrisco: Bruno Varela, Rúben Dias, Ferro, Yuri Ribeiro, Heriberto, João Carvalho e Diogo Gonçalves. O que fazer com o “resto”? Haverá espaço para integrar jogadores como João Félix por exemplo? E o Umaró Embaló, onde o “colocar”?

O modelo da equipa B pode ser curto para o desenvolvimento (a nível mental, a nível de futebol jogado, etc.) para alguns jogadores (sobretudo o Keaton Parks, o Zlobin, o Lystsov, o Anthony Carter) porque precisaram de competir em plantéis mais estáveis e não tão oscilantes (onde jogadores sobem e descem aos juniores conforme a necessidade). Isto também nos deve fazer pensar no “porquê” da equipa B. Será um local onde jogadores mais jovens poderão progredir contra jogadores mais experientes? Será um local onde jogadores do plantel principal possam competir para recuperar a forma após lesões? Que sentido fará se passarmos a contar com uma equipa sub-23? Ao mesmo tempo, um campeonato sub-23 poderá não permitir uma maior evolução dado que a competição será maioritariamente contra jogadores do mesmo escalão. E já agora, como constituir um plantel destes (seja B ou sub-23), sendo que várias das apostas para a equipa B não apresentam uma lógica de desenvolvimento e progressão, quer pela idade, quer pela falha no scouting?

Postos estes fatores, onde integrar jogadores que não venham a ficar (hipoteticamente) no plantel como o Kalaica (que parece ser a 5ª opção para central) ou o que fazer com Svilar (demasiado inexperiente para o plantel principal e a precisar urgentemente de jogar com regularidade)? E como gerir o espaço do plantel tendo em conta os restantes jogadores emprestados, mas que não encaixam no paradigma da equipa B ou dos sub-23? Será que vale a pena arriscar em negócios como Cristante com uma cláusula baixa e uma percentagem baixa numa futura transferência (nem todos demonstram valor de mercado como Talisca)? E cláusulas de retorno ou anti-rivais farão sentido (como no caso Bruma)? Como reagir perante o “suposto” assédio a Embaló e que faz lembrar as transferências de 15 milhões de Cancelo, Bernardo Silva e Ivan Cavaleiro?

Creio que pensarmos o futebol do Benfica (e vivê-lo) é também refletirmos neste tipo de situações. Porque se vamos ampliar o Seixal, ter infraestruturas para aulas, no fundo aumentar o “viveiro”, o que fazer com quem não pode ou não consegue integrar o plantel principal, mas não se enquadra nos pressupostos específicos de uma equipa B ou de uma liga sub-23? 

Outra questão… valerá a pena a aposta em ambas as valências? Se não, em qual apostar? E como “alimentar” essas equipas? Será boa estratégia tentar pescar nos juniores, B’s e sub-23 dos grandes europeus, como se fez com o Willock, à medida que se fazem progredir os nossos melhores meninos?

Mais uma vez, estrutura diretiva e scouting têm a palavra, embora considere que precisemos de mudar de técnicos no que toca à equipa B e aos juniores, contratando alguém com mais capacidade de rentabilizar e mobilizar os miúdos e de evitar negócios “estranhos” como os de Elhouni, Alan Jr. ou ainda os que têm sido feitos com o Real SC?

PS: já agora, não valeria a pena manter debaixo de olho jogadores como o Óscar Estupiñán (Guimarães B) o Roland Sallai (Apoel Nicosia) ou o Vinícius (do Real SC).?

Abraços benfiquistas, Ricardo Rosa.

Mais um artigo do benfiquista Ricardo Rosa:

Quando olho para o plantel da equipa B e para as camadas jovens não posso deixar de ficar contente com a qualidade. Jogadores como o Ferro, o Alex Pinto, o Florentino, João Félix, Heriberto, Gedson têm grande potencial para crescer e vir a ser úteis no plantel principal. 

No que diz respeito aos jogadores emprestados André Ferreira (Leixões), Yuri Ribeiro (Rio Ave), Pedro Nuno (Tondela), Luka Jovic (Frankfurt) e o Aurélio Buta (Antwerp) deixam a antever algumas alternativas que merecem ir aos trabalhos da pré-época. O problema será como combinar isso com a ideia de um plantel competitivo, tendo provavelmente que vender alguns jogadores, emprestando outros para jogarem com regularidade, mas sem perder direitos sobre os mesmos?

