Nós Tetraplégicos

25-06-2020
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Este Sábado participei no 10º Congresso Nacional de Deficientes, realizado na INATEL da Costa da Caparica, organizado pela Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD). O tema principal era "LUTAR POR UM SÉCULO XXI INCLUSIVO/UNIR O MOVIMENTO ASSOCIATIVO".Uma decepção. O mesmo de sempre: discursos politicamente correctos, feitos pelos mesmos de sempre, formalidades do costume, promessas...porque tem que se continuar a bater nas mesmas teclas, a fazer o mesmo de sempre? A mim tudo aquilo não me diz nada. Porque não nos juntarmos informalmente e debatermos nossos problemas, trocarmos ideias, dúvidas, unirmos esforços, no lugar daqueles enfadonhos e ultrapassados modelos?Bem, couberam-me uns minutinhos para discursar e neles tentei apresentar factos. Sim, factos. Falar bonito não sei, falar só para agradar não condiz com minha personalidade. Deixo aqui aos meus leitores o que foquei: (cliquem por favor nas palavras sublinhadas, que terão enquadramento do que me refiro).1 - O representante da INATEL social, presente no congresso, tentou vender e vangloriar-se do seu programa “Abrir Portas à Diferença”. Expliquei-lhe que não é como diz. Eu fui impedido de participar nesse programa, porque as suas unidades hoteleiras não têm casas de banho acessíveis para dependentes e que inclusive naquele momento nem o rosto podia lavar, porque a casa de banho do Hotel não permite que entre nela.2 - Perguntei à mesa onde está a inclusão. Eles (organizadores do congresso) foram os primeiros a discriminar-nos. Somente disponibilizaram transportes a partir do Largo do Rato em Lisboa. Eu e outros que vivem fora de Lisboa somos diferentes, não temos direito a transporte.Não há verbas para transportes? Recebam-nos através de videoconferência. Não custa nada. Aí se vê que é falta de vontade. Sites da CNOD, APD e maioria é desnecessário procura-los. Sempre desactualizados e nada apelativos. Será que não sabem que nós dependentes temos como única ferramenta para chegar até eles a Internet? Hoje em dia qualquer leigo sabe e tem uma página na net, mais actualizada que as deles.3 - Contei-lhes a humilhação que passei ao ser examinado no meio da via pública, no Serviço de Saúde Pública de Tomar, por uma junta médica, por o edifício não tem acessos a cadeira de rodas.4 - Expliquei-lhes que o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, não faculta transporte a dependentes após alta hospitalar. Que nos despeja e abandona na nossa cadeira de rodas, na estação de Santa Apolónia, Oriente ou outra.5 - Que estamos impedidos de fazer formação e ou continuar estudos, porque não nos facultam transporte. Que Centro de Reabilitação Profissional de Alcoitão e ou Gaia, não nos aceitam, porque não têm dinheiro para contratar quem nos auxilie. Novas Oportunidades e afins que tanto se orgulham e publicitam é só para os outros.6 - Que dia 09 de Novembro de 2009, relatei estas, e outras injustiças a toda a entidade possível, e inclusive a algumas daquelas Associações e nem uma resposta obtive. Somente Gabinete da Senhora Secretária de Estado, através do chefe de seu gabinete, Drº Rui Daniel e seu adjunto Drº Luis Vale se interessaram por mim e me receberam. Inclusive até hoje sempre que sou contactado através do TETRAPLÉGICOS, por alguém que sofre injustiças, Drº Luis Vale me auxilia. Tendo já desbloqueado imensas situações. Do associativismo nada.O que não pude dizer, visto a mesa ter-me interpelado que meu tempo tinha esgotado: a) Centro de Reabilitação de Alcoitão deixa muito a desejar.b) Conseguir uma assinatura dos centros de saúde numa credencial, que autorize nossa ida a uma consulta com um especialista é maioria das vezes recusado.c) Conseguir Ajudas Técnicas/Produtos de Apoio neste momento é quase impossível.d) Apoio domiciliário é inexistente.e) Ir a umas urgências hospitalares, só pagando transporte, etc, etc e etc.Houve uma Mãe que no seu discurso emocionante, de procura de respostas, muito incentivou o mostrarmo-nos, irmos para a rua. Sempre achei uma excelente ideia, como em tempos o mostrei publicamente. Pensem nisso.Não poderia deixar de agradecer esta minha presença neste Congresso, ao Élio Castelo (foto acima) e Drª Inês Apolinário, Assistente Social da ANDST de Chelas. Muito obrigado!


