U can't touch this

16-09-2020
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Se a nossa vida fosse normal , este curto começaria com o início do julgamento de oito portugueses acusados de integrarem uma célula terrorista do Daesh. É a primeira vez que um caso de terrorismo islâmico é julgado em Portugal e os portugueses , segundo a acusação revelada pelo Expresso estão envolvidos em raptos e execuções na Síria. Só um dos suspeitos – Rómulo, um produtor musical e DJ, estará de certeza na sala de audiências do Tribunal Criminal de Lisboa . Foi preso pela Polícia Judiciária numa viagem para Portugal no verão do ano passado e tem estado em preventiva na cadeia de alta segurança do Monsanto. O outro acusado localizável é empregado de limpeza em Leyton, nos arredores de Londres e não é certo que venha a Portuga l para enfrentar a acusação de pertencer a uma organização terrorista e de ter recrutado jovens para matar e morrer em nome de Alá.O julgamento começa hoje de manhã. Nero Saraiva, que chegou a líder de um grupo de lutadores estrangeiros, foi preso preso por forças curdas e não foi extraditado . Os outros cinco acusados , incluindo um sniper e instrutor de tiro que chegou a ser um futebolista promissor em Portugal, estão mortos ou em parte incerta. São todos portugueses que emigraram para o Reino Unido e foram radicalizados para aderirem ao terrorismo islâmico e as escutas da PJ demonstram uma crueldade intolerável para com os soldados inimigos que apanhavam e quem se referiam como “cães e porcos”. Mas esta não é a história do dia. Dois meses depois, o poder político, cientistas e autoridades sanitárias reuniram-se nas que hão-de ficar para a história como as “ reuniões infarmed”. Pela primeira vez, a reunião foi transmitida em direto pela internet, mas ainda não ficámos a saber como é que será a nossa vida a partir de 15 de setembro, quando todo o país entrar em estado de contingência. Essa informação, em princípio, será revelada ainda esta semana pelo primeiro-ministro António Costa que já avisou que o país não se irá fechar outra vez. “ A economia não aguenta”, constatou o governante. A notícia do dia é que, apesar do número de infetados com o (ainda faz sentido chamar-lhe novo?) coronavírus estar a subir desde o meio de agosto, o regresso às aulas não será “uma fatalidade” e é possível “evitar uma segunda vaga” . Como ? Reduzindo o número de contactos dos jovens para um terço do que era antes da pandemia começar e para metade no resto das pessoas. “Se o relaxamento dos contactos na sociedade voltar ao que era antes da covid, mesmo reduzindo os contactos escolares a um terço, não se consegue compensar a transmissão e há uma segunda onda” , frisou Manuel Carmo Gomes, professor e epidemiologista, que apresentou cenários feitos com base num modelo matemático desenvolvido em Portugal. E o que é que isto significa? Que t em de haver um sistema misto entre aulas presenciais e virtuais, que não pode haver mais de uma turma por aula, que as salas têm de ser ventiladas e higienizadas e que tem de reforçar as equipas de saúde pública. “Algo que andamos a pedir há quatro meses”, sublinhou o especialista. E no plano afetivo e de desenvolvimento emocional? Estas medidas significarão que os jovens não podem interagir como dantes, nem fazer novas amizades, namorar, serem miúdos normais ? Que efeito terá esta vida e este novo normal no desenvolvimento emocional e na saúde mental dos jovens? Conseguimos imaginar por um momento o que é ser adolescente nesta altura da nossa existência e não poder, por exemplo, cumprimentar com um beijo ou um abraço um amigo ou alguém que acabámos de conhecer? De acordo com um estudo publicado no início do verão, mais de metade dos jovens com 18 anos afirmou que a sua saúde mental “piorou” desde o início da pandemia e que o facto de não irem à escola agravou esse estado. É um nó górdio difícil de desfazer. As notícias sobre uma nova vacina não são propriamente animadoras, mas também não são uma desgraça. Há 34 vacinas em fase de ensaios clínicos, algumas já estão mesmo na última etapa dos testes, mas a Organização Mundial de Saúde já avisou que não espera uma vacina segura antes de 2021, e a sua distribuição massiva pelo mundo a meio do ano que vem. Até lá, é viver este novo normal ao som de “U can’t touch this”, do inesperado visionário MC Hammer.

