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16-11-2019
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"Devido à velocidade da luz ser superior à do som, algumas pessoas parecem inteligentes até as ouvirmos."

Evacuação de civis de cinco cidades ucranianas

Na imagem os corredores humanitários propostos pela Rússia Até ao dia de ontem já se registavam mais de 1,7 milhões de refugiados ucranianos. Hoje, às 9 horas na Ucrânia (07h00 TMG), entrou em vigor um cessar-fogo proposto pela Rússia. Iremos ver ao longo do dia se encontrarão passagem segura os muitos civis que pretendem abandonar o terror dos combates em cinco cidades ucranianas: Kiev, Sumy, Kharkiv, Cherniguiv e Mariupol. 08h10 de 08mar2022 - Fonte do Ministério da Defesa russo, citada pela agência Interfax, garante que os combates em Chernihiv, Sumy, Kharkiv, Mariupol e Kiev pararam, e que foram abertos corredores humanitários a partir destas cidades.

08h24 de 08mar2022 - Evacuação em Sumy já começou. O primeiro grupo de civis já foi retirado da cidade, de acordo com fonte do governo regional. Entre as pessoas que deixaram a cidade durante o cessar-fogo desta manhã estão residentes e cerca de 1.000 estudantes estrangeiros.

08h36 de 08mar2022 - Depois de Sumy, também Irpin começou a retirar os seus cidadãos, depois do cessar-fogo desta manhã para permitir a criação de um corredor humanitário. Irpin, nos arredores de Kiev, tem sido palco de intensos combates, inclusive durante a retirada de cidadãos. Aguarda-se ainda a confirmação das autoridades ucranianas sobre os corredores humanitários em Cherhihiv, Kharkiv e Mariupol.

08h52 de 08mar2022 - "Se a guerra continuar, começaremos a ver pessoas sem recursos e sem conexões. Será uma situação mais complexa de gerir para os países europeus daqui para frente, e será preciso haver ainda mais solidariedade de todos na Europa e fora dela", disse o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, em conferência de imprensa nesta terça-feira. Filippo Grandi lembrou que as guerras nos Balcãs, na Bósnia e no Kosovo, também causaram um grande fluxo de refugiados, "cerca de dois ou três milhões, mas num período de oito anos". "Em várias regiões do mundo vemos coisas destas, mas na Europa é a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial", lembrou.

10h12 de 08mar2022 - O governo da Ucrânia diz que 30 autocarros estão a caminho de Mariupol para retirar civis através dos corredores humanitários que foram autorizados esta manhã.

11h16 de 08mar2022 - O presidente chinês, Xi Jinping, pede "contenção máxima" da situação da Ucrânia, que descreveu como preocupante, de modo a evitar que fique fora de controlo, segundo a emissora estatal chinesa CCTV. Xi Jinging participou numa videoconferência com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Schoz, dizendo que os três países devem apoiar conjuntamente as negociações de paz.

O edifício da Embaixada da Rússia em Lisboa esteve na noite de segunda-feira iluminada com as cores da bandeira da Ucrânia, na sequência de uma manifestação contra a invasão russa do território ucraniano. Um dos jovens manifestantes, solicitando o anonimato, afirmou que estavam ali unidos pela liberdade e que enfrentaram o frio da noite chuvosa para pôr em marcha a "ação de guerrilha" contra o que disse ser "um grito contra a ocupação selvagem da Ucrânia pela Rússia". Nesta mesma segunda-feira [07mar2022] o grupo da Iniciativa Liberal (IL) na Assembleia Municipal de Lisboa propôs a alteração do nome da rua Visconde de Santarém, morada da embaixada russa na capital portuguesa, em Arroios, para que passe a ter a designação de Rua da Ucrânia.

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, reagiu hoje às ameaças russas contra o Ocidente, particularmente a inclusão de Portugal na lista de países hostis: "No que diz respeito às ameaças da Rússia e do seu presidente Putin, em diferentes áreas, a resposta é muito simples: essas ameaças não nos amedrontam nem intimidam. Decidimos as nossas posições em concertação, quer no quadro das Nações Unidas quer no quadro da União Europeia e da NATO".

David Ribeiro - No que se refere à agressão da Rússia à Ucrânia, os membros da NATO e da União Europeia nunca estiveram tão bem alinhados na condenação desta bárbara atitude do Governo de Putin. Portugal, como não podia deixar de ser, está em perfeita sintonia com a NATO e UE… se vai doer?... claro que vai, mas TODOS temos que continuar a defender que "o futuro da Ucrânia aos ucranianos pertence" e só a eles.

16h28 de 08mar2022 - Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, anunciou que o pais vai proibir todas as importações de petróleo da Rússia. "Este é um passo para infligir uma dor ainda maior a Vladimr Putin", disse Joe Biden.

16h29 de 08mar2022 - Reino Unido anunciou, esta terça-feira, que vai acabar com a importação de petróleo e produtos petrolíferos russos até ao final do ano. De acordo com a agência Reuters, o governo britânico diz que esta transição vai dar ao mercado, aos negócios e à cadeia de fornecimento "mais do que tempo suficiente" para substituir as importações da Rússia, que são apenas 8%. "As empresas devem utilizar este ano para garantir uma transição suava de forma a que os consumidores não sejam afetados". O Reino Unido vai, desde já, começar a trabalhar com novos fornecedores de petróleo, avança o mesmo comunicado. Quanto ao gás natural, do qual só dependem da Rússia em 4%, também já estão a procurar outras opções.

A China e a invasão da Ucrânia pela Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, afirmou numa entrevista coletiva à margem da reunião anual do parlamento chinês, que a China está disposta a promover conversações entre a Rússia e a Ucrânia e avançou que a Cruz Vermelha chinesa irá prestar assistência humanitária na Ucrânia. O ministro assegurou também que a China tem sempre sido "objetiva e justa", a solução deve focar-se na estabilidade da região a longo prazo e o diálogo "deve persistir". Abordando as relações da China com a Rússia, o ministro afirma que continuam "sólidas" e que devem permanecer "livres" de interferências externas, e garantiu que as perspetivas de cooperação são "alargadas".

Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa e atual comentador CNNPortugal, falou sobre a importância da China se disponibilizar para mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia, dizendo que, apesar das iniciativas "louváveis" de tentativa de interferência de outros países, nomeadamente de Israel ou Turquia, só a China poderá ser eventualmente bem-sucedida porque é "a última boia de salvação que a Rússia pode ter". "A Rússia tem uma fronteira de quatro mil quilómetros com a China, absolutamente descomunal, com várias situações conflituais com reivindicações recíprocas de parcelas territoriais", recorda Azeredo Lopes. Mas a China é também "a última boia de salvação que a Rússia pode vir a ter quando "as contramedidas económicas e financeiras que temos vindo a adotar forem cada vez mais eficientes", assinala o ex-ministro.

Curiosamente o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, afirmou hoje [segunda-feira, 07mar2022] que “nenhum país terá um impacto maior na conclusão desta terrível guerra na Ucrânia do que a China”. Morrison apelou ao governo chinês para agir de acordo com as suas declarações de promoção da paz mundial e se junte ao esforço para impedir a invasão da Ucrânia pela Rússia, alertando que o mundo corre o risco de ser remodelado por um "arco de autocracia".

Vejam este artigo de Michael R. Gordon, publicado em 23fev2022 no The Wall Street Journal - Crise na Ucrânia dá início a nova luta de superpotências entre EUA, Rússia e China… e Pequim e Moscovo têm agora uma mão mais forte no confronto com o Ocidente do que durante a Guerra Fria. Nesta ínvasão da Ucrânia pela Rússia estou claramente contra Putin e a favor do Povo ucraniano… mas o Batalhão de Azov ainda me faz comichões nas meninges.

O Batalhão de Azov (em ucraniano: Полк Азов) é uma organização paramilitar, atualmente ligada ao Ministério do Interior da Ucrânia, criado em 2014 durante os protestos da Euromaidan (também chamada de Primavera Ucraniana). Ela é uma unidade militar de infantaria voluntária de extrema-direita, são ultranacionalistas acusados de abrigar a ideologia neonazista e supremacia branca, além de ter envolvimento em vários casos de abusos de direitos humanos e crimes de guerra na Guerra civil no leste da Ucrânia, principalmente em casos de torturas, estupros, saques, limpeza étnica e perseguição de minorias como homossexuais, judeus e russos. O Batalhão de Azov é muito mais que uma milícia, tem seu próprio partido político, duas editoras, acampamentos de verão para crianças e uma força de vigilância conhecida como Milícia Nacional (Natsionalni Druzhyny), que patrulha as ruas das cidades ucranianas ao lado da polícia. Ao contrário de seus pares ideológicos nos EUA e na Europa, também possui uma ala militar com pelo menos duas bases de treino e um vasto arsenal de armas, de drones e veículos blindados a peças de artilharia. (in Wikipédia) Fiquei agora a saber que no período “antes da ordem do dia” da reunião de hoje do Executivo Municipal do Porto, discutiu-se a eventual conjugação de posições sobre as moções a CONDENAR A INVASÃO RUSSA. Mas perante a intransigência da Vereadora comunista, sustentada numa argumentação desfasada da realidade e meramente ideológica, e da retórica bloquista sobre o Lebensraum, não foi possível uma posição comum.

Rosário Queirós - Lebensraum? A que propósito?

David Ribeiro - Sobre a sua dúvida, Rosário Queirós, aqui fica uma parte de um texto publicado no "Delito de Opinião" em 01mar2022: «Há dias vi um excerto televisivo no qual a deputada Mariana Mortágua algo sumarizava as causas desta crise ao invectivar o governo ucraniano de "corrupto" e "neonazi" .../... Nas vésperas da invasão russa Mortágua nega a possibilidade dessa ocorrência, atribuindo os alvitres dessa possibilidade a mera propaganda ocidental e aos discursos de alguns líderes (Biden, Johnson) - tamanho o seu aprisionamento a um visão anti-"ocidental", de facto avessa às democracias liberais. O vigor das suas certezas ali proclamadas são um evidente, enorme e até acabrunhante sinal de incompetência para aquela mera tarefa de "comentário político" sobre a actualidade internacional. Mortágua torna-se ali ridícula. Mas não será decerto por isso afastada daquele palanque de propaganda político-partidária. .../... Critica Putin e seus anseios. Mas algo justifica a sua política devido a uma contextualização (a la carte) do processo daquela região, uma típica historicização que se pretende legitimadora. Invoca a condição "humilhada" da Rússia e a sua necessidade de um "Espaço Vital". Isto é tão boçal que custa a crer - pois é a pura recuperação do argumentário da Alemanha nazi, a questão da "humilhação" com o tratado de Versailles e a necessidade de abranger um Espaço Vital (a apropriação nazi do Lebensraum de Ratzel). Chegámos a isto, em Mortágua a repulsa pelas imperfeitas democracias liberais é tamanha que "compreende" o seu agressor imediato através de termos, ideais, com esta genealogia. E temos então a tão "respeitada" e tão "competente" deputada da "esquerda" tão "identitarista" (e nisso "multicultural") a valorizar a necessidade do Lebensraum.» Mais uma da série "Rússia invadiu Ucrânia"

13h01 de 07mar2022 - A União Europeia está a preparar novas sanções à Rússia, face à "imprudência" do Kremlin para com os civis, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, antes de um encontro com o primeiro-ministro italiano Mario Draghi. "Já tínhamos três pacotes de sanções contundentes, mas agora temos de garantir que não haja brechas e que o efeito das sanções seja maximizado. As sanções em vigor são realmente mordazes. Vemos as turbulências descendentes na economia russa”, apontou, assumindo ainda que a UE "tem de livrar-se da dependência do gás, petróleo e carvão russos".

