NÚCLEO DURO

02-09-2020
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Os Donos do Garfo Nome: Pirilampo
Designação: restaurantezinho familiar
Localização: Lisboa, transversal à Av. da Igreja, Alvalade
Página na Internet: não
Preço médio: 10 euros
Classificação: 7 (de 0 a 10)
É cada vez mais difícil comer fora em Lisboa sem gastar muito dinheiro. A restauração percebeu que não vale a pena apostar num preçário barato porque o consumidor acredita que o preço é indício de estatuto e qualidade. Acontece que nem sempre podemos comer o bacalhau do Pap'Açorda, as massas do Mezzaluna, nem queremos a companhia do engenheiro Sócrates ao lado. Naqueles dias de trabalho tardio, basta um sítio com mesa livre, limpo, de cozinha correcta, ambiente educado, onde apertamos o bacalhau ao proprietário. O Pirilampo é um desses sítios raros que, não sendo caros, não são uma merda, e onde até podemos ser surpreendidos com petiscos de época, como o savel com açorda de ovas que há dias lá devorei.
A mulher do Sr. Costa é quem trata da poda, pratos portugueses, honestos: a cabidela leva o sangue do galináceo e não tinto carrascão; o arroz de peixe tem garoupa fresca e camarão digno do nome (o caldo revela - controversa - consistência à base de composto farináceo apesar do dono negar revelar o segredo) ; o porco preto é mesmo porco preto (a sete euros e meio a dose!); as iscas não são estragadas pela batata cozida farinhenta e semi-desfeita que, infelizmente, se tornou habitual mesmo nas melhores casas, e têm vinho branco e louro em quantidade sensata. A garrafeira é limitada mas oferece o que interessa para a ocasião: garrafas em conta que não façam doer a cabeça, do tipo Casa de Santar ou Muralhas. A visitar. Mas um de cada vez!


Os Donos do Garfo Nome: Pirilampo
Designação: restaurantezinho familiar
Localização: Lisboa, transversal à Av. da Igreja, Alvalade
Página na Internet: não
Preço médio: 10 euros
Classificação: 7 (de 0 a 10)
É cada vez mais difícil comer fora em Lisboa sem gastar muito dinheiro. A restauração percebeu que não vale a pena apostar num preçário barato porque o consumidor acredita que o preço é indício de estatuto e qualidade. Acontece que nem sempre podemos comer o bacalhau do Pap'Açorda, as massas do Mezzaluna, nem queremos a companhia do engenheiro Sócrates ao lado. Naqueles dias de trabalho tardio, basta um sítio com mesa livre, limpo, de cozinha correcta, ambiente educado, onde apertamos o bacalhau ao proprietário. O Pirilampo é um desses sítios raros que, não sendo caros, não são uma merda, e onde até podemos ser surpreendidos com petiscos de época, como o savel com açorda de ovas que há dias lá devorei.
A mulher do Sr. Costa é quem trata da poda, pratos portugueses, honestos: a cabidela leva o sangue do galináceo e não tinto carrascão; o arroz de peixe tem garoupa fresca e camarão digno do nome (o caldo revela - controversa - consistência à base de composto farináceo apesar do dono negar revelar o segredo) ; o porco preto é mesmo porco preto (a sete euros e meio a dose!); as iscas não são estragadas pela batata cozida farinhenta e semi-desfeita que, infelizmente, se tornou habitual mesmo nas melhores casas, e têm vinho branco e louro em quantidade sensata. A garrafeira é limitada mas oferece o que interessa para a ocasião: garrafas em conta que não façam doer a cabeça, do tipo Casa de Santar ou Muralhas. A visitar. Mas um de cada vez!

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