OUTRAS NOTÍCIAS

Apesar do subtítulo, o tema ainda é o mesmo: Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, deu um puxão de orelhas às autoridades de saúde: “É isso que não consigo perceber porque é que não se apreenderam lições da primeira fase e não se retiraram lições para a evolução da situação em julho e em agosto, nomeadamente”, criticou o socialista que já foi ministro com a pasta dos lares. No final da reunião, a ministra da Saúde, Marta Temido, teve de se explicar e garantir o que contrário: o Governo e a máquina do Estado tudo têm feito para otimizar a resposta nos lares. Nada como a união nas trincheiras na guerra contra o inimigo invisível.

Marcelo Rebelou de Sousa não fez qualquer declaração. E isto é uma notícia.

a vida fora da bolha covid 19, Ana Gomes confirmou a notícia avançada na última edição do Expresso e vai mesmo candidatar-se contra André Ventura, o único candidato confirmado até agora. Marcelo Rebelo de Sousa ainda não confirmou o que toda a gente sabe: vai recandidatar-se a um segundo mandato que seguramente ganhará. Marisa Matias também deverá anunciar a candidatura esta semana.

Outros vírus ainda sem cura: Sara Sequeira, modelo da Face Models apresentou queixa contra um revisor da CP que a terá assediado durante uma viagem de comboio. A mulher filmou parte da conversa que teve com o homem que justifica o comportamento bizarro – referiu-se às “mamocas” da passageira - com o facto de a jovem não ter “condições para viajar assim” e de “andar a provocar os homens”. Em causa estava um vestido verde decotado. A CP já lhe instaurou um processo disciplinar.

Mais coisas que não mudam: Alexei Navalny, o principal rosto da oposição ao Presidente russo, Vladimir Putin, saiu do estado de coma induzido num hospital em Berlim depois de ter sido envenenado com novichok, o mesmo agente nervoso usado contra o ex-agente duplo russo Sergei Skripal e a sua filha na cidade inglesa de Salisbury, em março de 2018. “Hoje há menos controlo estatal da política de matança do que nos tempos do KGB”, mas o “arsenal” é o mesmo da era soviética, explica ao Expresso Grzegorz Kuczyński, do Warsaw Institute.

Na Bielorrússia, Maria Kolesnikova, a única opositora ao regime que escolheu não se exilar, continua em parte incerta depois de ter sido levada num carro por homens não identificados. A União europeia já exigiu a sua libertação e a de centenas de opositores ao presidente Lukashenko, eleito com mais de 80 por cento dos votos em eleições que a opisição considera fraudulenta.

Portugal joga hoje na Suécia a segunda jornada da fase de grupos da Liga das Nações, uma competição da UEFA a quem ninguém começou por dar grande importância mas que tem proporcionado bons jogos e, o que não é despiciendo, um título para Portugal. Sim, somos campeões da Europa e da Liga das Nações. Cristiano Ronaldo, que não participou na vitória folgada contra a Croácia (4-1) por estar com uma infeção no pé, deverá jogar e, muito provavelmente, deverá chegar ao golo 100 pela seleção. Leu bem: 100. O segundo melhor marcador de sempre, Pauleta, tem 47 e o rei Eusébio 41. O sempre entretido Zlatan Ibrahimovic já não joga pelos suecos. O jogo é às 19h45 e é transmitido pela RTP. Apesar de a Suécia ser uma espécie de país rebelde em relação às medidas de restrição contra a covid 19 – nunca teve fase de confinamento, por exemplo – o jogo é organizado pela UEFA e não terá público.