13h28 de 07mar2022 - O Kremlin fez saber, esta segunda-feira, que pode parar as operações militares na Ucrânia, se forem cumpridas certas exigências, como o reconhecimento da Crimeia enquanto território russo e de Lugansk e Donetsk enquanto estados independentes. Segundo Dmitry Pescov, porta-voz do Kremlin, o vizinhos ucranianos terão ainda de mudar a Constituição do país, para garantir que não poderá entrar em qualquer bloco de países (como a NATO). Enquanto estes critérios não forem cumpridos, vai continuar a "desmilitarização" da Ucrânia. Pescov sublinhou ainda que a Rússia não tem qualquer outro interesse no território da Ucrânia.

14h00 de 07mar2022 - A delegação ucraniana já está na Bielorrússia para a terceira ronda de negociações com a Rússia, indicou o conselheiro presidencial Mykhailo Podolak, que adiantou ainda que as mesmas estão previstas arrancar às 16h00 de Kiev (14h00 TMG). Mykhailo Podolak diz que a delegação ucraniana é constituída pelos mesmos elementos que participaram na ronda anterior.

17h28 de 07mar2022 - Alemanha e Hungria não apoiam sanções à energia russa. A energia da Rússia é de “importância essencial” para a vida quotidiana das pessoas, justifica o chanceler alemão. Já o ministro das Finanças da Hungria diz que sancionar a energia russa faria com que os húngaros pagassem o preço da guerra.

17h57 de 07mar2022 - Terceira ronda negocial entre russos e ucranianos já terminou. A informação foi avançada pela AFP, que cita a embaixada russa na Bielorrússia, onde foi realizado o encontro. De acordo com um negociador ucraniano, houve "pequenos avanços" no que diz respeito aos corredores humanitários.

18h01 de 07mar2022 - O Presidente da República convocou o Conselho de Estado para a próxima segunda-feira, pelas 15h00, no Palácio da Cidadela em Cascais, com um único ponto da ordem de trabalhos: a situação na Ucrânia.

Sanções à Rússia... e a China aqui tão perto

No final da reunião desta terça-feira [22fev2022] dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros da União Europeia, em Paris, Josep Borrell confirmou que as sanções terão três grandes alvos: os decisores políticos responsáveis pelo reconhecimento das regiões separatistas ucranianas pró-Rússia como independentes, quem está e estará envolvido na invasão da Ucrânia e os bancos que financiam a política bélica de Moscovo. O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou também na terça-feira [22fev2022] o que chamou de "primeira parcela" de sanções contra a Rússia, incluindo medidas para privar o país de financiamento. “Estamos a implementar sanções à dívida soberana da Rússia. Isso significa que cortamos ao governo da Rússia o financiamento ocidental”, disse Biden, acrescentando que as medidas também teriam como alvo as instituições financeiras e “elites” russas. Claro que estas sanções vão doer forte na Rússia... mas não vão mandar Putin para os cuidados intensivos.

A relação China-Rússia poderá parecer estranha pelos padrões históricos, mas cada vez mais estou convencido que é a China que vai ser o fiel da balança na geoestratégia do leste europeu. Embora Xi Jinping concorde com Putin que a NATO é uma relíquia da Guerra Fria e que já não tem razão para existir, a verdade é que o Presidente da República Popular da China tem as suas próprias preocupações domésticas, o que o obriga a manter uma relação de diálogo com a União Europeia e também com os EUA. Mas também não esqueçamos que ainda recentemente China e Rússia assinaram um acordo de petróleo e gás no valor de 117,5 mil milhões de dólares, consolidando assim o seu relacionamento económico, reduzindo a dependência financeira da Rússia em relação à Europa. Vamos ver nas próximas semanas como as coisas evoluirão… e que não desate tudo à batatada. Não mudaram nada...

Não há dúvidas que “uma árvore não faz a floresta” e eu conheço comunistas que são inteligentes, cultos, humanistas e verdadeiros democratas, mas continuo a não entender as afirmações desta “floresta”. Se eles me explicassem… é que eu, bem explicadinho, entendo tudo.

Do melhor que tenho visto

CNNPortugal às 16h19 de 23fev2022

O governo ucraniano continua a anunciar o serviço militar obrigatório para todos os homens em idade de combate enquanto Moscovo está hoje [23fev20202] a retirar pessoal e equipamentos da sua embaixada em Kiev.

O "Proteger a Ucrânia" e a "Crise dos Mísseis de Cuba"

Numa altura em que Putin se irrita por os EUA se preparam para “Proteger a Ucrânia” com o fornecimento de armamento a um país vizinho da Rússia, recordo-me da Crise dos Mísseis de Cuba, um episódio que durou de 16 a 28 outubro de 1962 entre os Estados Unidos e a União Soviética, relacionado com a implantação de mísseis balísticos soviéticos na ilha de Fidel. Foi o mais próximo que se chegou ao início de uma guerra nuclear em grande escala durante a Guerra Fria. Depois de um longo período de tensas negociações, foi alcançado um acordo entre Kennedy e Kruschev. Os soviéticos desmantelaram as suas armas em Cuba e levaram-nas para a União Soviética. Ponto da situação na Crise da Ucrânia

Os líderes das regiões separatistas do leste da Ucrânia de Donetsk e Lugansk declararam uma mobilização militar total, medidas que ocorrem numa altura em que se verifica um aumento de violência na região devastada pela guerra e que o Ocidente teme que possa ser usado como pretexto para uma invasão da Rússia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, irá supervisionar os grandes exercícios militares ao longo das fronteiras da Ucrânia no dia de hoje [sábado, 19fev2022] enquanto o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, está viajando pela Europa para angariar apoios.

O chanceler alemão Olaf Scholz afirmou na Conferência de Segurança de Munique que um ataque russo à Ucrânia seria um "erro grave" com altos "custos políticos, económicos e geoestratégicos". Na mesma conferência o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que Moscovo estava a apresentar questões de segurança que o Kremlin sabia nunca poderem ser atendidas pela NATO. Também foi afirmado pela chefe do executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, que as ameaças de Moscovo à Ucrânia podem remodelar todo o sistema internacional, alertando Moscovo que o seu pensamento de “um passado sombrio” pode custar à Rússia um futuro próspero.

Rostov, uma região russa na fronteira com a Ucrânia, declarou estado de emergência, citando um número crescente de pessoas que chegam de áreas controladas por separatistas na Ucrânia depois de receberem ordens de evacuação.

O presidente dos EUA, Joe Biden, continua a alertar para o facto de haver indicações que a Rússia está a planejar invadir a Ucrânia, até porque existem sinais de Moscovo estar a realizar uma operação de “bandeira falsa” para justificá-la, depois de forças ucranianas e rebeldes pró-Moscovo trocaram tiros. Esquema da ofensiva ucraniana, a partir dos dados obtidos pela inteligência da República Popular de Donetsk.

O seguro morreu de velho

Além de Portugal (existem 240 portugueses residentes naquele país), outros países pediram aos seus cidadãos na Ucrânia para que deixem o país. A lista inclui Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Espanha, Israel, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Iraque, Kuwait e Itália.

João Cravinho na Conferência de Segurança de Munique

No dia em que as tensões entre a Rússia e a Ucrânia atingiram um ponto máximo, o ministro português da Defesa, João Gomes Cravinho, presente na Conferência de Segurança de Munique (CSM), explicou de que modo Portugal poderá ser chamado a envolver-se nos conflitos: “Portugal faz parte da NATO, portanto a nossa primeira preocupação será a solidariedade em relação aos nossos aliados na NATO. Neste caso, muito em particular aqueles que fazem fronteira com a Ucrânia. .../... Existe uma força chamada VJTF (Very High Joint Readiness Task Force) que é a força de mais elevada prontidão da NATO, em que os países membros da NATO participam de forma rotativa. Portugal neste momento participa na VJTF, em 2022 estamos na VJTF. Se a VJTF for mobilizada para efeitos de defesa da NATO, naturalmente que Portugal participará”. O ministro da Defesa português disse também que a possibilidade de adesão da Ucrânia à NATO não está atualmente em cima da mesa. Gomes Cravinho salientou que “a adesão da Ucrânia à NATO foi discutida em 2008”. “Nessa altura, decidiu-se que não havia condições para a NATO aceitar a Ucrânia e desde então o assunto tem ficado exatamente nesse ponto. .../... É absolutamente falso que esta crise seja sobre a adesão da Ucrânia à NATO. Essa matéria não está em cima da mesa. Nem aqui em Munique, nem ao longo dos últimos 13, 14 anos se discutiu essa possibilidade.” O gás da Gazprom

Um fator importantíssimo a considerar no conflito que se está a viver no Leste da Europa tem a ver com as reservas de gás nas instalações de armazenamento subterrâneo na Ucrânia, que se encontram no mínimo, tendo caído, de acordo com a Gazprom, para 10,6 mil milhões de metros cúbicos, o que é 45% menos que no ano passado. Além disso, no início desta semana, as autoridades da Alemanha, que possui uma das maiores capacidades de armazenamento subterrâneo da Europa, relataram uma queda nos volumes de armazenamento para níveis historicamente baixos em comparação com os anos anteriores.

E se Putin interromper o seu fluxo de gás para a Europa?... Hoje em dia a “guerra” já não se faz só em combates militares.

