Câmara Corporativa: Mozart, a loja feita à imagem e semelhança do PSD

21-06-2020
marcar artigo


• Ricardo Costa, Mozart, julho 2011, janeiro 2012: ‘Em Portugal leva-se muito tempo a encarar o óbvio. Foi preciso saber-se que o líder parlamentar do PSD estava ligado à loja Mozart para que muitos levassem a sério o que o Expresso escreve desde julhoHá momentos em que é importante recordar como tudo começou. Quando a torrente informativa é enorme, isso é ainda mais importante.1. No início de julho, o Expresso noticiou que o afastamento de Bernardo Bairrão da lista de secretários de Estado tinha tido como pano de fundo uma série de movimentações de bastidores, nomeadamente uma consulta aos serviços secretos.2. Na sequência desta notícia, o Expresso noticiou que ex-elementos dos serviços secretos tinham estado ativos na guerra à nomeação de Bairrão.3. Bernardo Bairrão era administrador-executivo da TVI e publicamente contrário à privatização da RTP. A Ongoing era a principal interessada na compra da televisão pública.4. As notícias levaram o Expresso a uma investigação às ligações entre os serviços secretos e aos ex-espiões que transitaram para a Ongoing. Entre estes estava o ex-diretor do SIED, Jorge Silva Carvalho.5. No dia 23 de julho, o Expresso noticiou que Silva Carvalho tinha passado informações aos seus futuros patrões quando ainda estava no SIED.7. (?) No dia 30 de julho, o Expresso explicou que Jorge Silva Carvalho tinha continuado a pedir informações aos serviços depois de estar na Ongoing.8. O Expresso escreveu sempre que as ligações entre os ex-espiões e o grupo Ongoing foram feitas através da loja maçónica Mozart, a que estavam ligados alguns dirigentes do PSD.9. As revelações levaram o Governo a pedir inquéritos e o Parlamento a fazer audições.10. No final de agosto, o Expresso revelou que o SIED tinha espiado o telemóvel de um jornalista do “Público”, quando Silva Carvalho era o diretor.11. Os políticos indignaram-se e pediram novos inquéritos.12. Em setembro, divulgámos que Silva Carvalho tinha pedido ao SIED o registo criminal de um empresário madeirense, apenas porque tinha sido casado com a mulher de um quadro atual da Ongoing.13. Apesar do detalhe das notícias e da trama óbvia entre os serviços secretos, a loja Mozart, a Ongoing e alguns dirigentes do PSD, este caso foi muitas vezes visto como um ajuste de contas entre o Expresso e a Ongoing.14. O secretário-geral do SIRP remodelou os serviços a seu gosto, apesar de todas as ilegalidades se terem passado debaixo do seu nariz, sem consequências disciplinares ou criminais e total proteção da linha de Silva Carvalho.15. O “Público” divulgou a confusão nos relatórios parlamentares sobre o caso.16. O Expresso explicou que o líder parlamentar do PSD pertencia à loja Mozart.17. Parece que alguns políticos já perceberam a história.’


• Ricardo Costa, Mozart, julho 2011, janeiro 2012: ‘Em Portugal leva-se muito tempo a encarar o óbvio. Foi preciso saber-se que o líder parlamentar do PSD estava ligado à loja Mozart para que muitos levassem a sério o que o Expresso escreve desde julhoHá momentos em que é importante recordar como tudo começou. Quando a torrente informativa é enorme, isso é ainda mais importante.1. No início de julho, o Expresso noticiou que o afastamento de Bernardo Bairrão da lista de secretários de Estado tinha tido como pano de fundo uma série de movimentações de bastidores, nomeadamente uma consulta aos serviços secretos.2. Na sequência desta notícia, o Expresso noticiou que ex-elementos dos serviços secretos tinham estado ativos na guerra à nomeação de Bairrão.3. Bernardo Bairrão era administrador-executivo da TVI e publicamente contrário à privatização da RTP. A Ongoing era a principal interessada na compra da televisão pública.4. As notícias levaram o Expresso a uma investigação às ligações entre os serviços secretos e aos ex-espiões que transitaram para a Ongoing. Entre estes estava o ex-diretor do SIED, Jorge Silva Carvalho.5. No dia 23 de julho, o Expresso noticiou que Silva Carvalho tinha passado informações aos seus futuros patrões quando ainda estava no SIED.7. (?) No dia 30 de julho, o Expresso explicou que Jorge Silva Carvalho tinha continuado a pedir informações aos serviços depois de estar na Ongoing.8. O Expresso escreveu sempre que as ligações entre os ex-espiões e o grupo Ongoing foram feitas através da loja maçónica Mozart, a que estavam ligados alguns dirigentes do PSD.9. As revelações levaram o Governo a pedir inquéritos e o Parlamento a fazer audições.10. No final de agosto, o Expresso revelou que o SIED tinha espiado o telemóvel de um jornalista do “Público”, quando Silva Carvalho era o diretor.11. Os políticos indignaram-se e pediram novos inquéritos.12. Em setembro, divulgámos que Silva Carvalho tinha pedido ao SIED o registo criminal de um empresário madeirense, apenas porque tinha sido casado com a mulher de um quadro atual da Ongoing.13. Apesar do detalhe das notícias e da trama óbvia entre os serviços secretos, a loja Mozart, a Ongoing e alguns dirigentes do PSD, este caso foi muitas vezes visto como um ajuste de contas entre o Expresso e a Ongoing.14. O secretário-geral do SIRP remodelou os serviços a seu gosto, apesar de todas as ilegalidades se terem passado debaixo do seu nariz, sem consequências disciplinares ou criminais e total proteção da linha de Silva Carvalho.15. O “Público” divulgou a confusão nos relatórios parlamentares sobre o caso.16. O Expresso explicou que o líder parlamentar do PSD pertencia à loja Mozart.17. Parece que alguns políticos já perceberam a história.’

marcar artigo