Este Sábado participei no 10º Congresso Nacional de Deficientes, realizado na INATEL da Costa da Caparica, organizado pela Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD). O tema principal era "LUTAR POR UM SÉCULO XXI INCLUSIVO/UNIR O MOVIMENTO ASSOCIATIVO".Uma decepção. O mesmo de sempre: discursos politicamente correctos, feitos pelos mesmos de sempre, formalidades do costume, promessas...porque tem que se continuar a bater nas mesmas teclas, a fazer o mesmo de sempre? A mim tudo aquilo não me diz nada. Porque não nos juntarmos informalmente e debatermos nossos problemas, trocarmos ideias, dúvidas, unirmos esforços, no lugar daqueles enfadonhos e ultrapassados modelos?Bem, couberam-me uns minutinhos para discursar e neles tentei apresentar factos. Sim, factos. Falar bonito não sei, falar só para agradar não condiz com minha personalidade. Deixo aqui aos meus leitores o que foquei: (cliquem por favor nas palavras sublinhadas, que terão enquadramento do que me refiro).1 - O representante da INATEL social, presente no congresso, tentou vender e vangloriar-se do seu programa “Abrir Portas à Diferença”. Expliquei-lhe que não é como diz. Eu fui impedido de participar nesse programa, porque as suas unidades hoteleiras não têm casas de banho acessíveis para dependentes e que inclusive naquele momento nem o rosto podia lavar, porque a casa de banho do Hotel não permite que entre nela.2 - Perguntei à mesa onde está a inclusão. Eles (organizadores do congresso) foram os primeiros a discriminar-nos. Somente disponibilizaram transportes a partir do Largo do Rato em Lisboa. Eu e outros que vivem fora de Lisboa somos diferentes, não temos direito a transporte.Não há verbas para transportes? Recebam-nos através de videoconferência. Não custa nada. Aí se vê que é falta de vontade. Sites da CNOD, APD e maioria é desnecessário procura-los. Sempre desactualizados e nada apelativos. Será que não sabem que nós dependentes temos como única ferramenta para chegar até eles a Internet? Hoje em dia qualquer leigo sabe e tem uma página na net, mais actualizada que as deles.3 - Contei-lhes a humilhação que passei ao ser examinado no meio da via pública, no Serviço de Saúde Pública de Tomar, por uma junta médica, por o edifício não tem acessos a cadeira de rodas.4 - Expliquei-lhes que o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, não faculta transporte a dependentes após alta hospitalar. Que nos despeja e abandona na nossa cadeira de rodas, na estação de Santa Apolónia, Oriente ou outra.5 - Que estamos impedidos de fazer formação e ou continuar estudos, porque não nos facultam transporte. Que Centro de Reabilitação Profissional de Alcoitão e ou Gaia, não nos aceitam, porque não têm dinheiro para contratar quem nos auxilie. Novas Oportunidades e afins que tanto se orgulham e publicitam é só para os outros.6 - Que dia 09 de Novembro de 2009, relatei estas, e outras injustiças a toda a entidade possível, e inclusive a algumas daquelas Associações e nem uma resposta obtive. Somente Gabinete da Senhora Secretária de Estado, através do chefe de seu gabinete, Drº Rui Daniel e seu adjunto Drº Luis Vale se interessaram por mim e me receberam. Inclusive até hoje sempre que sou contactado através do TETRAPLÉGICOS, por alguém que sofre injustiças, Drº Luis Vale me auxilia. Tendo já desbloqueado imensas situações. Do associativismo nada.O que não pude dizer, visto a mesa ter-me interpelado que meu tempo tinha esgotado: a) Centro de Reabilitação de Alcoitão deixa muito a desejar.b) Conseguir uma assinatura dos centros de saúde numa credencial, que autorize nossa ida a uma consulta com um especialista é maioria das vezes recusado.c) Conseguir Ajudas Técnicas/Produtos de Apoio neste momento é quase impossível.d) Apoio domiciliário é inexistente.e) Ir a umas urgências hospitalares, só pagando transporte, etc, etc e etc.Houve uma Mãe que no seu discurso emocionante, de procura de respostas, muito incentivou o mostrarmo-nos, irmos para a rua. Sempre achei uma excelente ideia, como em tempos o mostrei publicamente. Pensem nisso.Não poderia deixar de agradecer esta minha presença neste Congresso, ao Élio Castelo (foto acima) e Drª Inês Apolinário, Assistente Social da ANDST de Chelas. Muito obrigado!

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