Telmo Correia critica direção do CDS pela abstenção na votação do estado de emergência

26-11-2020
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É mais uma divergência entre a direção de Francisco Rodrigues dos Santos e o grupo parlamentar do CDS. Depois de na sexta-feira a bancada se ter abstido na votação do quinto estado de emergência para fazer face à Covid-19, Telmo Correia apresentou uma declaração de voto a criticar a mudança de posição dos democratas-cristãos, sugerindo que deixou de ser dada prioridade "à questão sanitária". E sugere mesmo que pode ter havido irresponsabilidade à mistura.

Na declaração, feita a título individual, o líder parlamentar sublinha que nas quatro votações dos decretos presidenciais o CDS deu "prioridade à questão sanitária". Desta feita, a abstenção, cumprida pelos cinco deputados mas resultante de "indicação expressa" da direção dos democratas-cristãos, traduzirá outra linha de raciocínio, segundo Telmo Correia.

A cúpula de Rodrigues dos Santos, sugere o deputado, terá valorizado mais "a forma como o Governo agiu sem transparência ao não comunicar aos partidos e ao Parlamento as suas medidas; a adoção de medidas iníquas no anterior estado de emergência e a falta de coerência do próprio Governo". Ou seja, o CDS "optou pela abstenção não deixando de concordar com o estado de emergência" proposto por Marcelo Rebelo de Sousa, "mas discordando da atuação do Governo".

Esse é, assim, um posicionamento que o líder da bancada centrista não acompanha. "Na minha opinião, o estado de emergência neste contexto de agravamento pandémico, com número de infetados a rondar os 7 mil e um número de óbitos crescente é de uma necessidade absoluta. Não existe outra forma de quebrar cadeias de contágio e travar a evolução da pandemia e esse é o aspeto prioritário", aponta, ainda que lembre que o partido alertou "desde o início para a necessidade de medidas robustas para fazer fase às dificuldades da economia, designadamente da restauração do pequeno comércio e dos serviços".

Telmo Correia vinca, por isso, que "teria preferido o voto favorável", mantendo "a estabilidade da posição do CDS". Embora não ponha em causa a "competência" nem a "legitimidade" da direção nacional para definir o sentido de voto da bancada, o dirigente centrista realça ter verificado "com tranquilidade pessoal" o facto de ser acompanhado pelos últimos líderes parlamentares (Paulo Portas, Nuno Melo, Pedro Mota Soares e Diogo Feio).

O executivo chefiado por António Costa, escreve Telmo Correia, "podia e devia ter partilhado as suas intenções e os contornos das suas medidas". No entanto, "negar a um Governo, por errático que ele seja (mas não há outro) a possibilidade de tomar medidas seria irresponsável". "Não foi essa a posição do CDS e por isso conformei a minha posição com a indicação de voto no sentido da abstenção, independentemente da minha preferência", lamenta.

No debate de sexta-feira, o CDS distanciou-se de PS e PSD e, pela primeira vez desde o início da pandemia, não votou a favor do estado de emergência decretado por Marcelo Rebelo de Sousa.

Assumindo as despesas da discussão, o líder parlamentar criticou as medidas "avulsas" e "contraditórias" adotadas nas últimas semanas e insistiu na ideia de que o Governo "está a perder credibilidade" na gestão da crise sanitária. E ainda carregou sobre o Congresso do PCP. "Depois do 1.º de Maio e do Avante, dá para ver que as regras não são iguais para todos. Uns têm que que ficar fechados em casa ou fechar os seus estabelecimentos e não podem ir aos cemitérios; outros podem reunir-se às centenas no momento mais crítico da pandemia", afirmou sobre o conclave comunista, que terá lugar este fim de semana, em Loures.

De resto, na véspera, após a reunião dos decisores políticos com os especialistas em saúde pública, António Carlos Monteiro, vice-presidente dos centristas, já tinha deixado no ar a hipótese de a bancada mudar o sentido de voto. O CDS, explicava, não sendo “negacionista” e compreendendo a “necessidade de haver enquadramento” jurídico para mais restrições, exigia saber “atempadamente” as medidas que o Governo viria a adotar.

O dirigente dos democratas-cristãos deixou até um “apelo” a António Costa: que não guardasse para sábado o anúncio das novas medidas. Pelo meio, acusara o executivo de “andar a reboque das circunstâncias” e de não ter prevenido a segunda vaga, quando “os dados que estavam disponíveis desde o final de agosto/início de setembro” – como terão notado os especialistas - já permitiam saber que “as coisas estavam a correr mal”.

Essa passividade, enfatizou António Carlos Monteiro, teria duas consequências: por um lado, o estado de emergência seria forçosamente “mais duro e prolongado no tempo”; por outro, a “iminência de colapso” do Serviço Nacional de Saúde, especialmente no que respeita a camas nos cuidados intensivos.