Fome e insegurança alimentar no Afeganistão

O Afeganistão está entre os níveis mais altos de insegurança alimentar em todo o mundo. Pelo menos 37,7 milhões de sua população de 40 milhões de pessoas – 93% – não tem comida suficiente. Um recorde de 23 milhões de afegãos enfrenta fome aguda, com quase 9 milhões a um passo da fome, de acordo com o Programa Alimentar Mundial (PAM). Duas em cada cinco crianças (38%) com menos de cinco anos de idade enfrentam desnutrição crónica – ou seja, nutrição inadequada por um longo período de tempo – o que levou a um crescimento atrofiado. Até 1 milhão de crianças menores de cinco anos correm o risco de morrer de desnutrição. Desde a tomada de Cabul pelos Talibã em 15 de agosto, uma economia já devastada pela guerra, antes sustentada apenas por doações internacionais, está agora à beira do colapso. Em janeiro, a ONU pediu aos doadores 4,4 mil milhões de US$ em ajuda humanitária para 2022, o maior apelo já feito para um único país. O Programa de Desenvolvimento da ONU alertou que 97% da população pode cair abaixo da linha da pobreza até meados de 2022. E para ajudar à desgraça, o presidente norte-americano vai apreender reservas do banco central afegão e doar metade às vítimas do 11 de setembro.

Al Jazeera, 17fev2022

Equipas de resgate no Afeganistão estão a lutar para alcançar um menino de nove anos preso há dois dias num poço no sul da província de Zabul. Autoridades locais disseram que o menino apareceu preso cerca de 10 metros abaixo do poço de 25 metros. “Uma equipa está lá com uma ambulância, oxigénio e outras coisas necessárias”, escreveu no Twitter Abdullah Azzam, secretário do vice-primeiro-ministro, mulá Abdul Ghani Baradar, no governo Talibã.

As autoridades Talibã comunicaram, esta sexta-feira [18fev2022], que morreu o rapaz de nove anos que estava preso desde terça-feira num poço seco com 25 metros de profundidade, numa vila na província de Zabul, no Afeganistão.

Cinco coisas para saber sobre a crise Ucrânia-Rússia

(Al Jazeera, 25jan2022) Por que há um conflito? - A Ucrânia, que fez parte do império russo durante séculos antes de se tornar uma república soviética, conquistou a independência quando a URSS se desfez em 1991, abandonando o seu legado imperial russo e iniciando laços cada vez mais estreitos com o Ocidente. A decisão do presidente ucraniano Viktor Yanukovych (pró Kremlin), de rejeitar um acordo de associação com a União Europeia em favor de laços mais estreitos com Moscovo levou a protestos em massa que o afastaram do cargo de líder em 2014. A Rússia respondeu anexando a península da Crimeia da Ucrânia e lançando a sua influência por trás de uma rebelião separatista que eclodiu no leste da Ucrânia. A Ucrânia e o Ocidente acusaram a Rússia de enviar suas tropas e armas para apoiar os rebeldes. Moscovo negou, dizendo que os russos que se juntaram aos separatistas eram voluntários. De acordo com Kiev, mais de 14.000 pessoas morreram nos combates que devastaram Donbas, o coração industrial do leste da Ucrânia. Por sua vez, Moscovo criticou fortemente os EUA e seus aliados da NATO por fornecerem armas à Ucrânia e realizarem exercícios conjuntos, dizendo que tais movimentos encorajam os falcões ucranianos a tentar recuperar as áreas controladas pelos rebeldes pela força. Além disso, o presidente russo, Vladimir Putin, disse repetidamente que as aspirações da Ucrânia de ingressar na NATO são uma linha vermelha e expressou preocupação com os planos de alguns membros da NATO de estabelecer centros de treino militar na Ucrânia. Isso, disse ele, lhes daria uma base militar na região, mesmo sem a adesão da Ucrânia à NATO. O que a Rússia quer? - É mais sobre o que a Rússia não quer. A Rússia não quer a Ucrânia na NATO – e disse isso na sua lista de exigências de segurança que foram enviadas aos EUA em dezembro passado. As exigências incluíam a suspensão de quaisquer exercícios da NATO perto da fronteira com a Rússia. Em dezembro Putin disse que a Rússia estava procurando garantias “que excluíssem quaisquer outros movimentos da NATO para o leste e a implantação de sistemas de armas que nos ameacem nas proximidades do território russo”. Putin ofereceu ao Ocidente uma oportunidade de se engajar em conversas substanciais sobre o assunto, acrescentando que Moscovo precisaria não apenas de garantias verbais, mas de “garantias legais”, nas esquecendo que a eventual admissão da Ucrânia à aliança exigiria a aprovação unânime dos 30 estados que compõem o órgão. Os EUA e a NATO já responderam aos apelos. Embora nem Moscovo nem as potências ocidentais tenham divulgado os detalhes dessas respostas, ficou claro que as principais demandas da Rússia – a Ucrânia essencialmente proibida de ser membro da NATO e uma promessa de que a aliança não se expandirá mais para o leste – foram recusadas. A Ucrânia vai aderir à NATO? - A Ucrânia não é membro da NATO, mas quer ser. É considerada um parceiro da aliança. Antes de ser considerada para a adesão, diz a NATO, Kiev precisa erradicar flagelos como a corrupção. O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, rejeitou em dezembro as exigências russas de rescindir um compromisso de 2008 com a Ucrânia de que o país um dia se tornaria membro. Stoltenberg sustenta que, quando chegar a hora de considerar a questão, a Rússia não poderá vetar a adesão da Ucrânia. Analistas, no entanto, dizem que os aliados da NATO, entre eles os Estados Unidos, estão relutantes em expandir sua presença militar na região e comprometer ainda mais seu relacionamento com Moscovo. Enquanto o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, expressou apoio à adesão da Ucrânia à NATO, o presidente Joe Biden foi mais ambíguo sobre a questão. Haverá guerra total? - O Ocidente acusa a Rússia, que reuniu 100.000 soldados na fronteira ucraniana, de se preparar para invadir seu vizinho pró-ocidental. Biden afirma “total unanimidade” sobre como lidar com a Rússia. O Pentágono colocou 8.500 soldados dos EUA de prontidão para uma implantação no Leste Europeu e a NATO disse que estava a enviar navios e jatos para reforçar as defesas da região. O porta-voz do presidente Putin, Dmitry Peskov, disse que essas ações apenas aumentaram uma atmosfera já tensa. "Os Estados Unidos estão aumentando as tensões", disse ele a repórteres. “Estamos observando essas ações dos EUA com grande preocupação.” A Rússia nega ter planos de invadir a Ucrânia e acusa o Ocidente de agravar a situação. É incerto se a guerra vai eclodir entre os dois países, mas alguns analistas dizem que a Rússia pode aproximar-se da Ucrânia para reivindicar uma vitória rápida e decisiva e aumentar seu poder de negociação em futuras conversações sobre a expansão e as esferas de influência da NATO. “Acho que o que a Rússia e Vladimir Putin realmente querem derrotar as forças armadas ucranianas no campo, infligir uma derrota militar esmagadora que humilhe os ucranianos e, por extensão, criar preocupação de que o apoio da Ucrânia tenha de seus aliados no Ocidente. Nos EUA e no Reino Unido, é insuficiente”, disse Samir Puri, membro sénior do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. O que acontece se a Rússia invadir a Ucrânia? - As nações ocidentais deram apoio à Ucrânia, mas algumas respostas foram mais duras do que outras. Os EUA e o Reino Unido forneceram armas, enquanto a Alemanha planeja enviar uma instalação médica de campo no próximo mês, mas não transferirá equipamentos militares. Também se falou muito em sanções destinadas a punir Moscovo. Publicamente, os aliados dos EUA e da Europa prometeram atingir a Rússia financeiramente como nunca antes, se Putin enviar seus militares para a Ucrânia. Os líderes deram poucos detalhes, argumentando que é melhor manter Putin na dúvida, mas Washington e Londres falaram de medidas pessoais visando o presidente russo. Cortar a Rússia do sistema financeiro SWIFT, que movimenta dinheiro de banco para banco em todo o mundo, seria uma das medidas financeiras mais difíceis que eles poderiam tomar, prejudicando a economia da Rússia imediatamente e no longo prazo. A medida pode cortar a Rússia da maioria das transações financeiras internacionais, incluindo lucros internacionais da produção de petróleo e gás, que responde por mais de 40% da receita do país. Os EUA também detêm uma das armas financeiras mais poderosas contra Putin se ele invadir a Ucrânia – bloqueando o acesso da Rússia ao dólar americano. Os dólares ainda dominam as transações financeiras em todo o mundo, com mais de um milhão de milhões de dólares em jogo diariamente. Finalmente, os EUA consideram impor controles de exportação, potencialmente cortando a Rússia da alta tecnologia que, entre outras coisas, ajuda aviões de guerra e jatos de passageiros a voar e alimentar smartphones.

Ómicron ou B.1.1.529 - O que já se sabe

A “B.1.1.529”, agora batizada de “Ómicron”, é uma das mais de 30 mutações do coronavírus e que está agora a fazer disparar a taxa de contágios, sobretudo entre os jovens. Segundo as autoridades de saúde esta nova variante foi identificada no Botsuana e na África do Sul. Mas afinal, que variante é esta?

O diretor do Centro de Resposta Epidémica e Inovação de África do Sul, Túlio de Oliveira, revelou em conferência de imprensa que “foram localizadas 50 mutações no total — e mais de 30 na proteína spike (a ‘chave’ que o vírus usa para entrar nas células e que é alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19)”. Ora, tal pode indicar que as atuais vacinas podem não combater eficazmente mutações tão distintas. Até agora, segundo avança a imprensa internacional, foram confirmados 77 casos na Província de Gauteng, na África do Sul, quatro casos em Botsuana, e um em Hong Kong, que se crê ter surgido após viagem a África do Sul. Num comunicado divulgado pela representação regional da OMS para África. “A maioria dos profissionais de saúde na África ainda não foi vacinada e continua perigosamente exposta a formas graves” da doença, alertou Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África. Esta responsável destacou que “é importante saber até que ponto esta variante se encontra em circulação na África do Sul e no Botsuana” e que a organização está igualmente muito atenta ao que se conseguir saber sobre as “características deste vírus”, que está agora no centro das preocupações dos laboratórios de análise e investigação daqueles países.

(Carla Bernardino da revista digital “Delas” / Lusa - 26nov2021) Diz a Organização Mundial da Saúde:

The B.1.1.529 variant was first reported to WHO from South Africa on 24 November 2021. The epidemiological situation in South Africa has been characterized by three distinct peaks in reported cases, the latest of which was predominantly the Delta variant. In recent weeks, infections have increased steeply, coinciding with the detection of B.1.1.529 variant. The first known confirmed B.1.1.529 infection was from a specimen collected on 9 November 2021. A nova variante Ómicron já está a criar alarme em todo o Mundo, mas para já a grande preocupação na Europa para este inverno é a sublinhagem AY.4.2 da Delta que já está a tomar o lugar da Delta no Reino Unido e espalhada em Portugal.

