a fúria dos papagaios

07-01-2020
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Sócrates libertado quase ao fim de um ano, sem acusação mas com muitos, muitos indícios e, definitivamente, condenado pela populaça ao pelourinho, a arraia miúda e graúda que acorreu ao chamado do deus PAF e lá foi, cantando e rindo, levados, levados sim, entregar-lhes o voto porque o PS tem um ex-primeiro ministro preso e, de cada vez que governa, leva o País à falência para vir, depois, o PSD salvar a situação e livrar os portugueses, a ordem que se segue é puramente arbitrária, da fome, do desemprego, dos salários de merda e da merda de vida. Esse mesmo PS que sempre foi um partido altamente responsável mas que, dizem os endireitadores virando o bico ao prego com a cabeça ou com os cornos, mais uma vez a ordem é arbitrária, está desta feita a colocar o País na mão dos comunistas. Dos comunistas, vejam lá!, essas criaturas que nunca quiseram governar nem deixar governar, imobilistas e dogmáticos, estão a delapidar a sua longa tradição de partido de protesto para vir negociar com o PS. Que descaramento! Já não há honra! Já não há palavra! Já não há nada nem ninguém que se aproveite à esquerda do PSD, canhotos, trafulhas, trapaceiros esses do PS e mais quem os apoiar, que ora agora dizem uma coisa ora logo juram outra, matreiros, mentirosos, pulhas que o que querem é governar para repor os salários dos portugueses, atenuar a austeridade, tornar Portugal num país onde apeteça de novo viver, onde é que já se viu o despautério, a aleivosia, o atrevimento desta gente em vir escangalhar o trabalho de quatro anos de Passos e dos seus comparsas na reconstrução do País salazarento de outros tempos sem contratempos nem contras, que esses estavam no bom resguardo de calabouços e frigideiras. 

E os jornalistas, senhores? E os comentadores? Cheios de justa raiva, falam, falam, falam, atiram-se ao Costa como gato à posta, invocam o cherne e as xaputas e as prostitutas e os chulecos da Nação, os anjos e arcanjos da direita beata, purificada com incensos e águas-bentas, purificadora de pátrias, consolação de cabrões, e de poltrões e de aldrabões e de banqueiros em aflição. Entrevistam Costa como se lhe fossem bater, peroram horas sem contraditório, asfixiam, envenenam, rebuscam argumentos que repetem, repetem, repetem sempre com palavrotas astutamente pensadas pelos think tank e marketeers dos partidos que eles, senhores jornaleiros e doutos opineiros, apoiam e aprovam, a direita direitona, a direita endireitada, a direita putíssima, a direita dos endireitas de Portugal e das províncias ultramarinas, que o terror por comunistas, rebeliões e revoluções faz evocar as glórias de outros tempos no linguajar dos escrevinhadores da situação, fachos empoleirados, intelectuais encadernados e a santa padralhada que agora está com Francisco, o Papa, mas que dantes estava com Francisco, o Franco. Mais o António e o Benito, que tudo isto é muito bonito mas dantes é que era lindo, de negro se vestiam os padres e se cobria o País. 

Vivemos tempos de espanto. E de horror. Nunca tantos desceram tão baixo, tirando a máscara e mostrando as verdadeiras fuças, de assalariados contratados para papaguear o dono e incitar as massas à revolta, à ida à Alameda em salto alto e Chanel vociferar contra Costa, esse Cunhal disfarçado, esse esquerdista desalmado, esse "qué frô" despeitado.

Sempre que Portugal estiver em perigo, chamem os papagaios.

Resulta.

Sócrates libertado quase ao fim de um ano, sem acusação mas com muitos, muitos indícios e, definitivamente, condenado pela populaça ao pelourinho, a arraia miúda e graúda que acorreu ao chamado do deus PAF e lá foi, cantando e rindo, levados, levados sim, entregar-lhes o voto porque o PS tem um ex-primeiro ministro preso e, de cada vez que governa, leva o País à falência para vir, depois, o PSD salvar a situação e livrar os portugueses, a ordem que se segue é puramente arbitrária, da fome, do desemprego, dos salários de merda e da merda de vida. Esse mesmo PS que sempre foi um partido altamente responsável mas que, dizem os endireitadores virando o bico ao prego com a cabeça ou com os cornos, mais uma vez a ordem é arbitrária, está desta feita a colocar o País na mão dos comunistas. Dos comunistas, vejam lá!, essas criaturas que nunca quiseram governar nem deixar governar, imobilistas e dogmáticos, estão a delapidar a sua longa tradição de partido de protesto para vir negociar com o PS. Que descaramento! Já não há honra! Já não há palavra! Já não há nada nem ninguém que se aproveite à esquerda do PSD, canhotos, trafulhas, trapaceiros esses do PS e mais quem os apoiar, que ora agora dizem uma coisa ora logo juram outra, matreiros, mentirosos, pulhas que o que querem é governar para repor os salários dos portugueses, atenuar a austeridade, tornar Portugal num país onde apeteça de novo viver, onde é que já se viu o despautério, a aleivosia, o atrevimento desta gente em vir escangalhar o trabalho de quatro anos de Passos e dos seus comparsas na reconstrução do País salazarento de outros tempos sem contratempos nem contras, que esses estavam no bom resguardo de calabouços e frigideiras. 

E os jornalistas, senhores? E os comentadores? Cheios de justa raiva, falam, falam, falam, atiram-se ao Costa como gato à posta, invocam o cherne e as xaputas e as prostitutas e os chulecos da Nação, os anjos e arcanjos da direita beata, purificada com incensos e águas-bentas, purificadora de pátrias, consolação de cabrões, e de poltrões e de aldrabões e de banqueiros em aflição. Entrevistam Costa como se lhe fossem bater, peroram horas sem contraditório, asfixiam, envenenam, rebuscam argumentos que repetem, repetem, repetem sempre com palavrotas astutamente pensadas pelos think tank e marketeers dos partidos que eles, senhores jornaleiros e doutos opineiros, apoiam e aprovam, a direita direitona, a direita endireitada, a direita putíssima, a direita dos endireitas de Portugal e das províncias ultramarinas, que o terror por comunistas, rebeliões e revoluções faz evocar as glórias de outros tempos no linguajar dos escrevinhadores da situação, fachos empoleirados, intelectuais encadernados e a santa padralhada que agora está com Francisco, o Papa, mas que dantes estava com Francisco, o Franco. Mais o António e o Benito, que tudo isto é muito bonito mas dantes é que era lindo, de negro se vestiam os padres e se cobria o País. 

Vivemos tempos de espanto. E de horror. Nunca tantos desceram tão baixo, tirando a máscara e mostrando as verdadeiras fuças, de assalariados contratados para papaguear o dono e incitar as massas à revolta, à ida à Alameda em salto alto e Chanel vociferar contra Costa, esse Cunhal disfarçado, esse esquerdista desalmado, esse "qué frô" despeitado.

Sempre que Portugal estiver em perigo, chamem os papagaios.

Resulta.

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