Por falar em reis: Ricardo Quaresma, o mustang, está de volta ao campeonato português e aos 36 anos vai jogar duas épocas pelo Vitória de Guimarães, definido pelo diretor-geral Carlos Freitas como uma equipa “ideal” para jovens potros. O Vitória e o jogador esmeraram-se no vídeo de apresentação.

Frases

“Vamos entrar num momento crítico”

António Costa e a luz do túnel que ainda não se vê

"Como é que se compreende que continuem apenas a fazer-se testes quando há pessoas que acusam positivo"

Ferro Rodrigues a puxar as orelhas às autoridades sanitárias e ao Governo

“Serei candidata”

Ana Gomes, a colocar-se na pista de partida para a corrida a Belém

"Se por acaso ficasse à minha frente, demitia-me de líder do Chega"

André Ventura, a prometer consequências no caso de perder uma eleição particular

“Nós não trabalhamos todos só para o Ronaldo. Todos nós, em conjunto, trabalhamos para ganhar”

Fernando Santos, selecionador nacional e os prós e contras de poder contar com o melhor do mundo

“Sinto-me triste e vazio”

Novak Djokovic, número 1 do mundo em ténis, depois de ter sido desqualificado do Open dos Estados Unidos após ter acertado, sem querer, como uma bola numa juiz de linha.

“Vai ser o mau da fita até ao fim da carreira”

John McEnroe, que também foi expulso de um torneio do Grand Slam (Austrália em 1990, depois de ter discutido com uma juiz de linha, destruído a raqueta e ofendido o árbitro)

O que eu ando a ler

Paixão ou vingança?

Jorge Leitão Ramos

Há cem anos, Maria Adelaide Coelho da Cunha, uma mulher rica e famosa com 48 anos, escandalizava a sociedade lisboeta ao abandonar a casa de família para viver uma história de amor com o chauffeur, Manuel Claro, 22 anos mais novo, numa pequena casa na província em Santa Comba Dão. O marido, Alfredo da Cunha, jornalista e poeta (dedicou poemas à mulher que a própria declamava) era então diretor do Diário de Notícias e conseguiu que a mulher fosse internada durante vários anos com o parecer favorável dos pais fundadores da psiquiatria portuguesa: Egas Moniz, Júlio de Matos e Sobral Cid. A mulher, que era filha do fundador do DN, não se conformou e escreveu um livro que se tornaria famoso “Doida, não”. O marido replicou com “Infelizmente Louca” e o Portugal dos anos 20 deliciou-se com esta espetacular história a que assistia de camarote. A história é tão boa que tinha de dar um filme que, na verdade, já foi feito pelo realizador Mário Barroso, que soube dela ainda em miúdo pela boca de um tio avô “salazarista dos quatro costados” que foi subdiretor do DN. “Ordem Moral” será protagonizado por Maria de Medeiros, no papel da insubmissa Maria Adelaide; e Marcello Urggeghe que, nas palavras do autor do artigo da E, faz um Alfredo da Cunha “em modo dandy”. Mario Barroso, realizador de “O Migra Segundo Salomé” e “Um Amor de Perdição” lutava contra um cancro quando fez este filme e explica que há partes “inventadas” porque “é um cineasta” e não “um historiador” e que lhe interessou muito mais a história da vingança de uma mulher abandonada pelo marido que a trocava por uma coleção de amantes, do que pela história de amor com o motorista. Augustina Bessa Luís retrata uma Maria Adelaide muito diferente – “burra” e “educada para ser criada” em “Doidos e Amantes” e Manuela Gonzaga fez-lhe justiça em “Doida não e não”.

O calor vai ultrapassar os 30 graus mas ainda assim estará mais fresco do que ontem. Continuamos a acompanhar o velho e o novo normal no site do Expresso, da Blitz, da Tribuna e da SIC.

