Açores. A seriedade que se exige.

30-12-2020
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O exagero com que o Partido Socialista reagiu à formação do Governo AD nos Açores merece reflexão.

De repente, para os Socialistas, parece que a democracia vai acabar no nosso País.

Muito pouco sério. Até porque se alguém contribuiu para dar visibilidade aos populistas foi precisamente o PS e os seus parceiros da extrema esquerda.

E se para a extrema esquerda era evidente o interesse em medir-se e confrontar-se com a direita radical. Pela chamada teoria da retroalimentação: o radicalismo de uns justifica o dos outros. Ou seja, os tiques xenófobos dos populistas servem de fundamento para a violência supostamente anti-racista dos esquerdistas, chegando mesmo á vandalização de monumentos, como a estátua do Padre António Vieira, em Lisboa.

Os extremos numa escalada verbal, vão se alimentando reciprocamente, com o suporte das redes sociais.

Já para o Partido Socialista este interesse, não seria tão evidente. Mas o PS, mesmo no Parlamento e de forma arrogante, nunca perdeu uma oportunidade de dar palco aos Chega.

E António Costa, escolheu mesmo o seu líder como adversário único ao afirmar que, de todos, era o único candidato presidencial em quem o PS não admitia votar.

Porquê tanta promoção?

Ficou claro. Ao PS interessa um Chega forte e com mandatos, desde que esses mandatos não sirvam, nunca, para viabilizar uma alternativa aos seus governos. Lá como cá. O PS achou que tinha descoberto o seu ovo de Colombo.

Para o PS o Chega era o seu seguro de vida, para acionar em caso de maioria de direita.

Não é novo e na história e na ciência política existe vastíssima bibliografia sob a forma como, desde dos anos 80, Mitterrand e o PSF promoveram e usaram Le Pen para dividir e enfraquecer a direita tradicional (RPR e UDF) até a extrema direita se tornar incontrolável.

Percebe-se assim o murro no estômago socialista – o seguro não funcionou – e o PS e o BE vão ficar fora da governação. Um verdadeiro drama para a família cesarista açoriana.

Só isso justifica que António Costa tenha faltado à verdade ao afirmar que na Europa a direita, toda ela, não fazia acordos com os novos populistas. Deu mesmo como exemplo o discurso anti VOX do Líder do PP Espanhol, Pablo Casado. O discurso é um bom discurso e deve ser aplaudido. Mas, em abono da verdade, o PP e o VOX têm acordos de governação em três autonomias regionais, Madrid a Andaluzia e Murcia. Isso não representa nem amálgama, nem confusão. Nem sequer impediu o discurso clarificador de Casado.

No meio disto, um conjunto de individualidades da direita orleanista, sempre preocupada em não melindrar o politicamente correto e hipersensível a que possam confundi-la com qualquer desvio mais direitista, juntou se para defender uma tese muito pouco clarividente.

Defendem que os partidos de Direita não podem, em nenhuma circunstância, aceitar o apoio dos populistas, para poder governar. A consequência óbvia é de que em Portugal só governaria o Partido Socialista, com o apoio dos seus parceiros comunistas e da extrema esquerda. Fica escuro.

Vejamos: os populistas de direita estigmatizam e dividem? Seguramente. Mas o que é o Marxismo e a luta de classes são senão ódio social, estigmatização, divisão e perseguição?

A castração química é não só inconstitucional como inaceitável? Certamente. Mas a Eutanásia também é.

Bolsonaro ou Órban são infrequentáveis? Serão. Mas não há qualquer comparação entre o Brasil ou mesmo a iliberal Hungria e as ditaduras sanguinárias de Nicolás Maduro ou Kim Jong-Un que os aliados do PS, defendem ou mesmo idolatram . E, mais Trump menos Trump, os Estados Unidos nunca deixaram de ser uma grande democracia.

Em democracia não há votos manchados, nem mandatos proscritos.

Quem defende o contrário devia ter a seriedade e a honestidade, de junto do Tribunal Constitucional, pedir ou promover a ilegalização dessas forças políticas. Porque não o fazem? Essa sim era a coragem que se exigia.

O processo poderia ter sido conduzido de outra forma, no entanto:

Reconhecer que o futuro Governo Açoriano não só representa um desejo legítimo de mudança dos Açorianos como será composto, seguramente, por democratas impecáveis é a seriedade que se exige.