Uma das epidemias mais mortais da história da humanidade foi a GRIPE ESPANHOLA, uma vasta e mortal pandemia do vírus Influenza H1N1, que durou de janeiro de 1918 a dezembro de 1920. Segundo os dados mais fiáveis infetou uma estimativa de 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época. Estima-se que o número de mortos esteja entre 17 milhões e 50 milhões.

Os dados da World Health Organization dizem-nos que houve de 30dez2019 a 26nov2021, em todo o Mundo, 259.502.031 casos confirmados e 5.183.003 mortes por COVID-19.

(Na imagem soldados de Fort Riley, Kansas, doentes de gripe espanhola, sendo tratados numa enfermaria de Camp Funston)

O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) informou hoje que os 13 casos da variante Ómicron detetados em Portugal estão associados a jogadores e staff do Belenenses SAD, sendo que um deles terá tido uma viagem recente à África do Sul. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta segunda-feira que o risco global representado pela nova variante Ómicron do coronavírus é "muito alto". Evolução da Caraterização Clínica em Portugal (Dados da DGS)

Crise humanitária no Afeganistão

Al Jazeera, 13out2021

Os G20 concordam em ajuda para evitar crise humanitária no Afeganistão. Mas os Talibã precisarão de se envolverem na assistência e o ‘Grupo dos 20’ enfatiza que isso não significa o reconhecimento de seu governo. Al Jazeera, 25out2021

ONU alerta sobre crise ‘aguda’ de alimentos no Afeganistão. Mais da metade da população de 39 milhões do Afeganistão enfrenta insegurança alimentar aguda e "marcha para a fome, com muitas crianças a morrerem”. Al Jazeera, 29out2021

Enquanto os EUA congelam os fundos, um inverno rigoroso aguarda os afegãos sem dinheiro. Com 9,5 mil milhões de US$ em ativos e empréstimos congelados e limites impostos aos saques bancários, uma crise humanitária desenrola-se no Afeganistão. Ataque a hospital militar em Cabul

No dia de ontem fontes do Ministério do Interior afegão disseram à Al Jazeeraa que duas explosões, seguidas de tiros, aconteceram no maior hospital militar do Afeganistão na capital Cabul. Hoje soube-se que nestas duas explosões morreram pelo menos 25 pessoas e ficaram feridas outras 50. Um destacado comandante Talibã, Hamdullah Mokhlis, membro da rede Haqqani e oficial das forças especiais Badri, foi um dos mortos durante este ataque, segundo a agência de notícias AFP.

Tão amigos que nós somos, não é?

Altos funcionários dos Talibã e representantes dos Estados Unidos discutem a "abertura de uma nova página" nas relações de seus países ao iniciarem as negociações no Catar, segundo o ministro das Relações Exteriores do Afeganistão. As reuniões presenciais que começaram em Doha neste sábado, 09out2021, são as primeiras desde que as forças dos EUA se retiraram do Afeganistão em agosto - encerrando uma presença militar de 20 anos - e a ascensão dos Talibã ao poder. Durante as conversações a delegação Talibã exigiu que os bens do Afeganistão no estrangeiro fossem descongelados. Para além disso, a delegação pediu que os EUA não violassem o espaço aéreo do Afeganistão e se abstenham de interferir nos assuntos internos de seu país. Por seu lado os EUA comprometeram-se a fornecer ao Afeganistão vacinas contra o Covid-19.

(Washington, 10out2021 - Reuters) - Os Estados Unidos disseram no domingo que o primeiro encontro face-a-face entre altos funcionários dos EUA e dos Talibã, desde que o grupo linha-dura retomou o poder no Afeganistão, foi "sincero e profissional".

Reabilitação de viciados em drogas… à moda Talibã.

As últimas notícias sobre o Afeganistão

A China é já (será?...) um país amigo em quem o Afeganistão pode confiar.

O Afeganistão poderá ser uma caso histórico de sucesso se as potências mundiais derem aos Talibã uma hipótese em vez de tentarem destruir a sua economia com sanções.

′′Os afegãos e os iraquianos sofreram durante anos as consequências do que os americanos sofreram em 9/11. Ainda sofrem as consequências desse dia fatídico hoje. Mas quem se lembra de 10/7 (o dia em que os EUA invadiram o Afeganistão em 2001)... Imaginar a dor dos outros é onde começa o nobre ato de luto da sua própria perda." - Hamid Dabashi, professor iraniano de estudos iranianos e literatura comparada na Universidade Columbia, na cidade de Nova York.

Ahmad Massoud, chefe da NRF, diz que acolhe propostas para um acordo negociado para acabar com os combates com os Talibá no vale de Panjshir. Al Jazeera, 06set2021 às 06h30

Está a ser exibido na RTP1 e RTP3

Al Jazeera, 07set2021 às 20h17

Os Talibã já anunciaram um novo Governo para o Afeganistão.

BBC World Service, 08set2021 às 18h58

Aqui estão eles... por quanto tempo é que não sabemos.

Dos talibã aos talibã – a obra sangrenta da NATO

José Goulão, jornalista português que fez carreira na área de política internacional, especialmente nas questões do Médio Oriente, publicou no passado dia 2 de setembro n’ “O Lado Oculto/AbrilAbril” um interessante artigo de opinião - «Dos talibã aos talibã – a obra sangrenta da NATO» - do qual destaco o seguinte: Vinte anos, centenas de milhares de vítimas humanas, 2,23 biliões de dólares depois deixa um país destroçado, o sétimo mais pobre do mundo, com 47% da população abaixo do nível de pobreza e três quartos do orçamento do governo dependente da ajuda internacional; as únicas actividades económicas são a corrupção da elite colaboracionista e a exportação de ópio, responsável por mais de 80% da heroína comercializada ilegalmente no mundo. Verdade seja dita que a NATO perdeu, mas o mesmo não aconteceu com alguns dos seus principais patrocinadores: o valor das acções dos cinco mais importantes negociantes de guerra dos Estados Unidos cresceu 58% em 20 anos. Há também indícios comprovados de que os Talibã estão a negociar uma alargada coligação de governo, no mínimo para criar uma situação em que um novo executivo em Cabul seja reconhecido internacionalmente, uma hipótese remota para não ficar sujeito à asfixia financeira preparada pelos Estados Unidos: congelamento dos 9,4 mil milhões de dólares de reservas do Banco Central Afegão, cancelamento de empréstimos do FMI – autêntico instrumento da NATO – incluindo o de 460 milhões de dólares a título do combate à Covid-19, provável esbulho do ouro afegão depositado internacionalmente, como acontece em relação à Venezuela. As recentes visitas de delegações talibã à Rússia, à China e ao Irão revelam um esforço no sentido da estabilidade regional através da participação no processo de integração da Ásia Central e do Sul cujo principal veículo é a Organização de Cooperação de Xangai (OCX), entidade que dá corpo aos entendimentos entre Moscovo e Pequim. A Rússia preza sobretudo a estabilidade em países vizinhos do Afeganistão como o Usbequistão, o Tajiquistão e o Turquemenistão. A China pretende defender os investimentos que tem vindo a fazer no Afeganistão, nomeadamente na actividade mineira, na construção da autoestrada que vence a mítica passagem do Khyber, e na extensão ao território afegão do eixo entre o território chinês e o Paquistão integrado na Iniciativa Cintura e Estrada (ICE) ou nova Rota da Seda. Um oleoduto entre o Irão e território chinês é outro objectivo a ser equacionado, neste caso no âmbito do volumoso acordo económico estabelecido recentemente entra a China e Teerão. Artigo completo aqui

Gripe Espanhola ou Pneumónica

(As máscaras foram um ritual nos dias da Gripe Espanhola) Bruscamente, na Primavera de 1918, na frente de Batalha da Flandres, no ano final da Grande Guerra, uma nova espécie de gripe mortífera atacou os exércitos dos dois lados – alemães, franceses, ingleses e americanos. O vírus [influenza] terá vindo da América, do Kansas, dum campo militar, mas chamaram-lhe Gripe Espanhola ou Pneumónica. Nos dois anos seguintes, a Pneumónica mataria milhões de pessoas em todo o mundo; mas as tragédias da guerra e as euforias e convulsões dos anos 20 e do que se lhes seguiu diluiriam o lugar da pandemia na memória coletiva do Ocidente. Portugal não escapou à Pneumónica, que, como outras epidemias e pandemias, teve uma primeira fase relativamente moderada, na Primavera-Verão de 1918, e uma segunda, mais violenta e mortífera, no Outono do mesmo ano. Com cerca de 140 mil mortos, Portugal foi, proporcionalmente, dos países mais atingidos da Europa. Só a Itália e a Bulgária tiveram uma letalidade mais alta. Entre as celebridades mortas pela epidemia contam-se o pintor Amadeu de Sousa Cardoso e os santos pastorinhos de Fátima, Francisco e Jacinta. (“Contágios” de Jaime Nogueira Pinto, pag. 194 e seguintes)

Tomada de posse de Joe Biden

A vigilância de qualquer indício de possíveis protestos levou à adoção de medidas de segurança inéditas na cerimónia de tomada de posse do novo Presidente dos Estados Unidos da América. Com o ataque ao Capitólio na memória recente e a ameaça da pandemia muito viva, marchas e celebrações virtuais substituiram as tradicionais, promovendo o perfil de responsabilidade pública que a nova administração preconiza. Os dispositivos de segurança transformaram algumas zonas de Washington em verdadeiras fortalezas. Barricadas, arame farpado e vedações altas foram erigidas para impedir uma repetição do ataque ao Capitólio por uma multidão incitada pelo Presidente cessante. Donald Trump sai da Casa Branca com a mais baixa taxa de aprovação de qualquer Presidente desde que estes indicadores são medidos. Foi alvo de dois processos de impeachment, aprofundou a distância que há muito se adensava entre republicanos e democratas e não mostrou a preocupação exigida na luta contra a covid-19.

Joe Biden tomou posse esta quarta-feira, em frente ao Capitólio, em Washington DC, para se tornar o 46.º presidente dos Estados Unidos da América.

Presidenciais em Portugal e as Cowboyadas nos USA

Partilhado à má fé… ou seja, sem ter pedido autorização à autora do texto.

