Isto resume aquilo que eu sinto na maioria dos dias...
Ah, mas não querias tanto ser mãe... de que te estás a queixar? Não estou. É simplesmente a constatação de um facto que uns dias aceito melhor, noutros luto com ele. Há dias em que tenho a tentação de ir simplesmente lavar os dentes e arrastar-me até à cama. Rotina de cremes? Maquilhagem pela manhã? Vitaminas tomadas a tempo e horas. Ter cabeça para escolher roupa, sapatos e mala, quando já vesti a criança minimamente coordenada naquela dia pelo menos 3 vezes? Ah e sair? Passear com o bebé? Monta carrinho, desmonta carrinho, coloca o ovo, tira do ovo, carrega a tralha dele para todo o lado... 23h e ver uma série com os dois olhos abertos? Ler 3 páginas de um livro descansada, sem ter que me levantar 8 vezes porque caiu a chucha, porque chamou, porque deixou cair o boneco, porque quer colo. E quando penso que vou fazer alguma coisa que gosto e depois não consigo, porque estou irritada que não consigo ter a casa limpa e arrumada como gosto? E a frustração dos sítios que não vi, as coisas que não experimentei, os convites que recusei porque não posso/quero deixar o João? Tudo verdade, tudo passageiro.
Em 99% das vezes continuo a fazer tudo igual, com esforço mas igual. Faço escolhas por prioridades. E no final do dia, os locais não desapareceram e o mundo continua no mesmo sítio para experimentar. A única coisa que passou foi tempo, foram horas passadas com um novo ser, que me trouxeram nova experiência e mudaram quem eu sou. Se escalar o Kilimanjaro me tornaria numa pessoa diferente? Provavelmente. Mas ser mãe também, e todos os momentos que passo com o meu filho também. A questão é saber viver o que tem que ser vivido no tempo certo. O Kilimanjaro não foge, já o tempo que não passei com o meu filho não se recupera.
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Isto resume aquilo que eu sinto na maioria dos dias...
Ah, mas não querias tanto ser mãe... de que te estás a queixar? Não estou. É simplesmente a constatação de um facto que uns dias aceito melhor, noutros luto com ele. Há dias em que tenho a tentação de ir simplesmente lavar os dentes e arrastar-me até à cama. Rotina de cremes? Maquilhagem pela manhã? Vitaminas tomadas a tempo e horas. Ter cabeça para escolher roupa, sapatos e mala, quando já vesti a criança minimamente coordenada naquela dia pelo menos 3 vezes? Ah e sair? Passear com o bebé? Monta carrinho, desmonta carrinho, coloca o ovo, tira do ovo, carrega a tralha dele para todo o lado... 23h e ver uma série com os dois olhos abertos? Ler 3 páginas de um livro descansada, sem ter que me levantar 8 vezes porque caiu a chucha, porque chamou, porque deixou cair o boneco, porque quer colo. E quando penso que vou fazer alguma coisa que gosto e depois não consigo, porque estou irritada que não consigo ter a casa limpa e arrumada como gosto? E a frustração dos sítios que não vi, as coisas que não experimentei, os convites que recusei porque não posso/quero deixar o João? Tudo verdade, tudo passageiro.
Em 99% das vezes continuo a fazer tudo igual, com esforço mas igual. Faço escolhas por prioridades. E no final do dia, os locais não desapareceram e o mundo continua no mesmo sítio para experimentar. A única coisa que passou foi tempo, foram horas passadas com um novo ser, que me trouxeram nova experiência e mudaram quem eu sou. Se escalar o Kilimanjaro me tornaria numa pessoa diferente? Provavelmente. Mas ser mãe também, e todos os momentos que passo com o meu filho também. A questão é saber viver o que tem que ser vivido no tempo certo. O Kilimanjaro não foge, já o tempo que não passei com o meu filho não se recupera.