O exagero com que o Partido Socialista reagiu à formação do Governo AD nos Açores merece reflexão.

De repente, para os Socialistas, parece que a democracia vai acabar no nosso País.

Muito pouco sério. Até porque se alguém contribuiu para dar visibilidade aos populistas foi precisamente o PS e os seus parceiros da extrema esquerda.

E se para a extrema esquerda era evidente o interesse em medir-se e confrontar-se com a direita radical. Pela chamada teoria da retroalimentação: o radicalismo de uns justifica o dos outros. Ou seja, os tiques xenófobos dos populistas servem de fundamento para a violência supostamente anti-racista dos esquerdistas, chegando mesmo á vandalização de monumentos, como a estátua do Padre António Vieira, em Lisboa.

Os extremos numa escalada verbal, vão se alimentando reciprocamente, com o suporte das redes sociais.

Já para o Partido Socialista este interesse, não seria tão evidente. Mas o PS, mesmo no Parlamento e de forma arrogante, nunca perdeu uma oportunidade de dar palco aos Chega.

E António Costa, escolheu mesmo o seu líder como adversário único ao afirmar que, de todos, era o único candidato presidencial em quem o PS não admitia votar.

Porquê tanta promoção?

Ficou claro. Ao PS interessa um Chega forte e com mandatos, desde que esses mandatos não sirvam, nunca, para viabilizar uma alternativa aos seus governos. Lá como cá. O PS achou que tinha descoberto o seu ovo de Colombo.

Para o PS o Chega era o seu seguro de vida, para acionar em caso de maioria de direita.

Não é novo e na história e na ciência política existe vastíssima bibliografia sob a forma como, desde dos anos 80, Mitterrand e o PSF promoveram e usaram Le Pen para dividir e enfraquecer a direita tradicional (RPR e UDF) até a extrema direita se tornar incontrolável.

Percebe-se assim o murro no estômago socialista – o seguro não funcionou – e o PS e o BE vão ficar fora da governação. Um verdadeiro drama para a família cesarista açoriana.

Só isso justifica que António Costa tenha faltado à verdade ao afirmar que na Europa a direita, toda ela, não fazia acordos com os novos populistas. Deu mesmo como exemplo o discurso anti VOX do Líder do PP Espanhol, Pablo Casado. O discurso é um bom discurso e deve ser aplaudido. Mas, em abono da verdade, o PP e o VOX têm acordos de governação em três autonomias regionais, Madrid a Andaluzia e Murcia. Isso não representa nem amálgama, nem confusão. Nem sequer impediu o discurso clarificador de Casado.

No meio disto, um conjunto de individualidades da direita orleanista, sempre preocupada em não melindrar o politicamente correto e hipersensível a que possam confundi-la com qualquer desvio mais direitista, juntou se para defender uma tese muito pouco clarividente.

Defendem que os partidos de Direita não podem, em nenhuma circunstância, aceitar o apoio dos populistas, para poder governar. A consequência óbvia é de que em Portugal só governaria o Partido Socialista, com o apoio dos seus parceiros comunistas e da extrema esquerda. Fica escuro.

Vejamos: os populistas de direita estigmatizam e dividem? Seguramente. Mas o que é o Marxismo e a luta de classes são senão ódio social, estigmatização, divisão e perseguição?

A castração química é não só inconstitucional como inaceitável? Certamente. Mas a Eutanásia também é.

Bolsonaro ou Órban são infrequentáveis? Serão. Mas não há qualquer comparação entre o Brasil ou mesmo a iliberal Hungria e as ditaduras sanguinárias de Nicolás Maduro ou Kim Jong-Un que os aliados do PS, defendem ou mesmo idolatram . E, mais Trump menos Trump, os Estados Unidos nunca deixaram de ser uma grande democracia.

Em democracia não há votos manchados, nem mandatos proscritos.

Quem defende o contrário devia ter a seriedade e a honestidade, de junto do Tribunal Constitucional, pedir ou promover a ilegalização dessas forças políticas. Porque não o fazem? Essa sim era a coragem que se exigia.

O processo poderia ter sido conduzido de outra forma, no entanto:

Reconhecer que o futuro Governo Açoriano não só representa um desejo legítimo de mudança dos Açorianos como será composto, seguramente, por democratas impecáveis é a seriedade que se exige.

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