A vitória de Joe Biden

"Devido à velocidade da luz ser superior à do som, algumas pessoas parecem inteligentes até as ouvirmos."

Evacuação de civis de cinco cidades ucranianas

Na imagem os corredores humanitários propostos pela Rússia Até ao dia de ontem já se registavam mais de 1,7 milhões de refugiados ucranianos. Hoje, às 9 horas na Ucrânia (07h00 TMG), entrou em vigor um cessar-fogo proposto pela Rússia. Iremos ver ao longo do dia se encontrarão passagem segura os muitos civis que pretendem abandonar o terror dos combates em cinco cidades ucranianas: Kiev, Sumy, Kharkiv, Cherniguiv e Mariupol. 08h10 de 08mar2022 - Fonte do Ministério da Defesa russo, citada pela agência Interfax, garante que os combates em Chernihiv, Sumy, Kharkiv, Mariupol e Kiev pararam, e que foram abertos corredores humanitários a partir destas cidades.

08h24 de 08mar2022 - Evacuação em Sumy já começou. O primeiro grupo de civis já foi retirado da cidade, de acordo com fonte do governo regional. Entre as pessoas que deixaram a cidade durante o cessar-fogo desta manhã estão residentes e cerca de 1.000 estudantes estrangeiros.

08h36 de 08mar2022 - Depois de Sumy, também Irpin começou a retirar os seus cidadãos, depois do cessar-fogo desta manhã para permitir a criação de um corredor humanitário. Irpin, nos arredores de Kiev, tem sido palco de intensos combates, inclusive durante a retirada de cidadãos. Aguarda-se ainda a confirmação das autoridades ucranianas sobre os corredores humanitários em Cherhihiv, Kharkiv e Mariupol.

08h52 de 08mar2022 - "Se a guerra continuar, começaremos a ver pessoas sem recursos e sem conexões. Será uma situação mais complexa de gerir para os países europeus daqui para frente, e será preciso haver ainda mais solidariedade de todos na Europa e fora dela", disse o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, em conferência de imprensa nesta terça-feira. Filippo Grandi lembrou que as guerras nos Balcãs, na Bósnia e no Kosovo, também causaram um grande fluxo de refugiados, "cerca de dois ou três milhões, mas num período de oito anos". "Em várias regiões do mundo vemos coisas destas, mas na Europa é a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial", lembrou.

10h12 de 08mar2022 - O governo da Ucrânia diz que 30 autocarros estão a caminho de Mariupol para retirar civis através dos corredores humanitários que foram autorizados esta manhã.

11h16 de 08mar2022 - O presidente chinês, Xi Jinping, pede "contenção máxima" da situação da Ucrânia, que descreveu como preocupante, de modo a evitar que fique fora de controlo, segundo a emissora estatal chinesa CCTV. Xi Jinging participou numa videoconferência com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Schoz, dizendo que os três países devem apoiar conjuntamente as negociações de paz.

O edifício da Embaixada da Rússia em Lisboa esteve na noite de segunda-feira iluminada com as cores da bandeira da Ucrânia, na sequência de uma manifestação contra a invasão russa do território ucraniano. Um dos jovens manifestantes, solicitando o anonimato, afirmou que estavam ali unidos pela liberdade e que enfrentaram o frio da noite chuvosa para pôr em marcha a "ação de guerrilha" contra o que disse ser "um grito contra a ocupação selvagem da Ucrânia pela Rússia". Nesta mesma segunda-feira [07mar2022] o grupo da Iniciativa Liberal (IL) na Assembleia Municipal de Lisboa propôs a alteração do nome da rua Visconde de Santarém, morada da embaixada russa na capital portuguesa, em Arroios, para que passe a ter a designação de Rua da Ucrânia.

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, reagiu hoje às ameaças russas contra o Ocidente, particularmente a inclusão de Portugal na lista de países hostis: "No que diz respeito às ameaças da Rússia e do seu presidente Putin, em diferentes áreas, a resposta é muito simples: essas ameaças não nos amedrontam nem intimidam. Decidimos as nossas posições em concertação, quer no quadro das Nações Unidas quer no quadro da União Europeia e da NATO".

David Ribeiro - No que se refere à agressão da Rússia à Ucrânia, os membros da NATO e da União Europeia nunca estiveram tão bem alinhados na condenação desta bárbara atitude do Governo de Putin. Portugal, como não podia deixar de ser, está em perfeita sintonia com a NATO e UE… se vai doer?... claro que vai, mas TODOS temos que continuar a defender que "o futuro da Ucrânia aos ucranianos pertence" e só a eles.

16h28 de 08mar2022 - Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, anunciou que o pais vai proibir todas as importações de petróleo da Rússia. "Este é um passo para infligir uma dor ainda maior a Vladimr Putin", disse Joe Biden.

16h29 de 08mar2022 - Reino Unido anunciou, esta terça-feira, que vai acabar com a importação de petróleo e produtos petrolíferos russos até ao final do ano. De acordo com a agência Reuters, o governo britânico diz que esta transição vai dar ao mercado, aos negócios e à cadeia de fornecimento "mais do que tempo suficiente" para substituir as importações da Rússia, que são apenas 8%. "As empresas devem utilizar este ano para garantir uma transição suava de forma a que os consumidores não sejam afetados". O Reino Unido vai, desde já, começar a trabalhar com novos fornecedores de petróleo, avança o mesmo comunicado. Quanto ao gás natural, do qual só dependem da Rússia em 4%, também já estão a procurar outras opções.

A China e a invasão da Ucrânia pela Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, afirmou numa entrevista coletiva à margem da reunião anual do parlamento chinês, que a China está disposta a promover conversações entre a Rússia e a Ucrânia e avançou que a Cruz Vermelha chinesa irá prestar assistência humanitária na Ucrânia. O ministro assegurou também que a China tem sempre sido "objetiva e justa", a solução deve focar-se na estabilidade da região a longo prazo e o diálogo "deve persistir". Abordando as relações da China com a Rússia, o ministro afirma que continuam "sólidas" e que devem permanecer "livres" de interferências externas, e garantiu que as perspetivas de cooperação são "alargadas".

Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa e atual comentador CNNPortugal, falou sobre a importância da China se disponibilizar para mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia, dizendo que, apesar das iniciativas "louváveis" de tentativa de interferência de outros países, nomeadamente de Israel ou Turquia, só a China poderá ser eventualmente bem-sucedida porque é "a última boia de salvação que a Rússia pode ter". "A Rússia tem uma fronteira de quatro mil quilómetros com a China, absolutamente descomunal, com várias situações conflituais com reivindicações recíprocas de parcelas territoriais", recorda Azeredo Lopes. Mas a China é também "a última boia de salvação que a Rússia pode vir a ter quando "as contramedidas económicas e financeiras que temos vindo a adotar forem cada vez mais eficientes", assinala o ex-ministro.

Curiosamente o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, afirmou hoje [segunda-feira, 07mar2022] que “nenhum país terá um impacto maior na conclusão desta terrível guerra na Ucrânia do que a China”. Morrison apelou ao governo chinês para agir de acordo com as suas declarações de promoção da paz mundial e se junte ao esforço para impedir a invasão da Ucrânia pela Rússia, alertando que o mundo corre o risco de ser remodelado por um "arco de autocracia".

Vejam este artigo de Michael R. Gordon, publicado em 23fev2022 no The Wall Street Journal - Crise na Ucrânia dá início a nova luta de superpotências entre EUA, Rússia e China… e Pequim e Moscovo têm agora uma mão mais forte no confronto com o Ocidente do que durante a Guerra Fria. Nesta ínvasão da Ucrânia pela Rússia estou claramente contra Putin e a favor do Povo ucraniano… mas o Batalhão de Azov ainda me faz comichões nas meninges.

O Batalhão de Azov (em ucraniano: Полк Азов) é uma organização paramilitar, atualmente ligada ao Ministério do Interior da Ucrânia, criado em 2014 durante os protestos da Euromaidan (também chamada de Primavera Ucraniana). Ela é uma unidade militar de infantaria voluntária de extrema-direita, são ultranacionalistas acusados de abrigar a ideologia neonazista e supremacia branca, além de ter envolvimento em vários casos de abusos de direitos humanos e crimes de guerra na Guerra civil no leste da Ucrânia, principalmente em casos de torturas, estupros, saques, limpeza étnica e perseguição de minorias como homossexuais, judeus e russos. O Batalhão de Azov é muito mais que uma milícia, tem seu próprio partido político, duas editoras, acampamentos de verão para crianças e uma força de vigilância conhecida como Milícia Nacional (Natsionalni Druzhyny), que patrulha as ruas das cidades ucranianas ao lado da polícia. Ao contrário de seus pares ideológicos nos EUA e na Europa, também possui uma ala militar com pelo menos duas bases de treino e um vasto arsenal de armas, de drones e veículos blindados a peças de artilharia. (in Wikipédia) Fiquei agora a saber que no período “antes da ordem do dia” da reunião de hoje do Executivo Municipal do Porto, discutiu-se a eventual conjugação de posições sobre as moções a CONDENAR A INVASÃO RUSSA. Mas perante a intransigência da Vereadora comunista, sustentada numa argumentação desfasada da realidade e meramente ideológica, e da retórica bloquista sobre o Lebensraum, não foi possível uma posição comum.

Rosário Queirós - Lebensraum? A que propósito?

David Ribeiro - Sobre a sua dúvida, Rosário Queirós, aqui fica uma parte de um texto publicado no "Delito de Opinião" em 01mar2022: «Há dias vi um excerto televisivo no qual a deputada Mariana Mortágua algo sumarizava as causas desta crise ao invectivar o governo ucraniano de "corrupto" e "neonazi" .../... Nas vésperas da invasão russa Mortágua nega a possibilidade dessa ocorrência, atribuindo os alvitres dessa possibilidade a mera propaganda ocidental e aos discursos de alguns líderes (Biden, Johnson) - tamanho o seu aprisionamento a um visão anti-"ocidental", de facto avessa às democracias liberais. O vigor das suas certezas ali proclamadas são um evidente, enorme e até acabrunhante sinal de incompetência para aquela mera tarefa de "comentário político" sobre a actualidade internacional. Mortágua torna-se ali ridícula. Mas não será decerto por isso afastada daquele palanque de propaganda político-partidária. .../... Critica Putin e seus anseios. Mas algo justifica a sua política devido a uma contextualização (a la carte) do processo daquela região, uma típica historicização que se pretende legitimadora. Invoca a condição "humilhada" da Rússia e a sua necessidade de um "Espaço Vital". Isto é tão boçal que custa a crer - pois é a pura recuperação do argumentário da Alemanha nazi, a questão da "humilhação" com o tratado de Versailles e a necessidade de abranger um Espaço Vital (a apropriação nazi do Lebensraum de Ratzel). Chegámos a isto, em Mortágua a repulsa pelas imperfeitas democracias liberais é tamanha que "compreende" o seu agressor imediato através de termos, ideais, com esta genealogia. E temos então a tão "respeitada" e tão "competente" deputada da "esquerda" tão "identitarista" (e nisso "multicultural") a valorizar a necessidade do Lebensraum.» Mais uma da série "Rússia invadiu Ucrânia"

13h01 de 07mar2022 - A União Europeia está a preparar novas sanções à Rússia, face à "imprudência" do Kremlin para com os civis, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, antes de um encontro com o primeiro-ministro italiano Mario Draghi. "Já tínhamos três pacotes de sanções contundentes, mas agora temos de garantir que não haja brechas e que o efeito das sanções seja maximizado. As sanções em vigor são realmente mordazes. Vemos as turbulências descendentes na economia russa”, apontou, assumindo ainda que a UE "tem de livrar-se da dependência do gás, petróleo e carvão russos".