Se a nossa vida fosse normal , este curto começaria com o início do julgamento de oito portugueses acusados de integrarem uma célula terrorista do Daesh. É a primeira vez que um caso de terrorismo islâmico é julgado em Portugal e os portugueses , segundo a acusação revelada pelo Expresso estão envolvidos em raptos e execuções na Síria. Só um dos suspeitos – Rómulo, um produtor musical e DJ, estará de certeza na sala de audiências do Tribunal Criminal de Lisboa . Foi preso pela Polícia Judiciária numa viagem para Portugal no verão do ano passado e tem estado em preventiva na cadeia de alta segurança do Monsanto. O outro acusado localizável é empregado de limpeza em Leyton, nos arredores de Londres e não é certo que venha a Portuga l para enfrentar a acusação de pertencer a uma organização terrorista e de ter recrutado jovens para matar e morrer em nome de Alá.O julgamento começa hoje de manhã. Nero Saraiva, que chegou a líder de um grupo de lutadores estrangeiros, foi preso preso por forças curdas e não foi extraditado . Os outros cinco acusados , incluindo um sniper e instrutor de tiro que chegou a ser um futebolista promissor em Portugal, estão mortos ou em parte incerta. São todos portugueses que emigraram para o Reino Unido e foram radicalizados para aderirem ao terrorismo islâmico e as escutas da PJ demonstram uma crueldade intolerável para com os soldados inimigos que apanhavam e quem se referiam como “cães e porcos”. Mas esta não é a história do dia. Dois meses depois, o poder político, cientistas e autoridades sanitárias reuniram-se nas que hão-de ficar para a história como as “ reuniões infarmed”. Pela primeira vez, a reunião foi transmitida em direto pela internet, mas ainda não ficámos a saber como é que será a nossa vida a partir de 15 de setembro, quando todo o país entrar em estado de contingência. Essa informação, em princípio, será revelada ainda esta semana pelo primeiro-ministro António Costa que já avisou que o país não se irá fechar outra vez. “ A economia não aguenta”, constatou o governante. A notícia do dia é que, apesar do número de infetados com o (ainda faz sentido chamar-lhe novo?) coronavírus estar a subir desde o meio de agosto, o regresso às aulas não será “uma fatalidade” e é possível “evitar uma segunda vaga” . Como ? Reduzindo o número de contactos dos jovens para um terço do que era antes da pandemia começar e para metade no resto das pessoas. “Se o relaxamento dos contactos na sociedade voltar ao que era antes da covid, mesmo reduzindo os contactos escolares a um terço, não se consegue compensar a transmissão e há uma segunda onda” , frisou Manuel Carmo Gomes, professor e epidemiologista, que apresentou cenários feitos com base num modelo matemático desenvolvido em Portugal. E o que é que isto significa? Que t em de haver um sistema misto entre aulas presenciais e virtuais, que não pode haver mais de uma turma por aula, que as salas têm de ser ventiladas e higienizadas e que tem de reforçar as equipas de saúde pública. “Algo que andamos a pedir há quatro meses”, sublinhou o especialista. E no plano afetivo e de desenvolvimento emocional? Estas medidas significarão que os jovens não podem interagir como dantes, nem fazer novas amizades, namorar, serem miúdos normais ? Que efeito terá esta vida e este novo normal no desenvolvimento emocional e na saúde mental dos jovens? Conseguimos imaginar por um momento o que é ser adolescente nesta altura da nossa existência e não poder, por exemplo, cumprimentar com um beijo ou um abraço um amigo ou alguém que acabámos de conhecer? De acordo com um estudo publicado no início do verão, mais de metade dos jovens com 18 anos afirmou que a sua saúde mental “piorou” desde o início da pandemia e que o facto de não irem à escola agravou esse estado. É um nó górdio difícil de desfazer. As notícias sobre uma nova vacina não são propriamente animadoras, mas também não são uma desgraça. Há 34 vacinas em fase de ensaios clínicos, algumas já estão mesmo na última etapa dos testes, mas a Organização Mundial de Saúde já avisou que não espera uma vacina segura antes de 2021, e a sua distribuição massiva pelo mundo a meio do ano que vem. Até lá, é viver este novo normal ao som de “U can’t touch this”, do inesperado visionário MC Hammer.

