Colina Sagrada: 2009 em revista

20-06-2020
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2009 em revista

 Fotografia de trekearth.com.

O fim de ano é o período ideal para balanços. Multiplicam-se os artigos e as peças na comunicação social (e nos blogues) sobre o melhor e o pior do ano. Aqui deixo também a minha visão do que se passou em Guimarães no último ano.

2009 foi um ano de muitas eleições. Para Guimarães parece-me que o melhor que há a registar foi a eleição de seis naturais de Guimarães para a Assembleia da República (embora apenas 5 pelo círculo eleitoral de Braga). Miguel Laranjeiro e Sónia Fertuzinhos (quem?) foram novamente eleitos pelo PS. Com eles continua Emídio Guerreiro, a quem agora se juntam na mesma bancada Pedro Rodrigues e Francisca Almeida. Consta que Alberto Martins, o cabeça de lista do PS pelo Porto, também nasceu em Guimarães, embora não seja por cá visto desde a década de 1960. É desde Outubro Ministro da Justiça.

Em Outubro de 2009 houve eleições autárquicas, tendo estas resultado numa enorme vitória eleitoral para o PS de António Magalhães. É inquestionável o peso que o Presidente de Câmara tem no concelho, que continua assim o seu feudo.

Neste ano que passou foram-se sabendo novidades da Capital Europeia da Cultura 2012. Criou-se uma Fundação e passaram-se atestados de incompetência aos locais ao só chamar gente de fora para a dirigir. A política continua a ser a mesma: preparar o projecto no maior dos segredos, sendo a informação divulgada a conta-gotas quando as decisões estão tomadas e os processos em andamento. A excepção foi o projecto do Toural, rejeitado de forma veemente pela população. Dos outros quatro, apenas dois, o Campurbis e a feira semanal, continuam como estavam. Certo é que faltam menos de dois anos para o evento e ainda nenhuma das obras anunciadas começou a ser feita. Pá ninguém duvida que se repetirá por cá o que aconteceu no Porto em 2001, onde o único projecto que ficou para a cidade foi inaugurado quatro anos depois do evento.

Ainda sobre a CEC, é do conhecimento geral (até porque a polémica chegou a aparecer nos jornais) a incompatibilidade entre aquele que foi, para o bem e para o mal, o rosto da cultura em Guimarães nos últimos anos, a Vereadora Francisca Abreu, e a senhora que foi chamada a dirigir 2012, Cristina Azevedo. Esta querela terá até levado António Magalhães a intervir, sem sucesso, na elaboração das listas de deputados, nas quais tentou integrar a sua Vereadora. A ver vamos onde isto vai dar.

Na oposição, a grande surpresa foi o CDS, a ressurgir das cinzas, tendo conseguido mais do que duplicar o seu resultado eleitoral. Também o seu grupo parlamentar na Assembleia Municipal já conquistou o seu espaço. A CDU sofreu também uma pesada derrota. O BE continua como dantes, irrelevante. O PSD está em "banho-maria" após a pesada derrota nas Autárquicas. Procura reorganizar-se e repensar-se para o próximo "combate".

Por fim, o mais importante. Continua o ritmo de encerramento de empresas na nossa região, o que tem arrastado muita gente para o desemprego e sem grandes perspectivas de futuro. Os desempregados da região já têm uma idade considerável mas são muito novos para a reforma, têm família para sustentar e perdeu os meios para o fazer, tem um nível de formação baixo e não encontra soluções viáveis para o que aí vem. É um drama para o qual não há resposta. Os caminhos abertos pelos nossos dirigentes para a economia não os inclui. Há um enorme grupo de vimaranenses, de minhotos, de portugueses que não irão embarcar no comboio que nos prometem. Para eles, não serão as indústrias criativas nem de alta tecnologia que lhes darão de comer.

Não sei se relacionado com este desemprego está o aumento da criminalidade. Não sei sequer se as estatísticas reflectem a insegurança que é cada vez mais sentida nas ruas e pelos cidadãos. Cada vez ouvimos de mais assaltos na cidade, a casas, lojas e transeuntes, a horas e a desoras.

Não sei como será o ano que agora começa, mas não me parece que seja o da anunciada recuperação. Infelizmente vejo oportunidades a passarem-nos ao lado e problemas a avolumarem-se. Gostava de, daqui a um ano, vir cá dizer que me enganei.