13h28 de 07mar2022 - O Kremlin fez saber, esta segunda-feira, que pode parar as operações militares na Ucrânia, se forem cumpridas certas exigências, como o reconhecimento da Crimeia enquanto território russo e de Lugansk e Donetsk enquanto estados independentes. Segundo Dmitry Pescov, porta-voz do Kremlin, o vizinhos ucranianos terão ainda de mudar a Constituição do país, para garantir que não poderá entrar em qualquer bloco de países (como a NATO). Enquanto estes critérios não forem cumpridos, vai continuar a "desmilitarização" da Ucrânia. Pescov sublinhou ainda que a Rússia não tem qualquer outro interesse no território da Ucrânia.

14h00 de 07mar2022 - A delegação ucraniana já está na Bielorrússia para a terceira ronda de negociações com a Rússia, indicou o conselheiro presidencial Mykhailo Podolak, que adiantou ainda que as mesmas estão previstas arrancar às 16h00 de Kiev (14h00 TMG). Mykhailo Podolak diz que a delegação ucraniana é constituída pelos mesmos elementos que participaram na ronda anterior.

17h28 de 07mar2022 - Alemanha e Hungria não apoiam sanções à energia russa. A energia da Rússia é de “importância essencial” para a vida quotidiana das pessoas, justifica o chanceler alemão. Já o ministro das Finanças da Hungria diz que sancionar a energia russa faria com que os húngaros pagassem o preço da guerra.

17h57 de 07mar2022 - Terceira ronda negocial entre russos e ucranianos já terminou. A informação foi avançada pela AFP, que cita a embaixada russa na Bielorrússia, onde foi realizado o encontro. De acordo com um negociador ucraniano, houve "pequenos avanços" no que diz respeito aos corredores humanitários.

18h01 de 07mar2022 - O Presidente da República convocou o Conselho de Estado para a próxima segunda-feira, pelas 15h00, no Palácio da Cidadela em Cascais, com um único ponto da ordem de trabalhos: a situação na Ucrânia.

Sanções à Rússia... e a China aqui tão perto

No final da reunião desta terça-feira [22fev2022] dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros da União Europeia, em Paris, Josep Borrell confirmou que as sanções terão três grandes alvos: os decisores políticos responsáveis pelo reconhecimento das regiões separatistas ucranianas pró-Rússia como independentes, quem está e estará envolvido na invasão da Ucrânia e os bancos que financiam a política bélica de Moscovo. O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou também na terça-feira [22fev2022] o que chamou de "primeira parcela" de sanções contra a Rússia, incluindo medidas para privar o país de financiamento. “Estamos a implementar sanções à dívida soberana da Rússia. Isso significa que cortamos ao governo da Rússia o financiamento ocidental”, disse Biden, acrescentando que as medidas também teriam como alvo as instituições financeiras e “elites” russas. Claro que estas sanções vão doer forte na Rússia... mas não vão mandar Putin para os cuidados intensivos.

A relação China-Rússia poderá parecer estranha pelos padrões históricos, mas cada vez mais estou convencido que é a China que vai ser o fiel da balança na geoestratégia do leste europeu. Embora Xi Jinping concorde com Putin que a NATO é uma relíquia da Guerra Fria e que já não tem razão para existir, a verdade é que o Presidente da República Popular da China tem as suas próprias preocupações domésticas, o que o obriga a manter uma relação de diálogo com a União Europeia e também com os EUA. Mas também não esqueçamos que ainda recentemente China e Rússia assinaram um acordo de petróleo e gás no valor de 117,5 mil milhões de dólares, consolidando assim o seu relacionamento económico, reduzindo a dependência financeira da Rússia em relação à Europa. Vamos ver nas próximas semanas como as coisas evoluirão… e que não desate tudo à batatada. Não mudaram nada...

Não há dúvidas que “uma árvore não faz a floresta” e eu conheço comunistas que são inteligentes, cultos, humanistas e verdadeiros democratas, mas continuo a não entender as afirmações desta “floresta”. Se eles me explicassem… é que eu, bem explicadinho, entendo tudo.

Do melhor que tenho visto

CNNPortugal às 16h19 de 23fev2022

O governo ucraniano continua a anunciar o serviço militar obrigatório para todos os homens em idade de combate enquanto Moscovo está hoje [23fev20202] a retirar pessoal e equipamentos da sua embaixada em Kiev.

O "Proteger a Ucrânia" e a "Crise dos Mísseis de Cuba"

Numa altura em que Putin se irrita por os EUA se preparam para “Proteger a Ucrânia” com o fornecimento de armamento a um país vizinho da Rússia, recordo-me da Crise dos Mísseis de Cuba, um episódio que durou de 16 a 28 outubro de 1962 entre os Estados Unidos e a União Soviética, relacionado com a implantação de mísseis balísticos soviéticos na ilha de Fidel. Foi o mais próximo que se chegou ao início de uma guerra nuclear em grande escala durante a Guerra Fria. Depois de um longo período de tensas negociações, foi alcançado um acordo entre Kennedy e Kruschev. Os soviéticos desmantelaram as suas armas em Cuba e levaram-nas para a União Soviética. Ponto da situação na Crise da Ucrânia

Os líderes das regiões separatistas do leste da Ucrânia de Donetsk e Lugansk declararam uma mobilização militar total, medidas que ocorrem numa altura em que se verifica um aumento de violência na região devastada pela guerra e que o Ocidente teme que possa ser usado como pretexto para uma invasão da Rússia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, irá supervisionar os grandes exercícios militares ao longo das fronteiras da Ucrânia no dia de hoje [sábado, 19fev2022] enquanto o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, está viajando pela Europa para angariar apoios.

O chanceler alemão Olaf Scholz afirmou na Conferência de Segurança de Munique que um ataque russo à Ucrânia seria um "erro grave" com altos "custos políticos, económicos e geoestratégicos". Na mesma conferência o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que Moscovo estava a apresentar questões de segurança que o Kremlin sabia nunca poderem ser atendidas pela NATO. Também foi afirmado pela chefe do executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, que as ameaças de Moscovo à Ucrânia podem remodelar todo o sistema internacional, alertando Moscovo que o seu pensamento de “um passado sombrio” pode custar à Rússia um futuro próspero.

Rostov, uma região russa na fronteira com a Ucrânia, declarou estado de emergência, citando um número crescente de pessoas que chegam de áreas controladas por separatistas na Ucrânia depois de receberem ordens de evacuação.

O presidente dos EUA, Joe Biden, continua a alertar para o facto de haver indicações que a Rússia está a planejar invadir a Ucrânia, até porque existem sinais de Moscovo estar a realizar uma operação de “bandeira falsa” para justificá-la, depois de forças ucranianas e rebeldes pró-Moscovo trocaram tiros. Esquema da ofensiva ucraniana, a partir dos dados obtidos pela inteligência da República Popular de Donetsk.

O seguro morreu de velho

Além de Portugal (existem 240 portugueses residentes naquele país), outros países pediram aos seus cidadãos na Ucrânia para que deixem o país. A lista inclui Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Espanha, Israel, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Iraque, Kuwait e Itália.

João Cravinho na Conferência de Segurança de Munique

No dia em que as tensões entre a Rússia e a Ucrânia atingiram um ponto máximo, o ministro português da Defesa, João Gomes Cravinho, presente na Conferência de Segurança de Munique (CSM), explicou de que modo Portugal poderá ser chamado a envolver-se nos conflitos: “Portugal faz parte da NATO, portanto a nossa primeira preocupação será a solidariedade em relação aos nossos aliados na NATO. Neste caso, muito em particular aqueles que fazem fronteira com a Ucrânia. .../... Existe uma força chamada VJTF (Very High Joint Readiness Task Force) que é a força de mais elevada prontidão da NATO, em que os países membros da NATO participam de forma rotativa. Portugal neste momento participa na VJTF, em 2022 estamos na VJTF. Se a VJTF for mobilizada para efeitos de defesa da NATO, naturalmente que Portugal participará”. O ministro da Defesa português disse também que a possibilidade de adesão da Ucrânia à NATO não está atualmente em cima da mesa. Gomes Cravinho salientou que “a adesão da Ucrânia à NATO foi discutida em 2008”. “Nessa altura, decidiu-se que não havia condições para a NATO aceitar a Ucrânia e desde então o assunto tem ficado exatamente nesse ponto. .../... É absolutamente falso que esta crise seja sobre a adesão da Ucrânia à NATO. Essa matéria não está em cima da mesa. Nem aqui em Munique, nem ao longo dos últimos 13, 14 anos se discutiu essa possibilidade.” O gás da Gazprom

Um fator importantíssimo a considerar no conflito que se está a viver no Leste da Europa tem a ver com as reservas de gás nas instalações de armazenamento subterrâneo na Ucrânia, que se encontram no mínimo, tendo caído, de acordo com a Gazprom, para 10,6 mil milhões de metros cúbicos, o que é 45% menos que no ano passado. Além disso, no início desta semana, as autoridades da Alemanha, que possui uma das maiores capacidades de armazenamento subterrâneo da Europa, relataram uma queda nos volumes de armazenamento para níveis historicamente baixos em comparação com os anos anteriores.

E se Putin interromper o seu fluxo de gás para a Europa?... Hoje em dia a “guerra” já não se faz só em combates militares.