OUTRAS NOTÍCIAS

Apesar do subtítulo, o tema ainda é o mesmo: Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, deu um puxão de orelhas às autoridades de saúde: “É isso que não consigo perceber porque é que não se apreenderam lições da primeira fase e não se retiraram lições para a evolução da situação em julho e em agosto, nomeadamente”, criticou o socialista que já foi ministro com a pasta dos lares. No final da reunião, a ministra da Saúde, Marta Temido, teve de se explicar e garantir o que contrário: o Governo e a máquina do Estado tudo têm feito para otimizar a resposta nos lares. Nada como a união nas trincheiras na guerra contra o inimigo invisível.

Marcelo Rebelou de Sousa não fez qualquer declaração. E isto é uma notícia.

a vida fora da bolha covid 19, Ana Gomes confirmou a notícia avançada na última edição do Expresso e vai mesmo candidatar-se contra André Ventura, o único candidato confirmado até agora. Marcelo Rebelo de Sousa ainda não confirmou o que toda a gente sabe: vai recandidatar-se a um segundo mandato que seguramente ganhará. Marisa Matias também deverá anunciar a candidatura esta semana.

Outros vírus ainda sem cura: Sara Sequeira, modelo da Face Models apresentou queixa contra um revisor da CP que a terá assediado durante uma viagem de comboio. A mulher filmou parte da conversa que teve com o homem que justifica o comportamento bizarro – referiu-se às “mamocas” da passageira - com o facto de a jovem não ter “condições para viajar assim” e de “andar a provocar os homens”. Em causa estava um vestido verde decotado. A CP já lhe instaurou um processo disciplinar.

Mais coisas que não mudam: Alexei Navalny, o principal rosto da oposição ao Presidente russo, Vladimir Putin, saiu do estado de coma induzido num hospital em Berlim depois de ter sido envenenado com novichok, o mesmo agente nervoso usado contra o ex-agente duplo russo Sergei Skripal e a sua filha na cidade inglesa de Salisbury, em março de 2018. “Hoje há menos controlo estatal da política de matança do que nos tempos do KGB”, mas o “arsenal” é o mesmo da era soviética, explica ao Expresso Grzegorz Kuczyński, do Warsaw Institute.

Na Bielorrússia, Maria Kolesnikova, a única opositora ao regime que escolheu não se exilar, continua em parte incerta depois de ter sido levada num carro por homens não identificados. A União europeia já exigiu a sua libertação e a de centenas de opositores ao presidente Lukashenko, eleito com mais de 80 por cento dos votos em eleições que a opisição considera fraudulenta.

Portugal joga hoje na Suécia a segunda jornada da fase de grupos da Liga das Nações, uma competição da UEFA a quem ninguém começou por dar grande importância mas que tem proporcionado bons jogos e, o que não é despiciendo, um título para Portugal. Sim, somos campeões da Europa e da Liga das Nações. Cristiano Ronaldo, que não participou na vitória folgada contra a Croácia (4-1) por estar com uma infeção no pé, deverá jogar e, muito provavelmente, deverá chegar ao golo 100 pela seleção. Leu bem: 100. O segundo melhor marcador de sempre, Pauleta, tem 47 e o rei Eusébio 41. O sempre entretido Zlatan Ibrahimovic já não joga pelos suecos. O jogo é às 19h45 e é transmitido pela RTP. Apesar de a Suécia ser uma espécie de país rebelde em relação às medidas de restrição contra a covid 19 – nunca teve fase de confinamento, por exemplo – o jogo é organizado pela UEFA e não terá público.