Queiramos ou não, os resultados europeus não permitiram uma entrada de dinheiro tão vasta como seria de prever/gostar. E com Grimaldo e Zivkovic a serem seguidos por clubes mais abastados, com André Horta a caminho dos EUA, havendo esperança de Talisca, Cristante e Dawidowicz poderem render mais alguns milhões em percentagens ou cláusulas (tal como Gonçalo Guedes), existe sempre a noção de que precisamos de um plantel competitivo onde a quantidade e a qualidade devem ser equivalentes. Vamos ter que nos fazer valer da “prata da casa” e de jogadores que tenhamos emprestados ou possam ser recuperados a baixo custo (Pelé do Rio Ave) para juntar a elementos mais experientes como André Almeida, Jardel, Fejsa, Pizzi, Salvio, Jonas ou Jiménez.

A questão que começo por colocar é: o que fazer a quem não entrar nas contas para o plantel? Os media falam em 7 jogadores da formação no plantel da próxima época, sendo os nomes que arrisco: Bruno Varela, Rúben Dias, Ferro, Yuri Ribeiro, Heriberto, João Carvalho e Diogo Gonçalves. O que fazer com o “resto”? Haverá espaço para integrar jogadores como João Félix por exemplo? E o Umaró Embaló, onde o “colocar”?

O modelo da equipa B pode ser curto para o desenvolvimento (a nível mental, a nível de futebol jogado, etc.) para alguns jogadores (sobretudo o Keaton Parks, o Zlobin, o Lystsov, o Anthony Carter) porque precisaram de competir em plantéis mais estáveis e não tão oscilantes (onde jogadores sobem e descem aos juniores conforme a necessidade). Isto também nos deve fazer pensar no “porquê” da equipa B. Será um local onde jogadores mais jovens poderão progredir contra jogadores mais experientes? Será um local onde jogadores do plantel principal possam competir para recuperar a forma após lesões? Que sentido fará se passarmos a contar com uma equipa sub-23? Ao mesmo tempo, um campeonato sub-23 poderá não permitir uma maior evolução dado que a competição será maioritariamente contra jogadores do mesmo escalão. E já agora, como constituir um plantel destes (seja B ou sub-23), sendo que várias das apostas para a equipa B não apresentam uma lógica de desenvolvimento e progressão, quer pela idade, quer pela falha no scouting?

Postos estes fatores, onde integrar jogadores que não venham a ficar (hipoteticamente) no plantel como o Kalaica (que parece ser a 5ª opção para central) ou o que fazer com Svilar (demasiado inexperiente para o plantel principal e a precisar urgentemente de jogar com regularidade)? E como gerir o espaço do plantel tendo em conta os restantes jogadores emprestados, mas que não encaixam no paradigma da equipa B ou dos sub-23? Será que vale a pena arriscar em negócios como Cristante com uma cláusula baixa e uma percentagem baixa numa futura transferência (nem todos demonstram valor de mercado como Talisca)? E cláusulas de retorno ou anti-rivais farão sentido (como no caso Bruma)? Como reagir perante o “suposto” assédio a Embaló e que faz lembrar as transferências de 15 milhões de Cancelo, Bernardo Silva e Ivan Cavaleiro?

Creio que pensarmos o futebol do Benfica (e vivê-lo) é também refletirmos neste tipo de situações. Porque se vamos ampliar o Seixal, ter infraestruturas para aulas, no fundo aumentar o “viveiro”, o que fazer com quem não pode ou não consegue integrar o plantel principal, mas não se enquadra nos pressupostos específicos de uma equipa B ou de uma liga sub-23? 

Outra questão… valerá a pena a aposta em ambas as valências? Se não, em qual apostar? E como “alimentar” essas equipas? Será boa estratégia tentar pescar nos juniores, B’s e sub-23 dos grandes europeus, como se fez com o Willock, à medida que se fazem progredir os nossos melhores meninos?

Mais uma vez, estrutura diretiva e scouting têm a palavra, embora considere que precisemos de mudar de técnicos no que toca à equipa B e aos juniores, contratando alguém com mais capacidade de rentabilizar e mobilizar os miúdos e de evitar negócios “estranhos” como os de Elhouni, Alan Jr. ou ainda os que têm sido feitos com o Real SC?

PS: já agora, não valeria a pena manter debaixo de olho jogadores como o Óscar Estupiñán (Guimarães B) o Roland Sallai (Apoel Nicosia) ou o Vinícius (do Real SC).?

Abraços benfiquistas, Ricardo Rosa.

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