CDS. Saídas e convites rejeitados deixam equipa incompleta

14-03-2020
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Um mês depois de ter tomado as rédeas do Largo do Caldas, Francisco Rodrigues dos Santos continua a ter uma equipa por fechar. Durante estes primeiros trinta dias de presidência do CDS foram várias as convulsões sentidas em cargos que resultaram em demissões, exonerações ou que simplesmente ainda não foram preenchidos.

O caso com contornos menos claros é o de Pedro Barros Ferreira, que foi convidado para exercer funções de chefe de gabinete do presidente do partido ainda durante o congresso, depois de ter estado envolvido na campanha de Francisco Rodrigues dos Santos, mas que abandonou essas tarefas cerca de uma semana depois. O 'mistério' tem uma razão: Barros Ferreira nunca chegou a ser oficialmente nomeado para o cargo, embora várias pessoas, incluindo o próprio, confirmem ao Expresso que exerceu esse tipo de funções, tendo agora passado a trabalhar em questões relacionadas com “pesquisa política” e desenvolvimento de “argumentário”. Porquê? Há vários relatos de discussões fortes entre os dois, mas tanto a direção como Barros Ferreira mencionam uma desadequação ao perfil de chefe de gabinete e uma preferência por outro tipo de trabalho.

Ainda no âmbito dos cargos mais próximos da presidência, continua por ocupar a vaga de porta-voz. Depois de ter sido notada a falta de paridade nesta nova direção - não há nenhuma vice-presidente e na lista de 59 nove nomes constantes da Comissão Política, apenas seis são mulheres - ficou prometido que seria, a breve trecho, apresentada uma porta-voz para o CDS. Tal ainda não aconteceu, tendo o Expresso apurado que já foram endereçados - e rejeitados - vários convites.

No Parlamento, como o Observador dava conta esta semana, a chegada de Telmo Correia a líder parlamentar significou também a saída de António Carlos Monteiro, ex-deputado e vice-presidente do partido, de chefe de gabinete do grupo parlamentar. Não é difícil perceber porquê: o convite ao ex-deputado para fazer parte da presidência de Francisco foi o primeiro motivo de tensão, ainda durante o congresso, com as tropas de João Almeida: António Carlos Monteiro era apoiante de Almeida e assegurou que tinha trocado de trincheira com o aval deste, mas essa afirmação seria desmentida de imediato pelo candidato derrotado.

O efeito Abel

Por outro lado, Abel Matos Santos esteve apenas dez dias na direção (sob pressão, demitiu-se na sequência da notícia do Expresso sobre as suas declarações a propósito de Salazar, a quem dava vivas em declarações antigas, no Facebook; da PIDE, qualificada por Abel como "uma das melhores polícias do mundo"; ou de Aristides Sousa Mendes, que descrevia como um "agiota de judeus"), mas o facto de a ter integrado chegou a causar estragos.

Frederico Sapage, autarca em Arroios - foi presidente do congresso da Juventude Popular nos tempos de 'Chicão' e amigo próximo do atual presidente - decidiu desfiliar-se do partido. O afastamento já durava pelo menos desde maio do ano passado, quando apresentou naquela freguesia a proposta de colorir com as cores da bandeira LGBT (aprovada por unanimidade mas criticada pelos setores mais conservadores). Para o desconforto contribuiu também a inclusão de Abel Matos Santos na nova direção - até porque, além de ser considerado um dos membros mais liberais da antiga direção da jota, Sapage é também judeu. Em sentido contrário, houve várias demissões na Tendência Esperança em Movimento, a corrente mais conservadora do partido, em defesa de Matos Santos.

Um mês depois de ter tomado as rédeas do Largo do Caldas, Francisco Rodrigues dos Santos continua a ter uma equipa por fechar. Durante estes primeiros trinta dias de presidência do CDS foram várias as convulsões sentidas em cargos que resultaram em demissões, exonerações ou que simplesmente ainda não foram preenchidos.

O caso com contornos menos claros é o de Pedro Barros Ferreira, que foi convidado para exercer funções de chefe de gabinete do presidente do partido ainda durante o congresso, depois de ter estado envolvido na campanha de Francisco Rodrigues dos Santos, mas que abandonou essas tarefas cerca de uma semana depois. O 'mistério' tem uma razão: Barros Ferreira nunca chegou a ser oficialmente nomeado para o cargo, embora várias pessoas, incluindo o próprio, confirmem ao Expresso que exerceu esse tipo de funções, tendo agora passado a trabalhar em questões relacionadas com “pesquisa política” e desenvolvimento de “argumentário”. Porquê? Há vários relatos de discussões fortes entre os dois, mas tanto a direção como Barros Ferreira mencionam uma desadequação ao perfil de chefe de gabinete e uma preferência por outro tipo de trabalho.

Ainda no âmbito dos cargos mais próximos da presidência, continua por ocupar a vaga de porta-voz. Depois de ter sido notada a falta de paridade nesta nova direção - não há nenhuma vice-presidente e na lista de 59 nove nomes constantes da Comissão Política, apenas seis são mulheres - ficou prometido que seria, a breve trecho, apresentada uma porta-voz para o CDS. Tal ainda não aconteceu, tendo o Expresso apurado que já foram endereçados - e rejeitados - vários convites.

No Parlamento, como o Observador dava conta esta semana, a chegada de Telmo Correia a líder parlamentar significou também a saída de António Carlos Monteiro, ex-deputado e vice-presidente do partido, de chefe de gabinete do grupo parlamentar. Não é difícil perceber porquê: o convite ao ex-deputado para fazer parte da presidência de Francisco foi o primeiro motivo de tensão, ainda durante o congresso, com as tropas de João Almeida: António Carlos Monteiro era apoiante de Almeida e assegurou que tinha trocado de trincheira com o aval deste, mas essa afirmação seria desmentida de imediato pelo candidato derrotado.

O efeito Abel

Por outro lado, Abel Matos Santos esteve apenas dez dias na direção (sob pressão, demitiu-se na sequência da notícia do Expresso sobre as suas declarações a propósito de Salazar, a quem dava vivas em declarações antigas, no Facebook; da PIDE, qualificada por Abel como "uma das melhores polícias do mundo"; ou de Aristides Sousa Mendes, que descrevia como um "agiota de judeus"), mas o facto de a ter integrado chegou a causar estragos.

Frederico Sapage, autarca em Arroios - foi presidente do congresso da Juventude Popular nos tempos de 'Chicão' e amigo próximo do atual presidente - decidiu desfiliar-se do partido. O afastamento já durava pelo menos desde maio do ano passado, quando apresentou naquela freguesia a proposta de colorir com as cores da bandeira LGBT (aprovada por unanimidade mas criticada pelos setores mais conservadores). Para o desconforto contribuiu também a inclusão de Abel Matos Santos na nova direção - até porque, além de ser considerado um dos membros mais liberais da antiga direção da jota, Sapage é também judeu. Em sentido contrário, houve várias demissões na Tendência Esperança em Movimento, a corrente mais conservadora do partido, em defesa de Matos Santos.

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