Por falar em reis: Ricardo Quaresma, o mustang, está de volta ao campeonato português e aos 36 anos vai jogar duas épocas pelo Vitória de Guimarães, definido pelo diretor-geral Carlos Freitas como uma equipa “ideal” para jovens potros. O Vitória e o jogador esmeraram-se no vídeo de apresentação.

Frases

“Vamos entrar num momento crítico”

António Costa e a luz do túnel que ainda não se vê

"Como é que se compreende que continuem apenas a fazer-se testes quando há pessoas que acusam positivo"

Ferro Rodrigues a puxar as orelhas às autoridades sanitárias e ao Governo

“Serei candidata”

Ana Gomes, a colocar-se na pista de partida para a corrida a Belém

"Se por acaso ficasse à minha frente, demitia-me de líder do Chega"

André Ventura, a prometer consequências no caso de perder uma eleição particular

“Nós não trabalhamos todos só para o Ronaldo. Todos nós, em conjunto, trabalhamos para ganhar”

Fernando Santos, selecionador nacional e os prós e contras de poder contar com o melhor do mundo

“Sinto-me triste e vazio”

Novak Djokovic, número 1 do mundo em ténis, depois de ter sido desqualificado do Open dos Estados Unidos após ter acertado, sem querer, como uma bola numa juiz de linha.

“Vai ser o mau da fita até ao fim da carreira”

John McEnroe, que também foi expulso de um torneio do Grand Slam (Austrália em 1990, depois de ter discutido com uma juiz de linha, destruído a raqueta e ofendido o árbitro)

O que eu ando a ler

Paixão ou vingança?

Jorge Leitão Ramos

Há cem anos, Maria Adelaide Coelho da Cunha, uma mulher rica e famosa com 48 anos, escandalizava a sociedade lisboeta ao abandonar a casa de família para viver uma história de amor com o chauffeur, Manuel Claro, 22 anos mais novo, numa pequena casa na província em Santa Comba Dão. O marido, Alfredo da Cunha, jornalista e poeta (dedicou poemas à mulher que a própria declamava) era então diretor do Diário de Notícias e conseguiu que a mulher fosse internada durante vários anos com o parecer favorável dos pais fundadores da psiquiatria portuguesa: Egas Moniz, Júlio de Matos e Sobral Cid. A mulher, que era filha do fundador do DN, não se conformou e escreveu um livro que se tornaria famoso “Doida, não”. O marido replicou com “Infelizmente Louca” e o Portugal dos anos 20 deliciou-se com esta espetacular história a que assistia de camarote. A história é tão boa que tinha de dar um filme que, na verdade, já foi feito pelo realizador Mário Barroso, que soube dela ainda em miúdo pela boca de um tio avô “salazarista dos quatro costados” que foi subdiretor do DN. “Ordem Moral” será protagonizado por Maria de Medeiros, no papel da insubmissa Maria Adelaide; e Marcello Urggeghe que, nas palavras do autor do artigo da E, faz um Alfredo da Cunha “em modo dandy”. Mario Barroso, realizador de “O Migra Segundo Salomé” e “Um Amor de Perdição” lutava contra um cancro quando fez este filme e explica que há partes “inventadas” porque “é um cineasta” e não “um historiador” e que lhe interessou muito mais a história da vingança de uma mulher abandonada pelo marido que a trocava por uma coleção de amantes, do que pela história de amor com o motorista. Augustina Bessa Luís retrata uma Maria Adelaide muito diferente – “burra” e “educada para ser criada” em “Doidos e Amantes” e Manuela Gonzaga fez-lhe justiça em “Doida não e não”.

O calor vai ultrapassar os 30 graus mas ainda assim estará mais fresco do que ontem. Continuamos a acompanhar o velho e o novo normal no site do Expresso, da Blitz, da Tribuna e da SIC.

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