Fome e insegurança alimentar no Afeganistão

O Afeganistão está entre os níveis mais altos de insegurança alimentar em todo o mundo. Pelo menos 37,7 milhões de sua população de 40 milhões de pessoas – 93% – não tem comida suficiente. Um recorde de 23 milhões de afegãos enfrenta fome aguda, com quase 9 milhões a um passo da fome, de acordo com o Programa Alimentar Mundial (PAM). Duas em cada cinco crianças (38%) com menos de cinco anos de idade enfrentam desnutrição crónica – ou seja, nutrição inadequada por um longo período de tempo – o que levou a um crescimento atrofiado. Até 1 milhão de crianças menores de cinco anos correm o risco de morrer de desnutrição. Desde a tomada de Cabul pelos Talibã em 15 de agosto, uma economia já devastada pela guerra, antes sustentada apenas por doações internacionais, está agora à beira do colapso. Em janeiro, a ONU pediu aos doadores 4,4 mil milhões de US$ em ajuda humanitária para 2022, o maior apelo já feito para um único país. O Programa de Desenvolvimento da ONU alertou que 97% da população pode cair abaixo da linha da pobreza até meados de 2022. E para ajudar à desgraça, o presidente norte-americano vai apreender reservas do banco central afegão e doar metade às vítimas do 11 de setembro.

Al Jazeera, 17fev2022

Equipas de resgate no Afeganistão estão a lutar para alcançar um menino de nove anos preso há dois dias num poço no sul da província de Zabul. Autoridades locais disseram que o menino apareceu preso cerca de 10 metros abaixo do poço de 25 metros. “Uma equipa está lá com uma ambulância, oxigénio e outras coisas necessárias”, escreveu no Twitter Abdullah Azzam, secretário do vice-primeiro-ministro, mulá Abdul Ghani Baradar, no governo Talibã.

As autoridades Talibã comunicaram, esta sexta-feira [18fev2022], que morreu o rapaz de nove anos que estava preso desde terça-feira num poço seco com 25 metros de profundidade, numa vila na província de Zabul, no Afeganistão.

Cinco coisas para saber sobre a crise Ucrânia-Rússia

(Al Jazeera, 25jan2022) Por que há um conflito? - A Ucrânia, que fez parte do império russo durante séculos antes de se tornar uma república soviética, conquistou a independência quando a URSS se desfez em 1991, abandonando o seu legado imperial russo e iniciando laços cada vez mais estreitos com o Ocidente. A decisão do presidente ucraniano Viktor Yanukovych (pró Kremlin), de rejeitar um acordo de associação com a União Europeia em favor de laços mais estreitos com Moscovo levou a protestos em massa que o afastaram do cargo de líder em 2014. A Rússia respondeu anexando a península da Crimeia da Ucrânia e lançando a sua influência por trás de uma rebelião separatista que eclodiu no leste da Ucrânia. A Ucrânia e o Ocidente acusaram a Rússia de enviar suas tropas e armas para apoiar os rebeldes. Moscovo negou, dizendo que os russos que se juntaram aos separatistas eram voluntários. De acordo com Kiev, mais de 14.000 pessoas morreram nos combates que devastaram Donbas, o coração industrial do leste da Ucrânia. Por sua vez, Moscovo criticou fortemente os EUA e seus aliados da NATO por fornecerem armas à Ucrânia e realizarem exercícios conjuntos, dizendo que tais movimentos encorajam os falcões ucranianos a tentar recuperar as áreas controladas pelos rebeldes pela força. Além disso, o presidente russo, Vladimir Putin, disse repetidamente que as aspirações da Ucrânia de ingressar na NATO são uma linha vermelha e expressou preocupação com os planos de alguns membros da NATO de estabelecer centros de treino militar na Ucrânia. Isso, disse ele, lhes daria uma base militar na região, mesmo sem a adesão da Ucrânia à NATO. O que a Rússia quer? - É mais sobre o que a Rússia não quer. A Rússia não quer a Ucrânia na NATO – e disse isso na sua lista de exigências de segurança que foram enviadas aos EUA em dezembro passado. As exigências incluíam a suspensão de quaisquer exercícios da NATO perto da fronteira com a Rússia. Em dezembro Putin disse que a Rússia estava procurando garantias “que excluíssem quaisquer outros movimentos da NATO para o leste e a implantação de sistemas de armas que nos ameacem nas proximidades do território russo”. Putin ofereceu ao Ocidente uma oportunidade de se engajar em conversas substanciais sobre o assunto, acrescentando que Moscovo precisaria não apenas de garantias verbais, mas de “garantias legais”, nas esquecendo que a eventual admissão da Ucrânia à aliança exigiria a aprovação unânime dos 30 estados que compõem o órgão. Os EUA e a NATO já responderam aos apelos. Embora nem Moscovo nem as potências ocidentais tenham divulgado os detalhes dessas respostas, ficou claro que as principais demandas da Rússia – a Ucrânia essencialmente proibida de ser membro da NATO e uma promessa de que a aliança não se expandirá mais para o leste – foram recusadas. A Ucrânia vai aderir à NATO? - A Ucrânia não é membro da NATO, mas quer ser. É considerada um parceiro da aliança. Antes de ser considerada para a adesão, diz a NATO, Kiev precisa erradicar flagelos como a corrupção. O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, rejeitou em dezembro as exigências russas de rescindir um compromisso de 2008 com a Ucrânia de que o país um dia se tornaria membro. Stoltenberg sustenta que, quando chegar a hora de considerar a questão, a Rússia não poderá vetar a adesão da Ucrânia. Analistas, no entanto, dizem que os aliados da NATO, entre eles os Estados Unidos, estão relutantes em expandir sua presença militar na região e comprometer ainda mais seu relacionamento com Moscovo. Enquanto o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, expressou apoio à adesão da Ucrânia à NATO, o presidente Joe Biden foi mais ambíguo sobre a questão. Haverá guerra total? - O Ocidente acusa a Rússia, que reuniu 100.000 soldados na fronteira ucraniana, de se preparar para invadir seu vizinho pró-ocidental. Biden afirma “total unanimidade” sobre como lidar com a Rússia. O Pentágono colocou 8.500 soldados dos EUA de prontidão para uma implantação no Leste Europeu e a NATO disse que estava a enviar navios e jatos para reforçar as defesas da região. O porta-voz do presidente Putin, Dmitry Peskov, disse que essas ações apenas aumentaram uma atmosfera já tensa. "Os Estados Unidos estão aumentando as tensões", disse ele a repórteres. “Estamos observando essas ações dos EUA com grande preocupação.” A Rússia nega ter planos de invadir a Ucrânia e acusa o Ocidente de agravar a situação. É incerto se a guerra vai eclodir entre os dois países, mas alguns analistas dizem que a Rússia pode aproximar-se da Ucrânia para reivindicar uma vitória rápida e decisiva e aumentar seu poder de negociação em futuras conversações sobre a expansão e as esferas de influência da NATO. “Acho que o que a Rússia e Vladimir Putin realmente querem derrotar as forças armadas ucranianas no campo, infligir uma derrota militar esmagadora que humilhe os ucranianos e, por extensão, criar preocupação de que o apoio da Ucrânia tenha de seus aliados no Ocidente. Nos EUA e no Reino Unido, é insuficiente”, disse Samir Puri, membro sénior do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. O que acontece se a Rússia invadir a Ucrânia? - As nações ocidentais deram apoio à Ucrânia, mas algumas respostas foram mais duras do que outras. Os EUA e o Reino Unido forneceram armas, enquanto a Alemanha planeja enviar uma instalação médica de campo no próximo mês, mas não transferirá equipamentos militares. Também se falou muito em sanções destinadas a punir Moscovo. Publicamente, os aliados dos EUA e da Europa prometeram atingir a Rússia financeiramente como nunca antes, se Putin enviar seus militares para a Ucrânia. Os líderes deram poucos detalhes, argumentando que é melhor manter Putin na dúvida, mas Washington e Londres falaram de medidas pessoais visando o presidente russo. Cortar a Rússia do sistema financeiro SWIFT, que movimenta dinheiro de banco para banco em todo o mundo, seria uma das medidas financeiras mais difíceis que eles poderiam tomar, prejudicando a economia da Rússia imediatamente e no longo prazo. A medida pode cortar a Rússia da maioria das transações financeiras internacionais, incluindo lucros internacionais da produção de petróleo e gás, que responde por mais de 40% da receita do país. Os EUA também detêm uma das armas financeiras mais poderosas contra Putin se ele invadir a Ucrânia – bloqueando o acesso da Rússia ao dólar americano. Os dólares ainda dominam as transações financeiras em todo o mundo, com mais de um milhão de milhões de dólares em jogo diariamente. Finalmente, os EUA consideram impor controles de exportação, potencialmente cortando a Rússia da alta tecnologia que, entre outras coisas, ajuda aviões de guerra e jatos de passageiros a voar e alimentar smartphones.

Ómicron ou B.1.1.529 - O que já se sabe

A “B.1.1.529”, agora batizada de “Ómicron”, é uma das mais de 30 mutações do coronavírus e que está agora a fazer disparar a taxa de contágios, sobretudo entre os jovens. Segundo as autoridades de saúde esta nova variante foi identificada no Botsuana e na África do Sul. Mas afinal, que variante é esta?

O diretor do Centro de Resposta Epidémica e Inovação de África do Sul, Túlio de Oliveira, revelou em conferência de imprensa que “foram localizadas 50 mutações no total — e mais de 30 na proteína spike (a ‘chave’ que o vírus usa para entrar nas células e que é alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19)”. Ora, tal pode indicar que as atuais vacinas podem não combater eficazmente mutações tão distintas. Até agora, segundo avança a imprensa internacional, foram confirmados 77 casos na Província de Gauteng, na África do Sul, quatro casos em Botsuana, e um em Hong Kong, que se crê ter surgido após viagem a África do Sul. Num comunicado divulgado pela representação regional da OMS para África. “A maioria dos profissionais de saúde na África ainda não foi vacinada e continua perigosamente exposta a formas graves” da doença, alertou Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África. Esta responsável destacou que “é importante saber até que ponto esta variante se encontra em circulação na África do Sul e no Botsuana” e que a organização está igualmente muito atenta ao que se conseguir saber sobre as “características deste vírus”, que está agora no centro das preocupações dos laboratórios de análise e investigação daqueles países.

(Carla Bernardino da revista digital “Delas” / Lusa - 26nov2021) Diz a Organização Mundial da Saúde:

The B.1.1.529 variant was first reported to WHO from South Africa on 24 November 2021. The epidemiological situation in South Africa has been characterized by three distinct peaks in reported cases, the latest of which was predominantly the Delta variant. In recent weeks, infections have increased steeply, coinciding with the detection of B.1.1.529 variant. The first known confirmed B.1.1.529 infection was from a specimen collected on 9 November 2021. A nova variante Ómicron já está a criar alarme em todo o Mundo, mas para já a grande preocupação na Europa para este inverno é a sublinhagem AY.4.2 da Delta que já está a tomar o lugar da Delta no Reino Unido e espalhada em Portugal.