2009 em revista

 Fotografia de trekearth.com.

O fim de ano é o período ideal para balanços. Multiplicam-se os artigos e as peças na comunicação social (e nos blogues) sobre o melhor e o pior do ano. Aqui deixo também a minha visão do que se passou em Guimarães no último ano.

2009 foi um ano de muitas eleições. Para Guimarães parece-me que o melhor que há a registar foi a eleição de seis naturais de Guimarães para a Assembleia da República (embora apenas 5 pelo círculo eleitoral de Braga). Miguel Laranjeiro e Sónia Fertuzinhos (quem?) foram novamente eleitos pelo PS. Com eles continua Emídio Guerreiro, a quem agora se juntam na mesma bancada Pedro Rodrigues e Francisca Almeida. Consta que Alberto Martins, o cabeça de lista do PS pelo Porto, também nasceu em Guimarães, embora não seja por cá visto desde a década de 1960. É desde Outubro Ministro da Justiça.

Em Outubro de 2009 houve eleições autárquicas, tendo estas resultado numa enorme vitória eleitoral para o PS de António Magalhães. É inquestionável o peso que o Presidente de Câmara tem no concelho, que continua assim o seu feudo.

Neste ano que passou foram-se sabendo novidades da Capital Europeia da Cultura 2012. Criou-se uma Fundação e passaram-se atestados de incompetência aos locais ao só chamar gente de fora para a dirigir. A política continua a ser a mesma: preparar o projecto no maior dos segredos, sendo a informação divulgada a conta-gotas quando as decisões estão tomadas e os processos em andamento. A excepção foi o projecto do Toural, rejeitado de forma veemente pela população. Dos outros quatro, apenas dois, o Campurbis e a feira semanal, continuam como estavam. Certo é que faltam menos de dois anos para o evento e ainda nenhuma das obras anunciadas começou a ser feita. Pá ninguém duvida que se repetirá por cá o que aconteceu no Porto em 2001, onde o único projecto que ficou para a cidade foi inaugurado quatro anos depois do evento.

Ainda sobre a CEC, é do conhecimento geral (até porque a polémica chegou a aparecer nos jornais) a incompatibilidade entre aquele que foi, para o bem e para o mal, o rosto da cultura em Guimarães nos últimos anos, a Vereadora Francisca Abreu, e a senhora que foi chamada a dirigir 2012, Cristina Azevedo. Esta querela terá até levado António Magalhães a intervir, sem sucesso, na elaboração das listas de deputados, nas quais tentou integrar a sua Vereadora. A ver vamos onde isto vai dar.

Na oposição, a grande surpresa foi o CDS, a ressurgir das cinzas, tendo conseguido mais do que duplicar o seu resultado eleitoral. Também o seu grupo parlamentar na Assembleia Municipal já conquistou o seu espaço. A CDU sofreu também uma pesada derrota. O BE continua como dantes, irrelevante. O PSD está em "banho-maria" após a pesada derrota nas Autárquicas. Procura reorganizar-se e repensar-se para o próximo "combate".

Por fim, o mais importante. Continua o ritmo de encerramento de empresas na nossa região, o que tem arrastado muita gente para o desemprego e sem grandes perspectivas de futuro. Os desempregados da região já têm uma idade considerável mas são muito novos para a reforma, têm família para sustentar e perdeu os meios para o fazer, tem um nível de formação baixo e não encontra soluções viáveis para o que aí vem. É um drama para o qual não há resposta. Os caminhos abertos pelos nossos dirigentes para a economia não os inclui. Há um enorme grupo de vimaranenses, de minhotos, de portugueses que não irão embarcar no comboio que nos prometem. Para eles, não serão as indústrias criativas nem de alta tecnologia que lhes darão de comer.

Não sei se relacionado com este desemprego está o aumento da criminalidade. Não sei sequer se as estatísticas reflectem a insegurança que é cada vez mais sentida nas ruas e pelos cidadãos. Cada vez ouvimos de mais assaltos na cidade, a casas, lojas e transeuntes, a horas e a desoras.

Não sei como será o ano que agora começa, mas não me parece que seja o da anunciada recuperação. Infelizmente vejo oportunidades a passarem-nos ao lado e problemas a avolumarem-se. Gostava de, daqui a um ano, vir cá dizer que me enganei.

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