É mais uma divergência entre a direção de Francisco Rodrigues dos Santos e o grupo parlamentar do CDS. Depois de na sexta-feira a bancada se ter abstido na votação do quinto estado de emergência para fazer face à Covid-19, Telmo Correia apresentou uma declaração de voto a criticar a mudança de posição dos democratas-cristãos, sugerindo que deixou de ser dada prioridade "à questão sanitária". E sugere mesmo que pode ter havido irresponsabilidade à mistura.

Na declaração, feita a título individual, o líder parlamentar sublinha que nas quatro votações dos decretos presidenciais o CDS deu "prioridade à questão sanitária". Desta feita, a abstenção, cumprida pelos cinco deputados mas resultante de "indicação expressa" da direção dos democratas-cristãos, traduzirá outra linha de raciocínio, segundo Telmo Correia.

A cúpula de Rodrigues dos Santos, sugere o deputado, terá valorizado mais "a forma como o Governo agiu sem transparência ao não comunicar aos partidos e ao Parlamento as suas medidas; a adoção de medidas iníquas no anterior estado de emergência e a falta de coerência do próprio Governo". Ou seja, o CDS "optou pela abstenção não deixando de concordar com o estado de emergência" proposto por Marcelo Rebelo de Sousa, "mas discordando da atuação do Governo".

Esse é, assim, um posicionamento que o líder da bancada centrista não acompanha. "Na minha opinião, o estado de emergência neste contexto de agravamento pandémico, com número de infetados a rondar os 7 mil e um número de óbitos crescente é de uma necessidade absoluta. Não existe outra forma de quebrar cadeias de contágio e travar a evolução da pandemia e esse é o aspeto prioritário", aponta, ainda que lembre que o partido alertou "desde o início para a necessidade de medidas robustas para fazer fase às dificuldades da economia, designadamente da restauração do pequeno comércio e dos serviços".

Telmo Correia vinca, por isso, que "teria preferido o voto favorável", mantendo "a estabilidade da posição do CDS". Embora não ponha em causa a "competência" nem a "legitimidade" da direção nacional para definir o sentido de voto da bancada, o dirigente centrista realça ter verificado "com tranquilidade pessoal" o facto de ser acompanhado pelos últimos líderes parlamentares (Paulo Portas, Nuno Melo, Pedro Mota Soares e Diogo Feio).

O executivo chefiado por António Costa, escreve Telmo Correia, "podia e devia ter partilhado as suas intenções e os contornos das suas medidas". No entanto, "negar a um Governo, por errático que ele seja (mas não há outro) a possibilidade de tomar medidas seria irresponsável". "Não foi essa a posição do CDS e por isso conformei a minha posição com a indicação de voto no sentido da abstenção, independentemente da minha preferência", lamenta.

No debate de sexta-feira, o CDS distanciou-se de PS e PSD e, pela primeira vez desde o início da pandemia, não votou a favor do estado de emergência decretado por Marcelo Rebelo de Sousa.

Assumindo as despesas da discussão, o líder parlamentar criticou as medidas "avulsas" e "contraditórias" adotadas nas últimas semanas e insistiu na ideia de que o Governo "está a perder credibilidade" na gestão da crise sanitária. E ainda carregou sobre o Congresso do PCP. "Depois do 1.º de Maio e do Avante, dá para ver que as regras não são iguais para todos. Uns têm que que ficar fechados em casa ou fechar os seus estabelecimentos e não podem ir aos cemitérios; outros podem reunir-se às centenas no momento mais crítico da pandemia", afirmou sobre o conclave comunista, que terá lugar este fim de semana, em Loures.

De resto, na véspera, após a reunião dos decisores políticos com os especialistas em saúde pública, António Carlos Monteiro, vice-presidente dos centristas, já tinha deixado no ar a hipótese de a bancada mudar o sentido de voto. O CDS, explicava, não sendo “negacionista” e compreendendo a “necessidade de haver enquadramento” jurídico para mais restrições, exigia saber “atempadamente” as medidas que o Governo viria a adotar.

O dirigente dos democratas-cristãos deixou até um “apelo” a António Costa: que não guardasse para sábado o anúncio das novas medidas. Pelo meio, acusara o executivo de “andar a reboque das circunstâncias” e de não ter prevenido a segunda vaga, quando “os dados que estavam disponíveis desde o final de agosto/início de setembro” – como terão notado os especialistas - já permitiam saber que “as coisas estavam a correr mal”.

Essa passividade, enfatizou António Carlos Monteiro, teria duas consequências: por um lado, o estado de emergência seria forçosamente “mais duro e prolongado no tempo”; por outro, a “iminência de colapso” do Serviço Nacional de Saúde, especialmente no que respeita a camas nos cuidados intensivos.

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