Uma das epidemias mais mortais da história da humanidade foi a GRIPE ESPANHOLA, uma vasta e mortal pandemia do vírus Influenza H1N1, que durou de janeiro de 1918 a dezembro de 1920. Segundo os dados mais fiáveis infetou uma estimativa de 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época. Estima-se que o número de mortos esteja entre 17 milhões e 50 milhões.

Os dados da World Health Organization dizem-nos que houve de 30dez2019 a 26nov2021, em todo o Mundo, 259.502.031 casos confirmados e 5.183.003 mortes por COVID-19.

(Na imagem soldados de Fort Riley, Kansas, doentes de gripe espanhola, sendo tratados numa enfermaria de Camp Funston)

O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) informou hoje que os 13 casos da variante Ómicron detetados em Portugal estão associados a jogadores e staff do Belenenses SAD, sendo que um deles terá tido uma viagem recente à África do Sul. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta segunda-feira que o risco global representado pela nova variante Ómicron do coronavírus é "muito alto". Evolução da Caraterização Clínica em Portugal (Dados da DGS)

Crise humanitária no Afeganistão

Al Jazeera, 13out2021

Os G20 concordam em ajuda para evitar crise humanitária no Afeganistão. Mas os Talibã precisarão de se envolverem na assistência e o ‘Grupo dos 20’ enfatiza que isso não significa o reconhecimento de seu governo. Al Jazeera, 25out2021

ONU alerta sobre crise ‘aguda’ de alimentos no Afeganistão. Mais da metade da população de 39 milhões do Afeganistão enfrenta insegurança alimentar aguda e "marcha para a fome, com muitas crianças a morrerem”. Al Jazeera, 29out2021

Enquanto os EUA congelam os fundos, um inverno rigoroso aguarda os afegãos sem dinheiro. Com 9,5 mil milhões de US$ em ativos e empréstimos congelados e limites impostos aos saques bancários, uma crise humanitária desenrola-se no Afeganistão. Ataque a hospital militar em Cabul

No dia de ontem fontes do Ministério do Interior afegão disseram à Al Jazeeraa que duas explosões, seguidas de tiros, aconteceram no maior hospital militar do Afeganistão na capital Cabul. Hoje soube-se que nestas duas explosões morreram pelo menos 25 pessoas e ficaram feridas outras 50. Um destacado comandante Talibã, Hamdullah Mokhlis, membro da rede Haqqani e oficial das forças especiais Badri, foi um dos mortos durante este ataque, segundo a agência de notícias AFP.

Tão amigos que nós somos, não é?

Altos funcionários dos Talibã e representantes dos Estados Unidos discutem a "abertura de uma nova página" nas relações de seus países ao iniciarem as negociações no Catar, segundo o ministro das Relações Exteriores do Afeganistão. As reuniões presenciais que começaram em Doha neste sábado, 09out2021, são as primeiras desde que as forças dos EUA se retiraram do Afeganistão em agosto - encerrando uma presença militar de 20 anos - e a ascensão dos Talibã ao poder. Durante as conversações a delegação Talibã exigiu que os bens do Afeganistão no estrangeiro fossem descongelados. Para além disso, a delegação pediu que os EUA não violassem o espaço aéreo do Afeganistão e se abstenham de interferir nos assuntos internos de seu país. Por seu lado os EUA comprometeram-se a fornecer ao Afeganistão vacinas contra o Covid-19.

(Washington, 10out2021 - Reuters) - Os Estados Unidos disseram no domingo que o primeiro encontro face-a-face entre altos funcionários dos EUA e dos Talibã, desde que o grupo linha-dura retomou o poder no Afeganistão, foi "sincero e profissional".

Reabilitação de viciados em drogas… à moda Talibã.

As últimas notícias sobre o Afeganistão

A China é já (será?...) um país amigo em quem o Afeganistão pode confiar.

O Afeganistão poderá ser uma caso histórico de sucesso se as potências mundiais derem aos Talibã uma hipótese em vez de tentarem destruir a sua economia com sanções.

′′Os afegãos e os iraquianos sofreram durante anos as consequências do que os americanos sofreram em 9/11. Ainda sofrem as consequências desse dia fatídico hoje. Mas quem se lembra de 10/7 (o dia em que os EUA invadiram o Afeganistão em 2001)... Imaginar a dor dos outros é onde começa o nobre ato de luto da sua própria perda." - Hamid Dabashi, professor iraniano de estudos iranianos e literatura comparada na Universidade Columbia, na cidade de Nova York.

Ahmad Massoud, chefe da NRF, diz que acolhe propostas para um acordo negociado para acabar com os combates com os Talibá no vale de Panjshir. Al Jazeera, 06set2021 às 06h30

Está a ser exibido na RTP1 e RTP3

Al Jazeera, 07set2021 às 20h17

Os Talibã já anunciaram um novo Governo para o Afeganistão.

BBC World Service, 08set2021 às 18h58

Aqui estão eles... por quanto tempo é que não sabemos.

Dos talibã aos talibã – a obra sangrenta da NATO

José Goulão, jornalista português que fez carreira na área de política internacional, especialmente nas questões do Médio Oriente, publicou no passado dia 2 de setembro n’ “O Lado Oculto/AbrilAbril” um interessante artigo de opinião - «Dos talibã aos talibã – a obra sangrenta da NATO» - do qual destaco o seguinte: Vinte anos, centenas de milhares de vítimas humanas, 2,23 biliões de dólares depois deixa um país destroçado, o sétimo mais pobre do mundo, com 47% da população abaixo do nível de pobreza e três quartos do orçamento do governo dependente da ajuda internacional; as únicas actividades económicas são a corrupção da elite colaboracionista e a exportação de ópio, responsável por mais de 80% da heroína comercializada ilegalmente no mundo. Verdade seja dita que a NATO perdeu, mas o mesmo não aconteceu com alguns dos seus principais patrocinadores: o valor das acções dos cinco mais importantes negociantes de guerra dos Estados Unidos cresceu 58% em 20 anos. Há também indícios comprovados de que os Talibã estão a negociar uma alargada coligação de governo, no mínimo para criar uma situação em que um novo executivo em Cabul seja reconhecido internacionalmente, uma hipótese remota para não ficar sujeito à asfixia financeira preparada pelos Estados Unidos: congelamento dos 9,4 mil milhões de dólares de reservas do Banco Central Afegão, cancelamento de empréstimos do FMI – autêntico instrumento da NATO – incluindo o de 460 milhões de dólares a título do combate à Covid-19, provável esbulho do ouro afegão depositado internacionalmente, como acontece em relação à Venezuela. As recentes visitas de delegações talibã à Rússia, à China e ao Irão revelam um esforço no sentido da estabilidade regional através da participação no processo de integração da Ásia Central e do Sul cujo principal veículo é a Organização de Cooperação de Xangai (OCX), entidade que dá corpo aos entendimentos entre Moscovo e Pequim. A Rússia preza sobretudo a estabilidade em países vizinhos do Afeganistão como o Usbequistão, o Tajiquistão e o Turquemenistão. A China pretende defender os investimentos que tem vindo a fazer no Afeganistão, nomeadamente na actividade mineira, na construção da autoestrada que vence a mítica passagem do Khyber, e na extensão ao território afegão do eixo entre o território chinês e o Paquistão integrado na Iniciativa Cintura e Estrada (ICE) ou nova Rota da Seda. Um oleoduto entre o Irão e território chinês é outro objectivo a ser equacionado, neste caso no âmbito do volumoso acordo económico estabelecido recentemente entra a China e Teerão. Artigo completo aqui

Gripe Espanhola ou Pneumónica

(As máscaras foram um ritual nos dias da Gripe Espanhola) Bruscamente, na Primavera de 1918, na frente de Batalha da Flandres, no ano final da Grande Guerra, uma nova espécie de gripe mortífera atacou os exércitos dos dois lados – alemães, franceses, ingleses e americanos. O vírus [influenza] terá vindo da América, do Kansas, dum campo militar, mas chamaram-lhe Gripe Espanhola ou Pneumónica. Nos dois anos seguintes, a Pneumónica mataria milhões de pessoas em todo o mundo; mas as tragédias da guerra e as euforias e convulsões dos anos 20 e do que se lhes seguiu diluiriam o lugar da pandemia na memória coletiva do Ocidente. Portugal não escapou à Pneumónica, que, como outras epidemias e pandemias, teve uma primeira fase relativamente moderada, na Primavera-Verão de 1918, e uma segunda, mais violenta e mortífera, no Outono do mesmo ano. Com cerca de 140 mil mortos, Portugal foi, proporcionalmente, dos países mais atingidos da Europa. Só a Itália e a Bulgária tiveram uma letalidade mais alta. Entre as celebridades mortas pela epidemia contam-se o pintor Amadeu de Sousa Cardoso e os santos pastorinhos de Fátima, Francisco e Jacinta. (“Contágios” de Jaime Nogueira Pinto, pag. 194 e seguintes)

Tomada de posse de Joe Biden

A vigilância de qualquer indício de possíveis protestos levou à adoção de medidas de segurança inéditas na cerimónia de tomada de posse do novo Presidente dos Estados Unidos da América. Com o ataque ao Capitólio na memória recente e a ameaça da pandemia muito viva, marchas e celebrações virtuais substituiram as tradicionais, promovendo o perfil de responsabilidade pública que a nova administração preconiza. Os dispositivos de segurança transformaram algumas zonas de Washington em verdadeiras fortalezas. Barricadas, arame farpado e vedações altas foram erigidas para impedir uma repetição do ataque ao Capitólio por uma multidão incitada pelo Presidente cessante. Donald Trump sai da Casa Branca com a mais baixa taxa de aprovação de qualquer Presidente desde que estes indicadores são medidos. Foi alvo de dois processos de impeachment, aprofundou a distância que há muito se adensava entre republicanos e democratas e não mostrou a preocupação exigida na luta contra a covid-19.

Joe Biden tomou posse esta quarta-feira, em frente ao Capitólio, em Washington DC, para se tornar o 46.º presidente dos Estados Unidos da América.

Presidenciais em Portugal e as Cowboyadas nos USA

Partilhado à má fé… ou seja, sem ter pedido autorização à autora do texto.

A vitória de Joe Biden

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