COM QUE ENTÃO...!: VOSSA EXCELÊNCIA DISSE: UNS PATETAS?

05-03-2020
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Cristiano Ronaldo é o melhor do Mundo. Quando, em competição e ao mais alto nível, se ganha o que ele ganhou, quando, no futebol de hoje, para além da soberba técnica se atinge um número impressionante de golos numa só época, quando a votação é tão expressiva, pergunta-se, quem poderia ter ganho tão almejada troféu da FIFA? Foi um justo vencedor e ponto final. Sinto-me feliz por isso, porque o rendimento e a excelência, em qualquer sector ou área, faz parte da auto-estima de um povo, quando esse povo se sente representado ao mais alto nível por aqueles que, sendo da sua terra, foram escolhidos como os melhores. Aliás, esta é uma das dez megatências na organização do desporto do futuro. O que ganham estas vedetas, a imoralidade que por aí anda num futebol mundial falido, é outro assunto que merece reflexão. Mas esse é outro assunto, obviamente.O que não é tolerável é que o Presidente do Governo Regional venha colar-se a este êxito sublinhado: "(...) havia uns patetas da oposição que queriam que não houvesse competição, que fosse toda uma massificação e nunca haveria Cristianos Ronaldos. Aí sou um pedacinho egoísta e sinto uma pontinha de orgulho nisto, porque foi a política desportiva a dar resultados". Ora, Ronaldo não é uma consequência da política desportiva regional. Bem pelo contrário. Foi preciso sair da Madeira, ainda criança, para que, através de outro enquadramento, de uma invulgar ambição e de muito sacrifício, o seu talento pudesse despertar definitivamente para níveis de prestação técnica e competitiva superiores. Tem acontecido assim com tantos em vários sectores de actividade e, no desporto, em várias modalidades. Aliás, de forma oportuna e incisiva, na edição de hoje, o Director do DN-Madeira, o Jornalista Luís Calisto sublinha: "(...) é que... Ronaldo é uma vedeta do tamanho do mundo, mas ninguém garante que chegaria aonde chegou se não tivesse deixado tão cedo uma terra marcada por um sistema desportivo triturador de valores. Durante todos estes anos, os clubes de cá habituaram-se a receber dinheiros oficiais a rodos, abdicando da procura de receitas com que outrora viviam. A capacidade financeira de ir lá fora buscar plantéis, incluindo em divisões inferiores e até em camadas jovens, permite-lhes dispensar os jovens da terra. E estes crescem sem direito a sonhar". Nem mais. Ora bem, Vossa Excelência disse "uns patetas"? Coitado!


Cristiano Ronaldo é o melhor do Mundo. Quando, em competição e ao mais alto nível, se ganha o que ele ganhou, quando, no futebol de hoje, para além da soberba técnica se atinge um número impressionante de golos numa só época, quando a votação é tão expressiva, pergunta-se, quem poderia ter ganho tão almejada troféu da FIFA? Foi um justo vencedor e ponto final. Sinto-me feliz por isso, porque o rendimento e a excelência, em qualquer sector ou área, faz parte da auto-estima de um povo, quando esse povo se sente representado ao mais alto nível por aqueles que, sendo da sua terra, foram escolhidos como os melhores. Aliás, esta é uma das dez megatências na organização do desporto do futuro. O que ganham estas vedetas, a imoralidade que por aí anda num futebol mundial falido, é outro assunto que merece reflexão. Mas esse é outro assunto, obviamente.O que não é tolerável é que o Presidente do Governo Regional venha colar-se a este êxito sublinhado: "(...) havia uns patetas da oposição que queriam que não houvesse competição, que fosse toda uma massificação e nunca haveria Cristianos Ronaldos. Aí sou um pedacinho egoísta e sinto uma pontinha de orgulho nisto, porque foi a política desportiva a dar resultados". Ora, Ronaldo não é uma consequência da política desportiva regional. Bem pelo contrário. Foi preciso sair da Madeira, ainda criança, para que, através de outro enquadramento, de uma invulgar ambição e de muito sacrifício, o seu talento pudesse despertar definitivamente para níveis de prestação técnica e competitiva superiores. Tem acontecido assim com tantos em vários sectores de actividade e, no desporto, em várias modalidades. Aliás, de forma oportuna e incisiva, na edição de hoje, o Director do DN-Madeira, o Jornalista Luís Calisto sublinha: "(...) é que... Ronaldo é uma vedeta do tamanho do mundo, mas ninguém garante que chegaria aonde chegou se não tivesse deixado tão cedo uma terra marcada por um sistema desportivo triturador de valores. Durante todos estes anos, os clubes de cá habituaram-se a receber dinheiros oficiais a rodos, abdicando da procura de receitas com que outrora viviam. A capacidade financeira de ir lá fora buscar plantéis, incluindo em divisões inferiores e até em camadas jovens, permite-lhes dispensar os jovens da terra. E estes crescem sem direito a sonhar". Nem mais. Ora bem, Vossa Excelência disse "uns patetas"? Coitado!

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